quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Genial/Quaest: Lula pode levar no 1º turno; Moro ameaça 2º lugar de Bolsonaro

A sétima rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro consolidou o seu lugar como o terceiro candidato na disputa presidencial de 2022. Embora seus índices estejam bem atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 46%, e do presidente Jair Bolsonaro, com 24%, Moro se isolou dos adversários mais diretos pelo terceiro lugar. O ex-juiz tem 11% das preferências no cenário com Lula, Bolsonaro e com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes; e 10% no cenário mais completo: Ciro tem 5%, o governador João Doria (SP) tem 2% e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, 1%. A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 5 de dezembro com 2.037 entrevistas presenciais em todos o Brasil.

Os recortes da pesquisa mostram que Moro está tomando espaço de Bolsonaro e Ciro. Quando ele é retirado da disputa, quem mais ganha é Bolsonaro.  Também na simulação de segundo turno há um sinal positivo para Moro: ele perde para Lula de 53% a 29%, mas em outubro a diferença era de 35 pontos percentuais.

Moro está vagarosamente ocupando um espaço de quem é nem Lula, nem Bolsonaro, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest. Mas ele precisa modular o discurso. A rejeiçãé muita alta, só abaixo da de Bolsonaro: 61% das pessoas que conhecem o ex-juiz dizem que não votariam nele”.



Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro perderia para Lula, Moro ou Ciro. Contra o ex-juiz, o placar seria de 34% a 31% para Moro. Contra o ex-governador do Ceará, 39% a 34% para Ciro. E, contra Lula, o atual presidente perderia de 55% a 31%. Como na pesquisa passada, Lula venceria em todos os cenários de segundo turno e manteve a possibilidade levar a eleição já no primeiro turno, com 52% dos votos válidos.

De modo geral, Bolsonaro parece ter estancado a má avaliação de seu governo. Em novembro, 56% dos entrevistados avaliavam negativamente o governo. Em dezembro, esse número é de 50%. A avaliação negativa caiu em todas as regiões do país, exceto o Nordeste; em todas as faixas de renda ou de escolaridade; e entre homens e mulheres.

Em contrapartida, quando perguntados sobre a atuação do governo em diversas frentes – como o combate à corrupção e à Covid-19 – os brasileiros se mostram descontentes. Para 47%, a avaliaçãé negativa na luta contra o coronavírus; 48% consideram negativa a atuação contra a corrupção; e 70% acham negativa a ação do governo contra a inflação. Geração de empregos (51%), combate às queimadas na Amazônia (51%) e combate à violência (50%) também foram mencionados de forma negativa.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Empresário goiano que fazia propaganda extemporânea para Bolsonaro é enquadrado pelo Ministério Público

Um empresário goiano que abusava do poder econômico para fazer propaganda eleitoral extemporânea para Jair Bolsonaro (PL) recebeu um chega-pra-lá do Ministério Público Eleitoral. A informação é da repórter Leicilane Tomazini, de O Popular. Dono de outdoors, o empresário instalou, às margens da BR-153, no trecho urbano de Goiânia, uma bandeira do Brasil com as frases: "The Best Capital" e "Brasil Acima de Tudo", slogan de campanha do pior presidente de todos os tempos. 

A propaganda disfarçada não passou despercebida. O promotor Haroldo Caetano considerou que a peça tem cunho eleitoral e determinou a retirada. O empresário ainda argumentou que se trata de "patriotismo" e que o painel está disponível para locação, por isso é utilizado com uma publicação de sua autoria. Não colou. Agora, onde havia o slogan bolsonarista, lê-se "Juntos Somos Mais Fortes".

A reportagem cita apenas este outdoor, mas existe outro, que já vi pela cidade, sem me recordar, no momento, onde. Provavelmente também foi substituído.

Brasil, o país do "vai que cola".

Idosos podem pagar mais pelo plano de saúde com alteração no Estatuto do Idoso

São inúmeros os ataques que as minorias e a população marginalizada vêm sofrendo desde o início do governo Bolsonaro. Nunca, talvez nem na época da ditadura militar, tantos direitos foram suprimidos ou atacados. Agora, o Congresso Nacional prepara mais uma maldade: a alteração do Estatuto do Idoso para permitir aumentos abusivos nos planos de saúde das pessoas com mais de 60 anos.

A atual lei dos planos de saúde vem sendo debatida há alguns meses na Câmara Federal em uma comissão especial. Até aí, nada de novo. A legislação permanentemente discutida e alterada, de acordo com as demandas do país. O problema é que alterações propostas buscam permitir que os aumentos exorbitantes hoje proibidos sejam liberados para as seguradoras decidirem como quiserem.

 A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), emitiu nota de repúdio contra a proposta, em conjunto com diversas entidades.

“A SBGG reitera que o tema deve ser avaliado com cautela: o impacto dessa medida poderá inviabilizar o acesso de milhões de idosos aos planos privados de saúde e sobrecarregar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS).”, diz o documento. “Vale lembrar que o art. 15, § 3º, da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), veda qualquer discriminação em razão da idade para o idoso, evitando aumentos abusivos por faixa etária nos planos de saúde a este segmento populacional”.

É necessário ficar atento a essa discussão. Sob Bolsonaro, os ataques são permanentes.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

DCM deve explicações sobre falsa morte do Coronel Siqueira

No jargão jornalístico "barriga" é o termo usado para designar uma notícia equivocada, um fato informado que depois descobre-se ser falso. É o que parece ter ocorrido com a notícia da morte do autor do famoso personagem Coronel Siqueira, um suposto bolsonarista raiz que apoia tudo o que o Mito faz de errado - ou seja, tudo.

Ao embarcar, aparentemente sem questionar, na história contada pela viúva de Sergio Liotte, Patrícia Liotte, de que o jovem falecido marido era o criador do perfil e a conta havia sido "roubada" por supostos coautores, o Diário do Centro do Mundo inflou a internet, primeiro, pela notícia em si, depois, pela insistência na informação mesmo com o desmentido de outra pessoa que garante ser o criador da conta.

A história ganhou ares de surrealismo, com matérias em órgãos de imprensa, ora duvidando do DCM, ora duvidando do "vivo" Coronel Siqueira, com acusações de falsidade de ambos os lados. Também fiquei em dúvida no início, confesso.

Mas, ontem, em um Space, serviço de conferência por áudio do Twitter, o Coronel Siqueira que permanece vivo, me parece, erradicou qualquer dúvida em relação a ser ele mesmo o criador do perfil. A cronologia apresentada, os prints das conversas com jornalistas de outros veículos, o desenrolar dos fatos deram total verossimilhança a sua versão.

Pra mim não resta mais dúvidas de que o jovem que vive na Europa seja realmente o criador e o alimentador da conta - o único, como ele mesmo diz. Há questões claras que indicam isso. A principal prova, na minha avaliação, é sua coluna na Carta Capital. Ora, se o criador do personagem no Twitter era mesmo Liotte, por que ele nunca se manifestou pelo fato de ter outra pessoa assinando uma coluna em seu nome? Parece óbvio, não? Outro fato interessante é que a foto que estampa o perfil do Coronel foi criada em uma aplicativo, é artificial, ao contrário da afirmação da viúva de que se tratava de um tio comunista.

Mas, no final das contas, o que deixou especialmente a esquerda perplexa foi a virulência do DCM contra o verdadeiro Coronel e contra a própria Carta Capital, ambos os veículos do mesmo espectro ideológico. Siqueira disse que foi acusado aos berros de ter roubado a conta pelos integrantes do DCM, de quem, pasmem, ele já foi parceiro.

A Revista Fórum também comprou a versão do DCM, numa espécie de primos pobres contra a prima rica da esquerda. A Fórum, inclusive, que acompanhava o Space ontem, deixou a conferência assim que o Coronel Siqueira mostrou que uma repórter da revista exigia cópia de sua identidade para provar que ele era ele mesmo. Estranho, tudo muito estranho.



De qualquer forma, após a repercussão negativa contra o DCM e a fragilidade da história contada, o repórter responsável pela barriga, Fabrício Rinaldi, parece ter se dado conta de que caiu em um golpe. Ontem, falava em aguardar o luto da viúva para receber as provas que ela garantia ter sobre a autoria da conta. Mas já não mantinha a mesma veemência das afirmações anteriores.

O DCM, assim como a Fórum e o Brasil 247 são importantes trincheiras da esquerda, ao lado, claro, da Carta Capital. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu entre os veículos e seus editores, a não ser eles mesmos, que resultou na história mais bizarra da internet nos últimos tempos. O DCM, se quiser manter sua credibilidade, deve explicações a seus leitores e financiadores. Deve explicar, como já se perguntou por aí, a quem interessa matar o Coronel Siqueira e criar rusgas entre veículos que deveriam ser parceiros, até onde eu entendo.

Barriga acontece. Humildade e coragem para corrigir o erro são exigências.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Tatuador se recusa a tatuar o símbolo da suástica: "Não vou participar do hate"

O tatuador Bruno Moreira recebeu um pedido inusitado e um tanto quanto estranho. Um cliente chegou ao seu estúdio em São Paulo querendo fazer uma tatuagem toda trabalhada, uma caveira com cobra e algumas flores. Até aí tudo bem, mas um detalhe a mais na tatuagem chamou a atenção: uma bandeira da suástica, símbolo que representa o nazismo e apoiadores de Adolf Hitler.

Bruno se recusou a fazer a tatuagem e devolveu o dinheiro, já recebido, para o cliente. 

Ao comentar sobre o assunto, o tatuador explica: "Pedidos com detalhes diferentes nas tatuagens por aqui no estúdio são comuns, mas com esse, realmente, foi o pior. Normalmente, eu recuso pedidos com símbolos assim."

Ele explicou nas redes sociais: "Como um artista, o tatuador tem todo o direito de escolher que tipo de arte aceita fazer em seus clientes e é por isso que recusei a fazer o símbolo da suástica."