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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Associação de Obstetrícia emite nota de repúdio ao "estupro moral" contra Mariana Ferrer

 A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) emitiu uma nota de repúdio contra os fatos ocorridos durante audiência judicial em que a influencer Mariana Ferrer foi atacada por um advogado sem interferência do juiz ou promotor no caso em que pede punição para o empresário André Camargo Aranha, acusado de estupro.

"São deploráveis e estarrecedores os trechos de vídeo da sessão", diz o texto. "A SOGESP repudia as agressões e humilhações às quais Mariana Ferrer foi submetida. Exige respeito a ela e a todas as mulheres e que as autoridades judiciais do País e a Ordem dos Advogados do Brasil tomem todas as medidas cabíveis para punição rigorosa ao advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, assim como envidem apuração minuciosa de eventual omissão de conduta do juiz Rudson Marcos, que presidia a audiência", cobra o documento.

Durante a audiência, o advogado Rosa Filho mostrou fotos de Mariana, postadas em redes sociais, que classificou de "ginecológicas", e mesmo o material não tendo absolutamente nenhuma relação com os fatos, não foi impedido pelo juiz nem questionado pelo promotor do caso.

A Sogesp lembra que a cada oito minutos uma mulher é estuprada no Brasil. "Quando os papéis se misturam, as vítimas não são acolhidas e os criminosos não são condenados abre-se caminho à barbárie. A SOGESP jamais calará diante de tal ameaça", conclui a manifestação.

Leia a íntegra da nota:

NOTA DE REPÚDIO SOGESP

Sobre o caso Mariana Ferrer

A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) vêm a público expressar indignação e repúdio ao estupro moral e psicológico praticado contra a influencer Mariana Ferrer durante audiência realizada na 3 Vara Criminal de Florianópolis, Santa Catarina, em setembro de 2020.

São deploráveis e estarrecedores os trechos de vídeo da sessão - parte do processo no qual o empresário André de Camargo Aranha responde por denúncia de estuprar Mariana Ferrer fisicamente, em dezembro de 2018 -, que vieram a público dias atrás, em reportagem do site The Intercept.  

A SOGESP repudia as agressões e humilhações às quais Mariana Ferrer foi submetida. Exige respeito a ela e a todas as mulheres e que as autoridades judiciais do País e a Ordem dos Advogados do Brasil tomem todas as medidas cabíveis para punição rigorosa ao advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, assim como envidem apuração minuciosa de eventual omissão de conduta do juiz Rudson Marcos, que presidia a audiência.

No Brasil a cada 8 minutos, segundo Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, uma mulher é estuprada. Em média, são cerca de 900 mil casos ao ano. Frente a situação de tamanha gravidade, é imperioso, por parte de todos os órgãos de Justiça e de seus representantes, o papel de acolhimento das vítimas e de condenação de eventuais criminosos.

Quando os papéis se misturam, as vítimas não são acolhidas e os criminosos não são condenados abre-se caminho à barbárie. A SOGESP jamais calará diante de tal ameaça.