terça-feira, 3 de abril de 2018

Para a Anac, "redução" de 0,6% nas passagens aéreas justifica fim da franquia de bagagem

Segundo Anac, passagens ficaram 0,6% mais baratas (F: Paulo Galvez)
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou hoje dados que apontam, segundo a entidade, tarifas aéreas com o "menor valor desde 2011". De acordo com a Agência, estudo aponta que o "valor médio das tarifas aéreas, no ano passado, foi de R$ 357,16, uma redução de 0,6% em relação a 2016". Sim, apesar do título chamativo do material enviado à imprensa, a suposta redução foi de menos de 1%. O que a Anac não diz é que, se for levado em conta o valor que o passageiro para para despachar uma única bagagem, o custo subiu em vez de reduzir.

O gerente de Acompanhamento de Mercado da ANAC, Cristian Vieira dos Reis, informa que o estudo foi realizado com base em 40 milhões de passagens vendidas. “Essa coleta, que é realizada pela agência, contempla dados de todas as passagens aéreas vendidas no país, para voos domésticos, para passageiros adultos. Então, a gente está falando de um universo de aproximadamente 40 milhões de passagens vendidas”, enfatizou.

A Anac comemora a "redução" no preço das passagens e e ressalta que o benefício se deve à "entrada em vigor da Resolução nº 400, de 13 de dezembro de 2016, que, entre outros pontos, desregulamentou a franquia de bagagem despachada nos voos domésticos e internacionais."

O que a Anac também não diz é que, com a medida, muitas companhias têm atrasado seus voos porque precisam despachar bagagens no momento do embarque, contra o desejo dos passageiros, porque os bagageiros dos aviões não comportam todos os pertences permitidos por lei (uma mala mais um objeto pessoal), que antes eram despachados no chekin. A propósito, fica a dica: sempre leve sua bagagem com você, caso ela esteja dentro dos padrões para ser transportada na cabine, porque, em caso de superlotação, ela será despachada gratuitamente na porta do avião.

Aqui, vale uma experiência pessoal: desde setembro do ano passado, quando comecei a fazer voos quinzenais entre Goiânia e Curitiba, a média de preços saltou de R$ 550 para R$ 850, ida e volta. Acho que não entrei nos 0,6% da Anac.

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