quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Aécio é o grande responsável pelo clima de agressividade e desrespeito às instituições no país

Aécio: ações pela instabilidade (F: Jefferson Rudy/Senado)
Era 30 de outubro de 2014. Apenas quatro dias após o segundo turno das eleições que deram a vitória a Dilma Roussef (PT) para um segundo mandato à frente da Presidência da República. Capitaneado pelo derrotado Aécio Neves, o PSDB cobrava do TSE uma auditoria no processo eleitoral devido a “desconfianças” apontadas nas redes sociais (!?) que colocavam “em dúvida desde o processo de votação até a totalização” da contagem dos votos. Irresponsavelmente, Aécio, por mero despeito, incitou seus eleitores a questionar as instituições, tendo como consequência o início de um processo de descrença na legalidade, que provocou resultados sombrios, como os que vemos hoje. Quase um ano depois, o PSDB, que realizou sua auditoria, concluía o óbvio: não houve fraude nas urnas nas eleições de 2014.

No início do ano passado, quando as idas e vindas no sentido de desestabilizar e derrubar o governo começaram a provocar resultados desastrosos para os próprios tucanos, Aécio, em um raro exercício de sinceridade, comentou com seu então amigo e financiador Joesley Batista que sua atuação havia sido apenas para dificultar a vida de Dilma, sem se preocupar com os resultados para o país. Lembra depois da eleição? Os filhas da puta sacanearam tanto a gente, vamos entrar com um negócio aí pra encher o saco deles também”, disse, em gravação flagrada pela Polícia Federal, sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer, outra contribuição para o caos.

Em setembro de 2017, uma pesquisa encomendada pelo aliado Democratas indicava que o PSDB era o partido mais impopular do país, com rejeição de 75%. Os artifícios político-jurídicos para livrar Aécio, flagrado pedindo R$ 2 milhões para Joesley Batista (em áudio e vídeo), da perda de mandato, pesaram. Os malabarismos retóricos para tentar convencer a população de que o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário agiram certo contra o PT e errado contra o PSDB também não convenceram.

A má-fé e irresponsabilidade tucanas, porém, já haviam provocado estragos difíceis de serem recuperados. A paranoia criada por Aécio contra a segurança das urnas serve, agora, para Jair Bolsonaro (PSL) afirmar – apesar de posterior recuo – que não aceitará resultado diferente de sua vitória. Para o candidato radical, elas funcionaram apenas para as suas eleições anteriores – e de seus três filhos. Nestas, elas não falharam.

Independentemente do providencial recuo de Bolsonaro, caso Fernando Haddad (PT) vença as eleições, como apontam as simulações de segundo turno de alguns institutos, lamentavelmente, a previsão é de uma nova onda de ataques à Justiça Eleitoral, incitação à desobediência civil e desestabilização do futuro governo.

Neste cenário, caberá a todos os demais partidos, especialmente os responsáveis pela derrubada de Dilma, um pacto pela estabilidade e governabilidade. Diferenças deverão ser deixadas de fora. O Brasil não aguenta mais instabilidade político-econômica. É o mínimo que poderão fazer após o mal que fizeram ao país.

Perfis falsos são responsáveis por 40% dos seguidores de candidatos, diz professor da FGV

Redes sociais decidirão as eleições no Brasil
*Por Arthur Igreja
Robôs são 65% da internet (F: Divulgação)
Na era da informação digital, a preocupação com as fake news, ou notícias falsas, cresce na mesma velocidade da tecnologia. Do domínio nas redes sociais à preocupação com a interferência nas eleições de 2018, o impacto na opinião pública é inegável. À medida em que o desenvolvimento avança, fica mais difícil controlar o problema, dado o surgimento de robôs cada vez mais inteligentes, que chegam mais longe em menos tempo.

Vivemos uma onda de desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial capazes de gerar fake news que pareçam aceitáveis, engajando humanos e aumentando o impacto. Isso tem crescido ainda mais na reta final para pleito eleitoral que acontecerá no próximo dia 7 de outubro. Estudos apontam que 40% dos perfis que seguem os presidenciáveis são falsos, o que indica que existe uma indústria de bots (robôs) por trás das campanhas. Dados reforçam que de todo o tráfego da internet, mais de 65% é operacionalizado por meio de bots.

Recentemente, foi publicada uma pesquisa sobre como estão sendo aplicadas as verbas publicitárias nas campanhas eleitorais. Chegou-se à conclusão de que o impulsionamento de postagens é 1,6% da verba eleitoral total. Isso é difícil de acreditar, já que existe muita informação sendo movimentada na darknet, onde não conseguimos medir.

Ou seja, as eleições brasileiras estão sendo movimentadas nas redes sociais pelos famosos bots que pulverizam informações muitas vezes falsas, criando fake news onde não serão possível controlá-las em razão do avanço da tecnologia. Além disso, as redes sociais podem influenciar em até 6% o resultados das eleições. O homem tem uma capacidade infinita de criar notícias falsas e acreditar piamente nelas como se fossem as salvadoras e a esperança para um mundo melhor.

*Arthur Igreja é professor da FGV, especialista em tecnologia e inovação. Masters em International Business pela Georgetown University (EUA), MBA pela ESADE (Espanha) e Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Contra Haddad e Bolsonaro, grupo cria movimento #Alcirina - Alckmin, Ciro e Marina

Manifestantes protestam contra Bolsonaro em Curitiba (F: Paulo G. da Silva)
Um grupo ainda não identificado criou, na plataforma de petições online Change.org, um manifesto defendendo a união de Ciro Gomes (PDT), Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) contra a polarização entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). No documento, que já conta com mais de 8 mil assinaturas, os autores alertam que "o Brasil caminha para um cenário de segundo turno no qual ninguém sairá vencedor. No momento de crise em que vivemos, não podemos arriscar ter o Brasil refém de governos que irão ampliar ainda mais a divisão e polarização do país".

O grupo pede a renúncia da candidatura de dois dos três candidatos em torno de um só, preferencialmente Ciro, por estar mais bem colocado nas pesquisas, mas deixando em aberto a decisão aos próprios candidatos.

"A surpreendente ascensão de Jair Bolsonaro é uma resposta à insatisfação com o rumo que o país tomou nos últimos anos em que foi administrado pelo PT: escândalos de corrupção, favorecimento de empresários amigos do partido e política econômica que levou o país a uma crise da qual ainda estamos nos recuperando. Se o descontentamento é justificado, a estratégia escolhida por muitos eleitores é equivocada e perigosa. Bolsonaro se fortalece através do mesmo artifício usado por João Santana nas últimas campanhas do PT: a criação de um personagem para salvar o Brasil, mas que não tem condições de conduzir a mudança esperada por muitos daqueles que hoje o apoiam", diz o manifesto. 

Você pode ler e assinar o documento clicando aqui.

Bolsonaro: "Não tem nada mais próximo do comunismo do que o meio militar"

Em entrevista ao Estadão, em 1999, o então deputado Jair Bolsonaro (PSL) se desmanchou em elogios ao presidente da Venezuela à época, Hugo Chávez. “Chávez é uma esperança para a América Latina e gostaria muito que essa filosofia chegasse ao Brasil”, disse o parlamentar. “Acho ele ímpar. Pretendo ir à Venezuela e tentar conhecê-lo", disse, em reprodução das declarações pela Veja.

Diz, ainda, a matéria:

"Questionado sobre o que achava de Chávez ser apoiado na época pelos comunistas, Bolsonaro afirmou: 'Ele não é anticomunista e eu também não sou. Na verdade, não tem nada mais próximo do comunismo do que o meio militar'. Ele também disse que o venezuelano remetia ao marechal Castelo Branco, Primeiro presidente do Brasil durante a ditadura militar, entre 1964 e 1967.

'Acho que ele [Chávez] vai fazer o que os militares fizeram no Brasil em 1964, com muito mais força. Só espero que a oposição não descambe para a guerrilha, como fez aqui´, afirmou".

O link da reportagem original é este aqui.

Universidade do Sul da Califórnia emite nota rechaçando fake news de pesquisa eleitoral

A Universidade do Sul da Califórnia foi surpreendida com a notícia de que estaria envolvida em pesquisas de intenção de voto no Brasil. Isto não é verdade e se trata de fake news.

Segue abaixo uma declaração oficial da USC.

"Ao contrário do que está sendo afirmado em posts na internet, a University of Southern California não realizou pesquisa sobre as eleições no Brasil e repudia a tentativa de envolver o nome da universidade para espalhar notícias falsas no Brasil. Estamos investigando a origem do post para tomar as medidas cabíveis para prevenir a disseminação de fake news".

(*) Da assessoria