quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Resgatados 36 trabalhadores em condições análogas à escravidão em quatro municípios de Goiás

trabalhadores resgatados em condições análogas a de escravos
Trabalhadores resgatados em pedreiras, carvoarias e extração de madeira (F: Divulgação)
Em operação de combate ao trabalho escravo, realizada entre 21/09 a 02/10/2020, a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTb -GO), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), resgatou 36 trabalhadores, sendo 03 menores de idade, laborando em carvoarias, extração de madeira de eucaliptos e pedreiras, atingindo 07 diferentes empregadores nos municípios de  Catalão, Campo Limpo de Goiás, Joviânia e Vicentinópolis, em Goiás.  

Os trabalhadores estavam sendo submetidos a condições análogas às de escravo, na modalidade de trabalho degradante, tendo sido resgatados dessa condição, conforme determina o art.  art.  2º-C da Lei 7.998/90 c/c art. 8º da Portaria MTE 1.293/2017 e Instrução Normativa SIT/MTE n. 139/2018.  

Além de executarem atividades que por si só já são bastante penosas, a exemplo da produção artesanal de carvão vegetal e de da extração manual de pedras (cortando e quebrando pedras com cunhas e marretas), os trabalhadores resgatados exerciam suas atividades na completa informalidade e sem as mínimas condições de segurança e saúde. Não recebiam os equipamentos de proteção individual (EPIs) e quando recebiam tinham os valores respectivos descontados de seus pagamentos de salários; não dispunham de instalações sanitárias e de locais para refeição nos locais de trabalho; os obreiros que operavam máquinas (tratores e motosserras) não eram submetidos a treinamentos para tal; não recebiam água potável em quantidade suficiente, mesmo laborando sob o sol escaldante; em alguns casos as ferramentas de trabalhos tinham que ser compradas pelos próprios trabalhadores, dentre outras irregularidades. Além disso, praticamente todos os trabalhadores estavam sem registro e com suas Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS) sem anotação e alguns deles não recebiam salários regularmente; também não recebiam pela horas extras laboradas, 13º salário, férias e não tinham o FGTS depositado.  

Interdições

Diante da total falta de observância das normas de proteção ao trabalho, foram determinadas as interdições de 01 carvoaria (em Catalão/GO), 05 pedreiras de extração de pedras portuguesas de minério basalto (em Joviânia/GO e Vicentinópolis/GO) e de uma floresta de extração de madeira de eucaliptos (em Campo Limpo de Goiás/GO). Tais medidas restritivas somente serão suspensas após cumprimento das condições elencadas nos respectivos termos de interdições.   

Durante a operação, os responsáveis pelos citados trabalhadores foram notificados da situação de degradância constatadas pela equipe de fiscalização, bem como das providências a serem tomadas no sentido de regularizar os contratos de trabalho e de realizar os pagamentos das verbas rescisórias dos trabalhadores resgatados.  

As verbas rescisórias dos 36 trabalhadores resgatados somaram o montante de R$ 365.385,00 (trezentos e sessenta e cinco mil e trezentos e oitenta e cinco reais), mas somente dois dos sete empregadores envolvidos aceitaram quitar tais verbas, tendo sido pago R$ 59.500,00 para 08 trabalhadores. Em relação aqueles empregadores que optaram por não cumprir as determinações da equipe de fiscalização, deixando de providenciar a anotação retroativa das CPTS de seus empregados e de fazer o pagamento de suas verbas rescisórias, eles serão acionados judicialmente pelo MPT, que proporá Ação Civil Coletiva para buscar  garantir o pagamento de tais direito.  

Serão lavrados aproximadamente 150 autos de infração, cuja soma total poderá ultrapassar a 1 milhão de reais.  

Além disso, todos os responsáveis pelos 07 estabelecimentos flagrados explorando trabalho escravo poderão responder criminalmente pelo ilícito previsto no art. 149 do Código Penal Brasileiro, cuja pena pode chegar a até 08 anos de prisão.  

Para todos os 36 trabalhadores resgatados houve a emissão do requerimento do benefício do “seguro-desemprego de trabalhador resgatado”, correspondente a 03 parcelas de 01 salário mínimo cada, consoante legislação que regula a matéria (art. 2 – C da Lei 7.998/90, com redação dada pela Lei 10.608/02).  

“Cabe ressaltar que o trabalho escravo moderno não guarda muita similaridade com a antiga concepção de trabalho escravo, onde o trabalhador era mantido acorrentado e trabalhava sob ameaças de açoitamento. Ao contrário, o trabalho escravo moderno se caracteriza mais pela ofensa à dignidade do trabalhador do que pela liberdade propriamente dita, podendo ser praticado por diversas condutas como o “trabalho forçado”, a “servidão por dívida”, as “jornadas exaustivas” e as “condições degradantes de trabalho”, disse o Auditor-Fiscal do Trabalho Roberto Mendes, coordenador da operação.  

STF julga constitucional lei paranaense que libera venda de cerveja em estádios de futebol

Em sua decisão, o ministro Edson Fachin manifestou-se pela constitucionalidade da Lei Estadual nº 19.128/2017 que regulamentam a venda de bebidas alcoólicas em estádios e arenas desportivas no Paraná

Ministro Edson Fachin decide pela legalidade da venda de bebidas em estádios
Para Fachin, estados podem decidir (F: STF)
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou-se pela constitucionalidade da Lei Estadual nº 19.128/2017 que regulamenta a venda de bebidas alcoólicas em estádios e arenas desportivas no Paraná. O Recurso Extraordinário, oriundo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a liberação, foi julgado no dia 29 de setembro. 

No ano passado, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ajuizou no STF três ADIs com pedido de liminar contra leis estaduais que autorizavam o comércio e o consumo de bebida alcoólica em estádios de futebol. As ações questionavam leis dos estados do Mato Grosso, Ceará e Paraná. 

Em sua decisão, o ministro Fachin julgou improcedente a alegação do autor de que a referida lei estadual contraria proibição ditada pelo artigo 13 do Estatuto do Torcedor, configurando ofensa  à competência do Estado de legislar concorrentemente à União sobre consumo e desporto. 

Além disso, o argumento do autor, conforme o ministro Fachin, está em desconformidade com a lei estadual por implicar em redução do direito dos cidadãos a ter a sua segurança garantida pelo estado. 

De acordo com o advogado Alberto Goldenstein, do escritório GPM|G&C Advogados Associados, a  liberação da venda de bebidas alcoólicas em estádios no Paraná, que já está em vigor, agora, por decisão da Suprema Corte, é constitucional, e sua aplicabilidade pós pandemia será de fundamental importância para o fomento de atividade econômica e circulação de riquezas.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Lei de Bolsonaro sobre educação especial: Falta muito pouco para o pior acontecer

Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro incentiva a criação de salas e escolas especiais para crianças com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento, como o autismo e a superdotação. O documento é considerado discriminatório e um retrocesso nas políticas de inclusão do país. Pesquisador mostra que iniciativa pode abrir brechas para posturas ainda piores serem adotadas.

Italu: decreto imoral (F: Divulgação)
No último dia 1º de outubro, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que incentiva a criação de salas e escolas especiais para crianças e adolescentes com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento, como o autismo e a superdotação, por exemplo. O documento vem na contramão das políticas de inclusão que estão adotadas no Brasil desde 2008 e abre brechas para as escolas passem a não aceitar alunos com essas características.

Pós doutor em Educação eletrônica, psicanalista e psicopedagogo, Dr. Italu Colares acredita que “esse decreto imoral vai contra ao trabalho de anos a fio em prol da inserção de crianças especiais”. Além disso, ele reforça que “a inclusão escolar se prende em acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. O termo é associado mais comumente à inclusão educacional de pessoas com deficiência física e mental”.

O pesquisador reforça que “somos seres que aprendemos por meio dos nossos sentidos: olfato, paladar, audição, fala, tato e visão. As crianças aprendem também por meio desses sentidos. Mesmo a criança portadora de necessidades especiais (que não possui deficiência em todos os sentidos mencionados) de uma forma geral, aprende também dessa mesma maneira. As crianças que possuem determinadas deficiências físicas podem aprender por meio dos demais sentidos saudáveis que poderão ser exercitados”.

Neste sentido, ele completa explicando que retirar uma criança portadora de necessidades especiais de uma sala de aula com crianças variadas é um erro. “A criança portadora de necessidades especiais irá se espelhar nas outras crianças que também não são como ela, com o objetivo de se desafiar para que assim tenha um melhor desenvolvimento. Ela imitando o comportamento das outras crianças aprende a fazer aquilo que qualquer outra criança ‘normal’ aprende”, completa.

Por isso, Dr. Italu Colares, é reitor de uma universidade para brasileiros nos Estados Unidos, conta que “isso também é bastante importante para que a própria criança se sinta parte do grupo sem nenhuma discriminação quanto a sua própria condição. Isso porque essa interação também é uma inclusão social”. Diante do cenário educacional, ele, que é pai de uma criança portadora de síndrome de Down, reforça que “deve-se manter essa criança próxima às demais para que a mesma saia da sua zona de conforto. Essa poderá ser desafiada a fazer muito mais do que faria cercada apenas de crianças portadoras de necessidades especiais. O fim da inclusão irá criar uma limitação no desenvolvimento dessa criança e um entrave na socialização da mesma”.

No entanto, Dr.  Italu Colares alerta que tal medida presencial pode abrir brechas para atitudes piores, que podem acontecer em breve: “Daqui a pouco serão emitidos decretos para aprovar choques elétricos nos hospitais psiquiátricos para mulheres que sofrem de histeria como ocorrido na Europa castradora em que Sigmund Freud teve a ideia de criar a associação livre abrindo as portas da psicanálise recém criada por ele mesmo.  Então, voltemos no tempo e apliquemos ao pé da letra o Maleus Maleficarum (Martelo das bruxas) e iniciemos mais uma ‘santa inquisição’”, lamenta.

Atualmente, cerca de 90% dos estudantes com deficiência ou transtornos do desenvolvimento estudam em escolas regulares no país. Além disso, o Brasil também é signatário de convenções internacionais de direitos das pessoas com deficiência que defendem a inclusão como benefício tanto para elas como para criar uma sociedade mais justa e que saiba conviver com as diferenças.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Elias Vaz se reúne com presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Goiás

Elias (esq.) e Curado: liberdade de imprensa (F: Divulgação)
Candidato a prefeito pela coligação Goiânia Merece Mais (PSB/PDT/Rede Sustentabilidade), Elias Vaz reafirmou o compromisso com a democracia e a liberdade de imprensa em em reunião com o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás, Cláudio Curado. Também participou o candidato a vereador pelo PSB, Zé Eduardo. "O nosso país passa por um momento difícil, com ataques à democracia e a defesa de princípios fascistas. Quem estiver à frente da prefeitura de Goiânia precisa, de forma muito chata, se comprometer com o sistema democrático e a defesa da liberdade de imprensa. Sempre tive esse posicionamento e continuarei esse compromisso", ressaltou Elias Vaz.

Cláudio Curado destacou a necessidade de análise do histórico de quem está na disputa pela prefeitura da capital. "É preciso conhecer o currículo de lutas de cada candidato para saber se ele é um democrata de fachada,  do momento ou se é um democrata por uma questão de formação pessoal. Elias Vaz mostra que é um candidato capaz de fazer a diferença em Goiânia. Pela história dele, tem muito a contribuir para construir uma cidade mais democrática e mais inclusiva e isso é fundamental para levar em conta quando for decidir o voto no dia 15 de novembro". 


Elias Vaz apresentou na Câmara Federal projeto de lei que qualifica os crimes contra jornalistas e trabalhadores da imprensa no exercício da profissão e prevê, nesses casos, pena de prisão e multas que podem chegar a R$30 mil. Também fica estabelecida pena de 1 a 2 anos e multa para o crime de omissão de agente público que, ao presenciar ou ter ciência de atos que atentam contra profissionais de imprensa, deixar de prestar assistência ou acionar as autoridades competentes.

Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), publicado em janeiro, informa aumento de 54,07% dos ataques a veículos de comunicação e jornalistas no ano passado em comparação a 2018. “Esses ataques não se tratam de crimes comuns, são repletos de simbolismo, uma vez que representam um ataque à própria democracia, à liberdade de expressão e pensamento, ao direito de informação e à transparência. Pior ainda quando vem com a violência, com a agressão, recheada de ódio, de incitação da população, mostrando a face mais autoritária de um governo, de um grupo e de uma classe”, assinalou Elias Vaz.

Outdoor em Goiânia quer saber de onde vieram os 89 mil de Queiroz

 Um outdoor instalado em Goiânia, em setor nobre, a poucos metros do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), questiona a origem dos R$ 89 mil reais depositados na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo ex-assessor do enteado Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz.


Além de explicitar a dúvida presente em toda a sociedade brasileira quanto à origem do dinheiro, cuja movimentação foi constatada pelo Coaf, a peça ironiza: "Foi pra comprar arroz?", em uma referência à mais alta carestia do produto principal da alimentação brasileira em todos os tempos.

Incomodada pelas cobranças recebidas pelo marido em relação à probidade com o dinheiro público, tão defendida pelo clã bolsonarista na na teoria, Michelle iniciou uma ofensiva no sentido de censurar qualquer crítica ao governo, algo nem visto mesmo durante os anos mais agressivos da ditadura militar que acabou com o Brasil.

Juristas de todas as estirpes garantem que a ofensiva da primeira-dama dará em nada, já que a Constituição de 1998 não prevê censura prévia e, principalmente, porque os dados questionados por Michelle são públicos e disponibilizados nos mecanismos de controle social existentes na estrutura pública brasileira, para o terror da família Bolsonaro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Jornalista com câncer apresenta programa sem peruca

jornalista com câncer apresenta globo esporte
Aline Bastos: tratamento e coragem (Reprodução GE)
A jornalista Alice Bastos Neves, apresentadora do Globo Esporte no Rio Grande do Sul, apresentou o programa sem sua peruca. Desde fevereiro, a âncora enfrenta um câncer de mama e fez o gesto em alusão à campanha Outubro Rosa, que tem como objetivo o incentivo à prevenção da doença. As informações são do Comunique-se.

A sua jornada foi compartilhada com o público por meio da série especial ‘Vitórias’, que estreou na edição de hoje do programa. De acordo com o site do programa, o quadro é composto por reportagens que têm como objetivo mostrar a luta de mulheres que “encontraram no esporte alguns exemplos e ajuda para encarar o tratamento para o câncer de mama com coragem e esperança, além de compartilhar as experiências da própria jornalista”.

Em seu depoimento durante a apresentação, Alice, que está na fase final do tratamento, explica que o ato foi uma forma de inspirar as pessoas com a sua história. “A decisão por passar a apresentar o programa sem a peruca passa por todas as trocas que tive nesse processo. Foi um pedido de muita gente nas redes sociais, inclusive. Acredito que, quando me coloco na TV assim, posso incentivar outras mulheres a se sentirem mais confiantes consigo mesmas e mais fortes para encarar o tratamento e chegar à cura”.

Para assistir ao programa, clique aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Câmara de Goiânia anuncia convocação de aprovados em concurso

Policarpo: segurança jurídica (F: Antonio Silva)
O presidente da Câmara de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), anunciou nesta quinta-feira, o cronograma de convocação dos 80 servidores aprovados no último concurso público realizado pelo Poder Legislativo. O processo de nomeação terá início em 20 de novembro, de forma gradativa, segundo a demanda das diferentes áreas, sentença da Justiça do Trabalho e as medidas de emergência sanitária em razão da pandemia do novo coronavírus.

O cronograma de posse foi elaborado pela Comissão de Recepção e de Concurso, criada pela atual Mesa Diretora ainda em 2019 para executar o processo de provimento dos novos servidores nos cargos criados pelo certame. As nomeações começam pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) e seguem na Diretoria de Recursos Humanos, Procuradoria Geral e demais diretorias (veja a ordem de provimento abaixo).

"Quero anunciar que hoje conseguimos, felizmente, fazer o cronograma de todos os aprovados no último concurso público, o que era o desejo desta Mesa Diretora desde sempre", afirmou Policarpo, na Sessão Plenária desta quinta-feira. "A vocês, aprovados, obrigado por terem confiado e nos apoiado para que pudéssemos ter a segurança jurídica para a convocação dos senhores", disse Romário Policarpo.

SAIBA MAIS

Ordenamento de provimento dos servidores aprovados em concurso público

Quando começa

Dia 20 de novembro de 2020

Como

Gradativa, segundo a demanda das áreas, de sentença da Justiça do Trabalho e as medidas de prevenção ao novo coronavírus

Sequência de provimento por Diretorias e Setores

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt)

Diretoria de Recursos Humanos

Procuradoria Geral

Diretoria Financeira

Diretoria de Controle Interno

Diretoria-Geral

Diretoria Administrativa

Diretoria de Compras e Licitação

Diretoria Legislativa

Diretoria de Comunicação 

Servidores públicos realizam manifestação em Goiânia contra Reforma Administrativa

carreata contra a reforma administrativa
Carreata percorreu ruas de Goiânia (F: Marielly Dias/Sindsemp)
O Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Goiás (SINDSEMP-GO) participou, na manhã desta quarta-feira (30), da manifestação dos servidores públicos do estado contra a Reforma Administrativa. Os servidores organizaram uma carreata, que saiu às 9h do Paço Municipal, passando em frente à sede do Ministério Público, sendo finalizada na Praça Cívica. A atividade foi convocada como parte do Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público e Contra a Reforma Administrativa.

O presidente executivo do SINDSEMP-GO, Gilclésio Campos, ressalta que a atividade foi promovida como uma forma de estabelecer o diálogo com a população: “É importante que a população entenda que a PEC32 sendo aprovada, não será prejuízo apenas para o servidor público, mas sim para a população em geral, todos aqueles que utilizam o serviço público. A exemplo da educação e saúde.”

Em todo o país, entidades representativas de servidores públicos convocaram manifestações para esta quarta-feira como forma de demonstrar o descontentamento dos atuais servidores com as mudanças na administração pública propostas pelo governo federal. Em reunião com as entidades de base, a Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (ANSEMP e a Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (FENAMP), no dia 11 de setembro, deliberaram que os sindicatos e associações estaduais participariam da construção das atividades de enfrentamento à reforma nos estados. 

Bolsonaro contra servidores

No dia 3 de setembro, o governo Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32/2020, que prevê uma profunda reestruturação do serviço público no país. Entre as principais alterações estão: o fim do regime jurídico único no funcionalismo público; o fim da estabilidade para cargos com atividades administrativas, técnicas ou especializadas; e o aumento do poder presidencial para extinção e transformação de cargos, bem como para reorganização de autarquias e fundações e extinção de órgãos, sem necessidade de passar pelo Congresso Nacional.

Apesar de o governo alegar que a reforma não atinge os atuais servidores, estes serão afetados em muitos pontos da PEC. Pela proposta do governo, os servidores atuais poderão ser destituídos do cargo pela primeira decisão judicial colegiada. Atualmente é preciso esperar o trânsito em julgado para perda do cargo. Outro ponto é que os servidores também poderão ser desligados por desempenho insatisfatório, abrindo espaço para avaliações subjetivas, assédio moral e perseguição política no serviço público. Se a PEC for aprovada, ficará vedada a concessão de uma série de benefícios aos novos servidores. Contudo, os atuais também poderão ser imediatamente atingidos. A mudança na Constituição também abrirá precedente para retiradas futuras de direitos e benefícios. 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Os super-ricos podem e devem financiar a Renda Cidadã, não crianças e aposentados, diz a Fenafisco

Nota de posicionamento

A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) se posiciona contrária à proposta do Governo Federal de retirar verbas destinadas ao pagamento de precatórios e ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para financiar o programa Renda Cidadã.

A Fenafisco vê como fundamental um amplo e vigoroso programa social de renda básica, nos moldes do Bolsa-Família, para tirar o Brasil da crise fiscal, sanitária e social em que se encontra. Para financiar esse programa e, com urgência, restituir a segurança alimentar a mais de 40 milhões de brasileiros que não têm a garantia da comida na mesa todos os dias, defendemos uma injeção de progressividade no sistema tributário.

Com base no estudo ‘Tributar os super-ricos para reconstruir o país’, elaborado por diversos economistas e entidades ligadas ao fisco, propomos oito medidas tributárias com potencial de acréscimo de quase R﹩ 3 trilhões na arrecadação tributária, em 10 anos. Mais de dois terços desse montante viriam apenas de duas medidas: i) a implementação de novas alíquotas do IR (30%, 35%, 40% e 45%) para as altíssimas rendas, com isonomia de tratamento entre as rendas do trabalho e as do capital, que gerariam uma arrecadação adicional superior a R﹩ 1,5 trilhão em 10 anos; ii) instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) sobre patrimônios líquidos acima de R﹩ 10 milhões, que arrecadariam cerca de R﹩ 400 bilhões em 10 anos.

As possibilidades aventadas pelo Governo Federal penalizam as crianças das famílias pobres, cortando a verba destinada para a educação básica, e promovem calotes no pagamento de dívidas.

Ao tempo em que 67,2 milhões de brasileiros desamparados fazem filas nas agências bancárias de todo o país para sacar o auxílio emergencial, o governo, mais uma vez, insiste na penalização dos mais pobres.

Os governos, federal e estaduais, e o Congresso Nacional dispõem de uma solução que poupa 99,7% da população do aumento de impostos e pode garantir a redução da desigualdade no país. Este é o momento de implementar essa virada na história brasileira, garantindo a renda básica financiada pelos 0,3% mais ricos do país.

Internautas lançam Micheque candidata a vereadora

michelle bolsonaro candidata a vereadora
Não é novidade para ninguém que a internet não perdoa. E, apesar das tentativas da família Bolsonaro de censurar qualquer iniciativa que vá contra o grupo, em atitude típica de ditadores como Kin Jong-un, o humor e as críticas - como não poderia deixar de ser em um país democrático - continuam.

Agora, circula nas redes um santinho virtual lançando a candidatura a vereadora de Micheque, apelido que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ganhou após revelação pelo Ministério Público de que ela recebeu depósitos de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz em uma de suas contas bancárias.

Michelle também ganhou repercussão após pedir a censura da música Micheque, do Detonautas, que cobra explicações para a movimentação bancária da primeira-dama. Ela quer que a música deixe de ser executada em todas as plataformas.

Por isso, também pedimos: não assista ao vídeo abaixo.



Após a reação da protagonista, as visualizações da música explodiram no You Tube, e já chegam a 2,3 milhões de exibições.

Ah, o número escolhido para a candidata Micheque é 89.000. A sigla, o PLB, Partido Laranjas do Brasil.

Vai encarar, eleitor?

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Candidato bolsonarista a prefeito de Goiânia agrediu enfermeiras em Brasília, afirma Coren

gustavo gayer agrediu enfermeiras diz coren
Gustavo Gayer é candidato a prefeito de Goiânia (Reprodução)
O candidato da Democracia Cristã a prefeito de Goiânia, Gustavo Gayer, é acusado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) de ser um dos agressores de enfermeiros e enfermeiras que protestavam na Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 1º de maio. Ao lado de outros bolsonaristas radicais, como o ex-servidor do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Renan Sena e da empresária Marluce Carvalho de Oliveira Gomes.

Na data, quando é comemorado o dia do trabalhador, os profissionais protestavam pacificamente em frente ao Palácio do Planalto contra as mortes de trabalhadores da saúde no combate à covid-19 e no descaso do governo federal com a doença. Foi quando passaram a ser agredidos verbal e fisicamente por bolsonaristas que também estavam no local.

Veja o momento em que o servidor do ministério de Damares Alves parte para cima dos enfermeiros:

Gayer gravou um vídeo acusando os manifestantes de serem falsos médicos - e, eram enfermeiros, nunca disseram ser médicos - a apresentou, ao lado dos comparsas, o depoimento de uma suposta moradora de rua que teria recebido um jaleco para engrossar o movimento. Após a repercussão, o empresário, que tem uma escola de inglês em Goiânia, apagou o vídeo de suas redes. Ele também disse em entrevistas posteriores que não participou do momento da agressão e que sua associação ao crime se deu pelo vídeo que postou.

Em vídeo, Gayer acusa enfermeiros de serem "falsos médicos":

Todos foram denunciados pelo Conselho Federal de Enfermagem à polícia.

Atualização, 30/09/2020

No dia 10 de agosto de 2020, o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal publicou uma nota oficial com o desfecho do episódio. O Sindicato reconheceu que Gayer não participou das agressões e o político emitiu uma nota admitindo serem falsas as afirmações dadas no vídeo que gravou acusando os enfermeiros de fraudar a manifestação.

Leia abaixo:

"Nota Oficial

Na última sexta-feira, (07), o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) participou de uma audiência de conciliação com Gustavo Gayer, empresário goiano, que em 1º de maio divulgou em uma rede social uma notícia desencontrada sobre a manifestação feita pelos trabalhadores da enfermagem.

O departamento jurídico do SindEnfermeiro entrou com uma ação judicial contra Gustavo, uma vez que o fato compartilhado não era verídico. Na audiência de conciliação ficou acordado que o empresário se retrataria sobre a divulgação da inverdade, e o SindEnfermeiro divulgaria essa retratação.

Confira a retratação de Gustavo Gayer na íntegra:

“Por meio deste comunicado, eu, Gustavo Gayer, esclareço que as manifestações ocorridas no dia 01/05/2020 em Brasília-DF, organizadas pelo Sindenfermeiro/DF e outras entidades da saúde, foram legítimas e contaram somente com a participação de Enfermeiros e profissionais da saúde, em geral, não sendo do meu conhecimento a presença de outras pessoas que não fossem profissionais da área. Logo, peço escusas pela divulgação de vídeos que macularam a honra desses nobres profissionais. Desta feita, como comunicador que sou, jamais tive qualquer intenção em divulgar notícias falsas, ou mesmo prejudicar o ato nobre e legítimo então realizado.

Gostaria também de reiterar e externar os meus agradecimentos aos profissionais da área da saúde pelo protagonismo exercido diante dos efeitos da pandemia global que assolam o nosso país, em especial a classe dos enfermeiros, enfermeiras, técnicos e técnicas de Enfermagem. A dedicação, todos os valiosos esforços físicos e psicológicos despendidos, além da ética de trabalho altruísta exercidos neste momento de exceção, estão sendo determinantes para que os efeitos da crise global sejam mitigados no Brasil. A dura crise que estamos enfrentando deixará diversos legados a toda humanidade, tornando perene o respeito e a admiração aos profissionais envolvidos em seu combate, sendo que qualquer interpretação diversa dos votos de estima ora explanados, não condizem com o pensamento deste interlocutor, trazendo a efeito, inclusive, a legitimidade das manifestações ocorridas no dia 01/05/2020 em Brasília – DF”.

Deste modo, o SindEnfermeiro-DF reitera que Gustavo Gayer não tem relação alguma com as agressões físicas e verbais sofridas por alguns enfermeiros no citado ato, pois, conforme foi apurado, no momento dos fatos ele não se encontrava nas proximidades da Praça dos Três Poderes."

Pai de santo quer censura e R$ 1 bi do Porta dos Fundos e Netflix

especial de natal porta dos fundos censurado
Especial humorístico incomodou censores (Divulgação)
A onda de tentativas de censura iniciada após a posse de Jair Bolsonaro na presidência parece atingir não apenas o segmento evangélico que tomou conta de parte do governo. Ao que parece, o brasileiro gosta mesmo de ser tutelado e que decidam por ele o que cada um deve consumir de entretenimento e outros produtos de responsabilidade exclusivamente pessoal. E o ímpeto censor vem se espalhando em culturas até então vítimas da intolerância.

É o caso do processo que o pai de santo Babalorixa Alexandre Montecerrath move contra a produtora do programa Porta dos Fundos e a Netflix devido à exibição do Especial de Natal que o grupo humorístico produziu para a empresa de streaming no final do ano passado. De acordo com o pai de santo, o programa trouxe aos espectadores religiosos conteúdo que ironiza e debocha da fé alheia.

Montecerrath, que representa o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata, pede indenização de R$ 1 bilhão para instituições religiosas que se sentiram ofendidas, apesar de não deixar claro como seria distribuída a espantosa quantia. Também pede que o especial seja retirado do ar.

Talvez não por acaso, Montecerrath é representado na ação pelo advogado Anselmo Ferreira Melo Costa, que também já "exigiu" indenizações bilionárias da China, pela "disseminação" do coronavírus, e da Organização Mundial de Saúde, pelos supostos danos causados pela política de isolamento no combate à pandemia.

"Eleitor safado, bandido, pilantra, não tenho nada pra você", diz candidato a vereador em vídeo

Um vídeo inusitado de um candidato a vereador por Morrinhos, interior de Goiás, tem chamado a atenção nas mídias sociais devido à sinceridade na busca por uma vaga na Câmara Municipal da cidade. Rui Pipa, candidato pelo PSDB, começa dizendo que já perdeu cinco eleições.

No vídeo, de um minuto e quatro segundos, o candidato diz que quer "mandar também um recadinho para o eleitor safado, bandido, pilantra" e que afirma que só existem políticos corruptos.

rui pipa candidato a vereador em Morrinhos
Registro da candidatura aguarda julgamento

"Não beire o Rui Pipa, eu não tenho nada pra você. Você, eleitor, que está esperando um saco de cimento, um candidato pra pagar a sua energia, pra pagar a sua carteira de motorista, documento do seu carro, um saco de cimento, um botijão de gás, sai de perto do Rui Pipa", alerta.

"Bandido, safado, eleitor pilantra, é por culpa sua que o Brasil tá desse jeito. Não beire o Rui Pipa, se eu tiver que perder essa eleição, vou perder sem comprar voto. (...) Eleitor que vende voto, pilantra e safado", conclui.

Assista ao vídeo:


Rui Barbosa Alves de Mendonça, o Rui Pipa, é solteiro, tem 53 anos, ensino fundamental completo e é natural de Brasília. O limite de gastos autorizado pelo TSE na campanha é de R$ 40.926,53. A candidatura ainda aguarda deferimento da Justiça Eleitoral.