quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Salário é motivo de insatisfação para 79,1% dos jornalistas no Brasil

Pesquisa da Apex/Comunique-se revela que quase a metade dos profissionais de imprensa ganha até R$ 3 mil

Imagem: freepik
A maioria absoluta dos jornalistas brasileiros (79,1%) está insatisfeita com os seus vencimentos. Apenas 18% dos profissionais de imprensa afirmam que estão contentes com os salários. Ao todo, 45,1% dos repórteres e editores ganham até R$ 3 mil por mês. Os dados são de pesquisa conjunta entre a agência Apex e o Grupo Comunique-se, com 266 jornalistas em todo o País.

“Os rendimentos dos jornalistas não estão de acordo com seu elevado grau médio de formação”, explica Luiz Chinan, professor do MBA de Gestão da Comunicação da Aberje/Eseg e criador da iniciativa Berkeley Institute no Brasil. A mesma pesquisa Apex/Comunique-se revela que 51,6% dos profissionais da imprensa são pós-graduados e 42,5% afirmam realizar anualmente cursos de aperfeiçoamento. “Há, claramente, uma defasagem entre capacitação e salário”, complementa Chinan.

Para enfrentar essa situação, o Clube de Imprensa e o Berkeley Institute criaram o projeto “Jornalista Plano B”. O objetivo é oferecer um conjunto de recursos para que repórteres e editores possam encontrar oportunidades de carreira e renda com seus próprios conteúdos no ambiente digital.

O projeto

Os profissionais de imprensa que quiserem participar do projeto “Jornalista Plano B” podem se inscrever gratuitamente por meio do link https://bit.ly/3lwoX4h e já começar a receber as ferramentas do programa.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Petição tenta barrar decreto de Bolsonaro que exclui crianças com deficiência do convívio com outras pessoas

O decreto nº 10.502 editado por Jair Bolsonaro de forma, mais uma vez, autoritária, sem consultar qualquer setor da sociedade civil sobre seu teor, especialmente os principais interessados no assunto, como não poderia deixar de ser, nasceu envolvido em polêmicas.

Sob a fajuta justificativa de que os pais de crianças com deficiência devem ter o direito de escolher em que tipo de escola o filho deve estudar, a cruel decisão do governo, na prática, segrega as crianças em escolas especiais, privando-as do convívio com outros colegas, tidos como normais, que poderiam contribuir - e muito - com seu desenvolvimento, como já apontaram inúmeros estudos científicos sobre o tema. 

Uma petição aberta na plataforma Change-org tenta reverter a decisão retrógrada, autoritária e desconectada da realidade imposta por Bolsonaro aos pais que querem unicamente, o bem-estar de seus filhos. Para assinar, basta acessar o link ao final deste post.

Abaixo, o texto que apresenta a petição:

No passado, Pessoas com Deficiência - PCD eram excluídas da Sociedade, de forma até cruel. No Nazismo, crianças eram mortas, só para citar uma das crueldade para com esses seres humanos indefesos, num passado recente, que devemos abominar. Famílias abandonavam e algumas ainda abandonam seus filhos, com algum tipo de Deficiência enquanto outras lutam, com muito amor, pela sua inclusão na sociedade.

O Plano Nacional de Educação Especial - PNEE e, mais recentemente, em 2015, a Lei Brasileira de Inclusão - LBI,  visam incluir, cada vez mais, alunos com deficiência nas salas de aula, junto com os alunos não deficientes, respeitando as diferenças e a diversidade, nas escolas públicas e privadas, em cumprimento à Constituição Cidadã Brasileira  de 1988.

O Decreto 10502 de 2020, aprovado pela Presidência da República, sem ouvir os envolvidos na luta PCD, modifica o PNEE estabelecendo que os pais terão “direito de escolha” se querem matricular seus filhos em escolas ou salas especiais, tirando-os do convívio com os demais alunos ou em escolas regulares, que devem ser legalmente inclusivas.

Ao invés de prover as escolas de adaptações e professores treinados, oferece a possibilidade de separar estes alunos PCD em guetos, nada inclusivos e que não beneficiam nem a estes, nem aos outros, que devem aprender a respeitar a diversidade. 

Diante deste retrocesso, pedimos ao Presidente da Câmara Rodrigo Maia que coloque em votação, em regime de Urgência, o PDL427/2020, que anula este Decreto nada inclusivo e aos parlamentares, que votem SIM a esse Projeto de Lei.

MAIS AMOR, POR FAVOR 

NADA SOBRE NÓS SEM NÓS!

SIM À INCLUSÃO!

Para assinar, clique aqui.


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Tribunal de Contas suspende locação de veículos da segurança pública em Goiás

tce suspende licitação da ssp goiás
Edson Ferrari: "indícios robustos" (F: TCE-GO)

Em medida cautelar adotada pelo conselheiro Edson Ferrari, referendada em sessão plenária remota concluída nesta quinta-feira (15/out), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) determinou a suspensão temporária do pregão eletrônico da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO) para contratar serviços de locação de veículos automotores, pelo período de 60 meses. A decisão refere-se aos lotes 8 e 10, que tiveram como vencedora a empresa Nossa Frota e tem validade até que seja julgado o mérito de representação formulada por empresa preterida na licitação. 

Para o relator, há no processo “indícios robustos de constituição de grupo econômico ou jurídico para utilizar-se ilicitamente dos benefícios da Lei Complementar nº 123/2006”, concedidos a microempresas e empresas de pequeno porte para que possam usufruir de um tratamento diferenciado (norma de proteção e incentivo ao empreendedorismo). O conselheiro entende que “esse arranjo não pode ser tolerado”.

Conforme a representação, membros de uma mesma família administram várias empresas; algumas empresas possuem o mesmo endereço registrado em seus respectivos estatutos; há a identificação do grupo Locarauto nas fachadas dessas empresas, como também na página do Linkedin que mencionava todas as empresas integrantes do grupo.

Nesse ponto, o representante observa que “tal perfil foi excluído no Linkedin após a apresentação do primeiro recurso administrativo contra a Nossa Frota, o que evidencia a tentativa de ocultar a existência do grupo econômico ou coligação de empresas”.

PERIGO DA DEMORA

Ferrari também ponderou a existência do chamado “perigo da demora”, pela iminência da celebração de contrato com a licitante, tendo em vista a homologação do certame no dia 29/09/2020.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Sindjor repudia agressão de candidato a prefeito bolsonarista a jornalista em Anápolis

valeriano abreu agrediu jornalista
Bolsonarista convicto, Valeriano Abreu partiu para agressão contra jornalista (F: Redes Sociais)

O Sindicato dos Jornalistas de Goiás emitiu uma nota de repúdio contra o candidato a prefeito do PSL em Anápolis, Valeriano Abreu, pela agressão ao jornalista Weber Witt, após entrevista à Rádio 96 FM. A agressão foi registrada em vídeo. Valeriano, que é bolsonarista convicto, se irritou ao ser questionado sobre um processo judicial que responde por supostas irregularidades praticadas quando foi síndico em um imóvel. A direção da rádio já adiantou que moverá um processo contra Valeriano.

câmeras flagaram agressão de valeriano a jornalista
Agressão foi registrada em vídeo (Reprodução)

Confira a nota

NOTA DE REPUDIO

O Sindicato dos Jornalistas de Goiás vem, publicamente, repudiar a covarde agressão cometida pelo senhor Valeriano Abreu, candidato a prefeito da cidade de Anápolis pelo PSL ao jornalista Weber Witt, profissional que atua na Rádio 96 FM.

O candidato irritou-se, na tarde do último dia 14 de outubro, ao ser questionado em entrevista acerca de processo judicial que responde por possíveis irregularidades em sua atuação quando síndico naquela cidade. Preferiu não responder e,  ao final da entrevista, muito alterado agrediu o profissional que estava ali para cumprir o seu papel: fazer as perguntas para as quais o povo de Anápolis cobra respostas.

A cidade de Anápolis, que já deu a Goiás vários governadores e outros políticos de grande estirpe, certamente não merece ter seu destino atrelado a alguém sem preparo e que prefere partir para a agressão em vez de dar as necessárias explicações de seus atos.

O Sindicato dos Jornalistas se coloca à disposição do colega jornalista e cobra das autoridades a devida apuração da agressão.
 
Goiânia, 15 de outubro de 2020.
A diretoria

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Caiado recebe pedido de ajuda para desvendar assassinato

caiado se reúne com familliares de agno rainere
Caiado recebe pedido de ajuda (F: Divulgação)

Em passagem na manhã de hoje por São Miguel do Araguaia, o governador Ronaldo Caiado se encontrou com amigos e familiares do pecuarista Agno Rainere, assassinado na porta da loja em que trabalhava no dia 30 de setembro.

O crime, que chocou a cidade do norte do estado, foi flagrado por câmeras de segurança, que mostram o momento em que um motociclista chega ao local, efetua os disparos contra a vítima e foge em seguida.

O grupo pediu ajuda de Caiado para tentar desvendar o assassinato. Agno era muito querido na cidade, segundo parentes e amigos, que organizaram homenagens e manifestações cobrando justiça. Eles também oferecem recompensa para informações que levem à prisão do assassino e do mandante.


Transparência Internacional denuncia retrocessos no combate à corrupção no Brasil para a OCDE e outros organismos internacionais

Denúncia confronta recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro que disse ‘ter acabado com a Lava Lato por não ter mais corrupção no governo’.

Montagem sob foto de Carolina Antunes/PR
A Transparência Internacional lança dois relatórios que apontam para a situação grave do Brasil em relação ao combate à corrupção. O primeiro estudo, lançado ontem (13), é o Exporting Corruption - Progress report 2020: assessing enforcement of the OECD Anti-Bribery Convention, relatório global publicado há quinze anos pela Transparência Internacional, que avalia, de forma independente a implementação, por parte dos países signatários, da Convenção sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, firmada no âmbito da OCDE, em 1997. O Brasil ratificou esse tratado em 2000. O segundo lançamento, Brazil: Setbacks in the Legal and Institutional Frameworks (2020 Update), lançado hoje (14), traz uma compilação e análise dos retrocessos na luta anticorrupção do país nos últimos doze meses, jogando luz, entre outros aspectos, ao preocupante recrudescimento da ingerência política sobre órgãos fundamentais para o enfrentamento da corrupção, como a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal.

Os relatórios confrontam diretamente recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre ter ‘acabado’ com a Operação Lava Jato porque em seu governo ‘não há mais corrupção’ . As informações de ambos os relatórios demonstram, pelo contrário, uma progressiva deterioração do arcabouço institucional anticorrupção no país, sobre a qual o presidente da República e outras autoridades têm responsabilidade direta.

Resultados muito ruins

O relatório internacional 'Exporting Corruption' constata que não houve avanço do Brasil no combate à corrupção transnacional, que é o principal objeto do estudo. O país ainda foi classificado na categoria de implementação moderada, tendo como motivo principal a ausência de casos e sanções específicas e substanciais envolvendo atos de corrupção cometidos por indivíduos e empresas brasileiras no exterior. Já o 'Setbacks' compila e descreve os graves acontecimentos dos últimos 12 meses que impactaram negativamente a capacidade do Brasil em confrontar a corrupção de maneira geral. O relatório destaca as investigações criminais contra o principal mandatário do país, o presidente Jair Bolsonaro, e a sua família, além de sua ingerência sobre órgãos de controle e ataques à imprensa e à sociedade civil. No âmbito do Poder Judiciário, foram destacadas uma série de decisões tomadas durante a presidência de Dias Toffoli no Supremo Tribunal Federal, que resultaram em maior insegurança jurídica, retrocessos na jurisprudência e descrédito do tribunal constitucional no momento em que mais se vê atacado pelo autoritarismo emergente no país. O relatório ainda destaca a perda de independência da Procuradoria-Geral da República e as ameaças de desmantelamento de forças-tarefas responsáveis por casos de grande relevância envolvendo réus poderosos, como já ocorreu com a força-tarefa Greenfield e as renúncias coletivas dos procuradores da força-tarefa Lava Jato em São Paulo e do grupo de trabalho da Lava Jato em Brasília.

Denúncia aos organismos internacionais

Os relatórios lançados foram enviados para a Divisão Anticorrupção e ao Grupo de Trabalho Antissuborno da OCDE (Working Group on Bribery), este último responsável por monitorar o cumprimento da Convenção contra o Suborno Transnacional e que se reúne nesta semana (13 a 16) e para o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI), cuja reunião plenária ocorrerá também neste mês de outubro (21 a 23), além de outros organismos internacionais.

Tanto o GAFI quanto a OCDE já haviam emitido comunicados no ano passado alertando para o descumprimento por parte do Brasil de seus compromissos assumidos perante as convenções internacionais contra a corrupção, crime organizado e financiamento ao terrorismo. O episódio que mais alarmou os organismos internacionais foi a decisão liminar do Min. Dias Toffoli, ao recurso do Sen. Flávio Bolsonaro, em julho de 2019, que praticamente paralisou as atividades do COAF e suspendeu cerca de mil investigações e processos de lavagem de dinheiro, durante quase metade do ano. O efeito sistêmico da medida foi tão grave que motivou o envio ao Brasil de uma Missão de Alto Nível do Grupo de Trabalho Antissuborno da OCDE.

O Brasil será avaliado durante a reunião desta semana do WGB/OCDE e, no próximo ano, passará pelas revisões periódicas do GAFI e da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. Os graves retrocessos denunciados pelos relatórios da Transparência Internacional não apenas comprometem a inserção internacional do Brasil, mas também frustram os esforços das instituições nacionais e as expectativas da sociedade brasileira de vencer a corrupção e a impunidade.

Acesse ambos os relatórios em: transparenciainternacional.org.br/retrocessos/

Produtores são contra importação de trigo transgênico da Argentina pelo Brasil

A decisão do governo argentino de aprovar a produção e comercialização de trigo transgênico no país, bem como sua exportação, gerou forte reação negativa da cadeia produtiva internacional, inclusive do Brasil. A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) emitiu nota cobrando das autoridades brasileiras a proibição da importação do produto.

"NOTA OFICIAL - Cultivo e utilização de trigo e farinha geneticamente modificado (trigo GM) pelo Brasil

Diante das recentes informações provenientes da Argentina sobre a liberação para comercialização do trigo geneticamente modificado (trigo GM) e da audiência pública sobre a autorização da venda de farinha geneticamente modificada, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), representante da indústria de produção de farinhas e derivados do trigo, levando em conta o interesse dos consumidores brasileiros, esclarece que:

1- Há cerca de 30 anos, este assunto tem sido objeto de análise da comunidade científica internacional, de governos e consumidores nos países que têm no trigo fonte essencial de alimentação, como Canadá, Estados Unidos, Austrália e Comunidade Europeia, onde o consumo per capita supera em duas vezes o consumo brasileiro.

Estas análises determinaram, até o momento, a não aprovação de utilização de trigo GM por não serem identificados benefícios evidentes às pessoas, sendo objeto exclusivo de busca de aumento de produtividade do campo. O tema está presente no ambiente da pesquisa submetida a severos parâmetros de controle.

2- O relatório da FAO sobre trigo GM registra apenas duas variedades aprovadas no mundo, sendo uma nos Estados Unidos em 2004, que gerou grande repercussão negativa mundial e a interrupção de sua produção e comercialização e a outra variedade aprovada na Argentina, ainda sem comercialização.

3- Em contato com entidades representativas da cadeia do trigo na Argentina, como a Federação Argentina da Indústria Moageira, as Câmaras Arbitrais Argentinas e Associação dos Exportadores Argentino, fomos informados da posição contrária à produção e comercialização dos produtos transgênicos, manifestada publicamente junto às autoridades daquele país.

4- Em pesquisa interna promovida pela Abitrigo com os moageiros brasileiros, 85% não foram favoráveis à utilização de trigo GM e 90% informaram estar dispostos a interromper suas compras de trigo argentino, caso se inicie a produção comercial naquele país e sua exportação para o Brasil.

Por outro lado, não identificamos nenhum movimento de demanda dos consumidores brasileiros por soluções transgênicas; ao contrário, há manifestações publicadas de associações de consumidores com restrições ao uso desses produtos transgênicos. Opiniões emitidas em eventos regulatórios, processos judiciais, manifestações de órgãos de defesa de consumidores e clientes permitem inferir que o mercado brasileiro se posicione de forma reativa e preocupado quanto à adoção de alimentação transgênica.

Sendo autorizada a comercialização pelo Brasil, importantes custos de controle serão agregados ao processo de importação, que terão consequências sobre os preços aos consumidores.

5- À luz de todos esses fatos, a Abitrigo vem a público manifestar sua posição contrária à utilização desta fonte alternativa de geração de alimentos.

O trigo argentino representa a maior fonte de abastecimento do Brasil, em cerca de 60%, sendo complementado pelo trigo nacional (30%) e de outras origens (10%).

A Abitrigo sempre apoiou o progresso da pesquisa científica do trigo no Brasil, que prioriza segurança alimentar nos seus desenvolvimentos, sempre alinhada às demandas dos consumidores, sem relegar os necessários fatores de produtividade do campo. Este processo, capitaneado pela Embrapa e pela pesquisa privada, tem promovido grandes avanços na qualidade e produtividade do trigo, sem a necessidade da utilização da tecnologia de modificação genética.

Por esses motivos, a Abitrigo se manifestará contrariamente à comercialização tanto da farinha como do trigo transgênicos no curso da audiência pública convocada pela CTMBIO, por solicitação de empresa argentina produtora do trigo transgênico.

No mesmo sentido, a Associação deverá solicitar às entidades governamentais brasileiras que não autorizem a comercialização desses produtos no Brasil."

Rubens Barbosa
Presidente-executivo da Abitrigo

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Bolsonarista, médico candidato a vice recebeu 4 parcelas do auxílio emergencial; e tentou fraudar doação

médico candidato recebeu auxílio emergencial
Dr. Ademir: Muda Brasil (Reprodução Facebook) 
O médico Ademir de Almeida Cardoso Junior é muito conhecido em Campo Mourão, cidade do interior do Paraná. Filiado ao MDB, o dr. Ademir é candidato a vice-prefeito na chapa de Rodrigo Salvadori (PP), da coligação Renova Campo Mourão, o candidato a prefeito que tenta vencer o postulante à reeleição Tauillo Tezelli (Cidadania).

Sem patrimônio declarado ao TSE até o momento, o Dr. Ademir, como gosta de ser chamado, recebeu quatro parcelas do auxílio emergencial destinado pelo governo federal, com impostos gerados pelos estados e municípios, a pessoas em situação de vulnerabilidade devido à impossibilidade de trabalhar durante a pandemia de covid-19. As informações são da Tribuna do Interior.

Ao todo, o médico recebeu R$ 2,4 mil. de auxílio, em quatro parcelas de R$ 600. Ao ser descoberto, o dr. Ademir forjou uma doação retroativa à Casa de Apoio aos Doentes de Câncer e Outros de Campo Mourão. Mas, foi desmentido pela própria entidade, que afirmou, em nota, que nunca soube da origem da doação. A Casa devolveu o dinheiro surrupiado pelo médico dos cofres públicos.

médico recebe auxílio emergencial

Associação contesta e devolve doação de médico
Dr. Ademir, por sua vez, alegou que seu CPF foi usado irregularmente para receber o benefício - situação que acorreu, estranhamente, com inúmeros desafetos do governo Bolsonaro, em tentativas de desqualificação por parte de seguidores radicais. Só não explicou por que levou quatro meses para pedir a interrupção dos repasses federais.

Ah, você deve estar se perguntando: mas qual a relação do nobre dr. Ademir com o incorruptível governo Bolsonaro. Bem, uma breve passagem pelas redes sociais do médico, revela sua luta "contra tudo isso aí, acabou a corrupção, agora é Bolsonaro, cadeia pra corruptos".

Ou seja, mais um cidadão de bem, defensor da família e dos bons costumes... SQN

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Uma mulher é morta a cada 9 horas desde o início da pandemia

De acordo com o monitoramento “Um vírus e duas guerras” foram 497 feminicídios de março a agosto em 19 estados e no Distrito Federal

Nos primeiros seis meses, desde o início da pandemia da Covid-19, em março, três mulheres foram mortas a cada dia, em crimes motivados pela condição de gênero, que caracteriza feminicídio. São Paulo (79), Minas Gerais (64) e Bahia (49) foram os estados que registraram maior número absoluto de casos no período. No total, os estados que fazem parte do levantamento registraram redução de 6% no número de casos em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Isoladas dentro de suas casas, as mulheres continuam ou estão ainda mais expostas à violência. Apesar dos dados oficiais indicarem queda no número de casos, muitos especialistas alertam para a subnotificação, que, estima-se, seja ainda maior em meio à pandemia, pela dificuldade de comunicação. Além disto, em alguns casos é difícil obter os dados de órgãos oficiais”, comenta Helena Bertho, diretora do Instituto AzMina. Dos 26 estados, sete não responderam ao pedido de informação.

O levantamento “Um vírus e duas guerras” sobre a violência doméstica durante a pandemia da Covid-19 é resultado de uma parceria do instituto AzMina com as mídias independentes:   Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Portal Catarinas, Marco Zero Conteúdo e Ponte Jornalismo.  As unidades da federação que fazem parte da amostra concentram 94% da população feminina do País.

feminicídio nos estados

Do total, 11 estados e o Distrito Federal tiveram redução no número de mortes, tendo o DF registrado a maior queda percentual (56%). Em números absolutos, Rio Grande do Sul e DF registraram a maior redução nos casos de feminicídio, com respectivamente 18 e 10 mortes a menos do que em 2019. Na outra ponta, Pará e o Mato Grosso foram responsáveis pelo maior aumento, com 15 crimes a mais no PA e 10 no MT.

O Mato Grosso é também o Estado em que, proporcionalmente, mais mulheres foram assassinadas desde o início da pandemia. A taxa de feminicídios entre março e agosto foi de 1,72 por 100 mil mulheres, três vezes mais do que a média total, de 0,56 por 100 mil mulheres. Somente outros dois estados, além do MT, registraram índices acima de 1, o Acre, com 1,32 por 100 mil mulheres e o Mato Grosso do Sul, com 1,16 por 100 mil mulheres. A menor taxa é a do Tocantins, com 0,13 por 100 mil mulheres.

Na análise quadrimestral, foram 304 feminicídios de maio a agosto, 11% a menos na comparação com o mesmo período de 2019, quando 340 mulheres foram assassinadas.

A série “Um vírus e duas guerras” vai monitorar os casos de feminicídios e de violência doméstica até o final de 2020. O objetivo é dar visibilidade a esse fenômeno silencioso, fortalecer a rede de apoio e fomentar o debate sobre a criação ou manutenção de políticas públicas de prevenção à violência de gênero no Brasil.

“A ideia do monitoramento da violência contra a mulher surgiu em uma conversa que tive, em março, com a Paula Guimarães, do siteAs Catarinas. Estávamos buscando formas de trabalhar em parceria colaborativa, cada uma dentro de casa por causa da pandemia e utilizando a tecnologia digital. A situação é bem grave. Então sugeri fazermos um monitorando convidando mídias independentes das cinco regiões do país; assim nasceu a série Um vírus e duas guerras”, conta Kátia Brasil, fundadora do site Amazônia Real.

O levantamento é feito a partir dos registros de feminicídios e violência doméstica das secretarias de segurança pública dos estados do Acre (AC), Alagoas (AL), Bahia (BA), Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Maranhão (MA), Mato Grosso do Sul (MS), Minas Gerais (MG), Mato Grosso (MT), Pará (PA), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS), Rondônia (RO), Roraima (RR), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP) e Tocantins (TO). Solicitados, os demais 7 estados não forneceram dados.

PL lança candidato nazista a vereador em Santa Catarina

pl lança nazista candidato a vereador
Piscina com suástica foi fotografada durante operação policial (Reprodução)

O Partido Liberal (PL) lançou, como candidato a vereador em Pomerode (SC) Wandercy Antonio Pugliesi. Conhecido na cidade como Professor Wander, o candidato ficou famoso - não da melhor
Em 1995 Wander foi retratado como "neto" de Hitler

maneira - depois que a piscina de sua casa foi fotografada por um policial de helicóptero com uma suástica gigante no fundo. O fato aconteceu em 2014 e teve, obviamente, repercussão internacional. As informações são do Diário do Centro do Mundo.

A adoração do professor de história por Hitler é antiga. Em 1994 ele foi personagem de uma reportagem do Fantástico e, no ano seguinte, do jornal gaúcho Zero Hora, onde apresentou sua coleção sobre a ideologia que matou milhões de pessoas durante a segunda guerra mundial.

De acordo com o DCM, Wander teve os objetos apreendidos pela justiça, mas a adoração pelo horror continua.

O PL de Pomerode não quis se manifestar sobre os critérios que levaram à escolha do candidato.

Atualização (09/10)

Após a repercussão do caso, o PL nacional decidiu desfiliar o candidato. A Executiva estadual de Santa Catarina emitiu a seguinte nota:

"O Diretório Estadual do Partido Liberal em Santa Catarina desconhecia a filiação do candidato a vereador da cidade de Pomerode, Professor Wander, conduzida diretamente pelo órgão de direção municipal. Por não compactuar ideologicamente com o filiado, o PL encaminhou o desligamento do mesmo. O partido reforça sua firme posição contra todo tipo de apologia à discriminação racial, religiosa e social.”

"Pau pra toda obra", diz slogan de ator pornô candidato a vereador

kid bengala candidato a vereador
Kid Bengala é pau pra toda obra (Reprodução)
Se alguém disser que Clóvis Basílio dos Santos é candidato a vereador por São Paulo, talvez você imagine que seja apenas mais um aventureiro desconhecido tentando ingressar no mundo da política. Pouco deve acrescentar as informações de que seu partido é o PTB e seu número, o 14033. Pois esse é o verdadeiro nome de um dos mais emblemáticos atores de filmes pornográficos brasileiros, o Kid Bengala.

Aos 65 anos, o ator, natural de Santos, litoral paulista, se identifica como empresário em seu registro no TSE. É divorciado, cor preta e tem ensino fundamental completo.

A campanha de Kid já começou no Instagram. Em um vídeo publicado em seu perfil, ele aparece avisando: "Aqui embaixo tem um coisa de 30 centímetros que pode f... você.". Enquanto a câmera abaixa para mostrar uma maquete da urna eletrônica com a foto do governador João Doria, o candidato continua: "Não vai dizer que eu não te avisei. Outra dessa e eu vou atrás de você."  

No santinho virtual distribuído em suas redes, o candidato apela para o eleitor: "Não fique em cima do muro. Vote Kid Bengala, porque esse é pau para toda obra". 

Aventura de Silvio Santos para agradar Bolsonaro levou o caos ao SBT

livia andrade é demitida por silvio santos
Nem Livia Andrade escapou (Reprodução)
Do jornalismo ao entretenimento, as últimas semanas têm sido de perdas irreparáveis para o SBT. As demissões dos maiores nomes da emissora revelam uma crise sem fim, desde que Silvio Santos decidiu exibir a Copa Libertadores para provocar a Globo, que não aceitou pagar o preço cobrado pela Conmebol. Para impor mais uma derrota à rival e desafeto de Bolsonaro, Silvio sacrificou praticamente toda a programação de sua TV para abocanhar a competição esportiva, mesmo sem nenhuma tradição no futebol.

O resultado não poderia ser outro. A Libertadores não empolgou, os patrocinadores não vieram, e a onda de demissões, não tão raras no SBT, parece não acabar.

Hoje foi a vez do humorista Carlinhos Aguiar. Mas nomes de muito mais peso também deixaram, nos últimos dias, a "TV Mais Feliz do Brasil". Entre eles, os jornalistas Roberto Cabrini e Raquel Sheherazade,  os apresentadores Lívia Andrade, Leão Lobo e Mamma Bruscheta, além da talentosa atriz Larissa Manoela. A xodó da casa, Maisa, também saiu e até o programa da filha do patrão, Patrícia Abravanel, foi suspenso.

Os cortes são resultado do desembolso de 60 milhões de dólares (quase R$ 320 milhões) pelos direitos de transmissão da Libertadores, algo que nem a Globo quis pagar. E tudo por conta da briga de Bolsonaro com a emissora dos Marinho - a medida provisória do direito do mandante é outro capítulo do ataque do governo à Globo.

O problema é que, apesar do desejo de Bolsonaro de impulsionar o SBT, Record e Rede TV, emissoras explicitamente pró-governo, há o limite legal, a chamada mídia técnica, que obriga o poder público a, quando anunciar, direcionar o dinheiro do contribuinte de acordo com a audiência e não com a vontade do gestor, regra criada justamente para impedir o que Bolsonaro gostaria de fazer. Vale lembrar ainda que o presidente do "tem que mudar isso aí, talkey?" nomeou o genro de Silvio, deputado federal Fabio Faria (PSD), como ministro das comunicações.

raquel sheherazade ameaçada por bolsonaristas
Raquel Sheherazade, bolsonarista até o ano passado, sofreu ameaças após criticar o governo (Reprodução)

Histórico governista

Não é de hoje o apreço de Silvio Santos pela bajulação a governos. Durante os últimos anos da Ditadura Militar Brasileira, o SBT exibia insistentemente, narrada pelo vozeirão de Lombardi, a "Semana do Presidente", mostrando as "realizações" do governo ditatorial durante sua programação. Com a rusga de Bolsonaro com a Globo, ficou ainda mais fácil.

É muito claro que se trata de uma estratégia fadada ao fracasso. As emissoras governistas até podem se beneficiar com o lobby do governo para que empresas aliadas anunciem nas queridinhas. Mas, hoje, a reputação dos veículos de comunicação é diariamente questionada nas mídias sociais. E, engana-se quem pensa que atitudes como essas serão esquecidas.

A Globo, por exemplo, até hoje paga o preço pelo apoio à Ditadura e à defesa de Collor durante as eleições de 1989. Vive se explicando. Em uma era em que os canais de comunicação se multiplicam e muitos "influencers" têm mais audiência do que emissoras estruturadas e consagradas, vai ser difícil se recuperar quando a onda de fanatismo bolsonarista passar.

E ela vai passar.

Estudo preliminar da Universidade Federal de Santa Catarina aponta eficácia da vacina tríplice viral contra Covid-19

Mesmo sob ataque constante do governo Bolsonaro e do Ministério da Educação, as universidades públicas brasileiras continuam se revelando como importantes, senão os únicos, campos de pesquisa.

tríplice viral apresenta resultados positivos contra covid-19
Os primeiros resultados do estudo do uso da tríplice viral contra Covid-19 em Santa Catarina mostram redução dos sintomas da doença para quem recebeu a vacina. Dos voluntários da pesquisa, 83% dos vacinados que se infectaram foram assintomáticos. Já os que tomaram placebo, o número caiu para 50% os participantes que disseram não ter sentido nada.

O estudo é realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).

Segundo o coordenador do projeto, o médico Edison Fedrizzi, nessas primeiras semanas foi percebido um alto percentual de pessoas infectadas, gerando os dados iniciais da pesquisa. A primeira parcial mostra maior número de pessoas sem sintomas entre os que receberam a tríplice viral. “Isso nos dá uma evidência, ainda longe de ser definitiva, de que essa vacina realmente pode proteger contra a evolução da infecção ou mesmo a sua prevenção”, analisa.  

O estudo de Fedrizzi iniciou há 45 dias. Nos primeiros 30, foi realizado o cadastramento de todos os voluntários. A primeira turma a participar é de aproximadamente 400 profissionais da saúde da Grande Florianópolis, já que estão mais expostos ao novo coronavírus.

A ideia, a partir de agora, é divulgar resultados parciais todos os meses. Já a conclusão da pesquisa está prevista para o final de dezembro.

Para acompanhar mais informações de estudos sobre a Covid-19 em Santa Catarina, acesse www.fapesc.sc.gov.br.

Investimentos contra Covid-19

A Fapesc investiu aproximadamente R$ 2,2 milhões em ações contra Covid-19 em Santa Catarina, incluindo pesquisas e desenvolvimento de produtos para combater a pandemia e seus efeitos. O estudo da tríplice viral é uma dos cinco projetos aprovados no edital 06/2020 e recebeu cerca de R$ 100 mil para o desenvolvimento.

Há também pesquisas sobre testes mais seguros para diagnósticos da doença, produção de tecido pulmonar humano e ativação de laboratório na Serra catarinense. A conclusão de alguns projetos será divulgada nos próximos meses.  

O presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, explica que, com o avanço das pesquisas e a implementação das propostas inovadoras pelas empresas, já é possível ter os primeiros resultados das ações apoiadas pela fundação. “A ciência é a grande ferramenta para podermos enfrentar a pandemia e outros problemas que afetam a sociedade. Continuamos firmes no suporte às iniciativas de pesquisa e inovação em Santa Catarina”, destaca.

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