sexta-feira, 11 de junho de 2021

Pesquisa XP: avaliação negativa de Bolsonaro atinge maior índice desde maio de 2020


A rodada de junho da pesquisa XP/Ipespe registra continuidade na trajetória de alta da avaliação negativa do governo de Jair Bolsonaro. Hoje, são 50% os que consideram a administração federal ruim ou péssima, um ponto percentual a mais que no levantamento de maio. A pesquisa é a nona consecutiva em que a tendência de alta se apresenta. Desde outubro, quando o movimento começa, esse grupo saiu de 31% para os 50% atuais. O número é o pior da série desde o início do governo, junto com maio de 2020. Foram realizadas 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, nos dias 7, 8, 9 e 10 de junho. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Os entrevistados foram questionados também sobre a realização da Copa América no Brasil 64% são contrários e 29% são favoráveis. 

Eleições

A pesquisa XP/ Ipespe de junho mostra o ex-presidente Lula quatro pontos à frente de Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência. O petista saltou três pontos desde o último levantamento, indo a 32%, enquanto Bolsonaro perdeu um ponto, chegando a 28%.


Ciro Gomes foi quem mais perdeu, passando de 9% para 6%. Sergio Moro oscilou um ponto para menos, de 8% para 7%, assim como Luciano Huck, que passou de 5% para 4%.

Em simulações de segundo turno, Lula abriu nove pontos de vantagem sobre Bolsonaro a diferença era de dois na última pesquisa. Ele cresceu de 42% para 45% enquanto o presidente caiu de 40% para 36%.

Nas simulações, Bolsonaro agora aparece numericamente atrás também de Ciro Gomes, que tem 41% contra 37%.


Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, Lula e Bolsonaro aparecem empatados, com 24%. Há 8% de votos brancos e nulos e 36% que não responderam. Outros candidatos juntos totalizam 8%.

Bolsonaro é vaiado e chamado de "genocida" em avião. Assista

Talvez esquecido do alerta do Posto Ipiranga Paulo Guedes, de que "até empregada doméstica vai à Disney", Bolsonaro se arriscou a subir em um avião para testar sua popularidade e cumprimentar passageiros. Foi recebido aos gritos de "fora Bolsonaro" e "genocida". O voo era da Azul e ia de Vitória (ES) a Campinas (SP). Bolsonaro deu meia volta e deixou a aeronave seguir sua viagem. Assista.



Sensacionalista estreia coluna de humor no Globo

A partir do próximo domingo, 13, o jornal O Globo traz para suas páginas o Sensacionalista, referência em fazer piada com o noticiário. Onze anos após sua criação, o projeto que une jornalismo e humor vai ganhar um blog no site do GLOBO e passará a publicar conteúdo exclusivo todo domingo no Segundo Caderno.

O quarteto do "jornal isento de verdade", criado pelos jornalistas Nelito Fernandes, Martha Mendonça e Marcelo Zorzanelli, e o roteirista Leonardo Lanna, vai assinar a primeira coluna de humor do Globo desde 2013, quando o cultuado Agamenon Mendes Pedreira, personagem fictício criado pelo programa Casseta e Planeta, chegou ao fim. O time coleciona, com suas manchetes surreais, 3,2 milhões de seguidores no Facebook, 2,2 milhões no Twitter e 810 mil no Instagram.

A ideia do novo espaço é mostrar a incredulidade diante do absurdo nosso de cada dia, em um momento marcado pelo ódio nas redes sociais e a disseminação de fake news. Além disso, a turma das manchetes que sempre ficam um tom ou mais acima da realidade, por mais bizarra que a própria realidade seja, estará sempre a postos para uma edição extraordinária.

"Acho uma ótima frase de efeito dizer que o humor não pode mais concorrer com a realidade, mas, para mim, o sentimento é o oposto. Quanto mais louco é o noticiário, quanto mais besteiras as autoridades falam, maior é o potencial para a gente. Não vejo como concorrência e sim como matéria-prima", destaca a jornalista Martha Mendonça.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Rogério Cruz recebe vacina contra covid-19

Cruz é vacinado na UPA Jd. América (F: Jackson Rodrigues)
O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) tomou hoje a primeira dose da vacina Pfizer contra a covid-19. Acompanhado da primeira-dama, Telma Cruz, e do secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, Rogério recebeu o imunizante na UPA do Jardim América após agendamento pelo aplicativo Prefeitura 24 Horas. Ele tem 54 anos. A prefeitura de Goiânia começou a vacinar esta semana a população em geral com idade superior a 52 anos. 

Goiânia já vacinou 448.514 com a primeira dose e 213.154, totalizando 14,1% da população totalmente imunizada.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Brasil de Bolsonaro recusa US$ 100 milhões para melhorar o clima

Para Augusto Gomes, governo erra ao não ratificar acordo (F: Divulgação)
Dos 144 países em desenvolvimento, só dois ainda não manifestaram à Organização das Nações Unidas (ONU) interesse em receber verbas a fundo perdido para elaborar projetos de redução do uso de hidrofluorcarbonetos (HFCs), os piores para o aquecimento global. Um deles é o Iêmen, mergulhado em guerra civil. O outro é o Brasil. "Todos os demais 142 nessa condição ratificaram ou enviaram carta compromisso de que vão ratificar a Emenda de Kigali, que prevê a redução do uso desses gases", explica Suely Machado Carvalho, ex-diretora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Nova Iorque e atual consultora do Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Os HFCs, usados principalmente em ar-condicionado, têm poder de aquecimento global 2 mil vezes superior ao do dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa. No Brasil, o projeto da ratificação chegou à Câmara dos Deputados há exatamente três anos, em 5 de junho (Dia Mundial do Meio Ambiente) de 2018. Já passou pelas comissões, mas está há quase dois anos parada na Presidência da Casa esperando para entrar em pauta de votação.

O Grupo Tarefa sobre a Reposição dos Recursos Financeiros do Fundo Multilateral (Replenishment Task Force) do Painel de Tecnologia e Economia do Protocolo de Montreal (Teap) vai concluir, até setembro de 2021, os cálculos de quanto os países em desenvolvimento precisam receber até 2023, a fundo perdido, para que sua indústria possa iniciar os projetos. O objetivo dos projetos deve ser produzir aparelhos eficientes em energia e com gases menos prejudiciais ao efeito estufa. Para fazer parte dos cálculos, o Brasil precisa se unir à lista dos países comprometidos com a redução dos HFCs.
Na América Latina, 15 países já ratificaram a Emenda de Kigali: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. Quatro ainda não: Brasil, Venezuela, El Salvador e Guatemala. Mas o governo brasileiro é o único do grupo que, além de não ratificar, sequer mandou sua carta-compromisso ao Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal.

Essa ausência de manifestação pode prejudicar o acesso do Brasil aos recursos do fundo. Isso porque, para calcular o valor que será repassado a cada país em desenvolvimento para a atualização tecnológica de fábricas de geladeira e ar condicionado e treinamento de técnicos em refrigeração, o Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal precisa saber quais países estão dispostos a integrar esse esforço contra o aquecimento global. Estimativas indicam que a indústria brasileira teria acesso a mais de meio bilhão de reais (US$ 100 milhões) com a ratificação.

"Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, os HFCs importados pelo Brasil em 2019 podem impactar o clima cinco vezes mais do que o desmatamento do Pantanal no mesmo período. Ainda assim, um crescimento exponencial no consumo desses gases é esperado caso não haja a ratificação de Kigali", diz Rodolfo Gomes, diretor-executivo do International Energy Initiative (IEI-Brasil), autor do estudo comparativo. O levantamento considerou as emissões de gases de efeito estufa no Brasil e o volume dos principais gases refrigerantes à base de HFCs importados pelo país em 2019.

O envio de uma carta de manifestação de interesse à ONU, assumindo o compromisso do país com o tema, seria uma forma de o Brasil se antecipar à ratificação, garantindo recursos iniciais para capacitação. Mas sua participação nesse fundo bilionário só acontecerá quando for ratificada a Emenda de Kigali. Nessa fila para receber os recursos iniciais em 2021 da ONU só faltam Brasil e Iêmen.

Estar na companhia apenas do Iêmen em uma questão tão relevante para reduzir o ritmo do aquecimento global é inusitado para a diplomacia brasileira. O Brasil esteve entre os protagonistas mundiais na proteção ao clima desde a Conferência Mundial do Meio Ambiente no Rio de Janeiro, em 1992. Quando as nações decidiram extinguir o uso de gases CFCs, que danificam a camada de ozônio, o Brasil chegou a cumprir sua meta em 2007, três anos antes do previsto.