quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ABI considera ação contra Ciro uma tentativa de intimidação de adversários de Bolsonaro

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) fez coro com as acusações de uso político da Polícia Federal (PF) pelo governo Bolsonaro contra aliados em referência à busca e apreensão realizada ontem contra o presidenciável Ciro Gomes (PDT). "É evidente que estamos diante de uma operação ilegal de espionagem, aprovada por um juiz que repete os métodos autoritários de Sérgio Moro, próprios de uma ditadura, cujos objetivos podem ser dois: buscar informações sobre as atividades dos dois políticos ou intimidar opositores do presidente Bolsonaro", diz a nota emitida pela entidade.

Ciro também recebeu o apoio de políticos como os adversários Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT). "Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados", disse Lula.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro fez diversas trocas nos comandos da PF na tentativa de proteger seus filhos das inúmeras denúncias de corrupção que enfrentam, bem como para punir delegados que investigam aliados.

Confira a nota da ABI:

ABI denuncia operação contra Ciro e Cid Gomes

Bem ao estilo do Estado policial que o presidente Jair Bolsonaro tenta implantar no Brasil, a Polícia Federal realizou na manhã de terça-feira ações de busca e apreensão nas residências de Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, e de seu irmão, o senador Cid Gomes.


Segundo informações, a PF teria levado consigo computadores e telefones celulares de Ciro e Cid.
Considerando-se que os fatos que teriam levado à operação, segundo a própria polícia, aconteceram há cerca de dez anos, que provas poderia haver nos equipamentos apreendidos?


É evidente que estamos diante de uma operação ilegal de espionagem, aprovada por um juiz que repete os métodos autoritários de Sérgio Moro, próprios de uma ditadura, cujos objetivos podem ser dois: buscar informações sobre as atividades dos dois políticos ou intimidar opositores do presidente Bolsonaro.


Em qualquer dos casos, estamos diante de um atropelo inadmissível numa democracia.
A Associação Brasileira de Imprensa protesta duramente contra esse procedimento e exige a punição dos responsáveis, na forma da lei.

Paulo Jeronimo
Presidente da ABI

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