A
partir deste mês, com a entrada de Goiás e do Distrito Federal, o
Centro-Oeste passa a contar com o acompanhamento do Monitor
de Secas. Segundo o Mapa do Monitor de junho, as duas unidades da
Federação apresentaram realidades opostas no último mês em termos
de secas. Isso porque o Distrito Federal foi a única das 15 unidades
da Federação monitoradas a não registrar o fenômeno em junho,
enquanto Goiás teve a maior área com seca grave (22,82%)
identificada pelo Monitor e 93,36% de seu território apresentou as
intensidades fraca, moderada e grave do fenômeno – o maior
percentual entre as 15 unidades da Federação acompanhadas pelo
Monitor no último mês.
Em Goiás, as chuvas abaixo da média nos últimos meses,
principalmente no sul, noroeste e centro goiano têm contribuído
para a piora dos indicadores de seca. Desse modo, houve um aumento da
área de seca fraca e seca moderada em direção à divisa com Minas
Gerais, baseado nos indicadores combinados de curto e de longo prazo.
Também ocorreu um aumento da área de seca grave em direção ao
noroeste, com as evidências baseadas nos indicadores de seca.
Com as chuvas de junho, o Monitor de Secas registrou uma redução
das áreas com o fenômeno em sete estados: Alagoas, Bahia, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado,
houve o aumento das áreas com o fenômeno em cinco estados: Ceará,
Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em
Tocantins a área se manteve estável. No caso do Rio de Janeiro, que
entrou no Mapa do Monitor em junho, foi registrada seca pela primeira
vez no estado. Assim como aconteceu em maio, no mês passado todas as
15 unidades da Federação apresentaram partes de seus territórios
sem registros de seca.
Em cinco estados houve a redução da gravidade das secas: Bahia,
Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Em Alagoas, Ceará,
Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte continuam existindo
somente áreas com seca fraca. Em Tocantins, a severidade do fenômeno
permanece variando de fraca a grave em mudanças em relação a maio.
Já no Piauí aconteceu um leve aumento da área com seca moderada,
enquanto no Rio de Janeiro foi identificada uma porção com seca
fraca. Como é a primeira vez que DF e Goiás constam do
acompanhamento, ainda não é possível comparar a situação de
ambos em relação a meses anteriores.
O mês de junho faz parte do período chuvoso no leste do
Nordeste. Também integra o período seco em grande parte do
centro-norte e oeste nordestino, assim como na região Centro-Oeste.
De acordo com a climatologia do último mês, os maiores volumes de
precipitação, com valores acima de 150mm, ocorrem no noroeste do
Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Volumes inferiores a 20mm
são esperados tanto para o interior da região Nordeste quanto para
maior parte de Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além do Distrito
Federal.
Em junho de 2020, precipitações com acumulados superiores a
150mm ocorreram no noroeste do Maranhão e em grande parte do litoral
leste nordestino. Já as menores precipitações aconteceram no
interior do Nordeste, bem como nos estados da parte central do
Brasil, o que resultou na caraterização do período seco nessas
áreas.
Quando analisados os últimos meses, há um predomínio de chuvas
acima da média no Nordeste, o que vem contribuindo para uma contínua
redução da severidade e das áreas de seca na maior parte desta
região, onde agora predominam condições que variam desde sem seca
relativa até seca fraca. Porém, devido à grande variabilidade das
chuvas, ainda há pequenas áreas de seca com intensidade variando de
moderada a grave. Toda a seca na região possui impactos somente de
longo prazo.
O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional,
abrangendo quatro das cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove
estados do Nordeste mais Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Tocantins, Goiás e Distrito Federal – estes dois
incluídos neste mês no Mapa do Monitor. Tanto Mato Grosso do Sul
quanto os três estados da região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina) já receberam treinamento e iniciaram a etapa de
testes para entrar no Monitor, o que já pode acontecer nos próximos
meses.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade
das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos
causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de
curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis
meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.
Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de
políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto
pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto
pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para
dispositivos Android e iOS. Clique
aqui para verificar a situação de junho de 2020 em todos os estados
com o Monitor de Secas.