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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Tigrão cercado de seguranças, deputado bolsonarista Amauri Ribeiro parte para cima de colega na Alego

Valentão pediu arrego (Reprodução/TV Alego)
Acostumado a pagar de machão na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual bolsonarista Amauri Ribeiro (União Brasil) foi contido por colegas e seguranças ao partir para cima do deputado Mauro Rubem (PT) durante a sessão desta terça-feira (10). Mauro Rubem expunha as atrocidades históricas cometidas pelo governo de Israel contra palestinos inocentes, enquanto Ribeiro defendia a política israelense que inclui a prisão de mulheres e crianças a partir de 12 anos pelo país judeu.

Ao ser contestado, Ribeiro começou a gritar para atrapalhar a fala de Rubem, quando esse devolveu: "pare de me xingar, senão vou te chamar de 'tchutchuca' e você não vai gostar". Diante da insistência do bolsonarista, Mauro relembrou que os deputados "não iriam apanhar", como Ribeiro fez com a filha. Nesse momento, Ribeiro partiu para cima do colega, sendo contido no plenário. A sessão foi encerrada na sequência.

Assista ao vídeo:

Espancamento

Filha espancada (Reprodução/Facebook)
Mauro Rubem se referia ao espancamento de uma das três filhas de Amauri Ribeiro, de 15 anos, em 2015, quando era prefeito de Piracanjuba. À época, as imagens das agressões viralizaram e o então prefeito publicou vídeo se vangloriando dos hematomas deixados da filha.

A violência contra a mulher é uma tônica do bolsonarismo raiz. Durante os quatro anos de desgoverno Bolsonaro (PL), foram inúmeras as agressões verbais contra jornalistas e adversárias políticas, sempre aplaudidas pelos red pills.

Em 2021, a Câmara Municipal de Goiânia emitiu uma nota de repúdio contra Amauri Ribeiro por ameaças explícitas contra a vereadora Lucíula do Recanto (PSD). "A Mesa Diretora determinou nesta sexta-feira (6/8) à Procuradoria Geral a adoção das medidas legais cabíveis em defesa da honra e do livre direito de atuação, manifestação e expressão da vereadora e dos demais 34 vereadores que compõem o Plenário do Poder Legislativo da Capital.", dizia o documento.

Na própria Alego, Ribeiro, reiteradamente, tem atacado a deputada Bia de Lima, do PT, e responde a processo na Comissão de Ética por violência de gênero. Na mesma sessão em que tentou agredir Mauro Rubem, chamou a deputada de "malandra".

Tchutchuca

No final de agosto deste ano, Amauri Ribeiro foi alvo de busca e apreensão pelo Polícia Federal (PF), por ter admitido que financiou os acampamentos golpistas após a vitória de Lula (PT) sobre Bolsonaro, que resultaram na tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro.

“Eu também deveria estar preso. […] Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta porque sou patriota”, declarou, em julho, durante sessão ordinária da Alego.

Após a operação, como todo bom bolsonarista, negou o que havia dito e pediu arrego ao STF.