quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Goiás lidera aumento de feminicídios durante a pandemia

Casos disparam em Goiás (F: wayhomestudio/freepik)

O número de feminicídios em Goiás aumentou 47% entre os meses de março e maio - período de isolamento social - em comparação aos meses de janeiro e fevereiro deste ano. É o que aponta levantamento do Instituto Igarapé, organização não-governamental que atua em defesa dos direitos humanos. Foi o maior aumento entre os 17 estados analisados.

Os dados completos, obtidos por meio da plataforma EVA - Evidências sobre Violências e Alternativas para Mulheres e Meninas - serão divulgados logo mais, às 14h30, durante o  14° Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

As pesquisas conduzidas pelo Instituto ao longo de 2020 apontam um triplo desafio a ser enfrentado pelo aparato que dá proteção às vítimas de violência doméstica no Brasil: manutenção de altos níveis desse tipo de violência; baixo número de denúncias e piora em diversos indicadores ao longo da pandemia. As mulheres tiveram mais dificuldades de denunciar e de receber atendimento, seja pela proximidade dos agressores no interior de seus lares, seja pela impossibilidade de sair de casa. 

Parte dos achados estão no artigo “Violência contra mulheres: como a pandemia calou um fenômeno já silencioso”, que também será lançado e debatido no evento. A pesquisa será apresentada na mesa redonda "Violência doméstica na pandemia: dados e novas formas de enfrentamento". O debate terá a participação de Renata Giannini, autora do artigo e pesquisadora do Instituto Igarapé, Beatriz Accioly, coordenadora de Pesquisas e Impactos do Instituto Avon, Amanda Pimentel, pesquisadora do FBSP, e mediação de Flávia Annenberg, gerente de políticas públicas da Uber. Na apresentação, o Instituto Igarapé também divulga a atualização da plataforma EVA, que reúne dados sobre violência contra as mulheres no Brasil, Colômbia e México e foi criada com apoio da Uber.  

Renata Giannini destaca que, durante o período do isolamento social (março a maio de 2020), houve um aumento de 6% nos casos de feminicídios em comparação a janeiro e fevereiro deste ano. Os dados são relativos a 17 estados e os maiores aumentos aconteceram em Goiás (47%), Rondônia (39%), Maranhão, Paraíba e Santa Catarina (33% cada). Segundo a pesquisadora, foi possível observar que, além do incremento no número de feminicídios, cresceu também o número de chamadas relacionadas à violência contra mulheres em países de todos os continentes. No Brasil, houve maior procura em todos os estados, menos no Mato Grosso do Sul, segundo dados do 180. 

O silêncio permanece 

O artigo mostra que o aumento no número de chamadas não significou, entretanto, o incremento dos registros de violência durante o isolamento social. Ainda que isso tenha mudado um pouco com a flexibilização, o número de registros não voltou aos patamares anteriores à pandemia. Houve 22% de queda nos registros de ocorrência, segundo média de 17 estados. A situação é bastante grave se pensarmos que, de acordo com o Ipea, menos da metade (40%) dos casos de violência contra mulheres são reportados, o que significa que esse é um dos crimes mais sub declarados no Brasil.

Queda no número de medidas protetivas e aumento do descumprimento 

Outro número importante para compreender o fenômeno da violência contra as mulheres também sofreu um declínio. Em 2018, em média, 922 mulheres receberam medidas protetivas todos os dias, ou uma mulher a cada menos de dois minutos no Brasil, segundo o CNJ. Dados do Instituto Igarapé mostram que o número de medidas protetivas de urgência deferidas — usadas para, por exemplo, coibir o agressor  de se aproximar da vítima — mostrou queda em quatro estados (Acre, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) logo no início do período de isolamento. O maior decréscimo ocorreu no Espírito Santo (84,4%), seguido do Mato Grosso do Sul (75%), Paraíba (55%) e Mato Grosso (42%). Adicionalmente, a comparação entre os períodos posterior e durante a pandemia mostra uma tendência de crescimento do descumprimento de medidas protetivas de urgência (51%).  

De acordo com Renata Giannini, para combater o silêncio que se agravou durante o isolamento social, é preciso investir em pesquisas de vitimização e fortalecer linhas de atendimento e denúncia, com a possibilidade de se fazer registros e boletins de ocorrência on-line. Além disso, são necessárias, segundo a pesquisadora, medidas de conscientização sobre riscos e o imediato reforço de campanhas de enfrentamento à violência doméstica.

Serviço:

Lançamento: “Violência contra mulheres: como a pandemia calou um fenômeno já silencioso” + atualização da Plataforma EVA

Onde: 14° Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Data: 9/12, quarta-feira

Horário: 14h30

Mesa Redonda: "Violência doméstica na pandemia: dados e novas formas de enfrentamento"

Inscrições: https://congresse.me/eventos/14fbsp

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Quebrando o Tabu e O Antagonista ganham o título de melhor Conteúdo de Política e Cidadania do Brasil

Quebrando o Tabu venceu na categoria voto popular
Quebrando o Tabu foi escolhido como o melhor Conteúdo de Política e Cidadania do Brasil, segundo votação popular do iBest, que premia as melhores iniciativas do universo digital brasileiro. Ele disputou com O Antagonista e Gabriela Pioli na final da votação popular. Já na eleição da Academia, que é decidida por um júri de especialistas, o vencedor foi O Antagonista, que concorreu com a Revista Piauí e Gabriela Prioli.

O prêmio iBest finalizou a edição de 2020 com números sólidos - mais de 2 milhões de votos certificados e a mobilização da maior parte das 500 melhores iniciativas digitais do Brasil em campanhas próprias de estímulo à votação.

Um dos grandes diferenciais do prêmio foi apresentar grandes empresas e os maiores influenciadores do país com iguais condições de concorrência. “O brasileiro não escolhe o que vai assistir ou seguir a partir de uma categorização entre influenciador e empresa. A escolha da audiência é pelo que se tem maior interesse e afinidade, seja vindo de uma empresa ou um jovem influenciador. E ficou claro nos resultados a relevância cada vez maior dos influenciadores”, justifica Marcos.

O Prêmio iBest aponta os melhores do Brasil em duas votações paralelas: uma de acordo com a percepção popular e outra de um júri de especialistas (a Academia iBest). Como critério de qualificação para ambas, os dez finalistas (os iBest Top 10) foram definidos através de um algoritmo proprietário do iBest que calcula a presença e o engajamento nas principais redes sociais. Foi a partir dessa lista que o público e o júri de especialistas escolheram as iniciativas digitais que considera as melhores de cada categoria.

Foram 50 categorias na edição 2020, refletindo as mais relevantes tendências e interesses dos brasileiros nos setores de e-commerce, serviços e conteúdo. Para 2021, o número de categorias será ainda maior, incorporando outras áreas de alta relevância no universo digital do Brasil.

Colaboradores de hospitais em Goiás criam rede de solidariedade para conseguir cestas de Natal

Rafael Lazarini participa da Eslováquia (F: Divulgação)
Profissionais dos Hospitais de Urgências de Trindade (Hutrin), Regional de Luziânia (HRL), Regional de Formosa (HRF) e Regional São Luís de Montes Belos (HRSLMB) criaram uma rede de solidariedade para ajudar crianças e moradores de casas de repouso em suas cidades.

Individualmente ou em grupos menores, para respeitar o distanciamento social, eles estão se revezando para participar da 1ª IMED RUN, uma corrida virtual inédita e solidária, promovida pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento – IMED, com o objetivo de incentivar a prática esportiva, melhorando a qualidade de vida e ajudando na prevenção de doenças físicas e psicológicas.

A principal motivação do evento é levar solidariedade para quem mais precisa. Desta forma, a IMED RUN reverterá os quilômetros percorridos pelos participantes, durante o período do evento, em cestas de Natal que serão destinadas a orfanatos e casas de repouso determinadas pelos organizadores da prova.

“É muito bom ver a união dos nossos profissionais para uma causa tão nobre. Essa rede de solidariedade ajudará muitas pessoas neste final de ano”, afirma Getro de Oliveira Pádua, diretor do Imed.

A iniciativa já soma mais de 200 inscrições - com participantes do Brasil e de outros países, como a Eslováquia - e contabiliza mais de 100 km percorridos, o que equivale a cerca de 30 cestas de Natal. Como as inscrições são contínuas, elas permanecerão abertas até o final do evento, em 15 de dezembro. Para participar, é só acessar o site https://cutt.ly/DhkkfUs. Todos os campos devem ser preenchidos corretamente e, após a inscrição, um e-mail com a confirmação será enviado ao participante.

Quem fizer a inscrição poderá ainda retirar uma camiseta exclusiva no Departamento de Recursos Humanos dos hospitais. A quantidade é limitada, então corra e garanta a sua. Quem não é fã da corrida, mas adora uma boa caminhada, também pode se inscrever.

Qualquer pessoa interessada pode participar do evento que teve início em 1º de dezembro. Para isso, basta fazer a inscrição e acessar um aplicativo de corrida. Para comprovar a participação, é preciso enviar um print ou uma foto do aplicativo, do relógio ou da esteira que mostra exatamente a quantidade de quilômetros que ela se propôs a correr.

Serviço:

1ª IMED RUN

Inscrições e prova: até 15 de dezembro

Valor: gratuito

Local: https://cutt.ly/DhkkfUs

Aplicativos de corrida: os disponíveis na internet

Quem pode participar: maiores de 18 anos

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

77% dos brasileiros apoiam obrigatoriedade de vacinação contra doenças infecciosas graves, aponta Ipsos

No Brasil e no mundo, o coronavírus foi citado como o maior problema que a saúde enfrenta atualmente

Ipsos Global Health Service Monitor 2020 é um levantamento com 20 mil pessoas de 27 países que lança luz aos principais desafios da saúde na opinião dos cidadãos do mundo, além de avaliações dos serviços de saúde de cada país. Um dos dados de destaque da pesquisa é que, para 77% dos entrevistados no Brasil, se vacinar contra doenças infecciosas graves deveria ser obrigatório; 10% discordam da afirmação e 13% não concordam e nem discordam. O percentual brasileiro que endossa a medida de imunização fica acima da média global de 64%, considerando todas as nações analisadas.

Entre os 27 países, aqueles cujos entrevistados mais acreditam que a vacinação deveria ser compulsória são: Malásia (86%), Argentina (82%) e Arábia Saudita (80%). O Brasil ficou empatado com o Chile (77%) em quinto lugar, logo atrás do Peru (78%). Por outro lado, Rússia (44%), Estados Unidos (50%), França (50%), Polônia (50%), Hungria (52%) e Japão (52%) são as nações que apresentam os índices mais baixos de concordância com a obrigatoriedade de tomar vacina contra doenças infecciosas graves.



Os maiores problemas da saúde no Brasil e no mundo

O resultado do levantamento consolidou a pandemia de Covid-19 como a grande vilã da saúde atualmente. Das 27 nações avaliadas, 26 acreditam que o coronavírus é a maior enfermidade que o povo de seu país enfrenta hoje. Apenas a Rússia responde diferente, colocando o câncer na primeira posição.

No ranking brasileiro, 82% citaram o coronavírus. O câncer e a saúde mental ficaram empatados com 27%, seguidos pelo estresse (18%) e pelo abuso de drogas (14%). Já os grandes problemas globais são: coronavírus (72%), câncer (37%), saúde mental (26%), estresse (21%) e obesidade (18%).

A pesquisa on-line foi realizada com 20.009 pessoas com idade de 16 a 74 anos em 27 países, entre os dias 25 de setembro e 09 de outubro de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Todos os dados do estudo estão disponíveis para download neste link: https://we.tl/t-krHZyP1NZq

Veja e Mainardi condenados por fake news

Mainardi condenado por fake news
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo publicou na última quinta-feira (03) uma decisão condenando a Abril Comunicações e o jornalista Diogo Mainardi a pagar uma indenização de R$ 70 mil ao ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Victor de Souza Martins, a sua esposa, Josenia Bourguignon Seabra, e a empresa Análise Consultoria e Desenvolvimento.

De acordo com o relatório, que contou com votos dos desembargadores Annibal de Rezende Lima (relator), Fabio Clem de Oliveira e Janete Vargas Simões, a condenação se deu por negligência do jornalista com notícias consideradas inverídicas. Na época, em 2009, Mainardi publicou uma série de fake news sobre uma pretensa pseudo operação da Polícia Federal (PF) contra supostos desvios de royalties da Petrobras, da qual Martins seria alvo.

“Não há nenhum documento oficial que revele a iminente deflagração, àquela época, da operação mencionada na matéria jornalística publicada pelos réus, ou, mesmo, que o autor Victor de Souza Martins teria sido investigado por suspeita de comandar esquema de corrupção na Petrobras, utilizando-se da estrutura e do comando da própria ANP”, revela o desembargador relator em seu voto.

Na ação, o advogado do ex-diretor da ANP, Guilherme Domingues de Oliveira, conseguiu provar as falsas acusações e a inexistência da suposta operação divulgada pelo veículo de comunicação.

“Não há indenização capaz de reparar crimes e ofensas contra a honra. O valor passa a ser mera compensação”, comentou Martins.

Link para acessar a decisão completa: https://issuu.com/c2press/docs/decis_o