Mas a ideia de Goiás como o estado mais eficiente do Brasil, como gosta o candidato dos 3% de repetir em suas andanças pelo país - que são muitas - na tentativa de viabilizar seu nome à Presidência da República nas eleições de 2026, é incompatível com a realidade.
A plataforma Expresso, cujos serviços constam na página inicial do site oficial do governo, é propagandeada como extremamente eficiente, uma espécie de Vapt-Vupt - central de serviços criada na primeira gestão do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) - digital onde todas as demandas do cidadão por serviços públicos podem ser resolvidas.
No final de setembro, acessei o Expresso para solicitar a baixa do Gravame de um veículo cujo financiamento quitei. O ícone e o link para o serviço constam na plataforma. A taxa, exorbitante: R$ 263,35 reais unicamente para dizer ao Detram Goiás que paguei pelo meu bem - além do IPVA e do licenciamento anuais, obviamente. Ao tentar acessá-lo, no entanto, a página diz que o serviço é inexistente.
Acionei a Ouvidoria do órgão, que prontamente me respondeu dizendo que a demanda deveria ser direcionada à TI, via Centro de Atendimento ao Usuário (CAU). Acionei o CAU que, dias depois, ora, ora, disse que eu deveria questionar a... Ouvidoria. Abri nova reclamação e recebi a resposta final: o serviço, apesar de os ícones constarem no Expresso, não está disponível para atendimento digital. Informação repassada pela mesma TI que, anteriormente, me mandou buscar a Ouvidoria. Tudo devidamente registrado e protocolizado.
Explicação para tamanha burocracia? Só no estado burocrata de Caiado. Não se justifica, em nenhuma hipótese, a exigência de atendimento presencial - dispendendo meu tempo e do servidor que poderia estar atendendo quem realmente precisa. O acesso ao aplicativo do Detran ou ao Expresso se dá com as credenciais do gov.br, serviço federal que exige autenticação em duas etapas, código de acesso e que emite certificação digital. Tudo muito simples, menos em Goiás, menos "no meu Detran", como diria o governador.
Termina aqui? Óbvio que não. Se o estado não puder infernizar ainda mais o cidadão, não fez o serviço completo. No atendimento presencial não é aceita, como identificação, a CNH digital, documento legalmente constituído como identificador em qualquer unidade federativa do país, sob quaisquer ciscunstâncias. Sem um documento de papel - Goiás, estado digital? -, você perde a viagem. Isso, repito: porque eu queria pagar uma taxa. Imagine se estivesse em busca de um benefício?
Não há paciência que resista.
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