quarta-feira, 14 de junho de 2023

Bolsonarista, prefeito faz gesto debochando do órgão sexual feminino

Maffeis (esq) e o gesto (Reprodução)

A gente sabe que o bolsonarismo não tem limites em defender e propagar tudo o que de pior a humanidade já produziu. Mas, ainda assim, em alguns casos, devido ao cargo que certas figuras ocupam, acabamos nos surpreendendo.

Vejam a foto que o prefeito de Birigui (SP), minha cidade natal, Leandro Maffeis (Republicanos), tirou, ao lado de outras três pessoas, aparentemente, gente de sua equipe. Os quatro fazem menção com as mãos ao órgão sexual feminino e riem, obviamente, em tom de deboche. 

Não consigo imaginar o que essas figuras queriam dizer com aquilo. Talvez que houvesse muitas mulheres na festa em que estavam, realizada pela Maçonaria no Rotary Club de Birigui. Talvez alguma piada escrota. O fato é que, em nenhum momento a misoginia deve estar presente.

A foto foi exibida ontem durante a sessão da Câmara da cidade pelo vereador Wagner Mastelaro (PT) (veja o vídeo abaixo). O parlamentar bem lembrou que diariamente mulheres são vítimas de violência doméstica no país e gestos como o do prefeito Maffeis contribuem efetivamente para isso.


Escondidos atrás de frases como "Nunca foi sorte, sempre foi Deus", que o prefeito exibe em uma publicação, bolsonaristas destilam seu ódio contra tudo e todos. 

Pedi à prefeitura de Birigui um posicionamento sobre o assunto. Se retornarem, o texto será atualizado.

Uma hora, isso tem que acabar.

Atualização em 16/06/2023

Após a publicação no TC ter chamado a atenção de sites da região, Leandro Maffeis, em um primeiro momento, não se manifestou diretamente. Apenas publicou uma foto de Michele Obama na capa da Rider's Digest fazendo o mesmo gesto. "Quem é essa mulher? Vocês acham essa imagem ofensiva?", perguntou, em postagem no Facebook.

Para um dos sites da região a prefeitura deu resposta oficial:

"O município nega qualquer referência ao universo feminino. O gesto 'em forma de triângulo' seria uma mania do ex-secretário de Serviços Públicos, Alexandre Menezes, que aparecia nos vídeos que gravava regularmente mostrando o trabalho da secretaria da qual era parte integrante, fazendo tal gesto para vencer a timidez frente às câmeras e chamava atenção pela postura estática nessa posição", disse, ao Hoje Mais Araçatuba.

terça-feira, 6 de junho de 2023

Gustavo Gayer utiliza dinheiro público para pagar site de ataque a professores

O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (OL-GO) utilizou R$ 21 mil para pagar a empresa responsável pelo site Instituto Nossos Filhos, criado por ele para receber denúncias de suposta "doutrinação" por parte de professores. O deputado já conseguiu a demissão de dois profissionais ao expor seus perfis nas redes sociais. A empresa Equilíbrio Brasil é sediada em Belo Horizonte e recebeu quatro repasses do gabinete de Gayer.

Em junho do ano passado, o Colégio Visão, de Goiânia, demitiu o professor de sociologia Osvaldo Machado por ele discutir com alunos uma tirinha que criticava a violência policial. Mais recentemente, o Colégio Expressão, de Aparecida de Goiânia, demitiu uma professora de história da arte por usar uma camiseta com uma obra de Hélio Oiticica, criticada por Gayer.

De acordo com reportagem do jornal O Popular, para manter o site de perseguição aos professores, Gustavo Gayer usa recursos da Cota Para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap). Juristas consultados pelo jornal afirmam que o pagamento de sites com esse rubrica não é ilegal, porém, perseguir professores, sim. 

Gustavo Gayer já responde a denúncias no Conselho de Ética da Câmara, no Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), Ministério Público Federal (MPF) e na Polícia Federal (PF) pelos ataques a professores. 

Crítico ferrenho do serviço - e gastos - público, o deputado também já repassou R$ 8 mil à empresa Goiás Online Comunicações e Marketing Publicitário Ltda., de um amigo dele, também do Partido Liberal, para impulsionar os ataques que desfere nas mídias sociais.




 




quinta-feira, 1 de junho de 2023

O óbvio: médico que receitou sorvete e Free Fire quis humanizar atendimento. Mas imprensa preferiu crucificar

O caso do médico Marcos Wesley Silva, duramente criticado pela imprensa por receitar "sorvete de chocolate e Free Fire" para um menino com dor de garganta revela que o jornalismo não aprende com seus erros. Baseado na reação da mãe do menino, todos os veículos de comunicação em que eu acompanhei o assunto trataram o caso como deboche e falta de profissionalismo do médico.

Particularmente, desde o primeiro momento ficou claro pra mim - e pra qualquer um que quisesse evitar sensacionalismo e pré-julgamentos - que se tratava de uma medida para humanizar o atendimento. Até porque, a receita também trazia todos os medicamentos indicados para o problema relatado. A própria mãe do garoto, quem primeiro mostrou indignação com a receita, confessa que o médico chegou a perguntar para o menino se ele preferia sorvete de morango ou chocolate, numa clara intenção de se aproximar do paciente.

Mas a imprensa fez tanto escândalo que Marcos Wesley chegou a ser demitido pela prefeitura de Osasco. Demissão, felizmente, revista pelo prefeito Rogério Lins (Podemos).

Desmascarada, agora a imprensa diz que o caso "levantou discussão se o atendimento foi humanizado ou debochado". Mentira. Trataram o caso como deboche o tempo todo no primeiro momento. Agora, colegas jornalistas - que deveriam ter feito isso antes - apressam-se a dizer que instituições de saúde prescrevem alimentos gelados para combater a dor de garganta - uma ideia contrária ao senso comum, mas cientificamente comprovada. 

Mais cuidado da próxima vez, colegas. Foi feio. 

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Brasil registra recorde histórico de criação de empresas

Já diz o ditado que, enquanto os cães ladram, a caravana passa. Tem sido assim neste início de governo Lula (PT) em relação à abertura de empresas e, consequentemente, a geração de empregos. Dados da Serasa Experian revelam que, em fevereiro, o país bateu o recorde histórico de abertura de novos empreendimentos: 398.404, o equivalente a 22.133 empresas por dia útil. É o maior número registrado para o mês desde o lançamento do Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian em 2010.


Nada absurdo após o cenário de terra arrasada deixada pelo (des)governo Bolsonaro (PL), mas, ainda assim, um reflexo da confiança que os novos ares trouxeram ao país. Afinal, o "comunismo chegou" para destruir a pátria e a família brasileira.

Na região Centro-Oeste, Goiás também aparece como recordista, com 16.214 novos empreendimentos.

Bolsonarista Gustavo Gayer paga empresa recém-criada de amigo com dinheiro público


O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) paga uma empresa recém-criada por um amigo dele com recursos da cota parlamentar da Câmara dos Deputados. Desde o início do mandato, pelo menos R$ 8 mil foram repassados pelo gabinete de Gayer à empresa Goiás Online Comunicações e Marketing Publicitário Ltda, referentes a "divulgação da atividade parlamentar". Ao todo, Gayer já gastou R$ 22 mil com esse tipo de serviço. As informações são da jornalista Isabela Aleixo, do UOL. 

A empresa pertence a João Paulo Cavalcante, um dos participantes da tentativa frustrada de golpe em 8 de janeiro. O UOL levantou que Cavalcante aparece em vários vídeos ao lado de Gayer. Investigado pela Polícia Federal pelos atos golpistas, o aliado do deputado postou um vídeo em suas redes sociais no dia 8 convocando pessoas a ir a Brasília. Cavalcante é suplente de vereador pela Democracia Cristã, antigo partido de Gayer, em Goiânia, onde recebeu 1.523 votos.

"Galera, hoje, dia 8 de janeiro de 2023, o Brasil faz história. Mais uma vez, milhões de brasileiros indignados com o sistema, demonstrando que a nossa República Federativa do Brasil não vai cair nas mãos de criminoso", diz. O vídeo é encerado com a assinatura bolsonarista: "Brasil acima de tudo. Deus acima de Todos. Vem pra Brasília agora", incita. O Supremo Tribunal Federal já tornou réus 1.176 bolsonaristas pelos atos golpistas. Cavalcante já foi ouvido pela Polícia Federal, mas não aparece entre os acusados.

A empresa Goiás Online Comunicações e Marketing, da qual o amigo de Gustavo Gayer aparece como único proprietário, foi constituída em 15 de março deste ano, poucos dias antes de receber os repasses do gabinete do deputado, pagos com dinheiro público. Curiosamente, Gayer, conhecido por perseguir e provocar a demissão de professores, é um crítico ferrenho dos gastos públicos, mas, aparentemente, a ressalva não vale para ele próprio.

Ao UOL, o mandato do deputado deu a resposta genérica que todos pegos com baton na cueca, também criticados pelo parlamentar, dão: a de que não pesa nada oficialmente contra Cavalcante. Enfim, são apenas bons amigos usufruindo da máquina pública.