quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Os super-ricos podem e devem financiar a Renda Cidadã, não crianças e aposentados, diz a Fenafisco

Nota de posicionamento

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) se posiciona contrária à proposta do Governo Federal de retirar verbas destinadas ao pagamento de precatórios e ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para financiar o programa Renda Cidadã.

A Fenafisco vê como fundamental um amplo e vigoroso programa social de renda básica, nos moldes do Bolsa-Família, para tirar o Brasil da crise fiscal, sanitária e social em que se encontra. Para financiar esse programa e, com urgência, restituir a segurança alimentar a mais de 40 milhões de brasileiros que não têm a garantia da comida na mesa todos os dias, defendemos uma injeção de progressividade no sistema tributário.

Com base no estudo ‘Tributar os super-ricos para reconstruir o país’, elaborado por diversos economistas e entidades ligadas ao fisco, propomos oito medidas tributárias com potencial de acréscimo de quase R﹩ 3 trilhões na arrecadação tributária, em 10 anos. Mais de dois terços desse montante viriam apenas de duas medidas: i) a implementação de novas alíquotas do IR (30%, 35%, 40% e 45%) para as altíssimas rendas, com isonomia de tratamento entre as rendas do trabalho e as do capital, que gerariam uma arrecadação adicional superior a R﹩ 1,5 trilhão em 10 anos; ii) instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) sobre patrimônios líquidos acima de R﹩ 10 milhões, que arrecadariam cerca de R﹩ 400 bilhões em 10 anos.

As possibilidades aventadas pelo Governo Federal penalizam as crianças das famílias pobres, cortando a verba destinada para a educação básica, e promovem calotes no pagamento de dívidas.

Ao tempo em que 67,2 milhões de brasileiros desamparados fazem filas nas agências bancárias de todo o país para sacar o auxílio emergencial, o governo, mais uma vez, insiste na penalização dos mais pobres.

Os governos, federal e estaduais, e o Congresso Nacional dispõem de uma solução que poupa 99,7% da população do aumento de impostos e pode garantir a redução da desigualdade no país. Este é o momento de implementar essa virada na história brasileira, garantindo a renda básica financiada pelos 0,3% mais ricos do país.

Internautas lançam Micheque candidata a vereadora

michelle bolsonaro candidata a vereadora
Não é novidade para ninguém que a internet não perdoa. E, apesar das tentativas da família Bolsonaro de censurar qualquer iniciativa que vá contra o grupo, em atitude típica de ditadores como Kin Jong-un, o humor e as críticas - como não poderia deixar de ser em um país democrático - continuam.

Agora, circula nas redes um santinho virtual lançando a candidatura a vereadora de Micheque, apelido que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ganhou após revelação pelo Ministério Público de que ela recebeu depósitos de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz em uma de suas contas bancárias.

Michelle também ganhou repercussão após pedir a censura da música Micheque, do Detonautas, que cobra explicações para a movimentação bancária da primeira-dama. Ela quer que a música deixe de ser executada em todas as plataformas.

Por isso, também pedimos: não assista ao vídeo abaixo.



Após a reação da protagonista, as visualizações da música explodiram no You Tube, e já chegam a 2,3 milhões de exibições.

Ah, o número escolhido para a candidata Micheque é 89.000. A sigla, o PLB, Partido Laranjas do Brasil.

Vai encarar, eleitor?

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Candidato bolsonarista a prefeito de Goiânia agrediu enfermeiras em Brasília, afirma Coren

gustavo gayer agrediu enfermeiras diz coren
Gustavo Gayer é candidato a prefeito de Goiânia (Reprodução)
O candidato da Democracia Cristã a prefeito de Goiânia, Gustavo Gayer, é acusado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) de ser um dos agressores de enfermeiros e enfermeiras que protestavam na Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 1º de maio. Ao lado de outros bolsonaristas radicais, como o ex-servidor do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Renan Sena e da empresária Marluce Carvalho de Oliveira Gomes.

Na data, quando é comemorado o dia do trabalhador, os profissionais protestavam pacificamente em frente ao Palácio do Planalto contra as mortes de trabalhadores da saúde no combate à covid-19 e no descaso do governo federal com a doença. Foi quando passaram a ser agredidos verbal e fisicamente por bolsonaristas que também estavam no local.

Veja o momento em que o servidor do ministério de Damares Alves parte para cima dos enfermeiros:

Gayer gravou um vídeo acusando os manifestantes de serem falsos médicos - e, eram enfermeiros, nunca disseram ser médicos - a apresentou, ao lado dos comparsas, o depoimento de uma suposta moradora de rua que teria recebido um jaleco para engrossar o movimento. Após a repercussão, o empresário, que tem uma escola de inglês em Goiânia, apagou o vídeo de suas redes. Ele também disse em entrevistas posteriores que não participou do momento da agressão e que sua associação ao crime se deu pelo vídeo que postou.

Em vídeo, Gayer acusa enfermeiros de serem "falsos médicos":

Todos foram denunciados pelo Conselho Federal de Enfermagem à polícia.

Atualização, 30/09/2020

No dia 10 de agosto de 2020, o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal publicou uma nota oficial com o desfecho do episódio. O Sindicato reconheceu que Gayer não participou das agressões e o político emitiu uma nota admitindo serem falsas as afirmações dadas no vídeo que gravou acusando os enfermeiros de fraudar a manifestação.

Leia abaixo:

"Nota Oficial

Na última sexta-feira, (07), o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) participou de uma audiência de conciliação com Gustavo Gayer, empresário goiano, que em 1º de maio divulgou em uma rede social uma notícia desencontrada sobre a manifestação feita pelos trabalhadores da enfermagem.

O departamento jurídico do SindEnfermeiro entrou com uma ação judicial contra Gustavo, uma vez que o fato compartilhado não era verídico. Na audiência de conciliação ficou acordado que o empresário se retrataria sobre a divulgação da inverdade, e o SindEnfermeiro divulgaria essa retratação.

Confira a retratação de Gustavo Gayer na íntegra:

“Por meio deste comunicado, eu, Gustavo Gayer, esclareço que as manifestações ocorridas no dia 01/05/2020 em Brasília-DF, organizadas pelo Sindenfermeiro/DF e outras entidades da saúde, foram legítimas e contaram somente com a participação de Enfermeiros e profissionais da saúde, em geral, não sendo do meu conhecimento a presença de outras pessoas que não fossem profissionais da área. Logo, peço escusas pela divulgação de vídeos que macularam a honra desses nobres profissionais. Desta feita, como comunicador que sou, jamais tive qualquer intenção em divulgar notícias falsas, ou mesmo prejudicar o ato nobre e legítimo então realizado.

Gostaria também de reiterar e externar os meus agradecimentos aos profissionais da área da saúde pelo protagonismo exercido diante dos efeitos da pandemia global que assolam o nosso país, em especial a classe dos enfermeiros, enfermeiras, técnicos e técnicas de Enfermagem. A dedicação, todos os valiosos esforços físicos e psicológicos despendidos, além da ética de trabalho altruísta exercidos neste momento de exceção, estão sendo determinantes para que os efeitos da crise global sejam mitigados no Brasil. A dura crise que estamos enfrentando deixará diversos legados a toda humanidade, tornando perene o respeito e a admiração aos profissionais envolvidos em seu combate, sendo que qualquer interpretação diversa dos votos de estima ora explanados, não condizem com o pensamento deste interlocutor, trazendo a efeito, inclusive, a legitimidade das manifestações ocorridas no dia 01/05/2020 em Brasília – DF”.

Deste modo, o SindEnfermeiro-DF reitera que Gustavo Gayer não tem relação alguma com as agressões físicas e verbais sofridas por alguns enfermeiros no citado ato, pois, conforme foi apurado, no momento dos fatos ele não se encontrava nas proximidades da Praça dos Três Poderes."

Pai de santo quer censura e R$ 1 bi do Porta dos Fundos e Netflix

especial de natal porta dos fundos censurado
Especial humorístico incomodou censores (Divulgação)
A onda de tentativas de censura iniciada após a posse de Jair Bolsonaro na presidência parece atingir não apenas o segmento evangélico que tomou conta de parte do governo. Ao que parece, o brasileiro gosta mesmo de ser tutelado e que decidam por ele o que cada um deve consumir de entretenimento e outros produtos de responsabilidade exclusivamente pessoal. E o ímpeto censor vem se espalhando em culturas até então vítimas da intolerância.

É o caso do processo que o pai de santo Babalorixa Alexandre Montecerrath move contra a produtora do programa Porta dos Fundos e a Netflix devido à exibição do Especial de Natal que o grupo humorístico produziu para a empresa de streaming no final do ano passado. De acordo com o pai de santo, o programa trouxe aos espectadores religiosos conteúdo que ironiza e debocha da fé alheia.

Montecerrath, que representa o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata, pede indenização de R$ 1 bilhão para instituições religiosas que se sentiram ofendidas, apesar de não deixar claro como seria distribuída a espantosa quantia. Também pede que o especial seja retirado do ar.

Talvez não por acaso, Montecerrath é representado na ação pelo advogado Anselmo Ferreira Melo Costa, que também já "exigiu" indenizações bilionárias da China, pela "disseminação" do coronavírus, e da Organização Mundial de Saúde, pelos supostos danos causados pela política de isolamento no combate à pandemia.

"Eleitor safado, bandido, pilantra, não tenho nada pra você", diz candidato a vereador em vídeo

Um vídeo inusitado de um candidato a vereador por Morrinhos, interior de Goiás, tem chamado a atenção nas mídias sociais devido à sinceridade na busca por uma vaga na Câmara Municipal da cidade. Rui Pipa, candidato pelo PSDB, começa dizendo que já perdeu cinco eleições.

No vídeo, de um minuto e quatro segundos, o candidato diz que quer "mandar também um recadinho para o eleitor safado, bandido, pilantra" e que afirma que só existem políticos corruptos.

rui pipa candidato a vereador em Morrinhos
Registro da candidatura aguarda julgamento

"Não beire o Rui Pipa, eu não tenho nada pra você. Você, eleitor, que está esperando um saco de cimento, um candidato pra pagar a sua energia, pra pagar a sua carteira de motorista, documento do seu carro, um saco de cimento, um botijão de gás, sai de perto do Rui Pipa", alerta.

"Bandido, safado, eleitor pilantra, é por culpa sua que o Brasil tá desse jeito. Não beire o Rui Pipa, se eu tiver que perder essa eleição, vou perder sem comprar voto. (...) Eleitor que vende voto, pilantra e safado", conclui.

Assista ao vídeo:


Rui Barbosa Alves de Mendonça, o Rui Pipa, é solteiro, tem 53 anos, ensino fundamental completo e é natural de Brasília. O limite de gastos autorizado pelo TSE na campanha é de R$ 40.926,53. A candidatura ainda aguarda deferimento da Justiça Eleitoral.