quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A bolha de Bolsonaro nos salvará

Muito se comenta sobre o discurso lunático proferido na Assembleia da ONU por Jair Bolsonaro. Vivendo em um mundo paralelo, quase esquizofrênico, ele mentiu, inventou, atacou e, acima de tudo, mostrou, mais uma vez, seu completo deslocamento da realidade.

Bolsonaro vive um uma bolha e nunca saiu dela. Catapultado ao poder em um momento de profunda insatisfação do país com seus governantes, como salvador da pátria, passou a agir sistematicamente como tal. E essa, felizmente, será sua perdição.

Além de nunca abandonar o palanque, Bolsonaro se revelou um refém e retroalimentador de fanáticos. Terraplanistas, negacionistas, conspiradores, adeptos da invasão da Terra por alienígenas para clonar o "Mito" etc estão entre seus principais apoiadores. E é para este e com este público que Bolsonaro dialoga.

Longe de parecer ruim, isso é um benefício de médio prazo para o país. Ao ignorar a realidade, a inflação, a destruição do meio ambiente, a fuga de capitais, meio milhão de mortos pela Covid-19 e apostar na invasão comunista e no plano chinês para dominar o mundo, Bolsonaro fica cada vez mais isolado sem ter plena noção disso. 

Vivendo eternamente em seu cercadinho, ele parece o rei nu. Aplaudido por todos sem ninguém com coragem para dizer que é motivo de chacota, ele acredita ser o próprio rei, talvez um deus. E seus apoiadores, que vivem igualmente em uma bolha contra a "grande mídia esquerdista e os esquerdopatas" também acreditam que representam alguma maioria.

Quando acordarem, felizmente, será tarde. Teremos um país quase destruído, mas recuperável.  

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