Cada
impressão digital identifica uma única pessoa. Por isso, a
biometria é usada nos principais documentos de identificação e é
uma importante aliada na solução de crimes. Infelizmente, falhas na
identificação biométrica em todo o mundo contribuem para a
vulnerabilidade do sistema, expondo a risco especialmente as
crianças, que são as principais vítimas de sequestro, tráfico
internacional para exploração sexual e adoção ilegal. O Brasil é
o primeiro país do mundo a contar com uma tecnologia que
permite a identificação biométrica ainda na sala de parto, além
de estabelecer o vínculo inquestionável do bebê com a mãe.
O sistema foi desenvolvido pela startup brasileira Natosafe e
acaba de ser adotado pelo governo de Goiás, que será o
primeiro estado brasileiro a emitir ainda em agosto a carteira de
identidade com dados biométricos de um bebê em alta definição,
obtidos logo após seu nascimento.
“Esse é um grande passo para a humanidade, resultado de anos de
pesquisas e investimentos com o propósito de contribuir para a
segurança das crianças de todo o mundo. Goiás foi o estado
pioneiro na implantação da tecnologia e agora estamos em fase final
de homologação do primeiro documento com digitais em alta
definição, que irá garantir a identificação biométrica com uma
qualidade inquestionável desde o primeiro momento de vida da
criança”, explica o CEO da Natosafe, Ismael Akyiama.
Por meio do projeto Bebê IPASGO, que prevê a inclusão
automática de recém-nascidos ao sistema do plano de assistência em
saúde do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do
Estado de Goiás, o estado implantou a identificação biométrica
ainda na sala de parto. A plataforma utilizada chama-se INFANT.ID e
faz captura, análise e exportação de digitais em alta
definição, além de envio e disponibilidade das imagens
coletadas para o instituto de identificação, desde o minuto
zero de vida de uma criança.
A solução é capaz de gerar um vínculo único entre
recém-nascidos e mães e as informações coletadas são enviadas
para as autoridades públicas. O scanner utilizado pela plataforma
foi certificado pelo norte-americano FBI (Federal Bureau of
Investigation), a maior agência policial do mundo. A ação integra
o projeto de Identificação Neonatal da Secretaria de Segurança
Pública (SSP-GO), que pretende implantar a biometria
neonatal em todos os municípios goianos.
No Ipasgo, a primeira etapa do projeto teve início em junho desse
ano. A inciativa permite a emissão da certidão de nascimento com
CPF e a verificação de reconhecimento biométrico junto da mãe,
antes de receberem alta da maternidade. Todos os dados coletados são
enviados à base de identificação biométrica da Polícia Civil e
posteriormente usados para a emissão da carteira de identidade.
“Essa solução tem o propósito de contribuir para um mundo mais
seguro. Oito milhões de crianças desaparecem no mundo todos os
anos. No Brasil, são cerca de 50 mil por ano. Além disso, um terço
das crianças não existem no mundo, ou seja, não têm evidências
de seu nascimento, o que amplia ainda mais a vulnerabilidade delas”,
ressalta Ismael Akyiama.
A solução atende os requisitos de compatibilidade,
rastreabilidade, unicidade e segurança da informação, capturando
os dados automaticamente por meio de algoritmos inteligentes. A
tecnologia foi desenvolvida para ser usada por maternidades,
hospitais, postos de vacinação, clínicas médicas, centros e
institutos de identificação, cartórios de registro civil e até no
controle de fronteiras.