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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Empresas começam a exigir comprovante de vacina para candidatos

Com o avanço da vacinação, algumas empresas já estão com a política de volta aos escritórios, mesmo que de forma híbrida e, por isso, para as contratações estipularam a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacina.

Na Luandre, uma das maiores consultorias de RH do país, essa passou a ser uma exigência no processo seletivo de alguns contratantes. “O movimento ainda não é dominante, mas alguns empregadores têm sim exigido o comprovante de vacinação como um dos requisitos para que os candidatos passem para as próximas etapas”, afirma Gabriela Mative, superintendente de seleção da Luandre.

Entre os principais motivos está o fato de a vacinação ser categorizada como um equipamento de proteção coletiva (EPC), ou seja, o profissional que não estiver vacinado pode colocar em risco a saúde de seus colegas e, caso o setor lide diretamente com o público, dos clientes.

“É tarefa do empregador promover um ambiente seguro de trabalho a todos, por isso, a empresa que define a obrigatoriedade da vacina entre os colaboradores, precisa aplicar a mesma medida no processo seletivo”, diz Gabriela.

A Portaria 597/04, do Ministério da Saúde, artigo 5º, § 5º, já autorizava a exigência da apresentação do comprovante de vacinação, “Para efeito de contratação trabalhista, as instituições públicas e privadas deverão exigir a apresentação do comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o calendário e faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria” Lei 13.979 de 06/02/2020.

Ainda não existe consenso entre os especialistas sobre até que ponto as empresas podem obrigar os funcionários a se imunizar contra a covid-19. A lei 13.979, no entanto, permite que autoridades adotem a realização compulsória da vacinação e outras medidas profiláticas para enfrentamento da emergência de saúde pública, desde que com base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas de saúde. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) já deu ganho de causa a favor da constitucionalidade da medida em dois casos.

Segundo a especialista da Luandre, a vacinação pode assim ser considerada interesse coletivo. “Acreditamos que mais empresas comecem a exigir o comprovante, na medida em que a vacina seja disponibilizada para toda população e conforme os colaboradores forem retornando ao trabalho presencial”, completa.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Internautas fazem vídeo para trollar negacionistas que renegaram, mas tomaram vacina

Paulo Guedes recebe Coronavac (Reprodução)
O bom, o excelente da internet é que tudo fica registrado. As barbaridades, contradições e insanidades de bolsonaristas são desmascaradas diariamente com o auxílio da tecnologia. E eles não se cansam de passar vergonha. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra três exemplos de negacionistas que, apesar de renegarem a vacina e minimizarem a gravidade da Covid-19, como faz diariamente o insano Jair Bolsonaro, correram para uma unidade de saúde assim que a vacinação para seu grupo foi liberada.

"Eu não quero tomar essa vacina. Sabe, eu não sei de onde vem", diz um fanfarrão Sikêra Jr para, logo após, dizer que "vem da China". "Quem quiser tomar pode tomar na jaca, porque eu não vou tomar, não", garantiu em seu programa da Rede TV. Em 17 de abril, Sikêra recebeu, em Manaus, a primeira dose da, vejam só, Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.

Assista ao vídeo:

O bispo Edir Macedo, que havia desencorajado seus fiéis a se preocupar com a doença, também aparece no vídeo. Ele e a mulher se vacinaram em Miami, nos Estados Unidos, com o imunizante Jansen, único com a aplicação de apenas uma dose.

O Posto Ipiranga de Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes, é outro ironizado na produção. Ele, que apareceu em vídeo atribuindo à China a criação do coronavírus e afirmando que a vacina chinesa não é eficiente, também aparece se vacinando. A profissional de saúde deixa claro: "Seringa preenchida, 0,5 de Coronavac, tá bom". "Ok", responde um constrangido Paulo Guedes.

"Só a vacina protege todo mundo. Todo mundo mesmo", alerta a publicação. Parece que, para bolsonaristas negacionistas, cloroquina e ivermectina é só para os outros, não?


quinta-feira, 10 de junho de 2021

Rogério Cruz recebe vacina contra covid-19

Cruz é vacinado na UPA Jd. América (F: Jackson Rodrigues)
O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) tomou hoje a primeira dose da vacina Pfizer contra a covid-19. Acompanhado da primeira-dama, Telma Cruz, e do secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, Rogério recebeu o imunizante na UPA do Jardim América após agendamento pelo aplicativo Prefeitura 24 Horas. Ele tem 54 anos. A prefeitura de Goiânia começou a vacinar esta semana a população em geral com idade superior a 52 anos. 

Goiânia já vacinou 448.514 com a primeira dose e 213.154, totalizando 14,1% da população totalmente imunizada.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Usuários do Twitter criticam falta de resposta do governo aos e-mails da Pfizer e marcam governadores

Com base em 646.229 publicações no Twitter, entre 30 de maio e 07 de junho de 2021, a ferramenta Knewin Social identificou os termos mais comentados na mídia social: "Vacina" (332 mil tuítes), vacinação (123 mil tuítes). As hashtags mais utilizadas foram: #vacinaparatodos (17 mil tuítes) e #covid19 (13 mil tuítes). O pico de 92.573 menções ocorreu no dia 07 de junho quando houve mudanças nos calendários de vacinação pelo país.

De acordo com o estudo da Knewin, empresa de tecnologia especializada em monitoramento de mídia, entre os comentários com mais repercussão estão aqueles que remetem à falta de resposta do governo para os e-mails da Pfizer, aos resultados dos estudos feitos em Serrana (SP) e às críticas ao governo pela falta das vacinas e pelos atrasos na campanha de vacinação. A corrida para vacinar toda a população adulta também se tornou pauta entre os usuários. Com a declaração feita pelo governador de São Paulo, João Doria, de vacinar todos os maiores de 18 anos até outubro, os usuários passaram a comentar e marcar os governadores de seus respectivos estados.

Já na imprensa, comparando os cinco primeiros meses de 2021, a pauta da vacinação se manteve constante nas redações jornalísticas pelo país. De abril a maio houve uma pequena queda de 2,02% no número de matérias publicadas. Mesmo assim, o interesse dos jornalistas e do público sobre a vacina e seus desdobramentos permanece alto.

"Vacinação é um tema extremamente importante para todos nesse atual cenário pandêmico, o que acaba movimentando o Twitter. É por isso que a Knewin vem realizando uma série de levantamentos com dados e informações úteis à sociedade e às empresas de diversos segmentos para que elas possam tomar decisões mais assertivas e embasadas", afirma o CEO da Knewin, Lucas Nazário.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Vacinação de pessoas com comorbidades em Goiânia começa nesta quarta

Goiânia passa para a próxima fase de vacinação contra a Covid-19 nesta quarta-feira (5) incluindo as pessoas com comorbidades. Para esse grupo o atendimento será exclusivamente agendado pelo aplicativo Prefeitura 24 horas em 12 postos distribuídos em todas as regiões da capital. Outros 12 postos de vacinação serão destinados para a continuidade da aplicação das primeira e segunda dose em idosos e para a primeira e segunda doses em trabalhadores da saúde. O Plano Municipal de Vacinação de Goiânia (PMV) segue os planos estadual e federal de vacinação.

Baixe aqui o Formulário para Vacinação do Grupo de Comorbidades

A vacinação de quem tem comorbidades ocorrerá em duas fases. A primeira vai ser para pessoas com Síndrome de Down, de 18 anos a 59 anos; pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise) de 18 a 59 anos; gestantes e puérperas com comorbidades, de 18 a 59 anos; pessoas com comorbidades, de 55 a 59 anos; e pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 55 a 59 anos.

A segunda fase, a ser iniciada logo após a conclusão da primeira, irá vacinar as pessoas com outras comorbidades contempladas nas definições do Ministério da Saúde organizadas por faixa etária de maneira decrescente; pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no BPC; gestantes e puérperas, independente de condições pré-existentes.

Postos de vacinação (por agendamento pelo aplicativo Prefeitura 24 horas)


· Distrito Leste

  • Upa Novo Mundo

  • Upa Chácara do Governador

· Distrito Sudoeste

  • CSF Residencial Itaipu

  • Ciams Novo Horizonte

· Distrito Noroeste

  • CSF Boa Vista

-CSF Novo Planalto

· Distrito Norte

  • CSF Jd Guanabara I

· Distrito Oeste

  • CSF São Francisco

  • CSF Vera Cruz II

· Distrito Sul

  • UPA Jd América

· Distrito Campinas-Centro

  • CSF Leste Universitário

  • CS Cidade Jardim

terça-feira, 20 de abril de 2021

Mais jovens graves nas UTIs no primeiro trimestre de 2021


A Rede Americas, braço médico-hospitalar do United Health Group Brasil, levantou o perfil do paciente COVID-19 em suas 18 unidades divididas entre as regiões Sudeste, Centro-Oeste, além do Norte e o Nordeste do país. O estudo comprovou um aumento de mais jovens graves nas Unidades de Terapia Intensiva do grupo, caso do Rio de Janeiro, com um salto 5.3%, em janeiro, para 14.7%, no mês de março, na faixa etária dos 18 aos 44 anos. Também chama a atenção, na capital Fluminense, as pessoas de meia idade (45 a 64 anos de vida) com aumento de 18% para 42%. Em São Paulo, no grupo dos 18 aos 44 anos, há um aumento de 17% para 19% e, de 37% para 45%, nos acometidos pela doença entre 45 e os 64 anos de vida.
 

Victor Cravo, coordenador nacional das Unidades de Terapia Intensiva da Rede Americas, analisa os dados e faz um comparativo com os meses de novembro e dezembro em que era percebido um aumento da gravidade predominantemente nos mais idosos. “Hoje, são os adultos jovens e de meia idade, que estão cada vez mais presentes nas nossas UTIs, o que pode ser atribuído ao relaxamento nas medidas de prevenção, como o distanciamento social, aumento das aglomerações e a redução quanto ao uso de máscaras, tão necessários enquanto não há vacina para todos”, avalia o especialista.  

Outra preocupação é a ausência de comorbidades nessa população jovem, que vem agravando devido à COVID-19. “Ainda há muito a ser pesquisado com relação aos problemas desencadeados pelo novo coronavírus, mas essa gravidade pode estar diretamente relacionada à carga viral mais alta somada à grande exposição, o que resultaria em uma capacidade menor de resposta do organismo dessa população”, observa Cravo.   

O estudo também traz um panorama do aumento de adultos nas unidades do Distrito Federal, Norte e do Nordeste do país, com uma escalada de 12% para 17,3%, entre as pessoas dos 18 aos 44 anos e uma queda naquelas pertencentes ao grupo dos 45 aos 64 anos de vida: de 42,2% para 35,2% nessa faixa de idade.   

Um dado positivo é a redução dos octogenários na maioria das UTIs do grupo, o que já pode ser considerado um reflexo da vacinação nessa faixa de idade (queda de 46% para 36%). “Por outro lado, no Nordeste e Distrito Federal, especificamente, ainda há aumento desse público na faixa etária dos 80 anos (de 8,4%para 13.3%)”, diz. 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Novo lote de vacinas chega a Goiás

Novo lote de 187.750 vacinas chegaram hoje a Goiânia para integrar a campanha de imunização do Estado contra a covid-19. As vacinas foram transportadas gratuitamente pelo avião solidário da Latam  do aeroporto de Guarulhos para Goiás e outros dez estados. Ao todo, a nova remessa somou 1.489.400 doses.

Do lote goiano, 111.750 são da CoronaVac e 76 mil da AstraZeneca. Os imunizantes serão utilizados para a vacinação de profissionais da saúde e segurança pública e idosos, em primeira e segunda doses.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Vacinômetro permite acompanhar distribuição e aplicação de vacinas em Goiás

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) disponibilizou hoje um painel próprio que permitirá que qualquer cidadão acompanhe informações atualizadas sobre a distribuição e aplicação das vacinas contra a Covid-19 em Goiás.

O Vacinômetro reúne informações produzidas pelo Ministério da Saúde quanto à aplicação das doses, e ainda dados detalhados sobre a distribuição e entrega promovidas pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A ferramenta permite filtrar e exportar as informações de cada município.


painel conta ainda com um mapa interativo que permite avaliar o percentual da população vacinada em cada município. A ferramenta revela que o avanço da vacinação nos municípios varia entre 4,22% e 33,06%.

O Observatório do Cidadão pode ser acessado pelo site do TCE/GO, ou pelo link: https://portal.tce.go.gov.br/vacinometro-goias

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

77% dos brasileiros apoiam obrigatoriedade de vacinação contra doenças infecciosas graves, aponta Ipsos

No Brasil e no mundo, o coronavírus foi citado como o maior problema que a saúde enfrenta atualmente

Ipsos Global Health Service Monitor 2020 é um levantamento com 20 mil pessoas de 27 países que lança luz aos principais desafios da saúde na opinião dos cidadãos do mundo, além de avaliações dos serviços de saúde de cada país. Um dos dados de destaque da pesquisa é que, para 77% dos entrevistados no Brasil, se vacinar contra doenças infecciosas graves deveria ser obrigatório; 10% discordam da afirmação e 13% não concordam e nem discordam. O percentual brasileiro que endossa a medida de imunização fica acima da média global de 64%, considerando todas as nações analisadas.

Entre os 27 países, aqueles cujos entrevistados mais acreditam que a vacinação deveria ser compulsória são: Malásia (86%), Argentina (82%) e Arábia Saudita (80%). O Brasil ficou empatado com o Chile (77%) em quinto lugar, logo atrás do Peru (78%). Por outro lado, Rússia (44%), Estados Unidos (50%), França (50%), Polônia (50%), Hungria (52%) e Japão (52%) são as nações que apresentam os índices mais baixos de concordância com a obrigatoriedade de tomar vacina contra doenças infecciosas graves.



Os maiores problemas da saúde no Brasil e no mundo

O resultado do levantamento consolidou a pandemia de Covid-19 como a grande vilã da saúde atualmente. Das 27 nações avaliadas, 26 acreditam que o coronavírus é a maior enfermidade que o povo de seu país enfrenta hoje. Apenas a Rússia responde diferente, colocando o câncer na primeira posição.

No ranking brasileiro, 82% citaram o coronavírus. O câncer e a saúde mental ficaram empatados com 27%, seguidos pelo estresse (18%) e pelo abuso de drogas (14%). Já os grandes problemas globais são: coronavírus (72%), câncer (37%), saúde mental (26%), estresse (21%) e obesidade (18%).

A pesquisa on-line foi realizada com 20.009 pessoas com idade de 16 a 74 anos em 27 países, entre os dias 25 de setembro e 09 de outubro de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Todos os dados do estudo estão disponíveis para download neste link: https://we.tl/t-krHZyP1NZq

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Vacinação: obrigatoriedade é constitucional e protege cidadãos

Mérces: vacinação é legal (F: Divulgação)
O assunto já tem o mínimo regimental de quatro votos para ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). A pauta: a obrigatoriedade de vacinação de crianças e adolescentes pelos pais. Afinal, o Estado pode obrigar o cidadão a manter seus filhos menores de idade imunizados? Até onde vai o poder de autoridade do Estado em relação à liberdade individual?

Para a especialista em Direito Médico, Mérces da Silva Nunes, não há dúvidas sobre o tema. "O limite entre imposições estatais e a autonomia individual das famílias é a Constituição". Segundo ela, a Constituição Federal estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a não ser em virtude da lei. "E a Lei nº 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente, impõe aos seus responsáveis legais o dever de proteger a saúde desta população. Ela dispõe que a vacinação das crianças é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, levando em conta que a proteção é indispensável para evitar que essa população fique doente, em decorrência de doenças para as quais há vacinas comprovadamente seguras e eficazes".

Confira entrevista com Mérces de Silva Nunes sobre o tema:

O STF está para julgar recurso extraordinário com agravo no qual se discute se os pais podem deixar de vacinar os seus filhos, tendo como fundamento "convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais". Hoje, o que diz a lei sobre a vacinação?

Mérces da Silva Nunes: O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) assegura o direito à vida e à saúde de crianças e adolescentes e impõe aos seus representantes legais o dever de proteger a saúde desta população, sob pena de responsabilidade. O parágrafo 1º do artigo 14, do ECA, dispõe que a vacinação das crianças é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. E a legislação assim determina porque a proteção das crianças e adolescentes é indispensável para evitar que essa população fique doente, em decorrência de doenças para as quais há vacinas comprovadamente seguras e eficazes e para impedir que essa mesma população não atue como agente propagador dessas doenças. O Programa Nacional de Imunização (Ministério da Saúde) dispõe sobre a vacinação infantil e estabelece que as vacinas já comecem a ser aplicadas ainda na maternidade, logo após o nascimento do bebê.

Em sua opinião, qual o limite entre imposições estatais (especialmente as relacionadas a saúde das crianças) e a autonomia individual de uma família?

Mérces da Silva Nunes: A Constituição Federal é o limite. O artigo 5º, inciso II dispõe que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei" e o inciso VIII, assegura que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;" Da interpretação conjugada dos referidos incisos infere-se que o limite da autonomia individual de uma família, em relação à vacinação obrigatória, é a Lei, o próprio comando normativo inserto no Estatuto da Criança e do Adolescente que, em seu artigo 14, §1º estabelece a obrigatoriedade da vacinação, nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Portanto, o Programa Nacional de Imunização (PNI/MS), que estabelece o cronograma de vacinação infantil obrigatória, dá efetividade ao ECA e deve ser concebido como verdadeiro instrumento de proteção da vida e da saúde da criança e do adolescente.

Sendo a decisão do STF de repercussão geral, ela incidirá sobre as demais instâncias. Caso a decisão seja favorável à liberdade individual da família, qual o prejuízo para a saúde pública isso poderia causar?

Mérces da Silva Nunes: Na hipótese de a decisão do STF favorecer o direito à liberdade individual da família em detrimento do interesse coletivo, haverá um sério e irreversível dano à coletividade. Primeiro, a própria Constituição Federal terá sido diretamente violada em disposições específicas contrárias a este posicionamento do STF que, na qualidade de guardião a CF, deveria ser o primeiro a procurar manter a integridade e a inviolabilidade da Lei Maior. Segundo, o próprio ECA terá sido violado em sua essência, que é a de proteger a vida e a saúde de crianças e adolescentes. Além disso, a a sociedade ficará injustamente exposta ao risco de contaminação por doenças que poderiam ser evitadas. E a eventual contaminação dessas crianças e adolescentes - que deixaram de ser imunizados - representará um ônus para a sociedade, pois o Sistema Único de Saúde deverá atender essa população e tratar as sequelas permanentes deixadas pelas doenças.