terça-feira, 20 de abril de 2021

Tem índio no hospital? Tem erva medicinal

Horta utiliza material sustentável, como pneus, para o plantio (F: Divulgação)
Um pouco de empatia nesse país, que andamos precisando. Fico feliz de ver iniciativas como esta. Localizado no meio da floresta amazônica, o Hospital Bom Pastor, município de Guajará-Mirim (RO) faz uso farmacêutico de ervas e hortaliças no combate a diversas doenças e sintomas. A intenção é deixar o ambiente hospitalar mais acolhedor e próximo do que os pacientes, em sua maioria indígenas, encontram nas aldeias.

Com o projeto “Semear com Amor”, em atividade há cerca de dois anos, a unidade hospitalar cultiva em sua horta medicinal cerca de 35 plantas de 12 espécies diferentes. “A equipe de Farmácia Hospitalar faz a colheita e as transforma em chás com diferentes finalidades: calmantes, alívio de dores, gripes, problemas no fígado e no intestino, entre outras”, explica Leiliany Ortiz Farias, nutricionista do hospital.

Parte das hortaliças, cultivadas de forma orgânica, também é aproveitada diariamente na alimentação de pacientes e funcionários. “A horta traz elementos típicos da cultura indígena, de forma muito semelhante às cultivadas nas aldeias. Ao longo do tempo, ampliamos a variedade de ervas e hortaliças para que não houvesse nenhuma diferença. Nossos pacientes ficam muito satisfeitos por poderem continuar com a utilização desses produtos aqui, durante o atendimento hospitalar. Se deixar, vão até a horta e consomem direto do pé”, conta profissional.

O Hospital Bom Pastor está localizado em uma região onde 90% do acesso é feito por meio fluvial. A unidade própria da entidade filantrópica Pró-Saúde é referência no atendimento de saúde para mais de 30 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia. Atende uma população de mais de cinco mil indígenas, com realização de consultas, exames, cirurgias, partos e internações. 

“A unidade é totalmente adaptada à cultura indígena, com redes nas enfermarias, ambiente com oca, entre outras características que visam ressaltar o respeito e humanização a este paciente”, enfatiza Jucyleia Carvalho, assistente social.

Buscamos continuamente formas de incorporar o entendimento e o respeito à cultura indígena na assistência humanizada, fortalecendo o vínculo com nossos pacientes e a comunidade”, ressalta Geraldo Fonseca, diretor Hospitalar do Bom Pastor.

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