quarta-feira, 18 de novembro de 2020

ABI irá debater leis de punição a agressores de jornalistas

Diante de mais uma agressão a um profissional da imprensa, dessa vez o jornalista Arthur Stabile, em Diadema, no último dia 15/11, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) decidiu debater, com os seus autores, os projetos de lei que aumentam a punição aos agressores. Neste momento, tramitam cinco projetos na Câmara de Deputados, e um, no Senado.

Para o presidente da ABI, Paulo Jeronimo, "a essência de uma lei com esta característica deve ser, ao proteger jornalistas, garantir o livre exercício da profissão, as liberdades de expressão e de imprensa, bem como o direito fundamental da sociedade à informação."

Clique e conheça os projetos:

PL-2896/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2253705)


PL-2914/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2253766)


PL-2982/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2254044)


PL-2378/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2251472)


PL-2393/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2251514)


PL 4.522/2020 (https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8889317&ts=1602095266311&disposition=inline)

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Movimento pede instalação de centro de atendimento a autistas em Goiás; Caiado nega

Uma petição na plataforma Change.org cobra do governador Ronaldo Caiado (DEM) a implantação de um centro de referência para tratamento do autismo em Goiás. De acordo com o documento, Caiado vetou projeto aprovado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), autorizando a criação da unidade, alegando que o estado já contempla o atendimento a autistas na estrutura de saúde existente, o que os parentes de pessoas com o transtorno discordam.

Projeto autorizativo dos legislativos não tem nenhuma validade jurídica. Na prática, autoriza o governador ou prefeito a fazer o que eles já podem fazer. Mas são utilizados como forma de pressionar o mandatário e chamar a atenção da sociedade para o assunto.

Você pode assinar a petição clicando aqui.

Segue o texto publicado na plataforma:

"A Assembleia Legislativa de Goiás aprovou o projeto de nº 3923/19, que autorizou a criação e implementação do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA).

Entretanto, o Governador Ronaldo Caiado vetou a criação desse importante Centro de Referência sob a alegação de que já existe estrutura no Estado de Goiás para o atendimento das pessoas com Autismo.

Precisamos da sua assinatura para ajudar a derrubar o veto do Governador e viabilizar a criação do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA).

Para as crianças e pais com complicações causadas pelo Transtorno do Espectro do Autismo(TEA) no Estado de Goiás, as filas são enormes e as terapias, demoradas. Muitas vezes estas são negadas sem nem ao menos dar a chance de nos preparar para esse baque.

Existem crianças que estão na fila de atendimento para um Neuropediatra há mais de 4 anos pelo SUS. Sem o atendimento adequado e sem os relatórios médicos é muito difícil assegurar a qualidade de vida para nossos anjos.

Mas com a aprovação do projeto que autorizou a criação do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA) criou-se uma esperança na possibilidade de ter um atendimento especializado e adequado para as crianças portadoras de autismo. No entanto, nossa esperança foi por água abaixo quando o Governador vetou a criação do CRE-TEA.

Precisamos mostrar para o Sr. Governador Ronaldo Caiado quem somos e o que precisamos. Somos pais e mães que abdicam de tudo por um minuto de atenção dos nossos filhos, muitos na esperança de ouvir uma palavra, sentir um toque, ou simplesmente dormir uma noite tendo a certeza que tudo vale a pena, cada lágrima, cada passo e, principalmente, cada sorriso.

Só quem já passou por uma crise causada pelo TEA sabe o que é se sentir impotente e de mãos atadas, mas superar e seguir em frente é nosso foco e meta de vida pelos nossos filhos, irmãos e parentes.

Nos ajude a mostrar que estamos aqui e precisamos ser notados e principalmente respeitados!!!"

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Anunciantes ignoram vitimização da Gazeta do Povo e mantêm exclusão de anúncios

Veículo que reclama de perseguição demitiu colunista líder de audiência por ser considerado de esquerda, após pressão de leitores extremistas

Apesar da matéria apócrifa publicada pela Gazeta do Povo acusando os que pedem a interrupção da publicação da coluna de Rodrigo Constantino no site paranaense de “milicianos digitais”, os anunciantes não se convenceram. Dia a dia um novo patrocinador atende aos apelos, capitaneados pelo Sleeping Giantes Brasil, e decidem não associar sua marca a conteúdos que disseminam o ódio e fake news. A própria Gazeta diz que pelo menos 13 patrocinadores deixaram de exibir suas propagandas no site.

Ao contrário do que tenta fazer parecer o site, ninguém está desejando o fechamento da Gazeta. O pedido é para que eles sigam o exemplo de outros quatro veículos que dispensaram Constantino após ele culpabilizar algumas vítimas por seu próprio estupro, ao comentar a repercussão do caso Mariana Ferrer.

Para a Gazeta, as explicações do Constantino, que também disse que não denunciaria estupradores caso a situação da mulher – como estar bêbada ou participando de festas com homens – induzisse ao crime e que chamou feministas de “vadias” são suficientes para “esclarecer o mal entendido”.

Interessante relembrar que, ao demitir um de seus principais colunistas, no ano passado, a pedido de leitores de direita extremistas, Rogério Galindo, por ser considerado uma voz de esquerda dentro da publicação, a Gazeta não se referiu a essa pressão como perseguição à liberdade de expressão ou mesmo resultado de uma milícia digital, o que revela o caráter dual com que o site analisa as manifestações que recebe.

O fato é que os patrocinadores não se deixaram levar pela vitimização da diretoria da Gazeta. A empresa de cosméticos sustentáveis The Body Shop, por exemplo, respondeu assim ao aviso do Sleeping Giants: “(…) o anúncio no site Gazeta do Povo foi bloqueado no momento em que vocês nos notificaram. (…) Apoiamos o movimento e bloqueamos sempre que encontramos sites que propagam fake news e discursos de ódio”.

A marca de camisetas Reserva também se posicionou: “Estamos passando para avisar que nos reunimos com o time e fizemos uma varredura para saber se tínhamos algum anúncio no jornal Gazeta do Povo ou em qualquer meio de comunicação que apoiasse, mesmo que indiretamente, a Cultura do Estupro e retiramos imediatamente. (…) Vocês poderiam divulgar o nosso posicionamento? Queremos que todos saibam que o nosso posicionamento está alinhado com nossa missão de cuidar das pessoas!”.

A gigante Alegra Foods seguiu no mesmo caminho: “Repudiamos qualquer discurso de ódio. Já estamos suspendendo os anúncios no site apontado. Muito obrigada por nos alertar.”

Ao insistir em ir contra o bom senso e a favor da disseminação de informações falsas e opiniões que colocam em risco a saúde de milhões de pessoas, como as críticas ao distanciamento social, ao uso de máscaras e à minimização da pandemia de Covid-19, explicitamente defendidas por Constantino, a Gazeta decidiu se aliar a seus sectários leitores. Resta saber se conseguirão sobreviver e, um dia, recuperar a credibilidade.


Em tempo

Deixo explícita, aqui, minha solidariedade aos 120 funcionários da Gazeta, alguns ex-colegas de trabalho, que, arriscando seus empregos, assinaram uma carta de repúdio à permanência de Constantino no site.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

13 anunciantes deixam a Gazeta do Povo após o site decidir manter e defender Constantino

Veículo publicou ontem matéria anônima para criticar anonimato do grupo Sleeping Giants Brasil

Pelo menos 13 anunciantes deixaram de veicular seus anúncios na Gazeta do Povo após o site paranaense decidir manter e defender explicitamente o colunista Rodrigo Constantino, que disse, entre outras aberrações, em uma live, que, se sua filha fosse estuprada em uma festa com bebidas e homens, não só deixaria a filha de "castigo feio" como não denunciaria o agressor. A informação da decisão dos anunciantes é da própria Gazeta.

Em matéria não assinada, o site critica o coletivo Sleeping Giants Brasil, iniciativa que, seguindo exemplo norte-americano, surgiu para combater a disseminação de fake news e discurso de ódio, comuns a apoiadores do bolsonarismo. A Gazeta critica e utiliza entrevistas de especialistas para ameaçar o grupo, que chama de "milícia virtual". 

Página de Rodrigo Constantino na Gazeta exibe apenas anúncios do próprio site (Reprodução)

Após as declarações de Constantino, que incluíram trechos como "feministas são mocreias e vadias", e culpavam a vítima em casos de estupro, as rádios Jovem Pan e Guaíba, o jornal Correio do Povo, a Record News e o site R7 deixaram de veicular as atrocidades de Constantino.

A Gazeta, em carta aos leitores assinada pela dona do site, Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, defendeu que o colunista foi mal compreendido e que tudo havia sido explicado - lembrem-se, ele disse que feministas são "vadias" -, por isso, a decisão de mantê-lo. Não é, ao que parece, o que pensam os anunciantes.

Apesar das ameaças, Gazeta, e da defesa incondicional de um governo errático e autoritário, nós vamos continuar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Após comemoração de Bolsonaro pela suspensão, Anvisa autoriza retomada do estudo da CoronaVac

Testes liberados (F: Instituto Butantan)
Buscando atender ao princípio da transparência, a ANVISA informa que acaba de autorizar a retomada do estudo clínico relacionado à vacina Coronavac, que tem como patrocinador o Instituto Butantan, informa, em nota, a Agência.

A entidade voltou a defender a interrupção dos estudos, comemorada por Bolsonaro como uma vitória contra o governador de São Paulo, João Doria.

"A medida, de caráter exclusivamente técnico, levou em consideração os dados que eram de conhecimento da Agência até aquele momento e os preceitos científicos e legais que devem nortear as nossas ações, especialmente o princípio da precaução que prevê a prudência, a cautela decisória quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano", dia a nota.

"Importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia. A suspensão e retomada de estudos clínicos são eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela ANVISA com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo.

A ANVISA assegura mais uma vez o compromisso com a população brasileira de atestar a qualidade dos dados dos estudos clínicos e a segurança dos voluntários, conferindo também o máximo de celeridade ao processo", esclarece, ainda, o documento.

Leia a nota na íntegra aqui.