quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Após oito meses, investigação sobre o assassinato de Marielle Franco parece um labirinto de caminhos inexplorados e becos sem saída, afirma Anistia Internacional

Assassinato há 8 meses sem resposta (F: Mídia Ninja)
Oito meses depois do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a Anistia Internacional divulga um levantamento reunindo informações veiculadas publicamente sobre o caso. O objetivo é apontar questões graves que não foram respondidas, possíveis incoerências e contradições no decorrer da investigação e questionar o posicionamento das autoridades competentes.

"É chocante olhar para tudo o que já foi divulgado sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco ao longo de oito meses e ver que o padrão foi de inconsistências, incoerências e contradições. As autoridades não respondem às denúncias graves que vieram à tona e, quando se pronunciam, parecem não se responsabilizar pelo que dizem. Marielle era uma figura pública, uma vereadora eleita. Seu assassinato é um crime brutal e as autoridades não estão respondendo adequadamente" afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional no Brasil.

O documento traz as informações divididas em cinco categorias: disparos e munição, a arma do crime, os carros e aparelhos usados e as câmeras de segurança, procedimentos investigativos e o andamento das investigações. Além das informações, cada bloco traz perguntas que as autoridades precisam responder. Entre os pontos críticos destacados estão a falta de respostas sobre o desligamento das câmeras de segurança do local do crime dias antes do assassinato, o desaparecimento de submetralhadoras do arsenal da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e o desvio de munição de lote pertencente à Polícia Federal.
"Desde a noite do assassinato foram divulgadas informações muito graves. Não podemos olhar todas essas informações isoladamente. O quadro geral aponta que as autoridades do sistema de justiça criminal parecem estar se esquivando de sua responsabilidade. O estado não pode deixar sem explicação o sumiço de munição e submetralhadoras de sua propriedade" afirma Neder.

Mesmo sem respostas definitivas ou adequadas, as informações divulgadas indicam que o assassinato de Marielle Franco foi cuidadosamente planejado e que pode ter contado com a participação de agentes do estado e das forças de segurança.

"Esse cenário de informações contraditórias, perguntas sem respostas e a possibilidade de que agentes do estado estejam envolvidos no crime reforçam a necessidade de que seja estabelecido com urgência um mecanismo externo e independente para monitorar as investigações do assassinato de Marielle e Anderson" afirma Neder.

Apesar da demora na conclusão das investigações, a família segue mobilizada exigindo uma resposta.

"Temos recebido muito acolhimento e solidariedade por parte das pessoas, tanto no Brasil como no exterior, e nossa família está cada vez mais unida. Oito meses se passaram e tudo o que a gente quer hoje é que se descubra quem matou e quem mandou matar a minha filha", disse Marinete da Silva, mãe de Marielle.

O documento "O Labirinto do caso Marielle Franco" está disponível aqui.

Da Anistia internacional

Simpósio debate urbanismo, arquitetura e preservação de Goiânia


A capital de Goiás será objeto de debates durante o 1º Simpósio Cidade Urbanismo e Arquitetura. Goiânia: Ontem e Hoje, que será realizado no dia 20 de novembro, das 14h00 às 18h30 no auditório do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), na Rua 82, esquina com Rua 85 no. 455, Setor Sul. A programação do evento apresenta palestras que vão reunir autoridades de diversas áreas do conhecimento para abordar a história de Goiânia, seu presente e seu futuro, sob as perspectivas do urbanismo, da arquitetura, ações de preservação e patrimônio histórico.

A abertura será realizada pela escritora, arquiteta e urbanista Narcisa Abreu Cordeiro. A primeira palestra será proferida pela dra. Jacira Rosa Pires, também arquiteta e urbanista, que irá discorrer sobre a História e Fundação de Goiânia, sob a perspectiva da obra de Attilio Corrêa Lima. Em seguida a doutoranda arquiteta e urbanista Maria Ester de Souza (IESA-UFG) vai abordar os Planos Diretores de Goiânia, entre 1933 a 2018 e a também doutoranda arquiteta e urbanista Simone Borges Camargo de Oliveira (PPGH-UFG), apresentará a História da Arquitetura Residencial em Goiânia, entre 1930 e 1960. A última palestra terá como tema o Patrimônio Artístico e Cultural de Goiânia, apresentará o trabalho Técnico da Gerência de Patrimônio da Secretaria de Cultura de Goiânia (SECULT), pela especialista arquiteta e urbanista Luana de Araújo Noleto da Veiga Jardim e Me. Leandra de Brito Rodrigues.

Narcisa Cordeiro, realizadora do encontro, explica que o simpósio é um projeto que abrangerá várias cidades do Brasil, começando pela capital goiana, com realização trimestral. A coordenadora geral do evento, Simone Borges Camargo de Oliveira, afirma que “Goiânia é uma cidade significativa como objeto de estudo, dada a sua existência recente e por inserir-se em ideais modernos desde sua fundação. Sua paisagem cultural em suas várias temporalidades é elemento importante para a identificação e o reconhecimento de sua memória e de seu patrimônio urbano e arquitetônico moderno”.

De acordo com Jacira Rosa Pires, coordenadora do evento, “a cidade foi projetada nos moldes da cidade jardim, “O paradoxo se encontra no fato de que a cidade jardim foi uma solução para a cidade congestionada vinda do século XIX. Já nos espaços de fronteira, a situação era outra; a situação se inverte, não havia congestionamento, não havia uma metrópole a ser esvaziada e sim um vazio a ser urbanizado. ”

O simpósio é gratuito e aberto a todos os interessados. Reunirá especialistas nas diversas áreas de conhecimento que pesquisam, estudam e atuam na leitura e construção das cidades. Vai reunir estudantes, urbanistas, arquitetos, planejadores, historiadores, geógrafos, sociólogos, antropólogos, museólogos, artistas, fotógrafos, membros de órgãos e conselhos municipais e estaduais, movimentos populares, poder público, funcionários públicos, organizações não governamentais, grupos da comunidade local e demais interessados no tema proposto.

Entre os apoiadores estão a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, Faculdade de Artes Visuais da UFG, Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Instituto de Estudos Socioambientais da UFG, Museu da Imagem e do Som de Goiás, Secretaria de Cultura de Goiânia – SECULT, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 50 Anos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC/GO , Programa de Pós-Graduação em História da UFG, Universidade Federal de Goiás e SANEAGO – Companhia Saneamento de Goiás S.A.

Serviço:
I Simpósio Cidade Urbanismo e Arquitetura. Goiânia: ontem e hoje
Quando: 20/11/2018 (terça-feira), das 14h00 às 18h30.
Onde: Auditório do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG).
End.: Rua 82 (anel externo da Praça Cívica), esq. com Rua 85, 455, Setor Sul. Goiânia-GO.
Quanto: Entrada gratuita. Inscrições no local.

Da Assessoria de Imprensa




terça-feira, 13 de novembro de 2018

Dono da Havan condenado a 13 anos de prisão


Hang: suspeita de coação de funcionários (Reprodução)
O empresário que protagonizou alguns dos momentos mais grotescos da campanha eleitoral em outubro, Luciano Hang, é, também, um condenado da justiça. Dono da Havan e defensor incansável de Jair Bolsonaro, Hang se notabilizou por, aparentemente, coagir funcionários e pregar o caos caso seu candidato não vencesse.

Dono de um discurso moralista, em defesa da família e tal, como ficou muito comum entre políticos que se aproveitaram da onda conservadora que varreu o país, o empresário, porém, não tem o mesmo comportamento em sua vida profissional. Hang foi condenado, no início do ano, pela Justiça Federal de Santa Catarina, a 13 anos, nove meses e 12 dias de prisão, além de multa de três mil salários mínimos, por crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Hang teria mantido depósitos ilegais no exterior.

Ágil em condenar desafetos, no entanto, a Justiça perdeu os prazos para responder os artifícios da defesa e a pena contra o empresário prescreveu. Os crimes ocorreram entre 1996 e 1998.

Mas não é só isso. Em 1999, informa o jornal El País, “a Procuradoria da República em Blumenau deflagrou uma operação de busca e apreensão na empresa, que resultou na autuação da Havan em 117 milhões de reais pela Receita Federal e 10 milhões pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A autuação foi considerada a maior já realizada pela Receita Federal até então. A empresa recorreu a um financiamento da dívida por meio do REFIS e obteve um prazo, estimado pelo MPF à época, de 115 anos para quitar a multa.”

O jornalista Luis Nassif também lembra que, apesar de ameaçar seus funcionários com fechamento de lojas e demissões em caso de vitória de Fernando Haddad, em setembro, em uma matéria publicada também pelo El País, “o empresário admitiu que tomou empréstimo do BNDES ‘nos anos do PT’, para comprar ‘máquinas e equipamentos financiados pelo Finame [Agência Especial de Financiamento Industrial]. Mas quem se beneficiou, na visão dele, foi ‘a empresa de quem comprou o equipamento, não a minha pessoa’, tentou justificar.”

Enfim, com um currículo desses, não é de se admirar o lado que o “empresário” tenha tomado durante a campanha, não é mesmo?

Leia mais aqui e aqui.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Pastor da Universal abençoa até vodca e cachaça

Circula pelo Whatsapp um vídeo do programa Fala Que Eu Te Escuto, veiculado pela Igreja Universal do Reino de Deus nas madrugadas da Record, no mínimo, inusitado. Quem já assistiu ao programa, sabe que é comum os pastores "consagrarem" copos de água que os fiéis devem depositar sobre ou próximo às TVs. Desta vez, o pastor (não identificado no vídeo) resolveu inovar e dar oportunidade também para os bebuns de plantão: "Se o que você tem aí é vodca, o que você tem aí é pinga, se o que você tem aí é cachaça, coloque aí do lado, eu vou consagrar e o poder de Deus vai se manifestar na sua vida". Assista:


quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Inspirado por Moro, Requião apresenta projeto que livra criminosos que pedirem perdão

Já tramita no Senado o projeto de lei 434/2018, de autoria do paranaense Roberto Requião (MDB). Denominada Lei Onix Lorenzoni, a proposta altera a lei 12.850, incluindo o seguinte texto:

“Art. 1º-A. A critério do juiz, poderá ser concedido perdão judicial em caso de crimes eleitorais, contra a administração pública ou contra o sistema financeiro nacional, desde que o réu atenda às seguintes condições:

I – demonstre arrependimento; 
II – confesse a prática do crime; e 
III – apresente pedido público de perdão e de dispensa da pena. Parágrafo único. Caso seja nomeado para o cargo de ministro de estado, o juízo do feito criminal determinará de ofício o perdão judicial, desde que cumpridas as condições previstas no caput.”

O projeto foi inspirado na declaração do político e ex-juiz Sérgio Moro, que disse não ver problemas na prática de crime de seu colega de ministério no governo Bozonaro Onix Lorenzoni, que admitiu ter recebido caixa 2 da JBS, empresa de Joesley Batista. Segundo Moro, Onix pediu perdão pelo crime, portanto, não merece ser punido.

Moro parece ter esquecido uma declaração sua de abril do ano passado, em que dizia que "caixa 2 é pior do que corrupção". Baseado na nova visão do futuro ministro da Justiça, Requião propôs a alteração na lei.

Você pode votar a favor ou contra o projeto clicando aqui.