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Gustavo Gayer é candidato a prefeito de Goiânia (Reprodução)
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O candidato da Democracia Cristã a prefeito de Goiânia, Gustavo Gayer, é acusado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) de ser um dos agressores de enfermeiros e enfermeiras que protestavam na Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 1º de maio. Ao lado de outros bolsonaristas radicais, como o ex-servidor do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Renan Sena e da empresária Marluce Carvalho de Oliveira Gomes.
Na data, quando é comemorado o dia do trabalhador, os profissionais protestavam pacificamente em frente ao Palácio do Planalto contra as mortes de trabalhadores da saúde no combate à covid-19 e no descaso do governo federal com a doença. Foi quando passaram a ser agredidos verbal e fisicamente por bolsonaristas que também estavam no local.
Veja o momento em que o servidor do ministério de Damares Alves parte para cima dos enfermeiros:
Gayer gravou um vídeo acusando os manifestantes de serem falsos médicos - e, eram enfermeiros, nunca disseram ser médicos - a apresentou, ao lado dos comparsas, o depoimento de uma suposta moradora de rua que teria recebido um jaleco para engrossar o movimento. Após a repercussão, o empresário, que tem uma escola de inglês em Goiânia, apagou o vídeo de suas redes. Ele também disse em entrevistas posteriores que não participou do momento da agressão e que sua associação ao crime se deu pelo vídeo que postou.
Em vídeo, Gayer acusa enfermeiros de serem "falsos médicos":
Todos foram denunciados pelo Conselho Federal de Enfermagem à polícia.
Atualização, 30/09/2020
No dia 10 de agosto de 2020, o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal publicou uma nota oficial com o desfecho do episódio. O Sindicato reconheceu que Gayer não participou das agressões e o político emitiu uma nota admitindo serem falsas as afirmações dadas no vídeo que gravou acusando os enfermeiros de fraudar a manifestação.
Leia abaixo:
"Nota Oficial
Na
última sexta-feira, (07), o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito
Federal (SindEnfermeiro-DF) participou de uma audiência de
conciliação com Gustavo Gayer, empresário goiano, que em 1º de
maio divulgou em uma rede social uma notícia desencontrada sobre a
manifestação feita pelos trabalhadores da enfermagem.
O departamento jurídico do SindEnfermeiro entrou com uma ação
judicial contra Gustavo, uma vez que o fato compartilhado não era
verídico. Na audiência de conciliação ficou acordado que o
empresário se retrataria sobre a divulgação da inverdade, e o
SindEnfermeiro divulgaria essa retratação.
Confira a retratação de Gustavo Gayer na íntegra:
“Por meio deste comunicado, eu, Gustavo Gayer, esclareço
que as manifestações ocorridas no dia 01/05/2020 em Brasília-DF,
organizadas pelo Sindenfermeiro/DF e outras entidades da saúde,
foram legítimas e contaram somente com a participação de
Enfermeiros e profissionais da saúde, em geral, não sendo do meu
conhecimento a presença de outras pessoas que não fossem
profissionais da área. Logo, peço escusas pela divulgação de
vídeos que macularam a honra desses nobres profissionais. Desta
feita, como comunicador que sou, jamais tive qualquer intenção em
divulgar notícias falsas, ou mesmo prejudicar o ato nobre e legítimo
então realizado.
Gostaria também de reiterar e externar os meus agradecimentos
aos profissionais da área da saúde pelo protagonismo exercido
diante dos efeitos da pandemia global que assolam o nosso país, em
especial a classe dos enfermeiros, enfermeiras, técnicos e técnicas
de Enfermagem. A dedicação, todos os valiosos esforços físicos e
psicológicos despendidos, além da ética de trabalho altruísta
exercidos neste momento de exceção, estão sendo determinantes para
que os efeitos da crise global sejam mitigados no Brasil. A dura
crise que estamos enfrentando deixará diversos legados a toda
humanidade, tornando perene o respeito e a admiração aos
profissionais envolvidos em seu combate, sendo que qualquer
interpretação diversa dos votos de estima ora explanados, não
condizem com o pensamento deste interlocutor, trazendo a efeito,
inclusive, a legitimidade das manifestações ocorridas no dia
01/05/2020 em Brasília – DF”.
Deste modo, o SindEnfermeiro-DF reitera que Gustavo Gayer não tem
relação alguma com as agressões físicas e verbais sofridas por
alguns enfermeiros no citado ato, pois, conforme foi apurado, no
momento dos fatos ele não se encontrava nas proximidades da Praça
dos Três Poderes."