segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Retorno aos escritórios no Centro-Oeste deve ocorrer entre setembro e dezembro, diz KPMG

Uma pesquisa realizada pela KPMG apontou que 25,5% das empresas do Centro-Oeste devem reabrir os escritórios entre setembro e dezembro deste ano. Segundo o estudo, cerca de 22% dos empreendimentos da região já voltaram ao trabalho presencial antes de julho, enquanto 16,3% deles esperam retornar ainda no mês de agosto. Essas são algumas das conclusões da "Pesquisa nacional: como será o retorno aos escritórios", que avalia as perspectivas de retomada das organizações durante a pandemia.

Quando questionados se a empresa adotará uma estratégia de retorno gradativo, para 31% dos empresários a previsão é de que a retomada inicial aos escritórios contemple até 50% dos profissionais da empresa. Já para 23,6% deles, a volta ao trabalho presencial deve atingir todo o quadro de funcionários da organização, enquanto cerca de 22% esperam voltar ao regime presencial com no máximo 30% dos empregados.

"Apesar de termos registro de casos desde março no Centro-Oeste, existe uma percepção de que esta foi a última região afetada pela covid-19. Isto se deve a vários fatores, incluindo a dimensão territorial e o número de casos confirmados que se manteve baixo nos primeiros meses da pandemia. Foi somente em maio que a curva começou a subir na região como um todo. Por esse motivo, as empresas estão mais cautelosas quanto ao retorno presencial das atividades", analisa o sócio da KPMG, Ray Souza.

Com relação à produtividade dos colaboradores durante a pandemia, para 45,5% dos entrevistados não houve aumento, nem queda no desempenho obtido no período. Para outros 31%, no entanto, esse índice aumentou em até 20%, enquanto para 11% deles houve um crescimento superior a 20% no rendimento dos funcionários.

"A pesquisa aponta que as empresas estão buscando se adaptar a essa nova realidade, implementando medidas para que o retorno dos funcionários aconteça de forma segura. A retomada será gradativa até para que os gestores possam avaliar a efetividade da implementação desse processo", afirma André Coutinho, sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Sobre a pesquisa
A "Pesquisa nacional: como será o retorno aos escritórios" foi feita no mês de junho, deste ano, com empresários dos seguintes setores: agronegócio (8%); consumo e varejo (11%); energia e recursos naturais (8%); governo (2%); saúde e ciências da vida (7%); mercados industriais (16%); infraestrutura (6%); setor financeiro (18%); tecnologia, mídia e telecomunicações (9%); serviços (14%); e ONGs (1%). Já a distribuição geográfica dos entrevistados foi 77,9% no Sudeste; 8,1% no Sul, 7,6% no Centro Oeste, 3,6% no Nordeste e 2,6% no Norte. O conteúdo está disponível na íntegra no link: http://home.kpmg/br/pt/home/insights/2020/07/pesquisa-nacional-como-sera-retorno-aos-escritorios.html.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Cresce 233% busca pelo termo "fascismo" na internet; "Antifa" aumenta 2.160%

No final de maio e começo de junho, os Estados Unidos fora, palco de um movimento contra a violência policial e o racismo, desencadeado pela morte de George Floyd. Em seguida, #blacklivesmatter foi aderido por vários outros países, inclusive o Brasil, impulsionado pela morte do pequeno Miguel, de cinco anos, em Recife. Protestos antirracistas e antifascistas se espalharam pelas ruas e redes sociais, e o assunto se tornou bastante discutido. Pensando nisso, a SEMrush, especializada em marketing digital, fez um levantamento sobre o quanto esses termos e assuntos são pesquisados na internet antes e depois do ocorrido.

O termo fascismo, por exemplo, cresceu 233% entre abril e maio, de 165 mil para 550 mil buscas. A taxa de aumento foi a mesma para a pergunta "o que é fascismo" no período, que foi de 27,1 mil para 90,5 mil. O Antifa, antes pouco conhecido e pesquisado, apenas 7,3 mil vezes na média mensal dos últimos 12 meses, teve 165 mil buscas em maio, evolução de impressionantes 2160%.

Já racismo teve um aumento de 82%, (de 74 mil para 135 mil) entre abril e maio. Este assunto foi bastante comentado nos últimos 12 meses, com média de 100 mil pesquisas. Além disso, o maior pico no período foi em novembro de 2019, mês da consciência negra, quando a palavra foi procurada 246 mil vezes. A pergunta "o que é racismo" teve um aumento mais tímido, mas ainda relevante, de 21%.

Xenofobia passou por um processo inesperado, tendo uma queda nas pesquisas entre janeiro e março de 2020, meses nos quais o coronavírus ainda estava com focos na China e Europa. De 135 mil procuras por mês, o período teve 74, 60 e 110 mil buscas, respectivamente, antes de voltar à média. Esse intervalo foi marcado por denúncias de racismo e xenofobia com cidadãos asiáticos nos países europeus por conta da doença. Depois de março, porém, a pergunta "o que é xenofobia" passou a ser mais procurada, chegando a ter 123% mais buscas em maio.

Machismo e violência contra a mulher

Março foi marcado como o mês da mulher e também o início da quarentena. Na época, muitas notícias sobre o aumento da violência doméstica foram publicadas e o assunto teve bastante repercussão. Não à toa, as pesquisas pela palavra machismo passou da média de 44 mil desde maio do ano passado até janeiro deste ano, para 74 mil em fevereiro e 90,5 mil em março. Feminicídio passou de 22 mil procuras em fevereiro para 49,5 mil no mês seguinte. Porém, abril já mostra a queda de volta à média normal, com 60 mil e 18 mil buscas pelos termos, respectivamente.

Já o termo violência doméstica teve um crescimento de 82% entre fevereiro e março (27,1 a 49,5 mil). Diferente dos anteriores, abril manteve as 40 mil pesquisas e maio atingiu 60,5 mil .

90,1% das pequenas empresas de transporte que recorreram ao Pronampe ainda esperam linha de crédito do governo Bolsonaro

Desde o início da pandemia de Covid-19, há quatro meses, 52,0% das empresas de transporte solicitaram aos bancos algum tipo de financiamento, sendo que mais da metade delas (54,3%) teve a sua solicitação negada. E 59,8% afirmam conhecer o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) - iniciativa do governo federal que busca viabilizar crédito para empresas de pequeno porte. Dessas, 39,6% solicitaram crédito pelo programa e, das que solicitaram, 90,1% tiveram a solicitação negada ou ainda esperam o retorno do pedido.

Os dados fazem parte da nova rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte - Covid-19, da CNT (Confederação Nacional do Transporte), que revela que quase 75% das empresas do setor tiveram queda de demanda em junho. Mais da metade delas (57,2%) avaliou que essa retração foi grande. A pesquisa revela ainda que, diante das dificuldades de acesso a crédito em grandes bancos e sem auxílio do governo Bolsonaro desde o início da pandemia, mais de um terço das empresas (34,0%) precisou recorrer ao crédito rotativo. Essa é a linha com as taxas de juros mais elevadas do mercado.

O presidente da CNT, Vander Costa, avalia que os resultados dessa nova rodada reforçam ainda mais o cenário de diminuição drástica da demanda e do faturamento do setor, além de revelar grandes dificuldades, por parte dos transportadores, para pagar obrigações rotineiras. Segundo ele, é urgente a apresentação de um plano de socorro imediato às transportadoras, de modo a oferecer uma linha de crédito exclusiva e pré-aprovada, com taxas de juros reduzidas e carência estendida. "Entendemos que, após quatro meses de pandemia, se as iniciativas governamentais durante a crise não refletirem, na prática, o socorro emergencial efetivo às empresas, muitas transportadores irão encerrar suas atividades e segmentos, como o urbano de passageiros, podem entrar em colapso, o que certamente comprometerá o funcionamento e o abastecimento das cidades brasileiras, além da retomada da atividade econômica."

Entre as medidas consideradas prioritárias pelo setor para o atual momento, 50,8% das empresas destacam a importância da isenção de tributos federais durante a pandemia; e 50,7%, a disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas. Além disso, 39,3% citaram a necessidade da manutenção da desoneração da folha para o setor transportador. Essas pautas vêm sendo mencionadas pelos transportadores desde o início da pandemia.

Alguns números da quarta rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte - Covid-19

- 74,6% das empresas de transporte apontaram que houve diminuição da demanda em junho

- 60,7% indicaram uma nova diminuição do seu faturamento em junho

- 80,1% esperam uma nova diminuição do seu faturamento em julho

- 79,8% projetam impactos negativos da crise em sua empresa por pelo menos mais quatro meses

- 41,8% afirmaram que a capacidade de pagamento está muito comprometida - dificuldade para manter gastos com a folha de pagamento, parcelas de financiamentos, tributos, aluguéis, entre outros

- 26,4% conseguem permanecer operando com recursos próprios por, no máximo, mais um mês

- 21,3% já precisaram recorrer a linhas de financiamento para complementar o fluxo de caixa e cobrir a sua operação

- 52,0% solicitaram aos bancos algum tipo de financiamento, sendo que mais da metade delas (54,3%) teve a sua solicitação negada

- 39,6% das que conhecem o Pronampe solicitaram crédito pelo programa, sendo que 90,1% tiveram a solicitação negada ou ainda esperam o retorno do pedido.

- 34,0% precisaram recorrer ao crédito rotativo desde o início da pandemia

- 42,5% das empresas de transporte já haviam adotado a suspensão temporária do contrato de trabalho como uma alternativa para dar algum alívio ao seu fluxo de caixa

- 42,7% recorreram à redução proporcional de jornada e salários

- 43,6% precisaram utilizar demissões como alternativa de última instância

- 50,8% enfatizam a importância da isenção de tributos federais durante a pandemia

- 50,7% destacam a necessidade de disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas

Acesse aqui os resultados da quarta rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte - Covid-19

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Justiça obriga homem a cumprir isolamento social

Com apenas quatro respiradores hospitalares e sem estrutura para atender pacientes graves na cidade, o município mineiro de Itamarandiba ajuizou ação para obrigar um morador com suspeita de covid-19 a cumprir medidas de isolamento e distanciamento social.

A juíza da Vara Única da comarca, Juliana Cristina Costa Lobato, deferiu o pedido de antecipação de tutela de urgência para que o homem respeite a quarentena e as demais normas médicas, evitando disseminar o vírus.

O morador também não pode se opor a realizar o teste para detectar o coronavírus e, em caso de atendimento médico de urgência, só deve transitar com equipamentos de proteção individual. Se desrespeitar a decisão judicial, o homem pode pagar multa de R$ 200 a cada ato.

Segundo o município, ele desobedeceu orientações do serviço médico local após procurar o hospital com sintomas da doença. Foram prescritos medicamentos e quarentena por 14 dias. Decorrido esse período, ele deveria submeter-se à realização de teste de covid-19, em conformidade com os protocolos sanitários vigentes.

Isolamento voluntário

O morador chegou a assinar um termo de declaração consentindo com o isolamento voluntário. Seis dias depois, ele ligou para o hospital relatando uma suposta melhora nos sintomas e o retorno ao trabalho no dia seguinte. O rapaz foi orientado da necessidade de cumprir a quarentena, mas técnicos da assistência social e integrantes da fiscalização municipal não o encontraram mais em sua residência.

A juíza Juliana Lobato ressaltou que o "desrespeito às orientações médicas e a negativa de cumprir isolamento domiciliar demonstram o descaso com a situação da gravidade vivida pela população mundial, menosprezo pela vida humana e ausência de responsabilidade social". A magistrada determinou que a Polícia Militar deve comunicar imediatamente à Justiça o descumprimento das medidas impostas ao morador.

O processo tramita em segredo de Justiça.

Vice-prefeito promove churrasco e é multado por descumprir decreto municipal de combate ao coronavírus

Isso é Brasil. O país do "Você sabe com quem está falando?", tão bem retratado no célebre livro O Que Faz o Brasil, Brasil?, de Roberto DaMata, tão atual. Da famosa Lei de Gerson. O país do desembargador que dá carteirada porque acredita que obedecer a lei é ser diminuído, ser menos cidadão.

O caso a seguir poderia ter se passado na lendária Sucupira. Mas foi aqui mesmo no Brasil, em Paranacity. Não é que o vice-prefeito da cidade, Rodolfo Vismara (MDB), foi multado pela prefeitura por descumprir um decreto municipal de combate à Covid-19? As informações são do G1.

Em uma postagem nas redes sociais, o político publicou uma foto em que celebra um churrasco com o deputado estadual Soldado Adriano José (PV).

Para a prefeitura, a postagem comprova que o vice-prefeito desobedeceu às determinações impostas pela administração da qual ele mesmo faz parte. De acordo com o decreto municipal que entrou em vigor na sexta-feira (17), eventos, festas e churrascos com pessoas que não vivem na mesma casa estão proibidos. A multa para quem descumprir a regra é de R$ 2.742,20.

A foto foi foi tirada no sábado (18), um dia após a norma da prefeitura. Nela, os dois políticos e os demais convidados aparecem sem máscara. Rodolfo Vismara se defendeu dizendo que a imagem foi feita na hora do almoço, o que justificaria o fato das pessoas estarem sem máscaras. Ele também disse que não tinha intenção de desrespeitar o decreto e pediu desculpas.

Já o deputado estadual Soldado Adriano se justificou em entrevista ao portal G1. Ele disse que não conhecia o decreto e que só tirou a máscara para almoçar, quando a foto foi tirada.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Goiás entra no Monitor de Secas com quase 94% de seu território com seca

A partir deste mês, com a entrada de Goiás e do Distrito Federal, o Centro-Oeste passa a contar com o acompanhamento do Monitor de Secas. Segundo o Mapa do Monitor de junho, as duas unidades da Federação apresentaram realidades opostas no último mês em termos de secas. Isso porque o Distrito Federal foi a única das 15 unidades da Federação monitoradas a não registrar o fenômeno em junho, enquanto Goiás teve a maior área com seca grave (22,82%) identificada pelo Monitor e 93,36% de seu território apresentou as intensidades fraca, moderada e grave do fenômeno – o maior percentual entre as 15 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor no último mês.

Em Goiás, as chuvas abaixo da média nos últimos meses, principalmente no sul, noroeste e centro goiano têm contribuído para a piora dos indicadores de seca. Desse modo, houve um aumento da área de seca fraca e seca moderada em direção à divisa com Minas Gerais, baseado nos indicadores combinados de curto e de longo prazo. Também ocorreu um aumento da área de seca grave em direção ao noroeste, com as evidências baseadas nos indicadores de seca.

Com as chuvas de junho, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com o fenômeno em sete estados: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, houve o aumento das áreas com o fenômeno em cinco estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em Tocantins a área se manteve estável. No caso do Rio de Janeiro, que entrou no Mapa do Monitor em junho, foi registrada seca pela primeira vez no estado. Assim como aconteceu em maio, no mês passado todas as 15 unidades da Federação apresentaram partes de seus territórios sem registros de seca.

Em cinco estados houve a redução da gravidade das secas: Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Em Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte continuam existindo somente áreas com seca fraca. Em Tocantins, a severidade do fenômeno permanece variando de fraca a grave em mudanças em relação a maio. Já no Piauí aconteceu um leve aumento da área com seca moderada, enquanto no Rio de Janeiro foi identificada uma porção com seca fraca. Como é a primeira vez que DF e Goiás constam do acompanhamento, ainda não é possível comparar a situação de ambos em relação a meses anteriores.

O mês de junho faz parte do período chuvoso no leste do Nordeste. Também integra o período seco em grande parte do centro-norte e oeste nordestino, assim como na região Centro-Oeste. De acordo com a climatologia do último mês, os maiores volumes de precipitação, com valores acima de 150mm, ocorrem no noroeste do Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Volumes inferiores a 20mm são esperados tanto para o interior da região Nordeste quanto para maior parte de Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal.

Em junho de 2020, precipitações com acumulados superiores a 150mm ocorreram no noroeste do Maranhão e em grande parte do litoral leste nordestino. Já as menores precipitações aconteceram no interior do Nordeste, bem como nos estados da parte central do Brasil, o que resultou na caraterização do período seco nessas áreas.

Quando analisados os últimos meses, há um predomínio de chuvas acima da média no Nordeste, o que vem contribuindo para uma contínua redução da severidade e das áreas de seca na maior parte desta região, onde agora predominam condições que variam desde sem seca relativa até seca fraca. Porém, devido à grande variabilidade das chuvas, ainda há pequenas áreas de seca com intensidade variando de moderada a grave. Toda a seca na região possui impactos somente de longo prazo.

O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo quatro das cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste mais Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás e Distrito Federal – estes dois incluídos neste mês no Mapa do Monitor. Tanto Mato Grosso do Sul quanto os três estados da região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) já receberam treinamento e iniciaram a etapa de testes para entrar no Monitor, o que já pode acontecer nos próximos meses.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.

Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS. Clique aqui para verificar a situação de junho de 2020 em todos os estados com o Monitor de Secas.

Site de mulheres que buscam por homens ricos para relacionamento cresce 214%; Goiás na disputa

De acordo com dados do instituto de pesquisa Euromonitor International, cerca de 270 milhões de pessoas moram sozinhas no mundo, esse comportamento de querer viver apenas consigo mesmo é uma característica dessa nova geração, que apesar de ter muitos benefícios, como a própria independência, não contavam com a pandemia que os cerca e os impede de ter contato com os outros, trazendo o sentimento de estarem sozinhos nesse momento tão difícil.

As pessoas encontraram no site de relacionamentos de Sugar Daddies e Sugar Babies, uma solução para fugir da sensação que o distanciamento social trouxe, a solidão. Dessa forma, aumentando a procura por esses parceiros que podem lhe fazer companhia, além de proporcionar o melhor da vida. Segundo o Universo Sugar, em comparação ao primeiro semestre de 2019, esse ano cresceu em seis meses 214% o número de cadastros.

Com isso, homens mais velhos e mulheres jovens, estão construindo uma relação onde os dois lados são beneficiados, pois homens bem sucedidos procuram por mulheres jovens e elegantes, ao mesmo tempo que essas moças procuram por alguém que possa lhes proporcionar uma vida de qualidade e muito luxo, ajudando-as a crescerem profissionalmente também.

Goiás

De acordo com dados da plataforma é possível perceber que o estado de Goiás é um dos que mais cresceu em comparação ao ano passado, chegando a 8,50%. Além disso, as idades de mulheres que estão a procura de um companheiro é entre 21 e 28 anos, e dos homens que buscam uma mulher é de 35 a 60 anos.

O Universo Sugar tem como seu principal objetivo fazer com que homens e mulheres possam se conhecer por meio de interesses mútuos, sendo benéfico para ambos os lados, levando um relacionamento interessante, até mesmo, para depois da quarentena.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Denúncia contra Bolsonaro em Haia: presidente brasileiro pode ser punido

O Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) começa a analisar denúncias contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por crimes contra a humanidade cometidos no contexto da pandemia de coronavírus.

As acusações citam falta de ações de enfrentamento ao vírus, falas controversas contra medidas de isolamento e interferências na saúde pública - como recomendar cloroquina como tratamento e inviabilizar divulgação de dados relativos às mortes e casos diários da doença.

O Tribunal começou a analisar na semana passada todas as alegações apresentadas pelo partido PDT. Criado em 1945 após o fim da Segunda Guerra Mundial, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), o tribunal tem a função de resolver conflitos jurídicos levados a ele por Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas.

Acacio: Pode haver punição (F: Divulgação)
Acacio Miranda da Silva Filho, doutorando em Direito Constitucional e Mestre em Direito Penal Internacional, explica que o Brasil, por força constitucional, aderiu à jurisdição do Tribunal Penal Internacional e, por isso, neste caso, há sobreposição do julgamento pela Corte Internacional. "O Estatuto de Roma prevê algumas modalidades de punição a serem aplicadas pelo TPI, entre elas a imposição de pena de prisão perpétua, mas, obviamente, a pena e sua dosimetria parta da análise da gravidade da conduta", explica.

Em tese, caso o TPI decida por uma pena contra o presidente brasileiro, o Brasil teria que acatar, como já aconteceu em países africanos e do Leste Europeu."A Constituição veda a extradição de brasileiros natos, porém o TPI usa o instituto da entrega. Explicando: a extradição acontece entre países e a entrega ocorre de um país para um tribunal", esclarece.

sábado, 18 de julho de 2020

Bolsonaro quer vigiar 76 milhões de brasileiros acessando dados privados da CNH

O ímpeto autoritário, censor e antidemocrático de Bolsonaro não tem limites. Reportagem do site The Intercept Brasil de 6 de junho revelou que a Abin havia solicitado ao Serpro, o serviço de processamento de dados do governo, acesso a "nomes, filiação, endereços, telefones, dados dos veículos e fotos de todo portador de CNH do país". A farra foi - temporariamente - barrada, já que Bolsonaro voltou atrás após a repercussão da notícia e uma ação no STF.

Hoje, em newsletter enviada aos leitores, a editora sênior do Intercept Tatiana Dias revela uma peculiaridade: o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), um dos braços da espionagem do governo, respondeu ao questionamento de um leitor e tentou defender a medida. A reportagem pode ser lida na íntegra abaixo:

A Abin respondeu a um leitor do TIB

Publicamos, há pouco mais de um mês, uma reportagem que mostrou que a Abin queria colocar as mãos nos dados de CNHs de mais de 70 milhões de brasileiros. Documentos enviados ao Intercept por uma fonte anônima detalharam que a Agência Brasileira de Inteligência requisitou ao Serpro – empresa do governo responsável por processar dados – nomes, filiação, endereços, telefones, dados dos veículos e fotos de todo portador de CNH do país. 

Não é da competência da Abin vasculhar os documentos e informações de todos os cidadãos. Segundo o próprio estatuto da agência, seu papel é municiar o presidente da República com “informações nos assuntos de interesse nacional”. Implantar um sistema para vasculhar nossos nomes e fotos massivamente, sem levar em consideração princípios básicos como o direito à privacidade e presunção de inocência, bem, parece ser apenas interesse do governo, não do país. 

Intrigado, um leitor do Intercept que prefere se manter anônimo fez um pedido via Lei de Acesso à Informação ao Gabinete de Segurança Institucional. Ele pediu ao órgão ligado à presidência e responsável pela Abin mais esclarecimentos sobre as nossas revelações: quis saber se de fato a agência pediu os dados ao Serpro e quais são os "interesses nacionais" na coleta e no arquivamento das nossas carteiras de motorista.

E  não é que o GSI respondeu? No documento enviado ao nosso leitor, o órgão diz que o pedido de acesso aos dados do Denatran visa, entre outros pontos, "ampliar a capacidade de obtenção e análise de grandes volumes de dados estruturados e não estruturados". Isso significa que a Abin tem interesse, sim, em mecanismos de vigilância massiva – em outras palavras, primeiro monitorar todo mundo por padrão para depois ver, com a ajuda de análises computacionais, se há algo errado naquele monte de informações. 

A agência também queria nossas CNHs, segundo o documento, para "aprimorar a estruturação e o compartilhamento de bases de dados de Inteligência" e "promover a interoperabilidade de bases de dados de interesse em nível nacional". As três justificativas são previstas na Estratégia Nacional de Inteligência, aprovada em 2017 pelo então presidente Michel Temer, que determinou as regras de conduta para o órgão no Brasil. Na época de sua aprovação, especialistas já alertaram que o texto poderia abrir margem para esse tipo de vigilância em massa, parecida com a da agência de espionagem norte-americana NSA, revelada por Edward Snowden. 

Não é só a Estratégia que orientou a Abin. Na resposta ao nosso leitor, o governo disse que o pedido de dados de CNHs está em "perfeita consonância" com o decreto 10.046, aprovado por Jair Bolsonaro no ano passado. Nós já falamos dele: foi a canetada que criou, do dia para a noite, uma megabase de dados de todos os brasileiros, a ser integrada e usada por todos os órgãos federais. A ideia divulgada pelo governo é a de desburocratizar – mas, na prática e sem controle, informações pessoais sensíveis, incluindo dados biométricos, podem cair nas mãos do governo para fins que, bem, não sabemos bem quais são. Ou você imaginaria que, ao entrar na auto-escola, sua foto da CNH cairia nas mãos dos agentes da Abin?

Segundo o documento enviado ao nosso leitor, a agência garante que "não realiza qualquer tipo de espionagem ou atentado à privacidade" e que as requisições são feitas após análise jurídica. "Uma vez compartilhados, os dados são empregados em estrito cumprimento das competências legais, para a produção de conhecimentos de inteligência, visando ao assessoramento das autoridades decisórias em maior nível hierárquico federal, em prol da segurança e da estabilidade da sociedade e do Estado", diz a agência. 

O GSI ainda listou até a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado e a Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo na sua lista de justificativas para colocar as mãos nas nossas CNHs. 

Não adiantou tanto malabarismo. A requisição ultrapassa o âmbito da Abin – tanto é que o caso que revelamos motivou uma ação do PSB no Supremo Tribunal Federal contra o decreto 10.1046, usado como fundamentação para o troca-troca de dados dentro do governo.

Segundo a ação, o pedido de dados de CNHs foi feito sem transparência e consentimento. "Viola frontal e inequivocamente o direito à liberdade e à dignidade da pessoa humana bem como, e especificamente, os direitos à privacidade, à proteção de dados pessoais e à autodeterminação informativa", diz a ação.

Poucos dias depois da publicação da nossa reportagem, o governo voltou atrás e revogou a portaria que permitia o compartilhamento dos dados do Denatran à Abin. Isso fez a Advocacia-Geral da União pleitear a perda do objeto da ação, ou seja, pedir que o caso fosse deixado de lado porque o problema central já havia sido resolvido. O STF negou: o ministro Gilmar Mendes, responsável por julgar o caso, decidiu manter a ação. "É dever constitucional deste STF debruçar-se sobre a matéria, evitando-se que situações graves que colocam em risco a violação de preceitos fundamentais sejam perpetradas com suposto fundamento no Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019", justificou Mendes.

Como o nosso leitor descobriu, a Abin acha perfeitamente justificável implantar um sistema de coleta massiva de dados e análise de big data para fins de inteligência – mesmo que isso signifique colocar todos nós em constante vigilância, sem nenhuma transparência. Esse não é um caso isolado – mas reflexo de governos que, em nome de uma suposta segurança nacional, abrem mão sem dó de nossos direitos fundamentais. A Abin quer estender seus tentáculos para cima da gente, com suposto respaldo da lei e da tecnologia. Mas nós – e isso inclui vocês, leitores – estamos de olho nisso, e fazendo os poderosos ficarem de olho também. Um viva aos leitores do TIB!

Cruzeiro tem o maior prejuízo da história do futebol brasileiro

Disputas internas e má gestão rebaixam Cruzeiro (F: Pluri)
O balanço de 2019 do Cruzeiro é o pior já apresentado por um clube na história do futebol Brasileiro. Marca até agora o ponto mais baixo de um período de contínua deterioração das contas:

-De 2011 para cá o Patrimônio Líquido caiu R$ 644,5 milhões, tornando-se um enorme passivo a descoberto;

-São 12 déficits nos últimos 13 anos, resultando em uma perda acumulada de R$ 687 Milhões, sendo R$ 394 Milhões somente em 2019, o maior prejuízo da história do Futebol Brasileiro;

-Nos últimos 8 anos o Endividamento líquido cresceu 564% e atingiu R$ 799 Milhões, o maior do futebol Brasileiro;

-O mais incrível é isso ter acontecido em um período de aumento de 125% das receitas, já descontando a queda de 15% em 2019.

O levantamento é da Pluri Consultoria.

Para acessar é só clicar no link: https://www.pluriconsultoria.com.br/as-financas-do-cruzeiro-em-2019

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Federação alerta sobre consequências de "filas virtuais" em aplicativo Caixa TEM

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) alerta para as consequências de "filas virtuais" e inconsistências registradas no aplicativo Caixa TEM. Nos últimos dias, aumentaram os relatos de usuários do app sobre dificuldades para a movimentação do auxílio e do FGTS emergenciais. Além de impossibilitar os beneficiários de usarem o dinheiro — na maioria dos casos, para a compra de itens de primeira necessidade e o pagamento de contas — as interrupções no aplicativo acabam levando as pessoas às agências, aumentando a exposição e o risco de contágio pelo coronavírus tanto da população quanto dos empregados do banco.

As intermitências no Caixa TEM dificultam o acesso a dados da conta digital como também a realização de pagamentos e transferências. "Além dos transtornos aos brasileiros que precisam destes benefícios emergenciais para sobreviverem, surge outro problema: o deslocamento às agências, colocando em alto risco a saúde das pessoas e dos bancários, no auge da pandemia em diversas localidades do país", ressalta o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.

Falhas em app prejudicam acesso (F: Divulgação)
Em Salvador (BA), por exemplo, agências da Caixa voltaram a registrar filas e aglomerações nesta semana. Beneficiários relatam que foram às unidades do banco depois de não conseguirem acesso ou informações pelo aplicativo.

Nas redes sociais, relatos de beneficiários atestam horas de "inconsistências" e "filas" no aplicativo Caixa TEM. O banco confirmou que "pode ocorrer paradas no sistema em momentos de maiores concentrações". Segundo a direção da Caixa, têm sido registrados mais de 500 mil acessos simultâneos no aplicativo.

Na quarta-feira (14), em entrevista ao jornal Diário de Pernambuco, o presidente do banco, Pedro Guimarães, admitiu "intermitências no sistema" desde a última semana. Ele atribuiu o problema ao início do pagamento do FGTS Emergencial.

De acordo com Guimarães, a utilização do aplicativo "é muito superior do que se imaginava", com uma capacidade inicial de um milhão de usuários e que, segundo ele, já chega a 122 milhões (considerando os pagamentos do auxílio e do FGTS emergenciais, além de outros benefícios sociais pagos pelo banco por meio do app).

Conforme observa o presidente da Fenae, o governo decidiu escalonar tanto os saques quanto os pagamentos dos benefícios pelo aplicativo Caixa TEM com o argumento de que a medida evitaria as filas e aglomerações registradas nas agências do banco em diferentes locais do país. "Mas, as pessoas passaram a enfrentar novas dificuldades para ter acesso a recursos que são emergenciais, que as ajudam a sobreviver", destaca Takemoto.

Levantamento feito pelo próprio governo revelou que o auxílio de R$ 600 representa mais de 93% da renda dos domicílios mais pobres. O estudo foi divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, na última semana, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad-Covid-19) do IBGE.

FALHAS EM INFORMAÇÕES SOBRE FGTS EMERGENCIAL — Esta semana, outro problema foi apontado por usuários do aplicativo. O banco deveria ter depositado o FGTS emergencial (de até R$ 1.045 por trabalhador) na poupança digital de nascidos em janeiro, fevereiro e março. Contudo, beneficiários foram comunicados que o pagamento seria depositado "em outra data".

Segundo informações da Caixa à imprensa, "o crédito foi reprogramado para o calendário seguinte, condicionado à complementação de dados no app FGTS". Porém, ao divulgar as regras do Fundo de Garantia Emergencial, o banco não orientou os beneficiários a "completarem cadastros". Tanto a abertura da poupança digital quanto o depósito do FGTS Emergencial seriam automáticos.

"Novamente — a exemplo do que ocorreu no cadastramento ao auxílio emergencial de R$ 600 — está havendo falhas e desencontros de informações à população por parte da direção da Caixa. Isto causa dúvidas e apreensão em milhões de brasileiros que estão dependendo destes benefícios para conseguir sobreviver à crise", afirma o presidente da Fenae. "É preciso destacar o esforço e o comprometimento dos empregados do banco de diferentes setores, que têm se desdobrado para garantir o atendimento essencial à população desde o início da pandemia", reforça Sérgio Takemoto.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Órgãos mais transparentes em Goiás serão premiados pela CGE e TCE-GO

Serão premiadas iniciativas que atingirem ao menos 65% de pontuação (Foto: CGU)

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) é um dos parceiros da segunda edição do Prêmio Goiás Mais Transparente, uma iniciativa do Governo de Goiás, por meio da Controladoria-Geral do Estado (CGE-GO). A premiação avalia a transparência ativa e passiva das páginas de acesso à informação dos órgãos e entidades públicas em Goiás.

 O prêmio visa a reconhecer os esforços dos órgãos e das empresas (sociedades de economia mista controladas pelo Estado) com o selo de excelência em transparência e estimular o aperfeiçoamento contínuo para o atendimento de exigências legais e de melhores práticas de entrega de informações para sociedade. E, ainda, possibilitar que a transparência seja um caminho para o controle social e para a melhoria nos serviços prestados pelo Estado à sociedade e não somente uma obrigação ou norma a ser cumprida.

A premiação é dividida em três categorias. A primeira envolve os órgãos da administração direta, autarquias e fundações públicas, demais poderes e órgãos autônomos; na segunda estão as empresas públicas e sociedades de economia mista. A terceira representa o desafio da transparência e é facultativa, onde os participantes devem apresentar uma prática de inovação em transparência.

Os órgãos e entidades que atingirem acima de 65% da pontuação máxima estabelecida pelos critérios definidos pelo TCE-GO e CGE-GO (ver regulamento) receberão certificado e selo que demonstra seu nível de transparência. O selo Bronze será concedido a quem alcançar 65% até 69,99% de transparência; o selo Prata, entre 70% e 74,99% e o selo Ouro, entre 75% e 100%.

O certificado será entregue durante o evento alusivo ao Dia Internacional de Combate à Corrupção, que será realizado entre 7 e 11 de dezembro, e o selo de Excelência em Transparência será disponibilizado em meio digital. Os que aceitarem o convite desafiador para a realização de ações inovadoras de transparência serão premiados de forma diferenciada, devendo apresentar relatório da iniciativa à comissão até 13 de novembro.

O resultado da avaliação dos portais será publicado, sem prejuízo de outras mídias, nos portais do Tribunal de Contas do Estado e da Transparência do Poder Executivo, bem como no Diário Oficial do Estado de Goiás.

A Comissão de Avaliação da LAI será formada por técnicos da Superintendência de Transparência da CGE e do TCE-GO (ver Portaria Conjunta nº 01/2020–SEC-CEXTERNO/TCE/2020 – CGE) e as dúvidas poderão ser esclarecidas por intermédio do e-mail: premiogoiastransparente@tce.go.gov.br ou pelo contato com a Superintendência de Transparência, fone: 3201-5311.

O regulamento completo pode ser acessado neste link.

Caixa vai renegociar acordo de empresário que ficou 50 horas acorrentado em agência

Arlindo Magrão (de touca), com o presidente da Abrabar (dir) e empresários
A Caixa Econômica Federal aceitou renegociar o acordo para a liberação de uma linha de crédito, após o empresário Arlindo Ventura, o Magrão de O Torto Bar, permanecer mais de 50 horas acorrentado em frente à uma agência na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico de Curitiba. Ele foi chamado para conversar na manhã desta quarta-feira (15), depois de dormir duas noites seguidas e em jejum no local.

Segundo o empresário, o banco corrigiu um erro técnico, bem como ele solucionou um impasse na documentação, permitindo a retomada do processo. Diante da solução, o dono do bar, no bairro São Francisco, afirma ter ganhado um fôlego para mais três meses com a liberação dos recursos.

"Foi um processo burocrático que levou a tudo isso, mas conseguimos abrir uma condição melhor na pessoa física para cobrir a situação jurídica de cheque especial", ressaltou Arlindo Magrão. Agora, de acordo com ele, com o GiroCaixa em análise, a possibilidade é um pouco maior.

"Então é preciso falar com gerente, dialogar e ver o que você tem direito. Fiquei aqui por mais de dois dias para ter uma atenção interna", ressaltou o empresário logo após sair da reunião. "É preciso que as pessoas insistam e mostrem que não aceitamos determinadas condições", pontuou.

Lutar por direitos

Magrão também chamou atenção de trabalhadores e empresários para seus direitos. "Parece que a liberação de crédito é um favor que as instituições financeiras estão nos fazendo. Não é. Nesse momento, precisamos de todo o apoio possível para manter os empregos dos trabalhadores", disse ele, em referência a pandemia do novo Coronavírus.

"Estamos no limite e ainda sendo tratados dessa forma”, desabafou Arlindo Magrão. Esta não foi a primeira vez que isto aconteceu. Em 2012, o empresário ficou preso em um corrimão da escada da agência do Banco no Brasil na Praça Tiradentes, no centro de Curitiba. O motivo do protesto foram as cobranças de taxas altas.

Acompanhamento

O presidente da Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo, acompanhou a luta de Magrão para restabelecer seus direitos. A entidade entrou em contato com o deputado federal Rubens Bueno (Cidadania), relator da Medida Provisória (MP) da linha de crédito.

"Ele (Bueno) vai nos escutar. Vamos dar subsídio para o deputado e mostrar o que nossa categoria está passando durante a pandemia", disse. Aguayo informou também que irá repassar ao parlamentar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Abrabar no Supremo Tribunal Federal (STF) no final de março.

Ele lembra que o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao Banco Central e ao Conselho Monetário Nacional manifestação sobre a ADI movida pela Abrabar e a Confederação Nacional do Turismo (CNTur), para renegociação de dívidas do setor.

O caso do Magrão, informa o presidente da Abrabar, sensibilizou inclusive o deputado federal Jerônimo Goergen (RS), autor da Lei da Liberdade Econômica que viabiliza o livre exercício da atividade econômica e a iniciativa. "A atitude extrema do Magrão chamou a atenção até de parlamentares de outros estados", completou Aguayo.