terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Atos isolados e intolerância política não podem acabar com democracia dos bares, diz Abrabar

Uma sequência de atos isolados e violência física e psicológica envolvendo intolerância política ganhou as manchetes da imprensa nacional nos últimos meses. Estas ações não podem por em risco a democracia e a tolerância que sempre norteou a gestão de bares e casas noturnas de Curitiba e em todo o Brasil, afirma a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e a Federação Paranaense de Turismo (Futurismo), entidades associadas à Confederação Nacional de Turismo (CNTur).

Fotomontagem: William Henrique 
“Esse ponto que chegou, com estes fatos envolvendo violência por intolerância política preocupa muito a nossa categoria, pois está acabando a paz total e pequenos atos isolados incendeiam este clima beligerante cada vez mais em todo Brasil e Curitiba não esta imune”, disse Fábio Aguayo, presidente da Abrabar. “Só que todos os lados estão fazendo mal para todos. Estamos virando um hospício com liberdade de vendas de bebidas e direito de dançar”, ressaltou.

As notícias envolvendo casos de violência e até homicídios por defesas extremistas de políticos e ideologias, ganham destaque quase que diariamente na imprensa do país. No Rio de Janeiro, um homem entrou no bar, e após consumir bebida alcoólica, atacou e quebrou uma placa com o nome da ex-vereadora Marielle (morta a tiros em 2018) e um quadro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Beligerância
Em Curitiba, a proprietária de um bar que se intitula anti-Bolsonaro, diz que prefere “falir a servir fascista”, como ela define apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. No Mato Grosso, a Polícia Civil confirmou que um apoiador de Bolsonaro foi morto após uma discussão por divergências políticas. Em Foz do Iguaçu, no Paraná, um ex-agente penal defensor do ex-presidente matou a tiros um ex-guarda municipal durante sua festa de aniversário, que tinha como tema Lula e o PT.

“Os bares e restaurantes sempre foram espaços democráticos, caracterizados pela tolerância a diversas perspectivas”, recordou Fábio Aguayo. No entanto, segundo o presidente da Abrabar, ultimamente esses locais têm se transformado em palco de disputas entre diferentes 'lados', resultando em discussões fúteis e, lamentavelmente, até em agressões gratuitas”.

“Infelizmente, parece que esquecemos do sábio ditado que costumava prevalecer nos bares: 'não se discute futebol, política e religião'. Esse princípio mantinha a harmonia entre os frequentadores, independentemente de suas crenças, opiniões políticas ou preferências esportivas. Todos compartilhavam o mesmo espaço, brindando à vida e à boemia, respeitando os líderes, dogmas e times de coração uns dos outros”, completou.

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