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segunda-feira, 14 de março de 2022

Com manobra da defesa, julgamento de acusados de serem os assassinos de Valério Luiz é adiado novamente

Marcado para ocorrer hoje, o julgamento dos acusados pelo assassinato do jornalista Valério Luiz, ocorrido em 2012, foi adiado mais uma vez. O juiz responsável pelo caso foi obrigado a suspender o júri após o advogado do ex-cartorário Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante do crime, o experiente Ney Moura Teles, renunciou à defesa na sexta-feira (11), após as 18 horas.

Para o filho de Valério, advogado que leva o mesmo nome do pai, foi mais uma manobra para adiar o julgamento dos cinco acusados, após dez anos do crime.

Segundo informações de O Popular, Maurício Sampaio ainda não tem novo advogado oficial, mas chegou ao Tribunal em companhia de Thales Jayme, que também defende Ademar Figueiredo, um dos policiais militares envolvidos no assassinato, segundo a acusação. 

O juiz deu dez dias para Sampaio constituir novo advogado, caso contrário, os autos serão remetidos à Defensoria Pública.

Respondem ainda pelo crime o sargento reformado Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta e Marcos Vinícius Pereira Xavier.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Após quase dez anos, responsáveis pelo assassinato do jornalista Valério Luiz vão a júri popular

Trabalhei próximo a Valério Luiz em meu início de carreira, na TV Brasil Central (TBC), no final dos anos 1990. Eu, no jornalismo, ele, no esporte. Nunca fui seu amigo próximo, mas não me esqueço das referências, sempre elogiosas, dos colegas cinegrafistas em relação a ele. "O Valério nem precisava escrever o off (texto que se ouve nas reportagens televisivas), gravava direto, de cabeça", diziam, diante de minha demora de novato ao redigir a reportagem.

Pois bem, no próximo dia 14 de março pode ser que uma injustiça de quase uma década seja corrigida: o Plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) será palco do júri popular que decidirá sobre o futuro dos réus acusados pelo assassinato de Valério Luiz, morto covardemente em 5 de julho de 2012, com cinco tiros, ao sair da rádio em que trabalhava. Radialista e jornalista esportivo, Valério era conhecido por seus comentários críticos e diretos.

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Segundo o inquérito policial, a sua atuação como jornalista foi o que motivou o crime, que envolveu cinco pessoas, entre elas, o cabo da Polícia Militar Ademar Figueiredo Aguiar Filho, o sargento reformado da Polícia Militar Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta, Marcos Vinícius Pereira Xavier e Maurício Borges Sampaio (ex-cartorário e ex-presidente do Atlético Clube Goianiense, clube do qual Valério era torcedor e principal alvo de seus comentários na rádio em que trabalhava).

Conforme aponta o filho do radialista e assistente da acusação, Valério Luiz Filho, o atrito entre o comunicador e Maurício Sampaio vinha de longa data. Durante os nove anos em que o crime restou sem resolução, o ex-dirigente buscou meios de atrasar o julgamento e de impedir que o caso de homicídio fosse levado a Júri Popular - tentativa que felizmente não prosperou, afirma. Ainda assim, o Júri foi adiado por diversas vezes sob diferentes justificativas - a exemplo do adiamento, em 2019, a partir da alegação do juiz responsável de que não haveria estrutura para comportar julgamento de tamanha repercussão no Foro correspondente. Desde 2020, a pandemia de covid-19 veio protelando ainda mais a realização do julgamento, uma vez tendo sido determinado o adiamento de Júris pelo Conselho Nacional de Justiça.

Denise Dora, diretora-executiva da ARTIGO 19, organização que atua pela defesa e promoção do direito à liberdade de expressão e que acompanha o caso desde o início, espera que o julgamento contribua para o avanço na busca por justiça. Para Denise, uma absolvição, neste caso, seria uma medida que reforçaria ainda mais o cenário de impunidade nos crimes contra comunicadores no país e evidenciaria a insegurança dos profissionais da comunicação.

Todos esperamos justiça para Valério.