quarta-feira, 4 de junho de 2025

Cuba quer ampliar a cooperação com o Brasil na área de ciência e tecnologia

(F: Luara Baggi/Ascom/MCTI)
Estreitar a cooperação entre Brasil e Cuba. Este foi o objetivo da visita da comitiva cubana, liderada pela vice-presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular e do Conselho de Estado de Cuba, deputada Ana Maria Mari Machado, ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nesta segunda-feira, 02 de junho. 

A ministra Luciana Santos recebeu a deputada cubana e destacou a parceria na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e recordou a visita que fez junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agenda oficial a Cuba, durante a Cúpula do G77+ China, em 2023. 

“Na ocasião, anunciei com a então ministra Elba Rosa Pérez, a reativação do Comitê Gestor de Ciência, Tecnologia e Inovação, que aprovou um plano de ação nos temas de biotecnologia, biorrefinarias e energias renováveis, saúde e agricultura”, disse a ministra. 

Luciana Santos também ressaltou que há muitos desafios na execução de ações conjuntas e sugeriu o lançamento de chamadas públicas conjuntas para selecionar projetos de pesquisa e desenvolvimento. 

“Uma das frentes que podemos trabalhar conjuntamente é o lançamento de chamadas para seleção de projetos de pesquisa e desenvolvimento, que podem prever intercâmbio de pesquisadores brasileiros e cubanos”, pontuou a ministra. 

A representante do MCTI ainda acrescentou que o país reconhece a excelência da ciência e tecnologia cubana e que muitos programas são referência, como é o caso da expertise na área de medicina familiar e da cooperação com o país no programa Mais Médicos. 

A vice-presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular e do Conselho de Estado de Cuba, deputada Ana Maria Mari Machado, disse que a parceria com o Brasil é muito importante para o desenvolvimento de Cuba. 

“Essa relação entre os países é fundamental para nós, cubanos. Também queria agradecer o Brasil pela relação bilateral e por nos convidar para o BRICS”, disse a vice-presidente. 

Ana Maria Machado também se colocou à disposição para apresentar os projetos da BioCubaFarma, responsável por produzir medicamentos e equipamentos médicos que podem ser de interesse para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Participaram ainda da reunião o deputado Alberto Eduardo Nuñez Betancourt, membro da Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Nacional e do Conselho de Estado; Jesús Rafael Mora Gonzáles, diretor-geral de Relações Internacionais; Adolfo Curbelo Castellanos, embaixador cubano no Brasil; e Idalmys Brooks Beltrán, conselheira da Embaixada de Cuba.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Cássia Fernandes lança coletânea de crônicas Uma Maluca Com Lupa

A escritora e jornalista Cássia Fernandes lança nesta quinta-feira, 22 de maio, a coletânea de crônicas Uma maluca com lupa. O lançamento será a partir das 19h no Ateliê Pizza, Café e Arte, Rua 29, 186. Centro, e irá contar com apresentação musical do músico Danilo Verano.

A coletânea em dois volumes reúne crônicas que a escritora e jornalista vem publicando há mais de vinte anos em jornais, sites e blogs, principalmente no jornal O Popular, para o qual escreve quinzenalmente e no site A Redação (www.aredação.com.br), onde assinou a coluna Alinhavos entre os anos de 2012 e 2015.

Os livros são dedicados ao jornalista Isanulfo Cordeiro (in memoriam), que foi editor chefe do jornal O Popular, e que em 2002 a convidou para publicar crônicas em O Popular; ao médico Celso Costa (in memoriam), que também foi cronista no jornal; e aos velhos amigos do jornalismo e da literatura.

A publicação de Uma maluca com lupa se deu por meio de campanha de financiamento coletivo no site do Catarse e marca a criação de um novo selo editorial, o Solibur (GO), coordenado pelo escritor Itamar Pires Ribeiro. O primeiro volume traz crônicas marcadas pelo humor e o segundo volume, as mais poéticas e reflexivas.

O que Uma maluca apresenta aos leitores? - No volume 1, as indagações e experiências de uma maluca que sai por aí com sua lupa. Para onde as canetas vão quando desaparecem? Bichos viajam ou não? E se em vez de plantas ornamentais se fizesse um jardim de pragas? E que tal criar um Clube para solteiros e descasados que aproximasse os solitários? E se mudar para um lugar à beira-mar, um paraíso possível, levando na mala um rabo de sereia? E ir parar na delegacia por causa de uma crônica e uns metros de tecido colorido? 

No volume 2, as histórias ora agudas, ora crônicas, publicadas durante as andanças de uma cronista, às vezes anacrônica, com sua lupa. E se uma imigrante digital, que fez curso de datilografia e viveu a era da internet discada, sobrevivesse a uma época nebulosa em que até as baratas queriam aprender e um verme não arredava do poder? E se ela se visse num mundo, ocupado pelos robôs do amor, transformado pelos algoritmos e pela Inteligência Artificial? E se guardasse sob o travesseiro uma lista das coisas mais lindas?

Outras publicações - Nascida em Pontalina (GO), Cássia Fernandes é graduada em Letras e Jornalismo, e pós-graduada em Cinema. Publicou os romances Cartas que não te escrevi (Agepel – GO/2000) e Histórias encantadas entre cordilheiras de areia (Arribaçã – PB/20023), e os livros de poemas Almofariz do tempo (Nega Lilu – 2026/GO) e Abracadabras: crio enquanto falo (e-book e audiolivro) (Nega Lilu – 2017/GO). Viveu por quatro anos na Vila de Jericoacoara (CE), onde ainda coordena o projeto de incentivo à leitura Livros Que Andam. Atualmente, mora em Goiânia (GO).

Lançamento: Uma maluca com lupa (vols. 1 e 2) de Cássia Fernandes

Local: Ateliê Pizza, Café e Arte (Rua 29, 186, Centro)

Horário: 19h

Ponto de venda dos livros: Livraria Tekoá Av. Cora Coralina, 140, Setor Sul

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Motorista de Goiânia que indicar parceiro para a 99Food vai ganhar R$1.500

(Foto: Divulgação)
A 99, que vem anunciando um novo modelo de ganhos para motociclistas com a retomada do serviço de entrega de refeições no país, está lançando agora, somente para a Goiânia, uma promoção que promete aumentar os rendimentos dos parceiros. A empresa vai pagar R$1.500 de prêmio aos motoristas de moto e carro que indicarem outros parceiros para se cadastrarem na 99Food, serviço que havia sido encerrado pela empresa em abril de 2023, até o próximo domingo, dia 25.

Para motoristas e motociclistas terem direito ao prêmio, os indicados têm 14 dias para realizarem 40 corridas pela 99Food, assim que for lançada, ainda no primeiro semestre de 2025, segundo a empresa. Quando o indicado completar o desafio, o valor será pago imediatamente ao parceiro que fez a recomendação, garante a 99.

O indicado deve se cadastrar na opção “Eu sou entregador” no aplicativo de onboarding da 99. Os 14 dias para contagem das 40 corridas de delivery de comida passam a valer assim que o motociclista for aprovado para ingressar na plataforma.

Retomada

A combinação dos serviços oferecidos pela empresa - food, entregas de pacotes e transporte de passageiros - oferece uma jornada de trabalho mais eficiente e rentável para o motociclista, garante a 99. Com a introdução da 99Food, quem realizar 15 corridas com passageiros e entregas mais 5 entregas de comida por dia vai obter ganhos diários garantidos de R$ 250, o que significa remuneração cerca de 50% a mais do que a média do mercado, afirma comunicado.

A empresa também afirma que vai investir R$ 50 milhões, nos próximos 5 anos, para criar uma rede de pontos de apoio aos motociclistas parceiros nas principais cidades do país onde estará em operação. Em parceria com restaurantes e operadores logísticos, esses espaços oferecerão banheiros, áreas de descanso e opções de hidratação, entre outras coisas, garantindo mais dignidade e conforto ao longo do dia de trabalho.

“Estamos construindo algo muito maior do que apenas mais uma alternativa de renda”, afirma Luis Felipe Gamper, diretor sênior de Logística da 99. “Com todos os serviços integrados da nossa plataforma, com 55 milhões de usuários em mais de 3.300 cidades, nossos parceiros poderão trabalhar com mais inteligência, ganhar mais e rentabilizar melhor seu tempo”, diz.

A empresa alega ainda que, por meio da 99Pay, os ganhos serão pagos no mesmo dia aos motoristas e motociclistas. “Não vemos os motociclistas e entregadores como intermediários, mas sim como parceiros. Por isso, queremos construir um futuro melhor para eles”, complementa Gamper. “Estamos trabalhando com o governo para garantir proteções mais duradouras, como acesso à previdência social e definição de um piso para ganhos mínimos. Nossa missão vai além de promoções pontuais, estamos mudando a lógica desta relação para criar um novo padrão que valorize, proteja e empodere quem faz o sistema rodar.” O movimento faz parte de um investimento de R$ 1 bilhão da 99 no Brasil em 2025.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Convenção garante apenas três feriados para trabalhadores do comércio em Goiânia


Garcia (esq.) e Amorim (F: Divulgação)
O Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás) assinou nesta terça-feira (13), com o Seceg (Sindicato dos Empregados do Comércio no Estado de Goiás), a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) data-base 2025/2027. O documento estabelece normas a serem seguidas pelas empresas e empregados na relação trabalhista.

A CCT garante à categoria dos comerciários um piso salarial de R$ 1.612,82. Aos vendedores, o piso salarial fica estabelecido em R$ 1.795,00 em Goiânia, Aparecida de Goiânia e no OutLet Premium (localizado no Entorno do Distrito Federal) e R$ 1.749,00 nos demais municípios sob jurisdição do Sindilojas-GO. O índice de reposição salarial é de 5,48% e a data-base, estabelecida para o dia 1º de abril de cada ano de vigência da CCT.


Com exceção dos feriados de 1º de janeiro (Confraternização Universal), 1º de maio (Dia do Trabalho) e 25 de dezembro (Natal), a CCT autoriza o funcionamento das empresas do comércio em todos os demais feriados, conforme estabelecido no documento.


Outra norma fixada na CCT regulamenta o usufruto de folga para os empregados como compensação pelo trabalho prestado no Dia do Comerciário, comemorado em outubro. Fica a critério das empresas dar essa folga no dia 30 de outubro ou no dia do aniversário do empregado.


Presidente do Sindilojas-GO, José Reginaldo Garcia avalia que o texto final da CCT traz vantagens para ambas as partes. "A Convenção Coletiva de Trabalho é essencial para garantir segurança jurídica, respaldo dos sindicatos patronais e laborais e previsibilidade para as empresas, além de reajuste salarial e outros benefícios para os empregados", completa o gestor.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Campanha contra anistia já conta com quase 175 mil assinaturas

A campanha Sem anistia para golpista , que mobiliza a sociedade para barrar o Projeto de Lei da Anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e na tentativa de golpe no Brasil, já conta com quase 175 mil assinaturas (até a manhã desta segunda-feira, 28). 

Idealizada pela organização Nossas, a campanha conta com o apoio da coalizão Pacto pela Democracia, que reúne mais de 200 organizações da sociedade civil. As assinaturas serão entregues no Congresso Nacional no início do mês de maio, por uma comitiva de organizações, reivindicando o arquivamento do Projeto.

Para Arthur Mello, coordenador de advocacy do Pacto pela Democracia, a responsabilização ao ataque ao estado democrático de direito não é uma pauta governista e, portanto, não deve ser tratada com uma disputa de partidos: “A responsabilização é uma agenda da sociedade civil e de defesa da democracia: o Congresso Nacional trava pautas importantes por conta do golpismo e fica à mercê de um projeto antipopular, que não resolverá questões urgentes da população”, afirma.

O Pacto pela Democracia emitiu um posicionamento oficial reivindicando o arquivamento do PL da Anistia (2858/2022). Conforme texto da Nota, o PL da Anistia é apresentado sob o falso manto de “pacificação nacional”, porém representa a defesa de interesses privados e de negação da justiça.

“A verdadeira pacificação se constroi com responsabilização. O projeto não é apenas inconstitucional - já que a própria Constituição de 1988 estabelece que o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra o Estado é crime inafiançável e imprescritível - como também é impopular, pois ignora a vontade expressa da maioria da população.”

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Sr. Souls faz show gratuito na Feira do Cerrado no próximo domingo

Foto: Edgard Soares
O projeto musical Sr. Souls se apresenta no dia 13 de abril, às 9h, na Feira do Cerrado, em Goiânia. O show matinal, com entrada gratuita, será o primeiro do grupo em espaço público e funciona como um “esquenta” para o lançamento oficial previsto para os próximos meses.

Formado por músicos com deficiência, o Sr. Souls tem como proposta combater o capacitismo cultural por meio de canções autorais que mesclam rock, MPB, blues, country e outros ritmos brasileiros. O repertório é assinado pelo vocalista e compositor Silvio Soũls, que também lidera a criação artística do projeto.

“Queremos derrubar a crença social limitante de que a pessoa com deficiência é incompleta ou menos apta para cantar, tocar ou produzir. Somos capazes de estar nos palcos e protagonizar grandes produções culturais”, afirma Silvio, que foi reconhecido em 2024 pelo Ministério da Cultura como um dos artistas mais atuantes no segmento PCD.

Com letras que abordam temas sociais, emocionais e espirituais, o Sr. Souls se define como um projeto de _MPB experimental_, e aposta na pluralidade musical e na crítica poética como caminho para a representatividade.

A apresentação ocorre na Feira do Cerrado, tradicional espaço de valorização da cultura alternativa goiana, com artesanato, culinária regional e atrações artísticas ao ar livre.

Serviço:

O quê: Apresentação do projeto Sr. Souls

Quando: Domingo, 13 de abril de 2025

Horário: 9h

Onde: Feira do Cerrado – Parque da Criança, Rua 72, Jardim Goiás, Goiânia-GO

Entrada: Gratuita

quinta-feira, 27 de março de 2025

Cirurgias em locais errados e medicamentos incorretos: Goiás registra 12.277 falhas em assistência à saúde

(F: Depositphotos)
Entre agosto de 2023 e julho de 2024, Goiás contabilizou 12.277 falhas na assistência à saúde. Os dados foram levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em todo o país, foram 295.355 procedimentos equivocados.

Entre as ocorrências mais graves estão a administração incorreta de medicamentos, seja por dosagem ou tipo errados, e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes. Além disso, destacam-se casos de lesão por pressão, divididos em três tipos: contusão (lesão dos tecidos moles causada por trauma), entorse (alongamento dos ligamentos) e luxação, considerada a mais grave, em que há deslocamento do osso da articulação. Esses dados refletem a seriedade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o impacto que podem ter na segurança do paciente.

Existem, no entanto, diversas medidas que podem ser implementadas para reduzir estes erros e até evitar óbitos. Uma delas é a implementação de processos de acreditação, que permitem às instituições adotar protocolos de segurança mais rigorosos para proteger os pacientes.

"A obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural dentro das organizações. Além de aumentar a segurança no atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos, também traz maior precisão e confiança tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O processo contribui ainda para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais", afirma a gerente geral de Operações da ONA, Gilvane Lolato.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, levando a aproximadamente 2,6 milhões de mortes.

Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde no país, conforme Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.030 são acreditadas por metodologias nacionais ou internacionais. A ONA detém 72,1% do mercado de acreditação, totalizando mais de 1.600 organizações acreditadas. Ao todo, 1.600 organizações são acreditadas pela ONA, sendo 68,4% de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% da gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.

Acreditação em Goiás - O INGOH - Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia, presente nas cidades de Goiânia, Caldas Novas, Anápolis, Senador Canedo - acaba de receber a certificação 1 da ONA para os serviços de Laboratório de Análises Clínicas, Anatomia Patológica e Hemoterapia.

“Sem dúvidas é um compromisso com a melhoria contínua, buscando sempre inovações e práticas que contribuam para a saúde e segurança da comunidade que atende”, ressalta Gilvane Lobato.

Para Ketlin Pinheiros, diretora geral do INGOH, “esta certificação significa o reconhecimento do nosso esforço como um time, que todos os dias valoriza a vida através da arte de cuidar de pessoas.  Reforça o nosso compromisso com a qualidade e a segurança, beneficiando nossos pacientes, profissionais e a própria instituição”.

quinta-feira, 20 de março de 2025

Livro mostra como quatro crianças sobreviveram 40 dias perdidas na selva amazônica

O caso das crianças que sobreviveram sozinhas por 40 dias na Amazônia colombiana após a queda de um avião em junho de 2023 ganhou repercussão internacional e suscitou questionamentos ao jornalista investigativo Mat Youkee, que reside na Colômbia há 15 anos. Agora, ele responde dúvidas como “Quem eram essas pessoas?”, “Por que estavam a bordo do avião?” e “Como conseguiram sobreviver?” no livro 40 dias na floresta, que chega ao Brasil pela Matrix Editora.

Ao detalhar os pontos centrais desse drama real, o autor possibilita a compreensão sobre como os quatro irmãos - Lesly, Soleiny, Tien, com 13, 9 e 4 anos respectivamente, e Cristin, de apenas 11 meses – resistiram aos desafios da selva empregando conhecimentos indígenas ancestrais. A obra já teve os direitos autorais assegurados para o cinema e será adaptada pelo estúdio do diretor Ridley Scott, conhecido por produções como Alien, Gladiador, Blade Runner e Napoleão.

Youkee explica que, na tentativa de salvar a família, reencontrar o companheiro e impedir que a filha mais velha fosse levada a força pela guerrilha armada, a mãe dos pequenos, Magdalena Mucutuy, tomou a difícil decisão de deixar a floresta, seu lar desde que nascera. No entanto, os planos não se concretizaram. O acidente com a aeronave que sobrevoava uma das florestas mais densas e inexploradas do mundo causou a morte da mulher da etnia Uitoto, do piloto e de outro passageiro, defensor dos direitos dos povos indígenas. As crianças foram as únicas sobreviventes do desastre.

De joelhos, Lesly estendeu uma das mãos e puxou o tornozelo de Cristin.
Sua irmã caçula, de 11 meses, soltou-se do corpo da mãe, arfando e chorando.
Lesly a abraçou com força. E então olhou para cima. Dos assentos traseiros do avião,
dois rostinhos a encararam de volta, sem dizer nada.
(40 dias na floresta, p. 90)

Com apenas 13 anos, Lesly tomou para si a responsabilidade de manter os irmãos mais novos vivos. Durante dois dias, eles permaneceram em um abrigo improvisado, próximo aos destroços da aeronave, na expectativa de serem resgatados, mas ao despertar no terceiro dia, a menina entendeu que animais perigosos logo encontrariam os corpos sem vida. Ao recordar os ensinamentos da família sobre a mata, rumou com os outros três em busca do rio, onde além de água poderiam encontrar alguma comunidade.

Após essa mudança de cenário, a pesca se tornou uma possibilidade de conseguir alimento. Porém, sem varas ou barbasco – planta que paralisa os peixes – a irmã mais velha teve de improvisar um arpão. Mesmo com essa ferramenta, a família percebeu que não conseguiria encontrar ajuda ali e que não poderia mais ficar esperando no mesmo lugar. Eles decidem então voltar para a mata à procura de uma trilha e abrigo, além de frutas e sementes não-venenosas que serviram de sustento até serem encontrados.

No livro, Mat Youkee se aprofunda não apenas nos registros que envolvem a busca e resgate dos pequenos indígenas desaparecidos. Traz à tona também o que aconteceu após o salvamento, especialmente o dilema da perda do vínculo familiar com os parentes ainda vivos. Isso porque os irmãos foram encaminhados para um abrigo infantil administrado pelo governo colombiano, já que o companheiro de Magdalena e pai de Tien e Cristin foi acusado de abusar da enteada, Lesly.

Ao estilo jornalismo literário de Truman Capote, Gay Talese e Hunter S. Thompson, o autor constrói uma narrativa detalhada e instigante em 40 dias na floresta. Além de evidenciar o poder da sabedoria ancestral e a conexão dos povos originários com a natureza, retrata o contexto histórico e político da Colômbia e mergulha nas raízes de um dos episódios recentes mais emblemáticos do país.

segunda-feira, 17 de março de 2025

Prevendo fiasco, Bolsonaro mandou cancelar ato pela anistia em Goiânia


Já prevendo o fiasco que aconteceria com os atos a favor da anistia de criminosos condenados pela Justiça, Jair Bolsonaro e o multimilionário pastor Silas Malafaia mandaram cancelar os atos pró-anistia de golpistas que ocorreriam neste último domingo em várias cidades do país, incluindo Goiânia.

A intenção era potencializar o ato que teria a presença do denunciado Bolsonaro no Rio de Janeiro. A estratégia, porém, não surtiu o efeito desejado. Mesmo com toda a máquina da extrema direita em andamento - incluindo a atuação maciça de deputados viajando com dinheiro público -, o ato no Rio flopou, com direito a vexame da polícia fluminense, que estimou em 400 mil os participantes - Cláudio Castro nega a ordem, que a PM-RJ diz ter recebido, para inflar a participação. A USP, especializada nesse tipo de levantamento, calculou os apoiadores dos criminosos em menos de 20 mil pessoas. Até a Folha de S.Paulo, que recentemente abriu suas páginas para o denunciado Bolsonaro se defender de seus crimes, que incluía o assassinato de Lula e Geraldo Alckmin, se rendeu aos números e lascou 30 mil participantes.

Vergonha da imprensa adesista e um duro choque de realidade para os golpistas: o Brasil não tolera interrupção do Estado Democrático de Direito. 

Cadeia para golpistas. A Democracia brasileira é inabalável.


Saiba quem é a goiana do 8/1 presa por Trump

Rosana Maciel (Reprodução UOL)
Goianiense, 51 anos, dois mandados de prisão e uma ordem de extradição da Argentina. Essa é Rosana Maciel Gomes, foragida após ser condenada a 14 anos de prisão pelos episódios de 8 de janeiro de 2023. Ao lado de outras duas brasileiras, Rosana foi detida pela Polícia de Imigração e Alfândega (ICE) dos Estados Unidos ao tentar entrar ilegalmente no país um dia após a posse de Donald Trump, em 21 de janeiro, na esperança de receber asilo político do aliado do denunciado Jair Bolsonaro (PL). Integra o grupo uma quarta foragida, presa no dia 12 de janeiro. As informações são do UOL.

Rosana; Michely Paiva Alves, de Limeira (SP); e Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), estão presas na detenção da ICE em El Paso, no Texas. Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), está presa na detenção da ICE em Raymondville, no mesmo estado. As quatro foragidas integram o grupo de condenados e processados que quebraram as tornozeleiras eletrônicas e fugiram, inicialmente, para a Argentina, em busca de asilo político, após a eleição de Javier Milei, outro extremista de direita aliado de Bolsonaro.

Não deu certo. A Argentina decidiu acatar os pedidos de prisão e extradição realizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra os condenados pela tentativa de golpe de estado para impedir a posse de Lula. Com Trump também não funcionou. "Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e começaremos o processo de devolver milhões e milhões de criminosos estrangeiros aos lugares de onde vieram", disse o radical, ao tomar posse. Mais uma vez, os golpistas se viram abandonados por Bolsonaro. Ou reféns de sua insignificância internacional.

Prisão de El Paso (Reprodução UOL)

O UOL traçou o roteiro da goianiense Rosana Maciel: "Fugiu do Brasil em janeiro de 2024, quando chegou ao Uruguai. Em abril, estava em Buenos Aires. Em novembro, deixou a Argentina com um grupo rumo aos EUA. Passou pelo Peru, Colômbia e chegou ao México. Foi presa em El Paso (EUA), em 21 de janeiro. Em 27 de janeiro, foi transferida para a detenção da ICE na mesma cidade".

Assim como a defesa dos demais condenados, o advogado de Rosana disse que ela invadiu o Palácio do Planalto quando tudo já estava destruído e ficou "em estado de choque" ao ver a situação. 

Impressionante: ninguém quebrou nada. Pelo jeito, tudo se autodestruiu. Presas há quase dois meses, as quatro brasileiras - pode haver outros condenados detidos pela polícia de Trump - aguardam a extradição.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Mesmo com desejo do agro de manter preços altos, governo federal confirma tarifa zero para importação de alimentos

Mesmo com a pressão por parte do agronegócio brasileiro para manter os preços dos alimentos em alta, o governo federal confirmou a decisão de zerar as tarifas de importação de 11 alimentos. A decisão foi comunicada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nesta quinta-feira (13). 

(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
A deliberação integra a medida anunciada no último dia 6 de março, no Palácio do Planalto, pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, em conjunto com os ministérios da Fazenda, da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Casa Civil, que impôs a redução a zero do imposto de importação de alimentos, incluindo carnes, sardinha, café torrado, café em grão, azeite de oliva, açúcar, óleo de palma, óleo de girassol, milho, massas e biscoitos. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o governo a realizar iniciativas que possam contribuir para o aumento da oferta de alimentos e para a redução dos preços praticados no mercado, ainda que a elevação seja atribuída a fatores climáticos e externos. A decisão do presidente mira proteger especialmente as famílias de baixa renda, que podem destinar até 40% da sua renda à alimentação.

A medida enfrentou duras críticas do agronegócio e de políticos ligados ao setor, como o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que se recusou a reduzir o ICMS dos alimentos comercializados em Goiás, mesmo com os altos preços que prejudicam especialmente a população de baixa renda.

O Gecex decidiu favoravelmente à redução temporária das alíquotas do Imposto de Importação, medida considerada como emergencial e seletiva, focada em produtos críticos para a cesta básica. Adicionalmente, o governo sinaliza que a medida será acompanhada de outras ações estruturantes, preservando a sustentabilidade da cadeia produtiva doméstica.
 

A decisão incluiu redução do Imposto de Importação seguintes produtos:


» Carnes desossadas de bovinos, congeladas (passou de 10,8% a 0%)

» Café torrado, não descafeinado (exceto café acondicionado em capsulas) (passou de 9% a 0%)

» Café não torrado, não descafeinado, em grão (passou de 9% a 0%)

» Milho em grão, exceto para semeadura (passou de 7,2% a 0%)

» Outras massas alimentícias, não cozidas, nem recheadas, nem preparadas de outro modo (passou de14,4% a 0%)

» Bolachas e biscoitos (passou de 16,2% a 0%)

» Azeite de oliva (oliveira) extravirgem (passou de 9% a 0%)

» Óleo de girassol, em bruto (passou de 9% a 0%)

» Outros açúcares de cana (passou de 14,4% a 0%)

» Preparações e conservas de sardinhas, inteiros ou em pedaços, exceto peixes picados, de 32% para 0%


Em relação à sardinha, o Gecex estabeleceu zerar a alíquota dentro de uma quota estabelecida de 7,5 mil toneladas.
 

O comitê também decidiu aumentar a quota do óleo de palma, de 60 mil toneladas para 150 mil toneladas, pelo prazo de 12 meses, com a manutenção da alíquota do Imposto de Importação de 0%.

quarta-feira, 12 de março de 2025

Referência em Goiás, HCN realiza sua 24ª captação de órgãos para doação

(Foto: Divulgação)
O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), pertencente à Rede Estadual de Saúde de Goiás em Uruaçu, realizou no dia 08 de março sua 24ª captação de órgãos para transplante, o terceiro procedimento deste ano. Na ocasião, foram captados fígado e córneas que irão beneficiar pessoas que aguardam na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

O doador era um homem de 62 anos, que teve morte encefálica determinada por protocolos seguidos por lei. Com a autorização familiar concedida, os órgãos captados darão a chance de uma nova vida a outras pessoas. O hospital se tornou um grande aliado dessa causa, instruindo e estimulando familiares e pacientes sobre a importância de ser um doador.

Todo o processo contou com o apoio das equipes de médicos e enfermeiros da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Goiás e Brasília, da Fundação Banco de Olhos de Goiás (FUBOG) e da Central Estadual de Transplantes (CET), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que realizaram o procedimento de captação juntamente com a equipe do hospital. Além disso, a equipe do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF) prestou apoio logístico para o transporte aéreo da equipe e dos órgãos captados.

“A doação de órgãos é um assunto que precisa ser conversado ainda em vida, demonstrando esse interesse, essa vontade de ajudar o próximo, porque a única forma de se tornar um doador é com o ‘sim’ da família. Doar órgãos é um gesto de amor e o transplante pode ser a única esperança de vida ou uma oportunidade de recomeço para as pessoas que precisam da doação”, destaca a presidente da CIHDOTT e coordenadora da UTI do HCN, Kesse Cristine Martins.


O HCN é administrado pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento – IMED e realizou um total de sete procedimentos de captação de órgãos para doação em 2024.  

 

Doação de órgãos

 

A doação de órgãos é um ato de amor que possibilita salvar muitas pessoas. A doação após morte encefálica só acontece com autorização da família. Por isso é importante comunicar para as pessoas mais próximas o desejo de se tornar um doador.


A posição da pessoa na fila de espera para doação de órgãos depende de diversos fatores, tais como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, conforme avaliação da equipe cirúrgica e sempre com o conhecimento do receptor. Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS) e os órgãos doados vão para pacientes que aguardam na fila nacional única, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Romance histórico recria dramática ascensão da AIDS no Brasil

A epidemia da AIDS não começou com estardalhaço, mas com sussurros: homens jovens e saudáveis, de repente, condenados à morte. Sangue Neonromance histórico do médico Marcelo Henrique Silva, joga o leitor de cabeça nesse cenário em que figuras da noite, travestis destemidas, profissionais de medicina recém-formados e comissários de bordo se unem em uma luta contra a doença e a indiferença. Entre contrabando de medicamentos e massacres ignorados, a narrativa ilumina vidas marginalizadas que desafiaram o sistema e moldaram a saúde pública brasileira.

O autor se baseia em fatos, não apenas para recriar a dramática ascensão da AIDS no Brasil nos anos de 1980 e 1990, mas também como forma de desvelar as camadas de preconceito, desinformação e lutas que marcaram o período. Por meio de uma prosa potente, ele entrelaça personagens ficcionais e eventos históricos, e tece um mosaico de relatos verossímeis sobre coragem, solidariedade e abnegação. Episódios que aconteceram diante de um cenário nefasto de negligência e desigualdade social.

Entre as vozes, destacam-se Vera Lynn, inspirada em Brenda Lee, uma travesti nordestina que transforma dor em acolhimento ao fundar o primeiro abrigo para pessoas com HIV, e Sara, médica residente que enfrenta o peso de ser chamada “a doutora dos viados” enquanto luta para salvar vidas em meio à falta de recursos. Há também um grupo de comissários de bordo da Varig, que traziam os medicamentos do exterior, enquanto médicos idealistas, como o jovem infectologista Itamar, sonhavam com a construção de um novo sistema de saúde.

Quando os contrabandos da Varig começaram a chegar deu uma amenizada nas mortes. Lutávamos para que essas drogas fossem liberadas e distribuídas; a tragédia só começou a ganhar destaque quando atingiu famosos, artistas de novelas e filhos de deputados.
(Sangue Neon, p. 126)

O surto de vício em heroína e a ausência de testes nas doações de sangue agravaram a propagação do vírus. Além de enfrentar a doença, esses profissionais tinham que combater a desinformação: grande parte da população acreditava na falsa ideia de que heterossexuais eram imunes.  A maneira atabalhoada com que a sociedade enfrentou o que rotulavam como “peste gay” é retratada com intensidade por Marcelo, que expõe, com igual veemência, a ineficiência do poder público.

O Inamps, responsável por grande parte dos serviços de saúde, atendia apenas trabalhadores com carteira assinada, focando no retorno rápido ao trabalho, enquanto o Ministério da Saúde transferia a responsabilidade para as secretarias estaduais”, expõe. Meses após a criação do SUS, um contrato decisivo entre o Estado de São Paulo e o "Palácio das Princesas" foi concretizado pelo peso jurídico da nova Constituição Federal, o que consolidou a luta contra a doença – e tornou o Brasil referência mundial no controle da AIDS.

Carregada de emoções intensas, personagens complexos e questões sociais e humanas profundas, a narrativa desperta uma reflexão inevitável e, muitas vezes, desconfortável: epidemias afetam a todos, mas atingem mais os vulneráveis. Em Sangue Neon, o autor não permite ao leitor se manter indiferente ou ileso, ele confronta, arrebata e faz questionar.

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