terça-feira, 7 de junho de 2022

Após ser adiado três vezes, júri popular de responsáveis pelo assassinato do jornalista Valério Luiz está marcado para 13 de junho

O ex-cartorário Maurício Borges Sampaio, suposto mandante do assassinato do radialista Valério Luiz, e outros quatro suspeitos devem ir a julgamento pelo crime no próximo dia 13. São eles o açougueiro Marcos Vinícius Pereira Xavier, o cabo Ademar Figueiredo Aguiar Filho e o sargento reformado Djalma Gomes da Silva, ambos da Polícia Militar; além e Urbano de Carvalho Malta, que era funcionário de Sampaio, também ex-presidente do Atlético Goianiense.

Valério foi morto covardemente com cinco tiros, em 5 de julho de 2012, ao sair da rádio em que trabalhava. Ele era conhecido por seus comentários críticos sobre esportes, especialmente sobre a gestão de Sampaio frente ao clube.

Conforme aponta o filho do jornalista e assistente da acusação Valério Luiz Filho, o atrito entre o comunicador e o ex-presidente do time vinha de longa data. A relação entre a cobertura jornalística esportiva e a atuação do suposto mandante não é ocasional, e explicita a conexão entre o assassinato e o exercício da liberdade de expressão – onde o primeiro opera como meio de inviabilizar o segundo.

Durante estes quase dez anos em que o crime restou sem resolução, Maurício Sampaio buscou meios de atrasar o julgamento e de impedir que o caso de homicídio fosse levado a júri popular – tentativa que não prosperou. Ainda assim, o júri foi adiado por diversas vezes sob diferentes justificativas, a exemplo do adiamento, em 2019, a partir da alegação do juiz responsável de que não haveria estrutura para comportar julgamento de tamanha repercussão no Foro correspondente. Desde 2020, a pandemia de covid-19 prejudicou ainda mais a realização do julgamento, uma vez tendo sido determinado o adiamento de júris pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nós, colegas de Valério, aguardamos ansiosamente o resultado do Júri.

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