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terça-feira, 5 de maio de 2020

Artistas e jornalistas criam Inumeráveis, um memorial para vítimas da Covid-19



A mineira Eunice Farah era alegre. Muito alegre. Venceu uma batalha contra um câncer de laringe, com sessões de quimioterapia e bombas de medicamento, sem lamentar. Apaixonada pelo carnaval, buscava conforto e alívio na música. Ecumênica, frequentava o centro espírita às terças e, aos domingos, a igreja evangélica. A fé de dona Eunice era na vida e nas pessoas. Aos 77 anos, deu entrada no hospital com sintomas leves e não saiu mais.

Dona Eunice é uma das histórias dos mais de 7 mil brasileiros que perderam a vida por causa do novo coronavírus até agora. O Brasil tem a maior taxa de contágio por coronavírus do mundo, segundo estudo do Imperial College de Londres.

O projeto Inumeráveis, lançado em 30 de abril, nasce justamente com o intuito de reverter a lógica fria pela qual a pandemia está sendo tratada no Brasil. Por trás dos números em crescimento, por trás de falas e atitudes irresponsáveis de governantes, estão histórias de milhares de brasileiros. O Inumeráveis é dedicado à memória às vítimas do novo coronavírus no Brasil. O memorial nasce com a missão de valorizar, em forma de registros históricos, cada uma das vidas perdidas em função da pandemia do coronavírus no Brasil.

A ideia do Inumeráveis é montar uma rede voluntária de jornalistas, estudantes, escritores e contadores de história, de Norte a Sul do país, para narrar as histórias de forma sensível, pessoal e respeitosa às peculiaridades da vida de cada vítima, estimulando um processo reconfortante. As contribuições serão concentradas numa plataforma digital.

"O Inumeráveis nasce do incômodo em perceber que nas tragédias humanitárias pela qual a humanidade passa, transformamos as vidas perdidas apenas em números e estatísticas. Pandemias, guerras, genocídios, desastres recentes como Brumadinho. Não valorizamos, não registramos a vida, a história de cada única pessoa que todos nós perdemos. Hoje temos tecnologia e um sistema distribuído que pode colaborar para termos a ambição de registrar 100% das histórias, de cada pessoa" - explica Rogério Oliveira, empreendedor social e um dos idealizadores do Inumeráveis.

A plataforma digital permite duas possibilidade de colaboração:

a) direcionada para jornalistas, estudantes de jornalismo e outros profissionais que queiram reportar uma história;

b) e outra direcionada para familiares e amigos que gostariam de prestar uma homenagem à vítima.

Os voluntários serão auxiliados pela plataforma moderadora desenvolvida para captar de forma aberta e integradora os registros de histórias já realizados.

Além do memorial digital, a ideia é materializar o Inumeráveis por meio de uma instalação artística em local público e aberto ao ar livre, assim cada nome das vidas perdidas terá também seu lugar físico.

"Todos os dias ouvimos um novo número de pessoas que morreram vítimas do coronavírus no Brasil. Só que números não penetram o coração como histórias. Não há quem goste de ser número. Gente merece existir em prosa" - explica Edson Pavoni, artista plástico e um dos idealizadores do projeto.

Inumeráveis é uma obra do artista Edson Pavoni em colaboração com Rogério Oliveira, Rogério Zé, Alana Rizzo, Guilherme Bullejos, Giovana Madalosso, Jonathan Querubina e os jornalistas e voluntários que continuamente adicionam histórias à este memorial.

Confira as histórias em http://inumeraveis.com.br/

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Abraji e GIJN lançam primeira comunidade global de jornalistas que falam português


A Abraji e a Global Investigative Journalism Network (GIJN) lançam nesta segunda-feira, 13.ago.2018, a GIJN em Português, a primeira comunidade do mundo de jornalistas que trabalham em língua portuguesa. A parceria inédita tem o objetivo de fomentar e difundir técnicas, tutoriais e o melhor da produção jornalística de países como Portugal, Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, além de outras regiões em que o português é falado.
A GIJN é hoje o maior centro de apoio à prática de jornalismo investigativo no mundo. A rede oferece de graça recursos para que jornalistas de qualquer lugar do mundo possam desenvolver investigações e trabalhos baseados em dados com mais eficiência. Cada vez mais, a rede compartilha conhecimento sobre inovação e empreendedorismo no jornalismo. Fundada em 2003, tem 163 integrantes, todos organizações jornalísticas sem fins lucrativos voltadas para a produção ou o fomento do jornalismo investigativo, em mais de 70 países, em todos os continentes.
A Abraji é um desses membros, o único em toda a comunidade de países que têm o português como língua oficial.
Com a parceria, a missão da Abraji será impulsionar a difusão de boas práticas, exemplos e técnicas de jornalismo investigativo para toda a comunidade lusófona, por meio de duas contas, no Twitter (@gijnportugues) e no Facebook (www.facebook.com/GIJN-em-portugues), que serão abastecidas diariamente.
Nesses perfis, serão indicados grandes exemplos de reportagens investigativas produzidas por repórteres e editores dos países que falam português. Também estarão no radar dicas e iniciativas relacionadas a jornalismo de dados; eventos, bolsas e outras oportunidades profissionais em jornalismo investigativo; bastidores de apurações; técnicas de investigação e dicas de ferramentas úteis para jornalistas; e análises sobre o mercado de mídia que impactem o jornalismo investigativo, entre outros.
Conteúdos originalmente produzidos em outras línguas também serão recomendados nas redes sociais, mas acompanhados de informações em português, uma maneira de atender quem não domina o inglês ou outros idiomas.
O site da Abraji também trará o melhor do conteúdo da GIJN traduzido pela primeira vez para o português. Até agora, a GIJN gerava conteúdos em inglês, árabe, chinês, francês, russo e espanhol.
"A troca de informações e experiências entre profissionais e organizações de diferentes países é fundamental para criar e reforçar redes supranacionais de jornalismo investigativo", afirma o presidente da Abraji, Daniel Bramatti. "Outro aspecto importante da parceria é a ênfase na formação e no aprimoramento profissional, algo que a Abraji incentiva desde a sua criação, em 2002."
Para o diretor-executivo global da GIJN, o jornalista David Kaplan, a atenção ao mundo de língua portuguesa era um passo natural. “Era nosso próximo passo lógico”, avalia Kaplan. “Como a sexta língua mais falada do mundo, o português é um portão de entrada vital para que possamos alcançar e integrar a redes globais os nossos colegas no Brasil, na África, na Europa e em outros locais ao redor do mundo. Oligarcas e criminosos se tornaram internacionais faz tempo. É hora de os jornalistas correrem atrás e criarem redes que os ajudem a se conectar para além de fronteiras e a ter acesso a dicas e ferramentas mais atuais”. 
Segundo Kaplan, a presença de canais em português nas redes sociais da GIJN será “o primeiro passo na oferta de vários recursos em português sobre jornalismo investigativo para colegas de todo o mundo”.
O editor da GIJN Português é o jornalista Breno Costa. Breno trabalhou por seis anos como repórter investigativo na Folha de S.Paulo e é fundador e diretor do BRIO, que oferece mentorias individualizadas e outros serviços a jornalistas no Brasil. Experiente no acompanhamento e na curadoria desse universo do mercado de jornalismo e da mídia, ele concentrará esforços em levar informações relevantes e atuais para a rede da GIJN nos países de língua portuguesa. 
“Hoje, infelizmente, a maioria dos jornalistas brasileiros não têm acesso a referências importantes, práticas e teóricas sobre o jornalismo investigativo e o mercado no qual ele se insere globalmente. Nosso objetivo será o de ajudar a derrubar essas barreiras e fomentar uma cultura de mais atenção ao que se produz e ao como se produz em jornalismo investigativo”, afirma Breno. 
A GIJN em Português nasceu de uma conversa entre David Kaplan e Guilherme Amado, vice-presidente da Abraji, nos Estados Unidos, em março deste ano. Amado vem se propondo a criar maneiras de melhorar a colaboração de jornalistas brasileiros com colegas em todo o mundo.
“Compartilhamos, além da língua, uma série de outras características com os povos que também falam português. Existe um milhão de histórias esperando a colaboração entre colegas que falam português para serem contadas. Empresas que atuam em diversos desses mercados, rotas de imigração em plena atividade, semelhanças culturais e étnicas, episódios da nossa História que nunca foram explorados pelo jornalismo. Espero que a GIJN Português seja um vetor para aumentar essa colaboração”, defende Amado.
(*) Da assessoria

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Três instituições estrangeiras oferecem bolsas de estudo para jornalistas

Universidade de Toronto, Deutsche Welle, empresa Alemã de radiodifusão, e Universidade de Oxford, na Inglaterra, estão com inscrições abertas com bolsas de estudos para jornalistas - atuais ou futuros. As informações são do Comunique-se e da Abraji.

A jornalista Anna Nicolaou é ex-bolsista (F: Divulgação)
Profissionais de qualquer área que querem trabalhar como jornalistas podem se inscrever para a bolsa de estudos em Global Journalism, na Munk School of Global Affairs, da Universidade de Toronto. Bolsistas serão orientados por um jornalista profissional e trabalharão como freelancers, além de receberem aulas e palestras sobre jornalismo. É necessário ter fluência em inglês para participar do programa. Inscrições podem ser feitas até 19 de fevereiro.

Para mais informações, clique aqui.

Já a Deutsche Welle está com as inscrições abertas para candidatos interessados em realizar o curso de mestrado International Media Studies (IMS). Interessados em realizar o mestrado devem realizar a candidatura até o dia 31 de março de 2016. O curso tem duração de dois anos e é oferecido em parceria com a Universidade de Bonn e a Universidade Bonn-Rhein-Sieg. A programação é oferecida em alemão e inglês e oferece temas como mídia e desenvolvimento, jornalismo, ciência da comunicação e meios de comunicação. O DAAD (German Academic Exchange Service) oferece bolsas de estudo para o curso IMS, através do programa EPOS (Development Related Postgraduate Courses). Para participar deste programa é necessário ter 2 anos de experiência, no mínimo, e ter se formado na graduação há menos de 6 anos. Saiba mais sobre o programa de bolsas clicando aqui.

Para mais informações clique aqui.

A Universidade de Oxford está com as inscrições abertas para a bolsa de estudos do Reuters Institute of Journalism. O prazo de inscrição é até o dia 31 de janeiro. Ao todo serão 25 bolsistas, que podem participar dos programas de pesquisa por 3, 6 ou 9 meses. O programa visa a pesquisa e exploração em tópicos como jornalismo e negócios, o futuro do jornalismo e a relação entre jornalismo e accountability.

Interessados devem ser fluentes e inglês e ter, no mínimo, 5 anos de carreira.

Para mais informações (em inglês), clique aqui.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Jornalistas poderão comunicar ameaças e receber proteção do governo

Parceria entre a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) no projeto SOS Jornalista busca criar um mecanismo pelo qual os comunicadores, vítimas de qualquer tipo de violência, poderão denunciá-la e receber proteção do Estado.

Segundo o site Comunique-se, há um mês, a ABI vem negociando com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça um Termo de Cooperação para estabelecer um canal oficial no governo, para onde essas denúncias de violência poderão ser encaminhadas. As expectativas são de que o documento seja firmado até meados de novembro.

Leia a reportagem completa no Comunique-se.