O empresário bolsonarista Luciano Hang, aquele cujas lojas são adornadas pela Estátua da Liberdade, adiou pela segunda vez o anúncio de uma possível candidatura pelo estado de Santa Catarina.
Inicialmente marcada para 10 de março, a coletiva de imprensa sobre sua filiação a um partido "e possível participação nas eleições" foi adiada "devido a compromissos previamente firmados que não puderam ser remarcados", segundo sua assessoria.
Hoje, novo comunicado: "Informamos que a coletiva de imprensa marcada para acontecer amanhã, dia 18, em
Brusque (SC), precisará ser reagendada. O empresário e ativista
político, Luciano Hang, (sic) informa que a decisão ocorreu após
conversar com várias pessoas e partidos durante a semana."
Luciano Hang pretende disputar o Senado pelo seu estado natal, mas diferenças político-partidárias regionais ainda não viabilizaram sua candidatura. Aparentemente, trata-se de mais um novato em política metido a esperto, como Sergio Moro (Podemos).
“Eu havia definido a data do anúncio dos meus próximos passos nas
eleições 2022 devido a uma viagem internacional agendada para
sábado. Mas, depois de diversas conversas, me pediram que eu adiasse
o meu posicionamento para o fim do mês”, esclarece.
A nota diz ainda que o empresário "tomará sua decisão com tranquilidade e serenidade até o fim do mês de março." Claro, "pelo Brasil e a favor do presidente Jair Bolsonaro".
Não, não há mais limites para o absurdo. Vídeo que mostra o pastor Renê Arian, da igreja Agnus, de Curitiba, abençoando oito armas, duas delas de grosso calibre, após um culto, circula pelas mídias sociais. Com voz mansa e evangelizadora, o delegado de homicídios Tito Barrichello conduz a cerimônia. Junto com ele estão sua mulher, a também delegada Tathiana Guzella, um investigador de polícia e outra pastora da igreja: "estamos na igreja Agnus, onde se prega a palavra de Deus", esclarece.
Em seguida, passa a palavra ao pastor. "Senhor Deus, em nome de Jesus, nós ungimos essas armas", diz Renê. "Nós pedimos que o senhor venha guardar, venha nos proteger, através, senhor Deus, dessas armas", continua o pastor, tocando com as mãos no armamento.
O delegado Tito encerra a solenidade agradecendo o pastor e os demais presentes "pela benção, pela unção, para nós usarmos essas armas em defesa da sociedade".
Assista:
Tito e Tathiana são um casal sensação da polícia civil paranaense. Estão sempre na mídia, tratados como heróis. No Instagram, o pastor estrela e, como se viu, temente a Deus, tem quase 42 mil seguidores. Tathiana conta com 27 mil fãs. Postam muito material de ações policiais que realizam juntos. É a tradicional família brasileira.
Um dos programas mais odiados pelos bolsonaristas - e, por isso mesmo, digno de nota -, o humorístico Greg News com Gregório Duvivier estreia sua sexta temporada nesta sexta-feira (18) na HBO e no streaming HBO Max.
Com 19 episódios, o programa chega com novidades: um novo cenário, um estúdio maior e uma pequena plateia. As gravações ocorrerão no Rio de Janeiro semanalmente e, para participar, será necessário se inscrever por um site ainda não divulgado.
Os responsáveis pelo programa já avisam: será obrigatório respeitar os protocolos de segurança determinados pelas autoridades sanitárias, portanto, negacionistas e antivax não são bem-vindos. Também duvido que algum deles queira ser ridicularizado ao vivo.
Mais um produto de sucesso do Porta dos Fundos, Greg News recebeu diversas premiações e continuará tratando de temas sociais, culturais e, claro, políticos.
O pastor de dentes de diamante e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) avisou, hoje, no Twitter, que apagou uma postagem de 2017 em que elogiava o filme "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", roteirizado e estrelado pelo ex-bolsonarista Dnilo Gentili.
"Comunico q apaguei o tuíte de 2017 onde elogiei o filme do Danilo Gentili. Confesso q não me recordo da cena q faz apologia à pedofilia, devo ter saído p/ atender telefone. Se tivesse visto faria o q sempre fiz c/ outros filmes, teria denunciado. Ainda dá tempo, tomando providências", escreveu o defensor da família e dos bons costumes.
À época, ainda bolsonarista, Gentili, apoiado pelos ferozes defensores do "Mito", entre eles, Feliciano, chegou a provocar a demissão de um jornalista da Folha de S.Paulo ao defender a produção, ou seja, não havia nenhum desconhecimento de seu conteúdo, no mínimo, polêmico.
A mudança de atitude do pastor se deve exclusivamente ao rompimento do humorista com o bolsonarismo, fato ocorrido já há algum tempo. Isso fez com que o governo passasse a usar sua estrutura persecutória, como o Ministério da Justiça já fez outras vezes, para enquadrar o novo desafeto. O ministro Anderson Torres, aquele que tem trocado o comando da Polícia Federal sempre que algum aliado é ameaçado de investigação, incluindo a própria família Bolsonaro, disse que já determinou providências contra o filme - repetindo, cinco anos depois que ele foi às telas.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que também nada faz para defender ninguém diante das barbáries que se comete diariamente nesse país contra as minorias, também se diz, agora, indignada.
Assim funciona esse desgoverno, sempre uma farsa. Navegam conforme os ventos das mídias sociais, sem qualquer planejamento, qualquer linha de atuação definida, sem qualquer profissionalismo. Tentam diariamente, reescrever a história, apagar a memória, mudar de lado confirme as conveniências, sem qualquer pudor.
Possuem uma massa de idólatras que seguem cegamente seus posicionamentos. Valem-se disso para tentar transformar em fatos posições fantasiosas, repetidas roboticamente pelos iletrados que os defendem.
Marcado para ocorrer hoje, o julgamento dos acusados pelo assassinato do jornalista Valério Luiz, ocorrido em 2012, foi adiado mais uma vez. O juiz responsável pelo caso foi obrigado a suspender o júri após o advogado do ex-cartorário Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante do crime, o experiente Ney Moura Teles, renunciou à defesa na sexta-feira (11), após as 18 horas.
Para o filho de Valério, advogado que leva o mesmo nome do pai, foi mais uma manobra para adiar o julgamento dos cinco acusados, após dez anos do crime.
Segundo informações de O Popular, Maurício Sampaio ainda não tem novo advogado oficial, mas chegou ao Tribunal em companhia de Thales Jayme, que também defende Ademar Figueiredo, um dos policiais militares envolvidos no assassinato, segundo a acusação.
O juiz deu dez dias para Sampaio constituir novo advogado, caso contrário, os autos serão remetidos à Defensoria Pública.
Respondem ainda pelo crime o sargento reformado Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta e Marcos Vinícius Pereira Xavier.
Como todos sabemos, o gado bolsonarista posa de macho, macho man, mas quando a coisa é de verdade, mostram o que são: covardes. É o caso do instrutor de tiro paranaense Tiago Rossi, que havia se alistado na Legião Estrangeira para lutar na Ucrânia contra a invasão russa. Ao primeiro ataque, o moço fugiu para a Polônia. As informações estão no Gazeteiro.
Foi o próprio "soldado" que avisou da fuga em vídeo, veja:
O guerreiro foi sincero: "o comandante e outros ficaram; nós avisamos que iríamos sair", confessa o corajoso patriota. "Vocês não estão entendendo o que é um caça soltar um míssil em cima de você; graças a deus que eu fugi antes; eu não imaginava o que era uma guerra, não imaginava", admite.
Talvez Tiago Rossi tenha se confundindo com guerrinha de videogame.
Cotada até recentemente para vice na chapa de Lula (PT) à Presidência, a empresária Luiza Trajano, para desespero dos bolsonaristas, foi eleita pela quinta vez consecutiva como a líder de negócio com melhor reputação no Brasil. A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza e presidente do Grupo Mulheres do Brasil foi escolhida pela consultoria espanhola Merco, monitor corporativo de referência na América Latina e Espanha.
"Com muita emoção e
responsabilidade, agradeço a cada um que votou em mim. Podem ter
certeza de que meu compromisso com o certo, com a reputação e com o
Brasil continua ainda muito mais forte, principalmente depois desta
quinta vez sendo eleita a líder de melhor reputação do país",
afirma a empresária.
Enquanto Luíza trabalha, silenciosa e discretamente pelo país - e é reconhecida internacionalmente por isso -, alguns preferem se vestir de palhaço, de verde e amarelo, pra tentar aparecer. Aparece, mas nunca é levado a sério.
Há muitos anos circula a informação de que o jornalista Boris Casoy, aquele que, no Jornal da Band de 31 de dezembro de 2009, humilhou dois garis que desejavam "feliz ano novo" na abertura do programa, integrou o grupo de extrema direita Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Mas eu, particularmente, nunca tinha me dado ao trabalho de verificar qualquer coisa nesse sentido. Até que caiu em minhas mãos uma edição da revista O Cruzeiro de 09 de novembro de 1968.
Reportagem de Pedro Medeiros intitulada "CCC ou o Comando do Terror", lista, entre os terroristas adoradores de Hitler e defensores da ditadura militar no Brasil, o jovem estudante de direito "Boris Cazoy ou Kassoy", que "conclamou os alunos do Mackenzie a tomar a USP, de cuja invasão participou.".
Medeiros se referia ao episódio em que estudantes de direito do elitista Mackenzie e da própria USP atacaram colegas da Universidade de São Paulo, especialmente os da faculdade de filosofia, com armas pesadas e auxílio policial. É uma das mais conhecidas ações do CCC.
Naquele 31 de dezembro de 2009, Boris disparou: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho." Ele pensava que seu microfone estivesse desligado.
Vídeo em que Boris Casoy humilha garis
Assim, na surdina, ele agia também no grupo neonazista, segundo a reportagem de O Cruzeiro. "Andava armado mas, segundo os colegas, é incapaz de atirar em alguém. Mora na Rua Itapeva. Acham-no mole com os comunistas", diz o texto.
Casoy em 1968 (O Cruzeiro)
A propósito, o subtítulo da matéria é: "São muitos, a organização é grande. Nos seus feitos estão os ataques aos artistas de RODA VIVA e à USP. Todos são violentos. Alguns, covardes".O CCC, que recebia a retaguarda do Exército, forças policiais e do governo ditatorial brasileiro, foi responsável por atentados à bomba, depredações, sequestros, torturas e assassinatos. Poucos, talvez nenhum dos terroristas, foram punidos.
Em 2010, Pedro Medeiros deu uma entrevista afirmando que os nomes que listou como integrantes do CCC não tiveram suas participações necessariamente comprovadas. Eles constavam de uma agenda que ele roubou de um dos membros.
O comportamento do colunista da CNN, porém, ao longo de sua trajetória na TV, traz veracidade à informação. Quem mais odeia os pobres do que a extrema direita? O que pensam os bolsonaristas de carteirinha sobre quem diverge de suas opiniões de manada? Quem não se lembra da entrevista que Casoy, ainda na Rede TV, fez com Flávio Bolsonaro, no auge das denúncias de rachadinha, sem fazer absolutamente nenhuma menção ao caso?
Felizmente, apesar de tudo, estamos em outra fase civilizatória no Brasil. Caso contrário, esses fantasmas que o bolsonarismo ressuscitou das trevas poderiam fazer mais estragos do que já fazem.
A rodada de março do levantamento eleitoral realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas revela estabilidade de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) e queda de Sergio Moro (Podemos) em relação aos meses anteriores. O candidato petista continua na liderança, com leve queda entre fevereiro (40,1%) e março (39%). Candidato do Centrão, Bolsonaro subiu 2 pontos percentuais, de 29,1% para 31,1%. Sergio Moro, por sua vez, registrou queda fora da margem de erro, que é de 2,2 pp, caindo de 10,1% em fevereiro para 7,5% em março.
Em quarto lugar, Ciro Gomes (PDT) foi de 5,6% para 6,9%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) caiu de 2,4% para 2,2%. Os demais candidatos não atingiram 1%.
O levantamento ouviu 2.200 pessoas entre os dias 03 e 08 de março e está registrada no TSE sob o número BR-06682/2022.
Que eles chegaram ao governo com a intenção de acabar com todos os avanços civilizatórios conquistados pelo Brasil nas últimas décadas, todos sabem. Direitos coletivos, deveres cívicos, respeito ao meio ambiente, respeito à diversidade, direitos humanos, defesa da vida etc etc etc são temas odiados pelo bolsonarismo. Mas colocar crianças em risco - por serem incapazes de tomar suas próprias decisões - talvez seja a principal maldade da trupe de Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Centrão.
Levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que, durante o feriado de carnaval, o desrespeito à legislação de trânsito em relação às crianças - uso do bebê conforto, da cadeirinha ou do assento elevado - aumentou 73% entre 2021 e 2022. Foram 953 infrações contra 542 no ano passado. Vale lembrar que Bolsonaro tentou retirar essa obrigatoriedade do Código de Trânsito Brasileiro, sendo impedido pelo Congresso, durante a revisão da lei no ano passado.
"Quando usados e
instalados corretamente, esses dispositivos reduzem em até 71% a
chance de morte de uma criança em caso de acidente de trânsito. É
preciso que a conscientização sobre a segurança no trânsito seja
contínua, cada vez mais falada, pois também é uma questão de
saúde pública. Quando os acidentes não matam, os sobreviventes de
politraumatismos poucas vezes retornam à vida comum”, esclarece o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), Vincenzo Giordano Neto.
Ainda de acordo com a PRF,
também houve crescimento de 16% em acidentes graves, de 6% de
feridos e de 18% em mortos em relação ao ano passado. As autuações pela falta do cinto de segurança aumentaram em 6%, o que deixa claro o nexo entre as informações. Os números são muito preocupantes, alerta Giordano Neto.
Mas eles parecem não fazer nenhuma diferença para a cúpula que tenta, a todo custo, deseducar o país. Afinal, são apenas vidas humanas.
Um encontro organizado para discutir a presença feminina na política terá apenas homens como debatedores. O "Ciclo Brasil de Ideias: Mulher", terá como palestrantes Jair Bolsonaro (PL), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, além do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). A informação está na coluna de Mônica Bergamo, na Folha.
Presidente do Grupo Voto, entidade promotora do evento, Karim Miskulin ressalta que os ciclos de poder são dominados por homens, por isso a escolha dos debatedores. "Nós, normalmente, não temos acesso a essas autoridades", explica. De acordo com a organizadora, a plateia será exclusivamente feminina e o objetivo é "romper com os ciclos de poder masculino".
Trabalhei próximo a Valério Luiz em meu início de carreira, na TV Brasil Central (TBC), no final dos anos 1990. Eu, no jornalismo, ele, no esporte. Nunca fui seu amigo próximo, mas não me esqueço das referências, sempre elogiosas, dos colegas cinegrafistas em relação a ele. "O Valério nem precisava escrever o off (texto que se ouve nas reportagens televisivas), gravava direto, de cabeça", diziam, diante de minha demora de novato ao redigir a reportagem.
Pois bem, no próximo dia 14 de março pode ser que uma injustiça de quase uma década seja corrigida: o
Plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) será palco do
júri popular que decidirá sobre o futuro dos réus acusados pelo
assassinato de Valério Luiz, morto covardemente em 5 de julho de 2012,
com cinco tiros, ao sair da rádio em que trabalhava. Radialista e
jornalista esportivo, Valério era conhecido por seus comentários
críticos e diretos.
Segundo
o inquérito policial, a sua atuação como jornalista foi o que
motivou o crime, que envolveu cinco pessoas, entre elas, o cabo da
Polícia Militar Ademar
Figueiredo Aguiar
Filho, o sargento reformado da Polícia Militar Djalma Gomes da
Silva, Urbano de Carvalho Malta, Marcos Vinícius Pereira Xavier e
Maurício Borges Sampaio (ex-cartorário e ex-presidente do Atlético
Clube Goianiense, clube do qual Valério era torcedor e principal
alvo de seus comentários na rádio em que trabalhava).
Conforme
aponta o filho do radialista e assistente da acusação, Valério
Luiz Filho, o atrito entre o comunicador e Maurício
Sampaio vinha de longa data.
Durante os
nove anos em que o crime restou sem resolução, o
ex-dirigente buscou meios de
atrasar o julgamento e de impedir que o caso de homicídio fosse
levado a Júri Popular - tentativa que felizmente não prosperou,
afirma.
Ainda assim, o Júri foi adiado por diversas vezes sob diferentes
justificativas - a exemplo do adiamento, em 2019, a partir da
alegação do juiz responsável de que não haveria estrutura para
comportar julgamento de tamanha repercussão no Foro correspondente.
Desde 2020, a pandemia de covid-19
veio protelando ainda mais a realização do julgamento, uma vez
tendo sido determinado o adiamento de Júris pelo Conselho Nacional
de Justiça.
Denise
Dora, diretora-executiva da ARTIGO 19, organização que atua pela
defesa e promoção do direito à liberdade de expressão e que
acompanha o caso desde o início, espera que o julgamento contribua
para o avanço na busca por justiça. Para Denise, uma absolvição,
neste caso, seria uma medida que reforçaria ainda mais o cenário de
impunidade nos crimes contra comunicadores no país e evidenciaria a
insegurança dos profissionais da comunicação.