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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Mourão lança estudo Bases para uma Estratégia de Longo Prazo do Brasil para a China

Apesar do discurso inflamado – e cuidadosamente direcionado a fanáticos que apoiam o governo – de Jair Bolsonaro contra a China, a futura maior economia mundial, o vice-presidente Hamilton Mourão participa da cerimônia de lançamento do estudo “Bases para uma Estratégia de Longo Prazo do Brasil para a China”, na próxima quinta-feira (26), às 10 horas, por videoconferência.

O documento foi elaborado pela diplomata e economista Tatiana Rosito por solicitação do Conselho Empresarial Brasil-China. O Itamaraty, como se sabe, é comandado por Ernesto Araújo, cuja completa inabilidade e falta de preparo para o cargo fez o Brasil ser o único país com representatividade mundial a ignorar a vitória de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos, algo que, internamente, o próprio Donald Trump sabe ser irreversível.

O fato concreto é que o mundo não pode mais viver sem a China. E uma economia liberal como a que prometeu Bolsonaro – e não cumpriu – ainda mais. “Nossa expectativa é que o documento estimule a reflexão sobre a relação entre os dois países e sirva de inspiração para políticas públicas nessa área”, diz o embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China.

Com 148 páginas e dividido em cinco capítulos, o documento propõe uma moldura para o relacionamento com a China desenhada em torno de três eixos (econômico, institucional e de sustentabilidade) e três agendas estruturantes (infraestrutura, finanças e tecnologia).

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Isolamento diplomático do Brasil se aprofunda após Covid-19, diz especialista da ESPM

A evolução da covid-19 no Brasil tem apresentado tendências preocupantes na comparação com outros países. O Brasil já tem o mais alto número de casos confirmados e mortes na América Latina e registrou a mais alta taxa de contágio entre 48 países, em pesquisa realizada pelo Imperial College London. Os dados, em conjunto com a polarização política e seus efeitos na gestão da saúde pública desde o início da pandemia, já trazem consequências objetivas nas relações internacionais do Brasil. Países fronteiriços, como Argentina e Paraguai, estão dificultando a entrada e a circulação de caminhões e caminhoneiros brasileiros em seus territórios.

Para Carolina Pavese, professora de Relações Internacionais da ESPM SP, o Brasil está colhendo os frutos de uma opção pelo isolamento na política externa iniciado já antes da pandemia. "A postura dos países vizinhos em relação ao Brasil durante o coronavírus não se dá somente por conta dos desencontros na gestão de saúde pública, mas também pela opção brasileira de focar a política externa exclusivamente nos Estados Unidos. A falta de gestos diplomáticos a parceiros históricos está demonstrando a opção do Brasil pelo isolamento externo, e isso vai custar caro", diz.

De acordo com Carolina Pavese, as críticas transcenderam o ambiente diplomático após o início da pandemia. "Elas não vêm mais somente dos círculos de diplomacia, mas também estão difundidas entre a comunidade científica internacional, que desaprova a não observância das recomendações epidemiológicas por parte do Executivo. A falta de coesão de políticas públicas nas esferas municipais, estaduais e federal também contribui para uma visão negativa da gestão da pandemia no Brasil no exterior."