sexta-feira, 11 de março de 2022

Boris Casoy e sua participação no grupo neonazista CCC

Há muitos anos circula a informação de que o jornalista Boris Casoy, aquele que, no Jornal da Band de 31 de dezembro de 2009, humilhou dois garis que desejavam "feliz ano novo" na abertura do programa, integrou o grupo de extrema direita Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Mas eu, particularmente, nunca tinha me dado ao trabalho de verificar qualquer coisa nesse sentido. Até que caiu em minhas mãos uma edição da revista O Cruzeiro de 09 de novembro de 1968.

Reportagem de Pedro Medeiros intitulada "CCC ou o Comando do Terror", lista, entre os terroristas adoradores de Hitler e defensores da ditadura militar no Brasil, o jovem estudante de direito "Boris Cazoy ou Kassoy", que "conclamou os alunos do Mackenzie a tomar a USP, de cuja invasão participou.".

Medeiros se referia ao episódio em que estudantes de direito do elitista Mackenzie e da própria USP atacaram colegas da Universidade de São Paulo, especialmente os da faculdade de filosofia, com armas pesadas e auxílio policial. É uma das mais conhecidas ações do CCC. 

Naquele 31 de dezembro de 2009, Boris disparou: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho." Ele pensava que seu microfone estivesse desligado.

Vídeo em que Boris Casoy humilha garis

Assim, na surdina, ele agia também no grupo neonazista, segundo a reportagem de O Cruzeiro. "Andava armado mas, segundo os colegas, é incapaz de atirar em alguém. Mora na Rua Itapeva. Acham-no mole com os comunistas", diz o texto.

Casoy em 1968 (O Cruzeiro)
A propósito, o subtítulo da matéria é: "São muitos, a organização é grande. Nos seus feitos estão os ataques aos artistas de RODA VIVA e à USP. Todos são violentos. Alguns, covardes".

O CCC, que recebia a retaguarda do Exército, forças policiais e do governo ditatorial brasileiro, foi responsável por atentados à bomba, depredações, sequestros, torturas e assassinatos. Poucos, talvez nenhum dos terroristas, foram punidos.

Em 2010, Pedro Medeiros deu uma entrevista afirmando que os nomes que listou como integrantes do CCC não tiveram suas participações necessariamente comprovadas. Eles constavam de uma agenda que ele roubou de um dos membros.

O comportamento do colunista da CNN, porém, ao longo de sua trajetória na TV, traz veracidade à informação. Quem mais odeia os pobres do que a extrema direita? O que pensam os bolsonaristas de carteirinha sobre quem diverge de suas opiniões de manada? Quem não se lembra da entrevista que Casoy, ainda na Rede TV, fez com Flávio Bolsonaro, no auge das denúncias de rachadinha, sem fazer absolutamente nenhuma menção ao caso?

Felizmente, apesar de tudo, estamos em outra fase civilizatória no Brasil. Caso contrário, esses fantasmas que o bolsonarismo ressuscitou das trevas poderiam fazer mais estragos do que já fazem.

2 comentários:

Anônimo disse...

…seu desaparecimento viria a preencher uma lacuna!

EMANUEL BONFANTE DEMARIA JUNIOR disse...

Nazista vagabundo!