quinta-feira, 1 de junho de 2023

O óbvio: médico que receitou sorvete e Free Fire quis humanizar atendimento. Mas imprensa preferiu crucificar

O caso do médico Marcos Wesley Silva, duramente criticado pela imprensa por receitar "sorvete de chocolate e Free Fire" para um menino com dor de garganta revela que o jornalismo não aprende com seus erros. Baseado na reação da mãe do menino, todos os veículos de comunicação em que eu acompanhei o assunto trataram o caso como deboche e falta de profissionalismo do médico.

Particularmente, desde o primeiro momento ficou claro pra mim - e pra qualquer um que quisesse evitar sensacionalismo e pré-julgamentos - que se tratava de uma medida para humanizar o atendimento. Até porque, a receita também trazia todos os medicamentos indicados para o problema relatado. A própria mãe do garoto, quem primeiro mostrou indignação com a receita, confessa que o médico chegou a perguntar para o menino se ele preferia sorvete de morango ou chocolate, numa clara intenção de se aproximar do paciente.

Mas a imprensa fez tanto escândalo que Marcos Wesley chegou a ser demitido pela prefeitura de Osasco. Demissão, felizmente, revista pelo prefeito Rogério Lins (Podemos).

Desmascarada, agora a imprensa diz que o caso "levantou discussão se o atendimento foi humanizado ou debochado". Mentira. Trataram o caso como deboche o tempo todo no primeiro momento. Agora, colegas jornalistas - que deveriam ter feito isso antes - apressam-se a dizer que instituições de saúde prescrevem alimentos gelados para combater a dor de garganta - uma ideia contrária ao senso comum, mas cientificamente comprovada. 

Mais cuidado da próxima vez, colegas. Foi feio. 

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