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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Mais de 6 milhões de brasileiros defendem pautas comparáveis às do Taleban

No Brasil, 6,4 milhões de adultos se identificam com o ideário defendido pelo Taleban, a milícia radical islâmica que voltou ao poder no Afeganistão. Para chegar a esse resultado, o Instituto Locomotiva apresentou três afirmações aos entrevistados. Os que concordaram com todas as três posições formam o nicho ultraconservador nacional e podem ser considerados irmãos de fé dos Talebans. As afirmações foram as seguintes:

- O Estado brasileiro deve ser cristão (24% do total de entrevistados concorda);

- Mais pessoas deveriam ter acesso ao porte de armas (28% do total de entrevistados concorda)

- Mulheres são melhores para realizar tarefas domésticas” (17% do total de entrevistados concorda).

O recorte representado pelas três afirmações está na essência do Taleban, grupo fundamentalista armado que defende um Estado religioso e a total submissão das mulheres. “O resultado não chega a surpreender. A onda conservadora cresceu no mundo nos últimos anos e mostrou a sua cara”, explica Renato Meirelles, presidente do Locomotiva. “Mas, não deixa de ser chocante constatar que, mesmo pequeno, temos uma espécie de Taleban à brasileira”.

Dentre os 6,4 milhões de radicais verde-amarelos, 60% são homens, 8 em cada 10 possuem até o ensino superior e 56% têm mais de 45 anos. Em uma escala de autoclassificação ideológica, 50% se consideram de direita, 17% se dizem de esquerda e 5% de centro, enquanto 28% não sabem se classificar. Para 70% desse público, “casais do mesmo sexo não devem ter o direito de se casar”, 67% acham que “a bíblia tem a receita completa do que é certo e do que é errado”, 63% acreditam que “cotas para negros nas universidades prejudicam a sociedade”, 54% consideram que “a polícia precisa ser violenta para combater bandidos” e 43% acham que “em 1964 os militares fizeram uma revolução que foi boa para o Brasil”.

“As ideias defendidas pelos Talebans brasileiros estão em linha com a pauta conservadora nos costumes e de desmonte de conquistas sociais do atual governo, mas longe de serem hegemônicas na sociedade. Esse é mais um ponto de fricção dos muitos que o País vem enfrentando nos últimos tempos”, diz Meirelles.

A pesquisa foi feita entre os dias 15 e 22 de julho. A amostra é composta de 2.420 entrevistas em 71 cidades do país, com homens e mulheres a partir dos 16 anos. A margem de erro é de 1,9 pontos percentuais.