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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Prorrogadas inscrições para o 2º Prêmio Fecomércio de Jornalismo

#vaicomoveio

As inscrições para o 2º Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo foram prorrogadas até 20 de maio. O tema proposto é a "Educação gratuita no Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná" e seus reflexos na comunidade. Serão aceitas inscrições de matérias que façam referência a um ou mais programas de educação gratuitos ofertados pelo Senac e pelo Sesc no Paraná, elaboradas por profissionais e acadêmicos de Jornalismo.

O total de R$42 mil em prêmios será distribuído nas modalidades jornalismo impresso, telejornalismo, rádio e internet, para profissionais e estudantes. A inclusão da categoria Universitário é uma das novidades desta edição e busca aproximar o Sistema Fecomércio Sesc Senac dos futuros profissionais da comunicação.

Além dos prêmios aos três primeiros colocados, a melhor reportagem da categoria profissional receberá o prêmio extra de R$ 2.000. Os trabalhos serão avaliados por uma comissão julgadora composta por experientes jornalistas, que levará em conta critérios como fidelidade ao tema, pertinência, qualidade de texto e criatividade.

Poderão concorrer trabalhos veiculados no período de 1º de agosto de 2013 a 19 de maio de 2014. Serão admitidos trabalhos de um ou mais autores, com a indicação de um representante do grupo no momento da inscrição. As inscrições vão até 20 de maio de 2014 e podem ser feitas pelo site www.fecomerciopr.com.br.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Inscrições para o Prêmio Fecomércio de Jornalismo encerram-se em abril

#vaicomoveio

Até o dia 30 de abril, jornalistas e acadêmicos de todo o país podem inscrever matérias para a segunda edição do Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo. Serão R$ 42 mil em prêmios


A educação gratuita no Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná é o tema da segunda edição do Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo. Serão aceitas inscrições de matérias que façam referência a um ou mais programas de educação gratuitos ofertados pelo Senac e pelo Sesc no Paraná.

O Futuro Integral; o projeto de educação esportiva do Sesc PR, o Aprender e Jogar; os cursos de aprendizagem do Senac; os programas de gratuidade tanto do Sesc quanto do Senac; o Pronatec; o Colégio Sesc São José são algumas das possibilidades de assuntos a serem abordados nas matérias a serem produzidas para o prêmio.

As inscrições estão abertas até o dia 30 de abril e devem ser feitas exclusivamente pelo site www.fecomerciopr.com.br. A comissão julgadora escolherá os melhores trabalhos em jornalismo impresso, telejornalismo, radiojornalismo e internet, para profissionais e acadêmicos, que dividirão, conforme critérios estabelecidos no regulamento, R$ 42 mil em prêmios.

Serviço: 
2º Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo 
Inscrições até 30/4/2014 
Tema: A Educação Gratuita no Sistema Fecomércio Sesc Senac PR 
Período de veiculação das matérias nos jornais: 1/8/2013 a 30/4/2014 
Inscrições: www.fecomerciopr.com.br 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Gazeta pede desculpas por publicar artigo em defesa de um novo golpe militar

Não, você não leu errado. A Gazeta do Povo, hoje o principal jornal do Paraná - e que vem fazendo um belo trabalho, responsável e descolado de interesses partidários, como é muito comum na imprensa regional -, abriu espaço, ontem, para um "artigo" estarrecedor, assinado por umas tais Maria Araújo e Cristina Peviani em defesa de um novo golpe militar no Brasil. Sim, você, novamente, não leu errado.

As brilhantes articulistas defendem, por exemplo, "a destituição da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer; a dissolução do Congresso Nacional." Mais: "a dissolução de todos os partidos e organizações integrantes ou apoiadores do Foro de São Paulo; a intervenção em todos os governos estaduais e municipais e seus respectivos legislativos." Em seu devaneio defendem ainda "a intervenção no Supremo Tribunal Federal, no qual a presença de ministros simpáticos aos conspiradores é clara e evidente".

Não há muito o que dizer sobre tamanha estupidez, mas há o que dizer sobre a decisão de se publicar o artigo. Retomo um tema caro a qualquer um que lide com comunicação social: a liberdade de expressão. Recentemente, em debates e conversas com amigos e contatos virtuais, disse que liberdade de expressão não é uma questão absoluta. Referia-me à defesa da justiça por conta própria, em rede nacional, pela apresentadora Raquel Sheherazade, do SBT, que disse achar justificável a população agredir e humilhar um suspeito de roubo - veja bem, "suspeito". Poderia ser eu ou você.

A liberdade de expressão é, sim, um direito inalienável de qualquer cidadão. Desde que ele arque com as consequências do que diz, tem todo o direito de se manifestar em canais pessoais - blogs, sites, redes sociais. Já num veículo de comunicação sério, a coisa muda de figura. Há, por mais que se esperneie, uma coisa chamada responsabilidade social. E, nesse ponto, a liberdade de expressão é relativa, pois um veículo tem o dever de bem informar e não propagar assuntos que, apesar de ter seus adeptos, vai contra o bom senso e o bem estar do cidadão, para dizer o mínimo.

Quem defende a volta da ditadura militar é um completo analfabeto em história, além de esconder, ao que parece, um desejo mórbido pela morte e pela tortura, pois foram essas as maiores contribuições dos militares golpistas de 64. Preço que pagamos até hoje no comportamento de nossas polícias que, incompetentes para investigar, fizeram da tortura a principal estratégia de ação.

Enfim, não deixa de ser importante reconhecer o erro - fruto da vigilância dos leitores em tempos de redes sociais, pois, basta acessar a página do tal artigo para verificar a indignação dos comentários -, mas é preciso cuidado com o conceito de liberdade de expressão. Caso contrário, daqui a pouco vamos ler alguém defendendo as atrocidades de Hitler em nome de um direito constitucional.

PS: O pedido de desculpas da Gazeta está na seção de cartas da edição de hoje e, na versão on line, na mesma página do artigo publicado ontem.

terça-feira, 18 de março de 2014

Prêmio Fecomércio de Jornalismo vai pagar R$ 42 mil a vencedores

#vaicomoveio

Para premiar o talento dos jornalistas paranaenses e reconhecer o trabalho desses profissionais que ajudam a divulgar as ações do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR junto à comunidade, a instituição realiza a segunda edição do Prêmio Fecomércio PR de Jornalismo.
O tema proposto é a “Educação gratuita no Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná”. Serão aceitas inscrições de matérias que façam referência a um ou mais programas de educação gratuitos ofertados pelo Senac e pelo Sesc no Paraná.
Podem ser inscrever profissionais e estudantes de jornalismo, que vão concorrer ao total de R$42 mil em prêmios, distribuído nas modalidades jornalismo impresso, telejornalismo, radiojornalismo e internet.
As inscrições já estão abertas e vão até 30 de abril de 2014. Inscreva-se pelo site www.fecomerciopr.com.br.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

ÓTV direto no celular

#vaicomoveio

ÓTV lança aplicativo sobre tudo o que acontece em Curitiba
Informações estarão disponíveis em tempo real

A ÓTV, canal de TV multiplataforma do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) tem uma novidade que vai facilitar a vida de quem mora ou curte Curitiba. O aplicativo ‘ÓTV’ já está disponível para download com toda a programação da ÓTV que poderá ser assistida direto do celular ou tablet, gratuitamente, e em tempo real. “Com este aplicativo as pessoas poderão ficar conectadas com a informação e as notícias na hora em que acontecem com a profundidade da análise e toda a credibilidade da ÓTV”, conta João Belmonte, gerente geral da ÓTV.

O aplicativo já está disponível na App Store e no GooglePlay, ou seja, tanto para usuários de sistema iOS como Android.Além disso, a ÓTV também está disponível no canal 11 da Net Digital Curitiba e pelo site www.otv.tv.br .

SBT obriga Sheherazade a se retratar por comentário polêmico

SBT passa um sabão em Raquel Sheherazade e a obriga a dizer que a opinião era dela, não da emissora. Visivelmente constrangidos, ela e o colega de bancada, Joseval Peixoto, comentaram a repercussão do comentário que Sheherazade fez, defendendo o espancamento de um suposto ladrão. Antes, exibiram uma reportagem defendendo o "bandidinho" e ouvindo um sociólogo que disse o óbvio: "Quem regula nossas vidas é o sistema jurídico, bom ou ruim". A reportagem também criticou os chamados justiceiros. Na volta, Joseval passou a bola: "Raquel, você é a favor da violência?" "Não, sou uma pessoa do bem (e citou Renato Russo). Eu defendo as pessoas de bem desse país, que foram abandonadas". Demonstrando claramente a bronca que levaram, Joseval explicou duas vezes a diferença entre editorial, opinião da emissora, e opinião pessoal dos apresentadores. Embananada na tentativa de se explicar, Sheherazade quase comete uma gafe: "defendi o direito da população se defender quando a polícia não chega... todos têm o direito de prender alguém em delito e... e.... e... o que não se pode fazer é confundir o direito de se defender com a barbárie e isso eu não fiz.". Ou seja: é a internet, mais uma vez, enquadrando a imprensona. E será sempre assim daqui pra frente.

Confira aqui o comentário em que a jornalista defende o desrespeito às leis e a justiça pelas próprias mãos:



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

37 mudanças na Secom e na eParaná

Da Gazeta do Povo
Troca-troca na Educativa
O começo de ano foi de troca-troca na Secretaria de Estado de Comunicação Social e na Rádio e TV Educativa. Funcionários foram exonerados, outros promovidos e alguns nomeados. O Diário Oficial traz um total de 37 movimentações. Entre os cargos mais altos, destaca-se a exoneração da publicitária Roberta Storelli, que foi presidente da Fundação Cultural de Curitiba. Ela deixou um cargo DAS-2 de diretoria na RTVE. Em seu lugar assume José Roberto de Melo.

domingo, 17 de novembro de 2013

Um canal no You Tube para uma velha história



Durante os cinco anos em que trabalhei na TV Sinal - Som, Imagem e Notícias da Assembleia Legislativa do Paraná (esse é o significado original da sigla, posteriormente alterado para Sistema de Notícias da Assembleia Legislativa), cobri basicamente as atividades em plenário, ou seja, temas essencialmente voltados à política. Nos primeiros seis meses, no entanto, também produzi alguns documentários para os programas culturais, artísticos e de turismo que preenchiam a programação da emissora. A exibição foi interrompida pela atual administração da TV Sinal, porém, devido à qualidade do material, os programas continuam a ser exibidos pela eParaná, emissora educativa estatal. Mas, como cada vez mais a vida só tem feito sentido na internet, decidi criar um canal no You Tube para armazenamento para a posteridade. O primeiro que encontrei foi este: Essa Casa Tem História - Fazenda Cancela, que retrata a antiga casa grande e hoje museu da propriedade que abrigou a Colônia Witmarsum, de menonitas russos-alemães fugidos da guerra, instalada no município de Palmeira..

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

De volta à TV com o Marca Paraná

Marca Paraná: agronegócio com nova abordagem (Foto: Jacir Costa)
Depois de quase um ano afastado do jornalismo televisivo - ao menos do vídeo - estou de volta na reportagem do programa Marca Paraná, exibido pela eParaná, canal 9 em Curitiba - e captado por parabólica em todo o país. O programa, voltado ao agronegócio paranaense, aborda produção, infra-estrutura, avanços tecnológicos, mercado, educação no campo e outros aspectos ligados ao setor com uma linguagem moderna e diferenciada. A produção começou em março e o Marca Paraná estreou em 26 de outubro.


A atração vai ao ar aos sábados, às 7h30, com reapresentações às terças e quintas, às 22h30. A apresentação é do jornalista Ney Hamilton, com reportagens minhas, de Fernanda Martins e Marcos Martins. A edição de texto é de Cláudia Almeida e a de imagens, de Rogério Saiz. Produção de Leonardo Franklin, com apoio de Marina Pilato, além de uma competente equipe de cinegrafistas, auxiliares e designer gráfico. Também é possível assistir aos programas já exibidos no nosso canal no You Tube.

Parte da equipe produz também o talk show Gente.com, apresentado por Mira Graçano e editado por Vanusa Vicelli. O programa vai ao ar de terça a sexta, às 22 horas.

Paraná abre linhas de crédito para migração de emissoras de rádio de AM para FM

#vaicomoveio

O governador Beto Richa adiantou ontem, em Foz do Iguaçu, que as emissoras de rádio têm na Fomento Paraná linhas de crédito para a modernização da estrutura e dos equipamentos para migração das frequências AM para FM. Richa destacou ainda o convênio da Copel com as emissoras para redução das despesas de energia elétrica. 

“Nossa presença neste importante evento demonstra o respeito para com os veículos de comunicação do Estado”, disse Richa na abertura do 22º Congresso Paranaense de Radiodifusão. O secretário estadual da Comunicação Marcelo Cattani, destacou a importância da radiodifusão para divulgação dos serviços públicos. “O alcance do rádio faz deste meio de comunicação um importante parceiro do governo estadual, que restabeleceu um diálogo franco e de respeito com a mídia paranaense”, afirmou Cattani.

Realizado pela Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), o evento, que prossegue até quinta-feira (14), reúne empresários e profissionais do rádio para debater as novas tendências de tecnologia, as oportunidades de negócio e as relações com os governos e demais segmentos da sociedade. 

O congresso comemora os 38 anos da Aerp. "A nossa entidade trilha um caminho de muito sucesso, com esforço permanente na modernização da radiofusão no Paraná", afirmou o presidente da Aerp, Márcio Villela. Ele acrescentou que os avanços conquistados nos últimos anos se deve, em parte, ao comprometimento e interesse do do governo estadual em promover ações no setor. "O governador Beto Richa mostra dedicação, resgate do diálogo e respeito aos radiodifusores", disse.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Wille e Hinça estreiam na 95 FM. Sinal tem que melhorar

Wille: jornalismo curitibano
O jornalista José Wille, que, recentemente, deixou a rádio CBN Curitiba, estreou hoje seu novo programa na 95 FM. O jornalístico, segundo Wille, é "de Curitiba para Curitibanos, em um horário em que a concorrência traz só informação nacional". O programa vai ao ar das 7h às 9 horas e tem ainda as participações de Belmiro Valverde e Daniel Medeiros.


Hinça: manhãs populares
Com um misto de jornalismo e programação popular, as manhãs da 95 trazem ainda Roberto Hinça e Lia Lago com música e entretenimento das 9h ao meio-dia.

O sinal da rádio, no entanto, deve melhorar muito se quiser competir com as fortes emissoras dos mesmos segmentos. Em algumas regiões de Curitiba o som fica quase inaudível.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Um elogio a Reinaldo Azevedo

Rápido, façam um print screen desta página. Este post pode se desintegrar em pouco tempo. Também pode ser negado no futuro. Mas devo admitir que, após ler integralmente pela primeira vez um texto do Reinaldo Azevedo - o da Paula Lavigne e suas biografias -, reduzi minha rejeição a este senhor de 100% para 97,43%.

Concordar com Reinaldo nesse texto, confesso, é muito fácil, afinal, apenas Lavigne, Roberto Carlos e meia dúzia de artistas - Chico já caiu fora - defendem a censura prévia de biografias, um instituto que, dizem, só existe no Brasil, falando-se de regimes democráticos. O problema é passar a concordar também com outros pontos de vista do colunista. Isso, sim, é assustador.

Nunca havia lido (um texto completo de) Reinaldo Azevedo por um hábito que adotei: não me aborrecer gratuitamente. Se não gosto, não acredito ou me incomodo com ideias idiotas, por que ler? Mas o fato é que, depois do texto sobre as biografias despi-me de meus preconceitos e engatei na leitura. E fui concordando com uma linha aqui, uma ideia acolá.

(Em relação à Veja, definitivamente, não há mais como conferir credibilidade à revista depois de tantos flagrantes de distorção de notícias e mentiras publicadas, muitas apontadas aqui)

Reinaldo Azevedo tem um poder de argumentação como poucos. Enxerga o que muitos não conseguem ver. E tem uma retórica que exige malabarismos para ser rebatida. Mas também tem seus fantasmas: em tudo coloca o PT, inclusive onde o PT não está. E defende um conceito de liberdade acima de tudo que, a meu ver, conflita com sua pose de legalista. Afinal, para viver em sociedade, mesmo a limpinha de Azevedo, é preciso respeitar a coletividade.

Nenhum homem é uma ilha, não é mesmo? Nem Reinaldo Azevedo.

Jornalista lança site com banco de dados para pesquisa

O jornalista Fábio Guedes lançou ontem o Vejamos.com.br, site que reúne um banco de mais de dois mil dados com informações estatísticas publicadas em matérias de jornais, revistas e sites, além de livros em geral.

Segundo o idealizador, são cerca de 60 temas diferentes, entre eles transporte, política, saúde, empreendedorismo, educação, agronegócio, economia e violência, com suas respectivas subcategorias.

"Agora, estudantes, jornalistas e executivos em geral passam a dispor de uma importante ferramenta para otimizar o tempo de pesquisa por informação e ficar por dentro das novidades relacionadas à sua área de atividade", afirma Guedes.

O Vejamos.com.br está também nas redes sociais: Facebook e Twitter.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mortes, tragédia, erros e a mentira da Record

As redes sociais, blogs, sites individuais e todas essas modernidades têm feito bem e mal ao jornalismo. Faz bem porque hoje quase nada mais fica escondido. A ocultação deste ou daquele assunto pelos veículos de comunicação, quando desmascarada, e isso quase sempre acontece, provoca um estrago tão grande na imagem da empresa que se prefere hoje desagradar poderosos em troca da benção dos internautas. O lado ruim disso tudo é que, agora, ninguém quer ser o último a dar a notícia, o que provoca uma série de equívocos e até injustiças.


O acidente do último domingo, que matou três pessoas em Curitiba, é o mais novo exemplo e merece reflexão. As manchetes berraram o dia todo: "Motorista embriagado avança sinal e provoca a morte de três pessoas". Ninguém se preocupou em apurar de verdade. Só bem mais tarde, quando o motorista, que estava, sim, embriagado, já havia sido sumariamente julgado e condenado é que a polícia declarou que quem furou o sinal foi uma das vítimas e o rapaz, talvez a reboque de um litro de uísque ou meia latinha de cerveja, não se sabe ainda, atravessou no sinal verde.

Os jornais impressos tiveram tempo de dar a notícia correta. A internet, por sua agilidade, acabou espalhando a informação, mas as notícias originais, com a condenação de quem não teve culpa, continuam por aí. O mais grave, contudo, foi o comportamento da Record - e falo apenas dela entre as emissoras de TV porque foi a única a que assisti na segunda à noite. A informação local, da RIC, estava correta. Porém, minutos depois, no Jornal da Record, a reportagem foi taxativa: "Em Curitiba, motorista bêbado avança o sinal e provoca a morte de três pessoas". (E é óbvio que eles já sabiam que isso não era verdade)

Não sei se a decisão foi da repórter ou da edição. Quem conhece os labirintos do jornalismo televisivo sabe que, muitas vezes, o caminho adotado para deixar uma reportagem mais chamativa nem sempre é o correto. Isso é muito comum quando as afiliadas querem inserir matérias na rede - e não venham me dizer que não porque já presenciei muita forçadinha no assunto para que ele renda, inclusive e principalmente em afiliadas da Globo. O estranho dessa vez foi a rede ter mentido. É triste, mas que sirva de lição ao menos a quem está chegando agora ao jornalismo, cheio de ideias: não há muita diferença entre um comportamento como este e o daquele deputado que votou a favor mas saiu dizendo ter votado contra a manutenção do mandato do deputado ladrão.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Jornal goiano denuncia plano para inocentar assassinos do radialista Valério Luiz

Do Jornal Opção

Hitchcock muda-se para Goiás e revela que o radialista Valério Luiz matou-se com vários tiros

Pronto: o radialista e comentarista esportivo Valério Luiz “suicidou-se” e ainda “matou” aquele que “queria” assassiná-lo. Com a rede de proteção que estão montando em torno de gente poderosa, se a Justiça goiana chegar a esta conclusão, o leitor não deve se surpreender.
Os assassinos de Valério Luiz estão mostrando uma capacidade de articulação, inclusive com apoio na imprensa, jamais vista em Goiás. Talvez jamais vista no Brasil. Anote: isto vai virar escândalo nacional. Breve.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Repórteres Sem Fronteiras tem Guia de Sobrevivência Online para fugir da espionagem

Como já ficou claro nos últimos dias, qualquer um que utilize a internet ou telefone está sujeito à espionagem - até mesmo a presidente da República. Para proteger a comunicação principalmente entre jornalistas e entre estes e suas fontes, a ONG Repórteres Sem Fronteiras criou um guia simplificado para proteger a comunicação online. As dicas estão no site da entidade, mas só podem ser consultadas em inglês ou francês.

O Guia de Sobrevivência Online, que garante 15 minutos de anonimato na internet, entre outras dicas, foi escrito pelo jornalista especialista em segurança digital Jean-Marc Manach e pode ser consultado pela página inicial do RSF.


Acusado de assédio na CBN, Aírton Cordeiro não é mais colunista da Gazeta

O comentarista Aírton Cordeiro, acusado por estagiárias de assédio sexual na rádio CBN Curitiba, deixou também sua coluna de esportes na Gazeta do Povo a partir de hoje. Ele escrevia três vezes por semana no jornal. Ao acessar o link da versão on line da Gazeta o leitor encontra a seguinte informação: "O colunista Aírton Cordeiro se desligou do jornal e não escreve mais neste espaço". O Terceiro Caderno chegou a informar, equivocadamente, o desligamento de Cordeiro do jornal algumas semanas atrás, quando surgiram as primeiras informações sobre a denúncia.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cidade Alerta Paraná estreia segunda-feira na Ric Record

O programa Cidade Alerta vai ganhar uma versão paranaense, com produção feita pela RICTV Record e apresentação de Paulo Gomes. O programa começa a ser exibido em todo o Paraná, na próxima segunda-feira (02), com reportagens produzidas na capital e nas praças de Maringá, Londrina e região Oeste.
“Com a entrada do programa Cidade Alerta Paraná na grade, a RICTV se consolida como a emissora que mais destina espaço para a programação regional. Temos produtos para todas as classes e perfis de telespectadores”, afirma o diretor de conteúdo do Grupo RIC Paraná, José Nascimento.
O programa paranaense vai seguir a mesma linha de produção da versão nacional da Rede Record, com materiais policiais, prestação de serviço, jornalismo comunitário e assuntos de entretenimento.

“O programa regional terá uma linguagem direta, sem medo de confrontar seja quem for e buscar a verdade dos fatos. Estaremos ao vivo, em contato direto com a população, que estará nos ajudando a fazer o programa. A interação com quem está em casa será grande”, comenta o âncora, Paulo Gomes.

Cidade Alerta PR - O cenário da atração obedece a um padrão estabelecido pela Rede, e o pacote de vinhetas e trilhas de áudio foi produzido em São Paulo, especialmente para o programa do Paraná. A versão regional será exibida às 19 horas, na sequência da versão nacional, apresentada por Marcelo Rezende, e antes do RIC Notícias, ancorado por Alessandra Consoli.

Acusado de assédio sexual na CBN, Airton Cordeiro diz que vai processar estagiária

Do Comunique-se

Acusado de assédio sexual, jornalista da CBN Curitiba vai processar estagiária



O caso de suposto assédio na CBN Curitiba ganhou mais um capítulo. Depois de ter sido acusado pela estagiária Mariana Ceccon, o comentarista esportivo Airton Cordeiro disse que irá processar a jovem. "Tenho pena dessa moça. A cartinha dela foi uma baixaria sem tamanho. Ela foi extremamente infeliz ao escrever esse texto", disse o comunicador ao G1.
Mariana divulgou nesta semana carta que fala sobre o assunto. Com detalhes, ela explicou que o problema começou em junho deste ano e que o jornalista fazia piadas de mau gosto. "Dentro do estúdio, durante os intervalos, o Airton começou a fazer piadas de péssimo gosto sobre o Caso Tayná, sobre política, sempre usando termos de baixo calão. 'Quer dizer que ninguém quis comer a buceta dessa tal de Tayná?'. Ninguém respondia, às vezes forçavam um sorriso amarelo ou como no meu caso, levava na 'esportiva' porque afinal eu sou a estagiária e aquele é o Airton Cordeiro! A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco e não seria eu que criaria caso", diz trecho da carta divulgada por ela.
Comentarista esportivo, Cordeiro negou as acusações de Mariana Ceccon (Imagem: Paraná Online)
A estudante de jornalismo, que estava na emissora desde março, contou que resolveu escrever o texto pois não era mais "possível ficar quieta sobre este assunto". Ela conta que colocou no relato exatamente o que ouviu de Cordeiro, isso porque não aguenta "mais ouvir coisas do tipo: 'ahh o velho tá no fim da vida, foi lá fez um galanteio e todo mundo tá fazendo esse escândalo', 'Ah o cara passou uma cantada e já levam para o lado do assédio'.
Com o caso, Mariana acabou saindo da emissora na terça-feira, 27. Cordeiro, até então, não havia se pronunciado sobre as denúncias. Nesta sexta-feira, 30, a estudante prestará depoimento, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp).
O caso
A história sobre o suposto caso de assédio foi revelada no começo deste mês, quando a situação foi denunciada pelos próprios jornalistas da emissora. No texto escrito por Mariana e divulgado nesta semana, ela relata o que aconteceu e afirmou que as acusações são contra o ex-deputado federal e jornalista Airton Cordeiro, comentarista esportivo da casa. Para ela, "não existe nada pior para um jornalista do que ter a credibilidade suja, a honra julgada e a moral extirpada".

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Estagiária relata em carta detalhes do suposto assédio sexual na CBN Curitiba

A estudante Mariana Ceccon, uma das supostas vítimas de assédio sexual na CBN Curitiba, publicou hoje a seguinte carta no site do Sindicato dos Jornalistas do Paraná:


"Em vista da enorme pressão a que venho sendo submetida nos últimos meses creio que não é mais possível ficar quieta sobre este assunto. Primeiro eu gostaria de deixar bem claro que em hipótese alguma eu gostaria que este caso viesse a público. Primeiro pela imensa humilhação, segundo por vergonha em olhar para as pessoas e por último pela inocente crença de que assuntos corporativos podem ser resolvidos dentro da empresa. Acontece que trabalhando em uma rádio nada do que acontece pode se manter por muito tempo em silêncio. Agora vejo meu direito de “ficar calada” ser completamente anulado quando pessoas me mandam mensagens perguntando se a tal estagiária sou eu, quando meus colegas me olham estranho, além de ler, ouvir, centenas de versões para uma história que sei que só eu posso dar um basta.

Em setembro completarei 6 meses de estágio na CBN Curitiba. Como muitos sabem eu adoro trabalhar lá. Meus colegas sempre me trataram bem, nunca como a “estagiária”, me passaram conhecimento, respeitaram-me como profissional desde o início. Tanto que eu tive a oportunidade de ajudar a produzir o programa, editar e nos últimos meses tive o privilégio de ajudar na construção do jornal de dentro do estúdio. Foi lá que eu pude conhecer melhor como funciona a programação e conheci pessoas que eu admiro muito.

Também no estúdio pude trabalhar com o comentarista Airton Cordeiro, uma pessoa que sempre respeitei pela história na imprensa paranaense. Nos primeiros dias de estúdio tratei o Airton como trato um tio avó. Ele me pedia para atender seu celular durante o programa e para ajudar com coisas no computador como, por exemplo, anexar e imprimir arquivos. Até então ele nunca havia me faltado com respeito.

No fim de junho começaram as baixarias. Dentro do estúdio, durante os intervalos, o Airton começou a fazer piadas de péssimo gosto sobre o Caso Tayná, sobre política, sempre usando termos de baixo calão. “Quer dizer que ninguém quis comer a buceta dessa tal de Tayná?” Ninguém respondia, às vezes forçavam um sorriso amarelo ou como no meu caso, levava na “esportiva” porque afinal eu sou a estagiária e aquele é o Airton Cordeiro! A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco e não seria eu que criaria caso.

No começo de julho um deficiente visual telefonou para rádio fazendo perguntas sobre como é o estúdio, etc. Depois de desligar o telefone relatei a ligação para todos e o Airton perguntou em alto e bom som: “Por que você não disse para ele vir aqui pegar na sua buceta e ver como é molhadinha?” Naquele momento eu fiquei chocada, como todos. Eu respirei fundo 1,2,3 vezes, mas decidi não falar nada a não ser um “vou falar para pegar no seu nariz Airton!” Brincadeiras... Brincadeiras de um babão.

Um ou dois dias depois Airton estava se despedindo de todos. Ia para Disney com a família. Naquele dia ele estava fazendo piadas horríveis com nome de entrevistadas, falando baixarias como nunca. Durante o programa ele se aproximou da minha mesa, como quem quer olhar alguma coisa no monitor do computador. Abaixou-se, tirou os cabelos do meu ombro e disse: “Eu estou morrendo de tesão em você e ainda vou te montar, você vai ver”. Estou relatando exatamente as palavras que ele me disse não porque eu queira ou esteja confortável para falar sobre isto, mas sim porque não aguento mais ouvir coisas do tipo: “ahh o velho tá no fim da vida, foi lá fez um galanteio e todo mundo tá fazendo esse escândalo”, “Ah o cara passou uma cantada e já levam para o lado do assédio”. E para deixar bem claro de uma vez por todas que o Airton não me fez nenhum elogio. Ele me tratou como um animal.

Ele falou isso e eu não fiz nada. Não respondi nada. Por muito tempo eu fiquei me sentindo um lixo por causa disso. Quando tomei coragem de contar, todo mundo me dizia: “Nossa se fosse comigo eu tinha enfiado a mão na cara... Nossa e você não falou nada?”. Não, eu não falei nada. Eu sempre imaginei que se algo desse tipo acontecesse comigo eu enfiaria a mão na cara do sujeito. Mas não enfiei. Fui só vomitar. Não posso descrever ao certo o sentimento. Você se sente tão humilhado, tão lixo humano, que não arranja força alguma para responder. Você tem vontade de se esconder e se sente suja. Não quer falar pra ninguém. E no segundo seguinte ele falou que estava indo viajar com a esposa, netos, filhos para a Disney comemorar os 50 anos de casado. Como alguém pode ser tão dissimulado?

Naquela sexta eu fui embora com a sensação física de que ia vomitar a qualquer minuto. Não queria ver meu namorado, nem meus pais. Decidi que apesar de amar trabalhar na rádio eu não ia mais voltar pra lá. Não queria mais ver aquela pessoa. 

Na segunda-feira, logo que cheguei à rádio, um dos meus colegas me chamou para tomar água. Eu não sabia, mas as “piadas” do Airton tinham vazado. Foi durante esta conversa que eu descobri que o Airton fez isso comigo, mas fez coisas muito piores com tantas outras funcionárias. Se eu não desse um basta ele só iria mais longe como já havia feito antes. Tomei coragem e contei para este mesmo colega que o Airton já havia me assediado e que não sabia o que fazer.

Com medo de a situação piorar e mais enojada ainda achei melhor conversar com o Álvaro Borba também. Relatei as palavras exatas que o Airton tinha me dito na sexta-feira e que eu não trabalharia mais lá. O caso foi passado para os superiores que pouco a pouco foram sabendo de tudo que aconteceu comigo e com as outras mulheres.

Recebi total apoio dos meus colegas diretos. Com o passar dos dias, o Airton bem longe de férias, fui me acalmando e aceitando a situação. O Wille me procurou, pediu desculpas em nome da CBN e garantiu que ia levar o caso diretamente para o alto escalão. Isto porque o diretor-geral da rádio é amigo pessoal do Airton e o maior medo era que o caso fosse abafado ou contornado sem as devidas providências. Neste meio tempo o Wille recebeu relatos de outras funcionárias e ex-funcionárias da rádio ficando cada vez mais irritado. Inclusive casos que passavam do plano verbal. Passadas de mão, intimidações, ofertas de dinheiro para levar funcionárias a motéis. Todas em mulheres que ele provavelmente considera estarem em posições inferiores dentro da empresa e vulneráveis.

Eu depositei todas as minhas esperanças de que o caso seria resolvido ali. Sem exposição, sem mais estresse. Até o dia em que a história vazou para fora. Em uma manhã eu vi a internet explodir em cobranças, piadas e vexames. Meu nome não estava ali, mas todo dia, desde o dia 18 de julho eu sofro um novo tipo de assédio: assédio moral. O mundo realmente é feito de um nojento machismo.

Não vou ficar aqui pregando ideologias feministas, mas depois de toda a situação que eu havia passado, abrir o Twitter e ver coisas do tipo “na capa da playboy de julho, a estagiária que revelou Airton Cordeiro revela tudo pra você”, “Airton Cordeiro comendo muito as estagiárias da CBN Curitiba”, “Imagine as quengas que trabalham na rádio”. Isso foi pior do que o próprio Airton. Todo mundo que me conhece o mínimo sabe o quanto eu luto e me esforço pra fazer minha carreira eticamente. E isso é a pior coisa que pode acontecer com alguém que tenha esses princípios. É ser exposta publicamente, como se eu estivesse querendo “tirar uma grana, ter 5 minutos de fama” ou pior, como eu já vi, “dado motivos” para que ele agisse assim.

Acho que ninguém que escreveu estas coisas ou vazou a história me conhece bem. Mas eu gostaria de dizer que vocês são tão ruins ou piores que o próprio Airton Cordeiro. Alguns podem achar tudo isso muito natural, podem achar que é coisa de uma pessoa senil. Mas não, não é. Isso não é normal. Imaginem se isso acontecesse com sua esposa, sua filha ou sua mãe e centenas de pessoas ainda julgassem a índole de quem você quer bem.

Com as coisas em níveis impraticáveis o José Wille levou a questão para a empresa. Eu não sei detalhes da reunião, a única coisa que me disseram foi que as gravações com os relatos de assédio foram mostradas. Com a omissão da chefia, o José Wille pediu demissão. Encarei meus colegas um a um com um sentimento de culpa. Apesar de não ter “cavado” a situação eu era a pivô. 

As atenções estavam voltadas para a casa. Todos os funcionários queriam uma reunião, uma palavra dos líderes da empresa. Queriam a garantia de que apesar da amizade, o diretor-geral não deixaria que o Airton voltasse, nem em 2 dias nem em 2 anos. Queriam algo por escrito. O próprio Álvaro chegou a escrever uma nota pública que foi levada até a direção frisando o fato de que o Airton não voltaria. Mais uma vez eu não sei os motivos, mas a tal retratação não foi assinada. 

A única coisa que eu sabia é que o Marcos Tosi tinha reunido testemunhos dos assédios que o Airton havia cometido. Inclusive eu mesma prestei depoimento. Mas, como o próprio Tosi divulgou em sua página no Facebook, “Infelizmente, como na antiguidade, o mensageiro da má notícia pagava o preço com a vida”. Até onde sei, documentar estes fatos não foi nem um pouco bem visto. Tosi sofreu o famoso “gelo” e devido a esta situação decidiu também sair da rádio.

Foi no dia 5 de agosto. O Tosi anunciou a demissão no começo da manhã. Em meio ao alvoroço o Álvaro chegou igualmente transtornado. Sem pronunciamento da direção, com biografias em jogo, o Álvaro não pensou duas vezes. Saiu pela porta e não voltou mais. 

Sou grata à atitude do Wille, mas como eu disse só falei com ele uma vez. Nunca tive a oportunidade de contar a ele como eu estava me sentindo ou pensando, então espero que este texto possa suprir esta falta. 

Quanto ao Álvaro e ao Tosi, eu não tenho palavras. Todos na rádio perderam não só o âncora, o chefe, mas grandes amigos. E digo isso não porque os dois eram meus amigos fora da rádio ou porque tivemos convivência fora do ambiente de trabalho (nunca os vi, nem de longe sem ser dentro da rádio). Digo isso porque foi a sensibilidade do Tosi ao abordar o assunto, as vezes que acabei chorando e que ele soube escutar que me fazem o considerar um amigo. O Álvaro considero igualmente um amigo por ter segurado a barra na linha de frente. Pelas conversas, apoio e orientações. Pela sensibilidade em proteger meu “início de carreira”, minha integridade e meu nome como até hoje o estavam fazendo. 

Não estou escrevendo essas coisas para rasgar seda e sim para colocar os pontos nos “is”. Não tive a oportunidade de falar com todos os meus colegas sobre isso, então espero que estas palavras cheguem a todos e esclareçam de fato o que aconteceu.

Com a perda de 3 âncoras e sem uma palavra oficial, os funcionários da CBN entraram em greve. O holofote estava apontado para a rádio, notícias em vários jornais, até de circulação nacional. A bomba explodiu. Veio a nota pública da direção, mas ainda choveram informações desencontradas.

Espero que esse texto também venha reparar a culpa que sinto por ter abalado todos os funcionários, sem exceção. Sei, e muitos já me falaram e deixam todos os dias claro que a culpa não é minha. Mas apesar de desejar, eu não consigo aquietar meus pensamentos com isso. Eu sei que esta história não só tirou o trabalho de 3 pessoas e prejudicou suas famílias, como eu sei também que os outros que ficaram foram igualmente prejudicados com a alta carga de trabalho, responsabilidade e estresse. Em poucas horas repórteres tiveram que assumir a produção, apresentação, chefia e se desdobrar em vários turnos. E o pior, ter de lidar com a sempre ferrenha crítica dos ouvintes.

Não dá para culpá-los. O ouvinte tão acostumado as vozes familiares, da noite para o dia foi privado da rotina de escutar o programa. E com isso também espero me desculpar com todos os 13 ouvintes que só eu atendi e não pude dizer isto, aos incontáveis que mandaram email, manifestaram-se pelo Twitter ou pelo Facebook da empresa. Eu sei que nenhum de vocês precisa pagar por esta história, mas “todos estamos trabalhando em triplo pra garantir a qualidade na programação”. Não é só demagogia.

Na segunda não fui trabalhar. Mas terça tomei coragem, lavei o rosto e encarei meus colegas. Não porque eu sentisse que estava devendo alguma coisa para a empresa e sim porque eu estava devendo alguma coisa para os meus colegas que estavam tocando o jornal, acreditem, em 4 pessoas! Uma produtora, um apresentador, uma repórter e um operador de som. Duas horas e trinta minutos de programa. 

Fui e continuo indo trabalhar por esta razão. Sinto que o mínimo que eu posso fazer é dividir a carga comigo também e ajudar as pessoas que não podem largar os trabalhos ou que não estavam diretamente envolvidas no conflito, mas que estão pagando o alto preço. 

E, por fim, é hora de tornar público porque é uma tentativa de me sentir menos humilhada e envergonhada. Está na hora de encarar as coisas de frente e assumir de uma vez por todas que sim isto aconteceu comigo. Aconteceu com várias mulheres e passar adiante a lição de que assédio sexual não é sobre sexo. É sobre poder.

Ainda temo pelas consequências desse episódio. Tenho medo do que isto pode significar para a minha carreira. Tenho medo de que me associem a isto por muito tempo não importando o quanto eu me esforce para fazer com que os méritos sejam maiores do que a polêmica. Tenho medo de que isto cause mais ira nas pessoas “poderosas” atingidas e de que isto me prejudique de alguma forma física, jurídica ou profissional. Tenho medo de como meus amigos e familiares vão reagir. 

Mas eu tenho o dever de escrever isso não porque quero ser uma “bandeira do feminismo”, mas porque não quero que esta história vire algo do tipo: “isto foi um complô contra mim, ninguém prestou queixa, não há provas”. Por respeito a todos os meus companheiros de profissão, da rádio e também os que eu nem conheço. Por respeito, julgo ético não me calar agora. Estou ouvindo muitos murmúrios, ‘disse que não me disse’. E sei que eu sou a única pessoa que pode relatar o que aconteceu verdadeiramente, por que só eu tenho o direito de me expor desta forma, aguentando as consequências desta exposição. 

Chega de boatos, piadas de mau gosto e colunistas defendendo o Sr. Honra e Moral. Honra, moral, ética e profissionalismo são o que fazemos no nosso dia a dia. Se hoje eu não durmo bem é por culpa do sofrimento que isto causou a todos. Mas e o Sr. dorme bem? Põe a cabeça no travesseiro tranquilo? Você olha para a sua esposa, 50 anos casado e não sente nenhuma ponta de remorso? Ou no fundo você acha que essa canalhice é “um sorriso”? O que você VERDADEIRAMENTE fez é repulsivo e caso de polícia. Sinto nojo por mim e mais nojo ainda pelas coisas que você fez com mulheres que não podem e não querem falar, porque tem medo que isto prejudique profundamente suas vidas, mais do que você já prejudicou.

Poderia te desejar um processo bem dado, polícia, inquérito e tudo mais. Mas o que eu posso desejar que fosse pior do que você deve estar vivendo? Pode ter a certeza de que apesar de achar que a justiça não será feita por vias legais eu acredito que de alguma forma você vai pagar por essa canalhice. Pode ser no âmbito criminal, trabalhista, sindical, ou seja lá o que for. Eu não tenho a defesa de grandes escritórios de advocacia, não sou ex-deputada federal, mas a verdade e a vergonha na cara já me bastam.

Se você dorme bem e com a consciência tranquila, muito bom para você. Mas não existe nada pior para um jornalista do que ter a credibilidade suja, a honra julgada e a moral extirpada. E aqui vou parafrasear o Álvaro. “Biografia, a gente só tem uma...” O que vão escrever na sua?"