terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Casos de covid-19 em Goiânia já ultrapassam o total registrado em dezembro, mas mortes e internações caem

Os casos confirmados de covid-19 em janeiro de 2022 já ultrapassam os registrados durante todo o mês de dezembro do ano passado. São 1.794 pacientes diagnosticados até ontem, data da última atualização do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Goiânia. No mês passado, o total de casos chegou a 1.732.


Os casos de mortes e internações, porém, são menores, o que revela a eficácia das vacinas. O município já tem 73,5% da população totalmente vacinada. Em dezembro, 53 pessoas precisaram ser internadas e 18 morreram devido a complicações da doença. Em janeiro, o número de internações até o momento é de 36, com sete óbitos.

Nesta segunda-feira, primeiro dia do calendário de vacinação infantil, 2.201 crianças foram vacinadas.

Médicos pedem punição de Bia Kicis por crime de vazamento de dados

Médicos ligados à Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) pediram à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados que investigue e puna a deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) por vazar para extremistas antivacina dados pessoais dos profissionais que participaram de uma audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde (MS) sobre a vacinação infantil no dia 04 de janeiro.

A própria parlamentar se vangloriou nas redes sociais pelo vazamento, que configura crime diante da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

"Diante do vazamento e de declarações da Deputada Bia Kicis em suas próprias redes sociais, nas quais confirmou o vazamento de dados e a divulgação de informações sigilosas a respeito da audiência realizada pelo Ministério da Saúde em relação ao estudo de vacinação de crianças em razão da covid-19, a SBP pede ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados a instauração de inquérito para apurar essa conduta. Se for confirmada a violação do decoro parlamentar, ela deve ser processada e julgada conforme o Código de Ética da Câmara dos Deputados.", diz nota de repúdio divulgada pela entidade.

A SBP pede ainda que o Ministério Público e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados investiguem a parlamentar.

Confira a nota:

NOTA DE REPÚDIO

Pediatras pedem respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) 

A audiência pública organizada pelo Ministério da Saúde no dia 4 de janeiro para discutir desdobramentos relacionados à vacinação de crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19 serviu de palco para uma situação insólita, que não dialoga em nada com os princípios da ética e da moralidade, assim como desrespeita parâmetros legais em vigor no País. 

O País testemunhou o vazamento de informações pessoais dos médicos Isabella Ballalai (vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações -- SBIM), Marco Aurélio Sáfadi (presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP) e Renato Kfouri (presidente do Departamento de Imunizações da SBP e diretor da SBIM). 

A expressão vazamento já indica que o repasse desses dados para imprensa e outros grupos ofendeu parâmetros que deviam ser observados. Infelizmente, esse ato foi promovido por uma parlamentar, a qual foi eleita para trabalhar em defesa dos cidadãos e das instituições. 

Pela imprensa, a Deputada Bia Kicis (presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados) assumiu a responsabilidade pela publicização de informações, o que deixou os médicos acima citados em situação de vulnerabilidade, sendo alvos de ameaças e intimidações pelo seu posicionamento em relação ao tema da vacinação de crianças contra a covid-19. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria entende que o gesto praticado pela deputada Bia Kicis não pode ficar impune. Por isso, além desse vazamento ser objeto de moção de repúdio pela SBP, informa que foram tomadas medidas junto a diferentes instâncias, as quais são detalhadas a seguir: 

AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) -- Diante do flagrante desrespeito aos pressupostos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a SBP requereu desta instituição a adoção de todas as medidas cabíveis para apurar e punir os responsáveis pela prática ilegal de vazamento de dados sigilosos, somada de fiscalização para que a Lei seja cumprida através das suas devidas sanções.


MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL -- A SBP pede que seja apurada a fonte do vazamento, com a responsabilização dos envolvidos por descumprimento da legislação em vigor, dando resposta à sociedade, principalmente aos pediatras do País, e mostrando que o MPF não compactua com atitudes ilegais no bojo de sua atuação. 

CÂMARA DOS DEPUTADOS -- Diante do vazamento e de declarações da Deputada Bia Kicis em suas próprias redes sociais, nas quais confirmou o vazamento de dados e a divulgação de informações sigilosas a respeito da audiência realizada pelo Ministério da Saúde em relação ao estudo de vacinação de crianças em razão da covid-19, a SBP pede ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados a instauração de inquérito para apurar essa conduta. Se for confirmada a violação do decoro parlamentar, ela deve ser processada e julgada conforme o Código de Ética da Câmara dos Deputados. 

A SBP ressalta que os procedimentos adotados estão descolados de qualquer debate político, partidário, ideológico ou mesmo técnico-cientifico. As representações, queixas e denúncias apresentadas visam unicamente defender o respeito ao sigilo de informações de médicos em situação de trabalho, as quais estavam na oportunidade protegidas pela lei. 

Espera-se de agentes públicos, como uma deputada federal, a compreensão dessa responsabilidade de obediência legal que é condizente com seu papel na sociedade. Nada justifica a não observação desse compromisso que, sem a devida punição, pode ser quebrado em outras oportunidades, mais uma vez deixando indivíduos e/ou instituições em situação de risco. 

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

72% são a favor da vacinação de crianças contra covid-19

A insana cruzada de Jair Bolsonaro (PL) e outros negacionistas contra a vacinação em geral e de crianças em especial, felizmente, não encontra eco na sociedade. De acordo com a  última pesquisa Genial/Quaest, divulgada hoje, 72% dos pais defendem a imunização de crianças de 5 a 11 anos. O levantamento ouviu duas mil pessoas. Entre os entrevistados, 20% discordam da vacinação, percentual próximo ao residual de eleitores que Bolsonaro parece manter no país.


O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sempre pronto a obedecer as ordens do chefe, tentou dificultar a vacinação de crianças - algo que parece insano do ponto de vista médico - criando uma consulta pública para analisar o posicionamento da população. A estratégia não deu certo. Lá, o resultado foi semelhante, além de os pais rejeitarem prescrição médica para a vacinação, outra invencionice do cardiologista que parece ter esquecido o juramento de Hipócrates, Marcelo Queiroga.

Vale ressaltar que, se a prescrição fosse necessária, milhares de crianças, especialmente as de famílias de baixa renda, encontrariam dificuldade para se imunizar, aumentando os riscos de morte devido à covid.

Enfim, a estratégia negacionista bolsonarista aparenta ser apenas direcionada a seu público raiz, formado por racistas, homofóbicos, antiambientalistas e outros seres provenientes do século 18. Bolsonaro, assim, parece garantir seus 20% de votos nas próximas eleições

Pesquisa Genial/Quaest: Lula mantém liderança e Moro patina em terceiro

 A pesquisa Genial/Quaest de janeiro manteve praticamente inalterado o cenário eleitoral registrado no final de 2021. Realizado entre os dias 6 e 9 de janeiro, o levantamento ouviu dois mil eleitores presencialmente em todas as regiões do país.

Lula (PT) mantém a liderança, com 45% das intenções de voto, seguido pelo candidato do Centrão e atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que segue com 23%. O ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro (Podemos), que esperava chegar aos 15% em janeiro, patina na terceira posição com 9% das intenções, seguido pelo pedetista Ciro Gomes (5%), pelo tucano João Doria (3%) e pela senadora do MDB Simone Tebet (1%). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e o candidato do Novo, Felipe D´Avila não pontuaram.


A pesquisa também avaliou o governo Bolsonaro, que mantém 50% de menções negativas, 25% de regular e 22% de positivas.


36% dos eleitores de Bolsonaro dizem que ele está "pior do que esperavam"

 A avaliação do (des)governo de Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Centrão, deteriora-se dia a dia. É o que revela a mais recente pesquisa Genial/Quaest divulgada há pouco. Mais de um terço de seus próprios eleitores responderam que seu governo está "pior do que esperava", um salto de oito pontos percentuais em relação ao registrado em julho do ano passado. Da mesma forma, os que consideram o governo "melhor do que o esperado" caíram de 35% para 29%.


A pesquisa, que também avaliou as intenções de voto para presidente (próximo post) foi realizada entre os dias 6 e 9 de janeiro e ouviu presencialmente duas mil pessoas em todo o país. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro de 2 pontos percentuais.