sexta-feira, 24 de setembro de 2021

87 baleias foram mortas no litoral brasileiro. O que faz o governo Bolsonaro? Nada

Os estragos da desastrosa atuação do ex-ministro Ricardo Salles na pasta do Meio Ambiente assombrarão o Brasil durante anos, talvez, décadas. E, a cada dia, revela-se um novo horror. Durante parte de sua gestão, 87 baleias morreram na costa brasileira. A denúncia é dos deputados Célio Studart (PV-CE) e Israel Batista (PV-DF), que protocolaram requerimento questionando o ministro Joaquim Leite sobre as ações e projetos, no âmbito da pasta e dos órgãos vinculados, que estão sendo adotados para evitar a morte dos cetáceos.

Segundo dados levantados pela assessoria técnica do Partido Verde, o encalhe e as redes de pesca clandestinas são, a princípio, os motivos principais da tragédia. Também tem se levantado outras hipóteses para a morte das baleias, tais como: a diminuição da disponibilidade, em função do aquecimento global, de pequenos peixes e de Krill (pequeno crustáceo, similar ao camarão, habitante do oceano austral, cuja biomassa alcança 380 milhões de toneladas, tendo papel chave na cadeia de vida marinha, se alimenta de um tipo de plâncton e, por sua vez, passa a ser o alimento preferido de pinguins, focas e baleias).

Foram registrados o encalhe e morte de 87 baleias jubartes no Brasil, oito no Rio Grande do Sul; 30 em Santa Catarina; cinco no Paraná; 21 em São Paulo; 11 no Rio de Janeiro; cinco no Espírito Santo; seis na Bahia; e uma em Sergipe.

O deputado Célio Studart reforça ainda a preocupação com a manutenção dos ecossistemas marinhos, relembrando o vazamento de óleo que afetou diversas praias em vários estados, em 2019. “Não tivemos uma elucidação deste lamentável episódio e, agora, estamos tendo mortes de animais extremamente importantes para a manutenção da vida nos mares. É urgente que a gente tenha políticas claras de preservação dos oceanos, bem como punição para quem pratica pesca ilegal”, cobrou o deputado.

Com o requerimento, o PV quer saber sobre os projetos, planos, ações e providências que foram efetivadas pelo Ministério para monitorar, prevenir e fiscalizar o presente tema, evitando-se a ocorrência de episódios semelhantes. Ainda dentre os questionamentos apresentados pelos deputados, estão: o montante orçamentário da pasta destinado às ações e projetos para preservação destas espécies, a quantidade de multas que foram aplicadas por pesca ilegal de baleias, entre os anos de 2018 e 2021, os quadros comparativos de valores arbitrados e arrecadados, bem como a utilização destes recursos em ações de prevenção e educação ambiental.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Luciano Hang diz que "será um prazer" depor na CPI

O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da estátua da liberdade, digo, da Havan, que ficou milionário durante os governos Lula e Dilma, diz que será um prazer falar aos senadores na CPI da Pandemia. Em nota divulgada à imprensa, o negacionista, que ocultou o real motivo da morte de sua mãe por covid-19 para defender o kit Covid de Bolsonaro, aplicado a ela, Hang diz que vai falar "de todo o trabalho que nós fizemos, visando ajudar no enfrentamento da pandemia, buscando auxiliar na saúde do povo brasileiro e também na economia".

Segundo o empresário, que passou a vender gêneros alimentícios em suas lojas de utilidades domésticas apenas para burlar os decretos de fechamento do comércio não essencial, ele sempre defendeu os cuidados com a saúde da população.

Hang e a Havan não responderam os questionamentos do blog à assessoria de imprensa sobre as denúncias apresentadas à CPI dando conta de fraudes nos prontuários da Prevent Sênior para burlar as notificações de morte sobre Covid nem sobre a informação, repassada por médicos à Comissão, de que sua mãe foi submetida a tratamento experimental contra a Covid. O espaço permanece aberto.

Confira a íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Recebo com tranquilidade a informação que serei convocado para depoimento, como testemunha, na CPI da Covid-19, na próxima quarta-feira, 29, de setembro de 2021. 

Será um prazer estar presente e falar de todo o trabalho que nós fizemos, visando ajudar no enfrentamento da pandemia, buscando auxiliar na saúde do povo brasileiro e também na economia.

Desde o princípio falamos que era preciso cuidar da saúde, sem descuidar da economia. 

Estou totalmente à disposição para esclarecer qualquer questionamento.

Luciano Hang

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

E os blogueiros bolsonaristas dançando e rindo das mortes pela Covid?

O desprezo de Jair Bolsonaro e seus fanáticos seguidores pela vida é notório. O escárnio com o sofrimento alheio, uma rotina. Mas é sempre bom relembrar.

Em março de 2020, quando o Brasil tinha cerca de 200 mortes provocada pela Covid-19, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, antes de fugir para os Estados Unidos, debochava da incipiente pandemia.

Ele e os comparsas extremistas Italo Lorenzon e Fernando Melo, do site de fake news Terça Livre, zombavam das famílias enlutadas com uma dancinha provocativa. "Corona é o caralho", dizia Allan dos Santos. 

Fariam o mesmo agora, quando o país atinge quase 600 mil óbitos?

Veja o vídeo:

A bolha de Bolsonaro nos salvará

Muito se comenta sobre o discurso lunático proferido na Assembleia da ONU por Jair Bolsonaro. Vivendo em um mundo paralelo, quase esquizofrênico, ele mentiu, inventou, atacou e, acima de tudo, mostrou, mais uma vez, seu completo deslocamento da realidade.

Bolsonaro vive um uma bolha e nunca saiu dela. Catapultado ao poder em um momento de profunda insatisfação do país com seus governantes, como salvador da pátria, passou a agir sistematicamente como tal. E essa, felizmente, será sua perdição.

Além de nunca abandonar o palanque, Bolsonaro se revelou um refém e retroalimentador de fanáticos. Terraplanistas, negacionistas, conspiradores, adeptos da invasão da Terra por alienígenas para clonar o "Mito" etc estão entre seus principais apoiadores. E é para este e com este público que Bolsonaro dialoga.

Longe de parecer ruim, isso é um benefício de médio prazo para o país. Ao ignorar a realidade, a inflação, a destruição do meio ambiente, a fuga de capitais, meio milhão de mortos pela Covid-19 e apostar na invasão comunista e no plano chinês para dominar o mundo, Bolsonaro fica cada vez mais isolado sem ter plena noção disso. 

Vivendo eternamente em seu cercadinho, ele parece o rei nu. Aplaudido por todos sem ninguém com coragem para dizer que é motivo de chacota, ele acredita ser o próprio rei, talvez um deus. E seus apoiadores, que vivem igualmente em uma bolha contra a "grande mídia esquerdista e os esquerdopatas" também acreditam que representam alguma maioria.

Quando acordarem, felizmente, será tarde. Teremos um país quase destruído, mas recuperável.  

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Homem aciona o MP afirmando que Bolsonaro foi clonado por ETs. Assista

A sessão virtual do Conselho Institucional do Ministério Público Federal (MPF) da última quinta-feira (16) foi, no mínimo, inusitada. Um homem identificado como Sérgio Soares da Silva Paim pediu para fazer a sustentação oral de uma denúncia que havia sido arquivada anteriormente pelo órgão. Segundo o denunciante, que falou sem acionar a câmera alegando problemas técnicos, mesmo contrariando a regra de publicidade das sessões, a Terra (não se sabe plana ou redonda) está sob ataque de alienígenas.

Ele garantiu que, desde o ano passado, reptilianos estão fazendo cópias de várias pessoas pelo mundo. E o mais copiado é justamente Jair Bolsonaro. Paim ainda afirmou que a Covid-19 é uma criação alienígena em parceria com os chineses e que "os efeitos mortais são desencadeados eletronicamente". 

Durante os dez minutos de sua sustentação oral, acompanhada por 15 conselheiros, Paim iniciou diferenciando cópia de clone. Segundo ele, no primeiro caso, a pessoa é exatamente a mesma, inclusive com as mesmas memórias. Já o clone seria como "um irmão gêmeo".

Assista a partir de 1h40':

O denunciante disse ainda que, desde 2010, quando foi submetido a um processo de robotização, os extraterrestres têm controle completo sobre ele, o que fez com que tivesse a capacidade de receber as informações que resultaram na denúncia por telepatia. Paim afirmou ainda que o procurador Carlos Frederico Francisco só recusou sua denúncia porque fez um acordo com a CIA e com a "ala sabotadora" em troca de uma cópia sua.

"O jornalista Glenn Greenwald (fundador do The Intercept Brasil), por exemplo, tem várias cópias", alega Paim. "Ele aparece (em imagens) conversando com as pessoas com idades diferentes", garante.

Já para provar que Bolsonaro tem várias cópias de si mesmo, Sérgio Paim afirma ter apresentado na denúncia várias fotos do abdome com e sem as cicatrizes da facada que levou durante a campanha de 2018. "Como é que ele pode ter um abdome sem as cicatrizes da bolsa de colostomia?, questiona. "Esses dois casos, qualquer criança consegue perceber a diferença".

Em resumo, o objetivo da denúncia, segundo Paim, é justamente provar que pessoas têm cópias. "Arquivar a notícia de fato dizendo que eu não apresentei provas? Eu apresentei", garante. "(Bolsonaro) queria comprar antrax e, como punição, a subespécie o obrigou a publicar fotos do abdome sem a facada", explica.

Ao encerrar a defesa da denúncia, Paim disse que quatro procuradores da República de São Paulo foram presos por associação com a CIA para assassiná-lo. Ele acusou ainda o presidente da Comissão, Francisco Rodrigues, de ter sido cooptado para não acolher as denúncias em troca de uma cópia de si mesmo.

Rodrigues encerrou o assunto ressaltando que nenhum procurador - ou cópia - citado foi preso. E que  afirmações desconexas e fatos inverossímeis impedem o prosseguimento da denúncia. E ainda deve sobrar um processo de calúnia e difamação contra Paim.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Bancos declaram guerra a Bolsonaro

Um dos setores que mais lucraram durante os governos petistas, especialmente os oito anos de Lula, o sistema financeiro declarou guerra ao ex-queridinho Jair Bolsonaro, apoiado maciçamente pelo mercado em 2018. Após o manifesto A Praça é dos Três Poderes, em que defendeu a harmonia e a autonomia entre os poderes, no momento em que um enfurecido e descontrolado Bolsonaro pregava a desobediência de ordens judiciais, a Febraban, agora, critica duramente o aumento eleitoreiro do IOF pelo governo.

Em nota oficial, a entidade, que é integrada, entre outros, pelos bancos públicos Caixa e Banco do Brasil, afirma que  o resultado do aumento do imposto para bancar o Auxílio Brasil, o Bolsa Família de Bolsonaro, "é o desestímulo aos investimentos e mais custos para empresas e famílias que precisam de crédito". 

Não é preciso lembrar que Bolsonaro e sua trupe classificavam o Bolsa Família de ação eleitoreira dos governos petistas, uma forma de manter os miseráveis na miséria. "Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia", ressalta a Febraban.

Após perder apoio entre evangélicos e ricos, seu eleitorado tradicional, Bolsonaro segue colecionando desafetos. Que siga assim.

Confira a nota:

POSIÇÃO DA FEBRABAN SOBRE AUMENTO DO IOF

Aumento de impostos sobre o crédito, mesmo que temporário, agrava o custo dos empréstimos, particularmente em um momento em que o Banco Central precisará subir ainda mais a taxa básica de juros para conter a alta da inflação.

O resultado é o desestímulo aos investimentos e mais custos para empresas e famílias que precisam de crédito. Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia.

Para enfrentar as dificuldades fiscais, evitar impactos negativos no custo do crédito e propiciar a retomada consistente da economia, só há um caminho: perseverarmos na aprovação da agenda de reformas estruturais em tramitação no Congresso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Apenas 21% dos moradores do Centro-Oeste acreditam em melhoria das finanças familiares

Tradicional reduto do agronegócio, onde Bolsonaro mantém seus maiores níveis de aprovação (ao lado da região Sul), em torno de 30%, a região Centro-Oeste parece, também, desacreditada na capacidade do governo de recuperar o país. Na região, o número de pessoas que aguardam a recuperação financeira da família apenas em 2022 passou de 41% (junho) para 55% (setembro). A parcela dos que achavam que essa situação iria melhorar ainda este ano caiu de 29% (junho) para os atuais 21%. É o que revela  o Radar Febraban para a região.

Mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a análise de especialistas que mostram otimismo com o crescimento da economia em 5%, mesmo faltando 4 meses para o final do ano, a opinião pública do Centro-Oeste segue incrédula.

Os dados revelam que 70% dos que vivem na região acreditam que a economia só vai se recuperar a partir de 2022. Em junho, esse percentual era de 64%. Para 52%, o poder de compra vai encolher nos próximos seis meses. Em junho, essa avaliação era compartilhada por 51% das pessoas. Um indicador que registrou elevação considerável foi a expectativa sobre o aumento do desemprego (56% hoje, era de 45% em junho).

Essas são algumas das principais conclusões da nova pesquisa para a região Centro-Oeste, realizada entre os dias 2 e 7 de setembro pelo Ipespe, que ouviu 3 mil pessoas, maiores de 18 anos, em todo o país. 

Um indicador que registrou queda foi o número de entrevistados que acreditam num aumento da taxa de juros no próximo semestre: 68%, contra 70% verificados em junho.

A pesquisa mostra que 41% acreditam no aumento do acesso ao crédito para pessoas físicas e empresas, o maior índice do pais nesse quesito.

Ou seja, as bravatas, idas e voltas de Bolsonaro têm deixado mesmo os maiores entusiastas do estilo truculento e irresponsável do "mito" um pouco mais conscientes do desastre que foi - e está sendo - sua eleição.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Senador apresenta PEC para 2º turno com três candidatos. Novo golpe à vista?

Um golpe pode ser dado de várias maneiras. A derrubada de Dilma, em 2016, é prova disso. E a criatividade dos interesseiros de plantão parece não ter fim.

A possibilidade de vitória de Lula nas eleições do ano que vem, em um provável segundo turno com Bolsonaro, provocou uma situação inusitada. O senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR) apresentou uma PEC (nº 29/2021) incluindo um terceiro candidato na disputa pelo segundo. “Considero uma ideia interessante, para que o eleitor possa escolher com quem ele realmente se identifica no segundo turno”, defendeu o paranaense.

Oriovisto só se esqueceu de que o segundo turno foi criado justamente para que um dos candidatos, o vencedor, receba mais da metade dos votos (50% mais 1), o que consolidaria realmente a vontade da maioria do eleitorado. Com três elementos na disputa, corre-se o risco de o presidente eleito receber pouco mais de 30% dos votos, uma completa desvirtuação do objetivo do segundo turno. E com números bem próximos do eleitorado que aparentemente ainda detém Jair Bolsonaro.

Mais de 6 milhões de brasileiros defendem pautas comparáveis às do Taleban

No Brasil, 6,4 milhões de adultos se identificam com o ideário defendido pelo Taleban, a milícia radical islâmica que voltou ao poder no Afeganistão. Para chegar a esse resultado, o Instituto Locomotiva apresentou três afirmações aos entrevistados. Os que concordaram com todas as três posições formam o nicho ultraconservador nacional e podem ser considerados irmãos de fé dos Talebans. As afirmações foram as seguintes:

- O Estado brasileiro deve ser cristão (24% do total de entrevistados concorda);

- Mais pessoas deveriam ter acesso ao porte de armas (28% do total de entrevistados concorda)

- Mulheres são melhores para realizar tarefas domésticas” (17% do total de entrevistados concorda).

O recorte representado pelas três afirmações está na essência do Taleban, grupo fundamentalista armado que defende um Estado religioso e a total submissão das mulheres. “O resultado não chega a surpreender. A onda conservadora cresceu no mundo nos últimos anos e mostrou a sua cara”, explica Renato Meirelles, presidente do Locomotiva. “Mas, não deixa de ser chocante constatar que, mesmo pequeno, temos uma espécie de Taleban à brasileira”.

Dentre os 6,4 milhões de radicais verde-amarelos, 60% são homens, 8 em cada 10 possuem até o ensino superior e 56% têm mais de 45 anos. Em uma escala de autoclassificação ideológica, 50% se consideram de direita, 17% se dizem de esquerda e 5% de centro, enquanto 28% não sabem se classificar. Para 70% desse público, “casais do mesmo sexo não devem ter o direito de se casar”, 67% acham que “a bíblia tem a receita completa do que é certo e do que é errado”, 63% acreditam que “cotas para negros nas universidades prejudicam a sociedade”, 54% consideram que “a polícia precisa ser violenta para combater bandidos” e 43% acham que “em 1964 os militares fizeram uma revolução que foi boa para o Brasil”.

“As ideias defendidas pelos Talebans brasileiros estão em linha com a pauta conservadora nos costumes e de desmonte de conquistas sociais do atual governo, mas longe de serem hegemônicas na sociedade. Esse é mais um ponto de fricção dos muitos que o País vem enfrentando nos últimos tempos”, diz Meirelles.

A pesquisa foi feita entre os dias 15 e 22 de julho. A amostra é composta de 2.420 entrevistas em 71 cidades do país, com homens e mulheres a partir dos 16 anos. A margem de erro é de 1,9 pontos percentuais.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Confiança na economia entre empresários despenca após desatinos de Bolsonaro

O ambiente permanentemente belicoso do governo Bolsonaro continua produzindo estragos. Inflação em alta, dólar nas alturas, juros subindo e fuga de capitais fazem parte do dia a dia da economia brasileira desde que Jair assumiu o poder. Agora, mais um exemplo. Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou 5,2 pontos em setembro, para a marca de 58 pontos. O levantamento é realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

O índice varia de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha divisória entre falta de confiança e confiança. Foram entrevistados 1.611 empresários, sendo 635 de empresas de pequeno porte, 608 de médio porte e 368 de grande porte, entre 1º e 9 de setembro. 

O indicador é composto pela percepção do momento atual e pela expectativa para os próximos seis meses, a partir das condições percebidas da própria empresa e da economia brasileira. Neste último aspecto, conforme a pesquisa, houve uma queda de 56,2 pontos para 47,3 pontos no Índice de Condições Atuais da economia, de agosto para setembro, mostrando que o empresário industrial percebe piora nas condições correntes no cenário econômico. Ou seja, o alarme disparou entre o empresariado.

“A conjunção de fatores como a aceleração da inflação e incertezas decorrentes da crise hídrica e do cenário político influenciaram negativamente a percepção das condições correntes da economia brasileira e, assim, afetaram a confiança do empresário industrial”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Um ano e meio atrás, empresário bolsonarista minimizava pandemia: "Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortes"

Era 23 de março de 2020 e pouco ainda se sabia sobre a evolução da pandemia do coronavírus. Não havia expectativa próxima de vacina, tratamento adequado para a covid-19, informações claras sobre o uso de máscara etc. Mas o distanciamento social era unanimidade entre os especialistas para conter o avanço da doença. Naquele dia, o empresário bolsonarista Junior Durski, que ficou milionário durante os governos Lula e Dilma, estarreceu o país em um vídeo em seu perfil do Instagram.

"Não podemos, por conta de cinco mil pessoas, sete mil pessoas que vão morrer, eu sei que é muito grave, eu sei que isso é um problema, mas muito mais grave é o que já acontece no Brasil", disse o dono das redes de hamburguerias Madero e Jerônimo, ao comprar as mortes por covid com as provocadas por outros problemas. "Não pode parar o Brasil, o Brasil tem que continuar trabalhando", comentou, ao endossar o discurso de Bolsonaro contra o fechamento do comércio por estados e municípios. "Infectologistas não podem querer fechar tudo", afirmou.


O vídeo, ainda no ar, continua recebendo críticas. "Não é que o Sr. acertou?!?!?! SETE MIL MORTOS HOJE!!!! Só errou a área geográfica. Em vez de Brasil, Curitiba", escreveu uma pessoa há duas semanas. "550 mil mortes", lembrou outro leitor há alguns dias.

Hoje, o Brasil superou as 585 mil mortes. Mas, felizmente, a curva está caindo rapidamente. Graças, vejam só, às restrições de circulação impostas por autoridades e à  ação dos cientistas que desenvolveram vacinas.

Entre revolta e decepção, bolsonaristas descobrem o óbvio: são massa de manobra e motivo de chacota

A carta escrita por Michel Temer e assinada por Bolsonaro pedindo desculpas ao STF pelos discursos antidemocráticos de 07 de setembro começou a abrir os olhos de parte da manada bolsonarista. Em grupos de Whats App circulam áudios, vídeos e textos de defensores do governo golpista revoltados ou decepcionados com o recuo do líder.

"280 km até SP, aquele mar de gente esmagando e sofrendo embaixo de um sol forte, pra isso. Sorria! Somos palhaços!!" escreveu um desiludido Giuseppe no Twitter.

Um "patriota" irado, também de São Paulo, sentenciou: "Aqui em São Paulo temos um calça apertada. Em Brasília, temos um calça frouxa". O "defensor da democracia" disse que pode ser chamado de traidor, mas não acredita mais em Bolsonaro. "Todos foram enganados por esse traidor. Vou queimar minha camisa do Bolsonaro", garantiu. Assista abaixo.


"Minha vontade é de chorar, estou muito decepcionada", admitiu uma admiradora da ditadura. "Me sentindo uma palhaça, levei toda a minha família", afirmou em um grupo.

Também existem algumas tentativas tímidas de defender Bolsonaro. Alguns afirmam que a postura foi de "estadista" e a hashtag #euconfionopresidente chegou a figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter por alguns minutos hoje pela manhã. Alguns grupos afirmam que se trata de uma estratégia de Bolsonaro - não explicam exatamente qual. Mas, no geral, a decepção e a revolta se espalharam.

Um outro "patriota" reconheceu: "Estamos passando vergonha. Não tivemos apoio do presidente depois do 07 de setembro, está pedindo desculpa, escrevendo cartinha. Isso não é estratégia, é estratégia de covarde", reclamou. 

Assista abaixo:



quarta-feira, 8 de setembro de 2021

PSDB anuncia oposição ao governo e é lembrado nas redes de que Bolsonaro está há 2,9 anos no poder

Após reunião que durou a tarde toda de hoje, o PSDB anunciou que será, oficialmente, opositor de Jair Bolsonaro. De acordo com o partido, "com a participação da Executiva e das bancadas na Câmara e Senado, registramos que após o pronunciamento inaceitável do chefe do Poder Executivo, na data de ontem, iniciamos hoje o processo interno de discussão sobre a prática de crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República e o caminho mais eficiente para evitar o agravamento dessa crise na vida das pessoas."

Após a publicação da posição tucana no Twitter, internautas lembraram que a decisão demorou. "O PSDB ficou 2 anos e 9 meses votando com o Governo, viu o desmatamento aumentar, 580 mil vidas perdidas na pandemia, a inflação voltar, dólar disparar, intervenção na PF p/ salvar filhote de corrupto e diversas outras barbaridades, para só então ser oposição?", questionou um deles.

"DEMOROU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas ficar apenas nas palavras não é o bastante. Articulem pelo impeachment, caso contrário em 2022 nós lembraremos de vocês como covardes que foram coniventes com o pior governo da história da República. Abraços.", escreveu outra leitora.

"Levaram só cerca de 3 anos pra perceber o acúmulo de crimes promovidos pelo genocida desde a posse!!! Chamaram a tartaruga para a direção desse partideco??? Sério?? A cara nem cora!!! Vão assinar os pedidos de impeachment e travar as pautas no congresso? Só acredito vendo.", disse outra.

Também houve questionamentos sobre a permanência do deputado federal Aécio Neves (MG) no partido. Ao ser derrotado por Dilma Roussef (PT) em 2014, Aécio inflamou a população a questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas, segundo ele mesmo disse, em áudio vazado tempos depois, apenas para atormentar. Ou seja, ele iniciou a narrativa da falta de confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, que todos sabemos onde nos levou.