segunda-feira, 19 de abril de 2021

Elias Vaz cobra da Secretaria Estadual de Saúde multa a Bolsonaro por não usar máscara em Goiás

Bolsonaro sem máscara em Goianápolis (Reprodução)

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) encaminhou denúncia formal ao secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino Júnior, para que o presidente Jair Bolsonaro seja multado por não cumprir o uso obrigatório de máscara em território goiano. A medida é exigida pelo decreto estadual 9.848, de 13 de abril de 2021. “O artigo 10 é muito claro e estabelece a obrigatoriedade de uso de máscaras sempre que os cidadãos saírem de suas casas. Vale para todos, inclusive para o presidente, que insiste em circular por Goiás provocando aglomeração e sem máscara”, afirma o deputado.

No documento encaminhado ao secretário, o parlamentar defende que a multa deve ser de R$ 2 mil a R$ 5 mil, de acordo com a Lei Estadual n° 16.140, de 02 de outubro de 2007, visto que a prática de Bolsonaro é reincidente e com dolo. “É uma transgressão consciente, reiterada e perigosa, haja vista que as comitivas são compostas de dezenas de pessoas que trabalham no apoio e na segurança. Além disso, há outra dezena de políticos, autoridades e apoiadores que o acompanham nessas ocasiões. Esses eventos trazem graves riscos ao nosso povo”, destaca Elias Vaz na denúncia.

Desde o início da pandemia, o presidente visita Goiás sem utilizar a proteção facial. Foi assim em visitas ao Hospital de Campanha de Águas Lindas, a Abadiânia e outros municípios, como São Simão, onde participou de evento no dia 04 de março deste ano e proferiu o trágico discurso criticando as pessoas que cumprem medidas sanitárias. “Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram. Temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, disse Bolsonaro na ocasião.

No último sábado, dia 17 de abril, ele visitou a cidade de Goianápolis. Mesmo sem máscara, cumprimentou populares e até pegou um bebê no colo. “O descumprimento da lei goiana foi registrado por vídeos nas redes sociais e pela imprensa local e nacional. Não faltam provas contra Bolsonaro. Esperamos que o secretário estadual de Saúde cumpra o decreto e estabeleça a multa para o presidente. Caso contrário, ele pode responder pelo crime de prevaricação”, finaliza Elias Vaz.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Novo lote de vacinas chega a Goiás

Novo lote de 187.750 vacinas chegaram hoje a Goiânia para integrar a campanha de imunização do Estado contra a covid-19. As vacinas foram transportadas gratuitamente pelo avião solidário da Latam  do aeroporto de Guarulhos para Goiás e outros dez estados. Ao todo, a nova remessa somou 1.489.400 doses.

Do lote goiano, 111.750 são da CoronaVac e 76 mil da AstraZeneca. Os imunizantes serão utilizados para a vacinação de profissionais da saúde e segurança pública e idosos, em primeira e segunda doses.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Vacinômetro permite acompanhar distribuição e aplicação de vacinas em Goiás

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) disponibilizou hoje um painel próprio que permitirá que qualquer cidadão acompanhe informações atualizadas sobre a distribuição e aplicação das vacinas contra a Covid-19 em Goiás.

O Vacinômetro reúne informações produzidas pelo Ministério da Saúde quanto à aplicação das doses, e ainda dados detalhados sobre a distribuição e entrega promovidas pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A ferramenta permite filtrar e exportar as informações de cada município.


painel conta ainda com um mapa interativo que permite avaliar o percentual da população vacinada em cada município. A ferramenta revela que o avanço da vacinação nos municípios varia entre 4,22% e 33,06%.

O Observatório do Cidadão pode ser acessado pelo site do TCE/GO, ou pelo link: https://portal.tce.go.gov.br/vacinometro-goias

Treze outdoors com inscrição "Bolsonaro Genocida" em Goiânia

A União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO) espalhou 13 outdoors em Goiânia com a inscrição "Bolsonaro, seu governo é genocida". A ação, resultado de uma vaquinha online, é uma reação à destruição por vândalos, em 24 horas, de um outdoor semelhante instalado em março no setor Universitário.

O primeiro protesto foi realizado em apoio a manifestações semelhantes realizadas em Palmas (TO), que passaram a ser investigadas pela Polícia Federal a mando do governo Bolsonaro. Em entrevista ao Popular, a presidente da UEE-GO, Thaís Falone, disse que o objetivo é protestar contra a insensibilidade de Jair Bolsonaro diante da pandemia de covid-19 e cobrar vacinação para todos.

As novas placas foram instaladas em pontos estratégicos da capital, em que há grande circulação de pessoas e câmeras de vigilância.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Mais de 100 mil crianças e adolescentes morreram vítimas de agressões na última década

(Imagem: drobotdeam - freepik)

O País foi novamente surpreendido na última semana com a divulgação, em rede nacional, dos desdobramentos da investigação sobre a morte do menino Henry Borel, 4 anos, vítima de violência intrafamiliar gravíssima que o levou à morte. Infelizmente, o episódio revela uma triste realidade no Brasil, que nos últimos dez anos ceifou a vida de pelo menos 103.149 crianças e adolescentes entre o nascimento e 19 anos. Números analisados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revelam que, entre 2010 e agosto de 2020, cerca de duas mil vítimas fatais de agressão tinham menos de 4 anos de idade, média de 200 crianças semelhantes ao caso de Henry por ano.

"O caso do menino Henry não pode ser ignorado e deve ser apurado com todo o rigor que a lei exige. Tal barbárie deve alertar, ainda, para a existência de outras crianças e famílias que vivem dramas semelhantes, mas poucas chegam à mídia. O Brasil precisa estar preparado para, por meio da efetiva implementação das políticas de prevenção à violência na infância e na adolescência, garantir ações articuladas entre educação, saúde, segurança e assistência social", defendeu a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva.

CONFIRA AQUI OS NÚMERO POR IDADE

As agressões estão agrupadas no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) no Capítulo XX de Causas externas de morbidade e mortalidade e representam uma das causas mais comuns de ocorrência no Brasil. Junto aos acidentes, são a maior causa de morte a partir de um ano de idade até aos 19 anos.

De acordo com a presidente da SBP, estudos científicos e a prática dos profissionais que lidam com a infância e a adolescência indicam que o tratamento humilhante, os castigos físicos e qualquer conduta que ameace ou ridicularize a criança ou o adolescente, quando não letais, podem ser extremamente danosos à sua formação de personalidade e como indivíduos para a sociedade, bem como interferem negativamente na construção da sua potencialidade de lutar pela vida e no seu equilíbrio psicossocial. "Nascer e crescer em um ambiente sem violência é imprescindível para que uma criança tenha a garantia de uma vida saudável, tanto física quanto emocional", destacou.

PANDEMIA

Embora os dados de mortalidade de 2020 ainda sejam preliminares, os especialistas acreditam que o isolamento social, essencial para conter a pandemia do novo coronavírus, tenha exposto a população pediátrica a uma maior incidência de violência doméstica e, consequentemente, aumentado o número de casos letais.

As medidas de distanciamento social, incluindo o fechamento de escolas, foram adotadas por mais de 170 países e afetaram quase 80% de toda população estudantil mundial, fazendo com que a maior parte das crianças permanecesse praticamente todo o tempo em suas casas. Sabe-se, por exemplo, que só no mês de março de 2020, o Brasil apresentou aumento de 17% no número de ligações notificando a violência contra a mulher.

"De maneira similar, trabalhos nacionais e internacionais destacam que, diante de um cenário de risco e vulnerabilidade social, o isolamento domiciliar expõe crianças e adolescentes a maiores conflitos e tensões e à piora da violência intrafamiliar, sem que tenham condições de denunciar esta violência ou ser ela percebida pelos outros meios que estaria frequentando, como a escola", explicou Marco Gama, presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP.

Segundo ele, o estresse característico desse período, causou impacto em todos os cenários e tem aumentado a chance de violência e os resultados negativos para a saúde física e mental das crianças. No entanto, avalia, independentemente da pandemia, os casos de violência contra os mais frágeis, no caso criança e adolescente sempre existiram, sendo a maioria de natureza doméstica ou intrafamiliar.

"As situações de violência doméstica que levam à morte crianças e adolescentes costumam ser casos crônicos, repetitivos, de violência progressiva, onde a vítima não recebeu a assistência e as medidas de proteção que deveriam ter sido tomadas para mantê-la viva, tanto dos outros familiares, como da sociedade e do Estado", alertou.

Para a dra. Luci Yara Pfeiffer, também do DC de Segurança, é preciso que o mito de que criança e adolescente são propriedades de seus pais ou responsáveis, que podem fazer com eles o que quiserem, precisa ser abolido da sociedade. "As crianças e adolescentes precisam deixar de ser invisíveis, bem como seus sofrimentos. Todos que testemunham violências contra eles, ou que tenham suspeita de que estejam sendo agredidos, seja física, seja psíquica ou sexualmente precisam notificar, tentar orientar, acompanhar e proteger. As crianças e adolescentes dependem de todos nós para crescerem em uma vida digna e saudável", enfatiza.