Entre julho e agosto, estado registrou áreas com seca fraca,
moderada, grave e extrema, totalizando 97% do território goiano.
Este é o maior percentual do fenômeno em Goiás desde sua entrada
no Mapa do Monitor em junho deste ano
A última atualização do Monitor
de Secas aponta que em Goiás, em agosto, os
indicadores de curto prazo apontam para uma condição de piora na
severidade da seca, que foi registrada em seu nível grave, passando
de 24,98% para 40,39% do território goiano entre julho e agosto.
Também houve aumento das áreas com seca fraca e moderada e da área
total com o fenômeno, que subiu de 93,36% para 97,71% na comparação
entre os últimos dois meses. Este é o maior percentual desde a
entrada de Goiás no Mapa do Monitor em junho deste ano. Os impactos
agora são de curto e longo prazo.
O Mapa do Monitor de agosto registra o aumento das áreas com
seca em 12 das 19 unidades da Federação acompanhadas: Alagoas,
Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. A redução
de áreas com o fenômeno aconteceu somente na Bahia e no Espírito
Santo, sendo que o Distrito Federal se manteve sem seca. Enquanto
Mato Grosso do Sul manteve 100% de seu território com seca, os três
estados do Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina –
ainda não podem ter sua situação comparada com meses anteriores
porque estreiam no Mapa do Monitor de agosto, que é o mais recente.
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Mapa comparativo aponto piora na situação do Centro-Oeste (Fonte: Monitor de Secas) |
Em termos de severidade do fenômeno, oito estados tiveram o
agravamento da seca entre julho e agosto: Bahia, Goiás, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
Em outras oito unidades da Federação, o grau de severidade da seca
se manteve: Alagoas, Ceará, Distrito Federal (sem seca), Espírito
Santo, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Ainda
não é possível fazer tal comparação para os três estados do
Sul.
Clique
aqui para verificar a situação de agosto de 2020 em todos os
estados com o Monitor de Secas.
Mês seco
Em termos climatológicos, agosto é um mês seco nas unidades da
Federação que compõem o Mapa do Monitor, exceto no litoral leste
do Nordeste e em grande parte do Sul. Em muitos desses locais, os
valores climatológicos de precipitação são inferiores a 20mm:
Piauí, Ceará, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais,
norte de Mato Grosso do Sul, centro-sul do Maranhão e oeste do Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Por outro lado, agosto
é o último mês do período chuvoso no litoral leste do Nordeste,
na faixa que se estende desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, com
valores de precipitação mensal acima de 150mm. No Sul a
precipitação esperada varia, em média, de 50 a 150mm.
As maiores precipitações registradas em agosto, acima de 200mm,
ocorreram no Paraná, em parte do noroeste do Rio Grande do Sul, bem
como no extremo sul e em parte do leste do Mato Grosso do Sul. Totais
mensais acima de 150mm foram observados em Santa Catarina (exceto no
extremo sul e serra catarinense) e em boa parte do litoral leste do
Nordeste (desde Pernambuco até a Bahia). Em grande parte dos estados
em que agosto é um dos meses mais secos do ano, houve ausência de
precipitação ou acumulados inferiores a 2mm.
As chuvas em agosto ficaram em torno da média em uma grande parte
dos estados monitorados no Sudeste, Tocantins e Goiás. Precipitações
acima da média foram observadas no Paraná, sudoeste e centro-leste
de Mato Grosso do Sul e no leste da Bahia. As chuvas abaixo da média
foram registradas sobretudo no sul de Santa Catarina, no sudoeste
gaúcho e na faixa leste do Rio Grande do Norte até Alagoas.
Monitoramento contínuo
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade
das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos
impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto
prazo são para déficits de precipitações recentes até seis
meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa
ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de
políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto
pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto
pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para
dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor agora abrange
as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do
Nordeste, os três do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O
processo de expansão continuará até chegar a todas as unidades da
Federação. O projeto tem como principal produto o Mapa do
Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos
estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições
parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas
e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido
conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais
ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na
autoria e validação dos mapas. Em Goiás, a Secretaria do Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) é o órgão que atua
no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível
comparar a evolução das secas nos 18 estados e no Distrito Federal
a cada mês vencido.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas
atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por
esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia
já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são
afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão
da ferramenta para incluir outras regiões.
O Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de
acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma
de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos
indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de
autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão
final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as
categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em
relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do
fenômeno.