Dias atrás, um amigo da época da faculdade entrou em contato pedindo dicas de emprego em Curitiba. Há mais de 15 anos trabalhando no interior de São Paulo, está decidido a mudar de ares. Ressaltei que, aqui como lá, a situação para a área jornalística não é das melhores. Mas fui atrás de algumas possibilidades.
Uma delas foi consultar o site do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Descobri haver uma seção de divulgação de vagas, mas, me causou surpresa o fato de o acesso ser restrito a jornalistas sindicalizados no estado. A meu ver, o SindijorPR comete um equívoco. E aqui quem fala é um ex-diretor do Sindicato dos Jornalistas de Goiás.
Entendo as dificuldades enfrentadas pelos colegas sindicalistas na defesa da profissão. Classe desunida, muitas vezes desmotivada e geralmente avessa a defender seus próprios interesses leva a uma arrecadação pífia e a uma estrutura sem as condições adequadas para a atuação que lhes cabe. No Paraná, por exemplo, tem-se um dos maiores pisos salariais do país. Míseros R$ 2.963,60, mas, ainda assim, um dos maiores do país. Mérito do sindicato, sem dúvida.
Mas não me parece correto que, ao menos nessa questão das vagas, o SindijorPR beneficie um grupo em vez de uma profissão. Até porque, não se sentiria motivado a se sindicalizar um jornalista que conseguisse seu emprego a partir do contato proporcionado pelo próprio sindicato? E, por outro lado, não estaria avesso à sindicalização o profissional que não obteve esse apoio?
No meu caso particular, não sou sindicalizado no Paraná por uma dificuldade imposta pela própria burocracia a que estamos acostumados e que nossa entidade de classe repete: mesmo tendo sido diretor do sindicato goiano por dois mandatos, como não localizei meu diploma, depois de várias mudanças de casas e de cidades, minha sindicalização não foi aceita. É o que resta.
Mas, sugiro aos colegas: tornem pública a consulta de vagas. Os benefícios serão maiores do que a censura.