segunda-feira, 4 de junho de 2018

Prefeito liberal se elege por partido socialista

Claussen, um liberal no partido socialista (F: Divulgação)
Que a política brasileira está perdida como cachorro que caiu da mudança todo mundo sabe. Ainda assim, algumas notícias mostram que ainda temos um bom caminho a percorrer até chegarmos ao fundo do poço, se é que ele existe. Uma delas é a eleição, ontem, de Vinicius Claussen como prefeito tampão de Teresópolis (RJ).

Integrante do Livres, movimento liberal que reúne lideranças e jovens em torno, obviamente, do liberalismo econômico, Claussen foi eleito pelo Partido Popular Socialista (PPS), sigla herdeira do antigo Partidão, o PCB, Partido Comunista Brasileiro.

Na eleição suplementar, o candidato recebeu 23,5 mil votos, 36,58% do total. A assessoria de comunicação do novo prefeito ressalta que sua escolha reflete o "movimento de renovação política" do país. "O empresário, de 39 anos, nunca havia sido candidato ou ocupou cargo público. Presidente do Teresópolis Convention & Visitor Bureau, Claussen é formado em administração e pós-graduado em gestão empresarial; e promete trazer essa experiência para a administração da cidade que teve sete prefeitos em sete anos, o último afastado pela Lei da Ficha Limpa", diz o texto.

"Teresópolis precisa de um gestor. Eu nunca fui político. Temos que encarar a prefeitura como uma grande empresa", afirma Claussen.

O prefeito promete, como uma de suas primeiras medidas, uma auditoria nas receitas e despesas do município, lembrando que as contas de 2016 foram reprovadas pelo TCE.

Claussen e o médico Ari Scussel Junior, seu vice, "registraram em cartório a promessa de doar os salários líquidos ao longo da gestão de dois anos e meio, num total de cerca de R$ 600 mil. Confira o programa de governo."

(*) Com informações da Assessoria de Imprensa

terça-feira, 29 de maio de 2018

Tiro, porrada e bomba: manifestante pede e recebe intervenção militar

Manifestante pede e recebe intervenção (F: O Livre)
Parece piada, poderia ser, mas não é. Pelo menos um manifestante pró-intervenção militar levou tiros de balas de borracha e foi atacado por bombas de efeito moral por soldados do Exército em Cuiabá. As informações são do site O Livre.

Segundo a notícia, cerca de 200 pessoas sentaram na pista próxima ao Distrito Industrial para tentar impedir a passagem de caminhões escoltados pelo Exército, quando foram atacados pelos soldados. “Nós sentamos na pista e eu comecei a filmar. Não sabia que o Exército ia reagir dessa forma. Não apareceu no vídeo, masum dos soldados disse que atiraria até na cabeça se o pessoal não saísse”, contou Rodrigo Camargo, motorista de Uber que, momentos antes, cantou o hino nacional e pediu intervenção militar. Segundo ele, provavelmente outros manifestantes ficaram feridos.

Para a Folha, desemprego aumentou; para o G1, recuou

À esquerda, manchete da Folha; G1 foi mais generoso com o governo

Os dados do desemprego divulgados hoje pelo IBGE tiveram interpretações diferentes entre alguns veículos de comunicação. Para o Folha de S.Paulo, o desemprego aumentou. Para o G1, da Globo, o desemprego diminuiu.

Nenhuma das duas informações está errada. A Folha compara os dados do trimestre encerrado em abril com o encerrado em janeiro. Entre novembro de 2017 e janeiro de 2018, o índice era de 12,2% e, entre fevereiro e abril deste ano, o número saltou para 12,9%.

Já o G1 preferiu outro recorte: comparou os trimestres encerrados em abril e março, quando houve ligeira queda, de 13,1% para 12,9%.

Como, para a maioria dos leitores, o que vale é a manchete, porque poucos se dão ao trabalho de ler a notícia, cada veículo serve ao seu senhor.

domingo, 27 de maio de 2018

Candidato ao Senado, coronel da PM Goiás chama Temer de "Pinóquio" e prega desobediência

"Esse é o meu senador", diz fã do coronel (Reprodução Facebook)
Circula desde ontem na internet um vídeo gravado pelo tenente-coronel Caixeta, da Polícia Militar de Goiás, em que o policial chama Michel Temer de "grande mentiroso" e "Pinóquio" ao comentar a greve dos caminhoneiros. Segundo Caixeta, o governo interino mente ao dizer que irá desobstruir as rodovias usando forças militares. "As rodovias federais não estão obstruídas", diz. "O acordo que você anunciou entre o governo e os caminhoneiros é uma grande mentira. Prova disso é que os caminhoneiros estão aqui na BR. Você fez acordo com algum sindicato pelego que não tem representatividade", completa Caixeta. O coronel também desqualifica o Judiciário e o Congresso. "Os militares já escolheram o povo", ameaça. Seria uma conclamação a um golpe sobre o golpe?

Nada disso. A julgar pelo seu perfil no Facebook, o tenente Walter Caixeta de Araújo, na verdade, é pré-candidato ao Senado e, consequentemente, espera ganhar alguns votos com a postagem. Parece ter dado certo. O vídeo vem recebendo muitas manifestações de apoio.

Assista:


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Diminuição do Estado e reforma do sistema político são essenciais no combate à corrupção, defende ministro Barroso

Barroso abriu o 3º Fórum Transparência e Competitividade (F: Divulgação)
O Estado grande demais e o atual sistema político são as grandes causas da corrupção no Brasil na opinião do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso. Para ele, os incentivos à corrupção no Brasil são muito grandes porque os riscos de punição são mínimos, o que leva muitas pessoas a adotarem condutas erradas. Barroso proferiu a palestra magna na manhã desta segunda-feira (21), no 3º Fórum Transparência e Competitividade, realizado pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com o Cifal, organismo das Nações Unidas.
Para o ministro do STF, é impossível debater corrupção no Brasil sem debater o sistema político. “O sistema político brasileiro está ligado ao sistema eleitoral, que é caro demais e de baixíssima representatividade”, disse. Para ele, é preciso uma reforma que reduza o custo. Barroso citou como exemplo uma campanha para deputado federal num estado médio da federação, que custa entre R$ 5 e R$ 10 milhões. “Ao longo de um mandato, um deputado vai ganhar no máximo R$ 1,1 milhão. A diferença entre o que custa uma campanha e o que o candidato eleito vai ganhar é a principal causa da corrupção. A conta não fecha e esta diferença precisa ser buscada em outro lugar”, disse, acrescentando que o financiamento eleitoral está na base da grande maioria dos problemas que enfrentamos hoje.
Barroso diz que a representatividade é também muito importante. “O eleitor vota em quem quer, mas elege quem não quer porque o voto vai para o partido. Menos de 10% dos deputados são eleitos por seus próprios votos. O eleitor não sabe exatamente quem elegeu e o candidato não sabe exatamente por quem foi eleito. Ou seja, o eleitor não tem de quem cobrar e o eleito não tem a quem prestar contas”, disse, afirmando que o sistema político introduziu um descolamento entre a classe política e a sociedade, que não se comunicam de maneira adequada, defendendo o voto distrital misto. Segundo ele, isso permitiria que a campanha fosse feita para um número limitado de pessoas, o que barateia o processo e aproxima o eleitor do eleito, garantindo uma verdadeira representatividade. O ministro defendeu também a redução do número de partidos. “Criar partido político no Brasil virou um business porque o que motiva é o tempo de televisão durante a campanha”, criticou.
(*) Com informações da Assessoria de Imprensa do Sistema Fiep