quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Tarifaço: preço dos ovos e legumes ficam mais baixos para brasileiros

F: kamranaydinov/freepic
Algumas semanas atrás, alguns "gênios" diziam que, por conta o tarifaço de Trump contra o país, os brasileiros passariam a pagar mais caro, vejam, só, pelos alimentos. Claro que raciocínio lógico não é uma característica que se espere da extrema direita e de supostos analistas que flertam com ela. Mas qualquer estudante de 5ª série, ao contrário de alguns "analistas de mercado" conhece a lei da oferta e da procura: as exportações caem, a oferta interna aumenta e o resultado, obviamente, é a redução de preços. Mas isso não vale pra eles, paciência. Talvez na terra plana seja diferente.

O fato é que  os brasileiros pagaram menos em agosto por produtos listados nas tarifas de exporta
ção dos Estados Unidos. Alimentos como ovos assistiram a uma queda de 4% em seu preço médio, enquanto as carnes vermelhas tiveram redução de até 3,4%, de acordo com um novo levantamento da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo.

O estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões” revela que a maior retração ocorreu na categoria de legumes, com queda de 6,7% que foram influenciados por melhores condições climáticas e consequente maior oferta. Entre os produtos de origem animal, os cortes bovinos passaram de R$ 38,07 em julho para R$ 36,77 em agosto, uma retração de 3,4%, enquanto a carne suína caiu de R$ 19,45 para R$ 18,87 - um recuo de 3%. A farinha de mandioca também registrou baixa de 2,5%.

Um dos fatores que mais influenciou o comportamento dos preços em agosto foi o aumento da taxação de importados. “Como os Estados Unidos são um dos maiores compradores de carnes e derivados de soja do Brasil, o ‘tarifaço’ reduziu o volume exportado, o que elevou a oferta interna e pressionou os preços para baixo nessas categorias”, explica Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid.

“O efeito não fica restrito à balança comercial, pois impacta diretamente o carrinho de compras dos brasileiros. Para os próximos meses a expectativa é de que os preços permaneçam estáveis, refletindo uma inflação mais controlada”, analisa Fercher. Ela alerta, no entanto, que o mercado segue sensível a fatores como safra, logística e câmbio.

Em contrapartida, outras categorias registraram alta em agosto, como creme dental (1,9%), margarina (1,7%), óleo de soja (1,6%) e sal (1,6%), que tiveram incremento nos preços médios. Entre os itens de lazer e bebidas, a cerveja apresentou elevação de 1,2%.

Maiores altas acumuladas em 2025

Considerando o acumulado de dezembro de 2024 até agosto de 2025, o café, tanto em pó quanto em grãos, continua a liderar com o preço médio por quilo de R$ 73,75, apresentando variação de 37,6% no período analisado. Outros produtos que registraram aumentos foram margarina (6,3%), creme dental (5,7%), pão (2,1%) e refrigerantes (1,3%).

Variações de preços em julho no centro-oeste

Na região centro-oeste, as categorias que apresentaram maior elevação de preço foram farinha de trigo (4,8%), biscoito (3,4%), sal (3,4%), refrigerante (3,3%) e papel higiênico (3,2%). Em contrapartida, os maiores recuos foram observados em legumes (-9,4%), ovos (-8,8%), carne de frango (-6,5%), carne suína (-6,2%) e massas alimentícias (-2,6%).

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Genial/Quaest: 55% acreditam que houve tentativa de golpe no Brasil e 54% dizem que Bolsonaro participou

Esta é a primeira pesquisa na qual todas as entrevistas foram feitas depois do julgamento dos acusados de tentativa de golpe de estado pelo Supremo Tribunal Federal. Os pesquisadores foram a campo na sexta-feira, 12 de agosto, e encerraram o trabalho no domingo, dia 14. Foram 2004 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais, em todas as regiões. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.


Para 55% dos entrevistados, houve tentativa de golpe, e 54% acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve participação no plano. Esse índice vem subindo gradativamente desde dezembro de 2024. Na comparação com agosto, cresceu de 36% para 42% a opinião de que o indiciamento de Bolsonaro foi imparcial, e recuou de 52% para 47% a percepção de que houve perseguição.




Alexandre de Moraes: Em linha com esses resultados, a maioria (52%) é contra o impeachment do ministro Alexandre de Moraes – em agosto, 43% tinham essa opinião. Os favoráveis ao impeachment são 36% na pesquisa atual, contra 46% em agosto. Entre os que dizem não ter posicionamento aconteceu a maior mudança: os que são contra o impeachment passaram de 44% para 56% e os que se posicionam a favor recuaram de 40% para 27%.


Para 41%, o ministro está agindo corretamente, para 36% ele está exagerando e deveria ser alvo de impeachment, enquanto 11% são contra essa ideia, ainda que considerem haver exagero nas posições defendidas por Moraes.


Veja a pesquisa completa aqui.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

PIB cresce 3,2% e desagrada gurus do "mercado"

F: Agência Brasil
Contra os sempre presentes desejo e previsões catastróficos do "mercado" e da extrema direita em relação ao país, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acumula alta de 3,2% nos quatro trimestres terminados em junho de 2025, frente ao mesmo período imediatamente anterior, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (2/9).

Comparado a igual período de 2024, houve crescimento de 2,2% no segundo trimestre de 2025, com o consumo das famílias tendo crescido 1,8%, influenciado pelos aumentos na massa salarial real e no crédito disponível às famílias, bem como pelas transferências governamentais de renda às famílias. Neste recorte, houve crescimento na Agropecuária (10,1%), na Indústria (1,1%) e nos Serviços (2,0%).

Já em relação ao primeiro trimestre deste ano, o PIB variou 0,4% no segundo trimestre de 2025, na série com ajuste sazonal. Pela ótica da produção, houve alta nos Serviços (0,6%) e na Indústria (0,5%), enquanto a Agropecuária (-0,1%) não mostrou variação significativa. O desempenho positivo na Indústria se deve ao crescimento de 5,4% nas Indústrias Extrativas. Por outro lado, houve retração nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).

“O IBGE acaba de divulgar: o PIB do Brasil cresceu de novo. O Brasil segue no caminho certo, com mais renda e menos desigualdade. É crescimento com justiça social. Vamos seguir nesse caminho”, ressaltou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em postagem nas redes sociais.

R$ 3,2 TRILHÕES – O PIB do país totalizou R$ 3,2 trilhões no segundo trimestre deste ano, sendo R$ 2,7 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 431,7 bilhões relativos aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. No mesmo período, a taxa de investimento foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,6% do segundo trimestre de 2024. Já a taxa de poupança foi de 16,8%, superando os 16,2% do mesmo trimestre de 2024.

O Brasil tá on.

Especialistas alertam para riscos institucionais de insistência do Congresso pelo voto impresso

A proposta sobre o voto impresso voltou a ser debatida no Congresso Nacional, reacendendo preocupações sobre possíveis conflitos entre os Poderes e os impactos na confiança da população no sistema eleitoral brasileiro. Anteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou o voto impresso como inconstitucional em 2013 e, novamente, em 2020.

Em decisões unânimes, os ministros do STF entenderam que a impressão do voto compromete um dos pilares da democracia: o sigilo. A possibilidade de identificação do voto poderia abrir espaço para práticas de intimidação, compra de votos e outras formas de coerção. Além disso, o Tribunal tem sustentado que o sistema eletrônico brasileiro já é seguro, auditável e dispensa a contagem manual de votos.

“A Corte foi clara ao afirmar que o voto impresso, ainda que como complemento ao sistema eletrônico, infringe garantias constitucionais como o sigilo e a liberdade do voto. Não há qualquer necessidade técnica que justifique tal retrocesso”, afirma o Antonio Carlos de Freitas Jr., advogado Constitucionalista e sócio do Freitas Junior Advogados.

Na avaliação do especialista, insistir na aprovação de uma proposta considerada inconstitucional pelo próprio STF representa um risco à harmonia entre os Poderes. Caso a proposta seja aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente da República, é praticamente certo que será alvo de nova Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).

“Mesmo que o projeto avance no Congresso, a jurisprudência do STF já está consolidada. A tendência é que a norma seja rapidamente questionada judicialmente, o que pode gerar um novo embate institucional entre Legislativo e Judiciário”, acrescenta o especialista.

Além da tensão entre os Poderes, o debate sobre o voto impresso em ano pré-eleitoral pode fragilizar a confiança no sistema eleitoral. Segundo o especialista, colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas, amplamente reconhecidas por sua segurança,  pode incentivar narrativas de polarização e deslegitimação do processo democrático.

“Imagine-se um processo de recontagem manual de votos impressos com simples possibilidades de impressão de papéis semelhantes e fraudulentos e a contagem equivocada por humanos, seja intencional ou acidental. A bravata do voto impresso, na realidade, diminui os níveis de proteção do voto e serve a uma agenda que deseja fragilizar o próprio processo democrático”, comenta Freitas Jr. “O Brasil é vanguardista na digitalização do voto e deve ter seus esforços voltados a seu aprimoramento contínuo e não para seu retrocesso”, finaliza.

Se aprovado até 3 de outubro de 2025, o voto impresso poderia, em tese, ser implementado nas eleições de 2026. Isso porque a Constituição exige que alterações eleitorais entrem em vigor com pelo menos um ano de antecedência ao pleito, conforme prevê o artigo 16. No entanto, especialistas alertam que, além dos obstáculos jurídicos, haveria também entraves técnicos e logísticos para viabilizar a mudança em tão curto prazo. 

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Presidência 2026: Caiado ganha do MBL e perde de todos os outros

Com índices que variam de 4% a 7% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026, dependendo dos adversários testados, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vence apenas o ex-presidente do MBL, Renan Santos, hoje no recém criado partido Missão. É o que revela o último levantamento da Real Time Big Data, que não explicou o motivo da inclusão de Renan, que responde a mais de 60 processos judiciais, na lista de presidenciáveis. O presidente Lula (PT) lidera a maioria dos cenários e empata em alguns.

Caiado tem seu melhor desempenho justamente no cenário em que Lula não aparece. Neste levantamento, Fernando Haddad (PT) aparece empatado com Michel Temer (MDB) - articulador do golpe contra Dilma Roussef (PT), em 2016, cujo maior feito foi ter indicado Alexandre de Moraes como ministro do STF, para desespero dos bolsonaristas -, com 22%. Romeu Zema (Novo), que não é "beliscoso", vem em terceiro, com 14%. Caiado vence Renan Santos por 7% a 3%.

Com Lula, as intenções de voto para Caiado caem para 5%. Confrontado com os governadores do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, Lula dispara para 45%, seguido por Eduardo Leite (PSD), com 17%; e Zema, com 11%. Renan tem 3%. 

No cenário com Ratinho Jr. como candidato do PSD no lugar de Leite, Lula mantém os 45%, seguido pelo governador paranaense, com 21%; Zema, com 10%, Caiado, com 4%; e Renan, com 2%. Caiado não foi testado no cenário com Tarcísio de Freitas (Republicanos), o mais forte candidato contra Lula - 42% x 40% para o petista -, excluindo-se o futuro condenado Jair Bolsonaro (PL).

A Real Time ouviu 2,5 mil eleitores, entre 28 e 30 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos, com nível de confiação da 95%. Você pode acessar a pesquisa completa aqui.

F: Rafael Nascimento/MS
O Ministério da Saúde selecionou 501 médicos que vão atuar em todo o país pelo programa Agora Tem Especialistas. Distribuídos em 212 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal, eles serão destinados a regiões onde há falta desses profissionais.

Para o Centro-Oeste, serão destinados 24 profissionais. Todas as quatro unidades federativas da região serão contempladas. Goiás receberá 18 médicos, com destaque para os munícipios de Luziânia (3), Hidrolândia (2), Iporá (2) e Senador Canedo (2). As seguintes cidades receberão um médico, cada: Aparecida de Goiânia, Águas Lindas de Goiás, Rio Verde, Piranhas, Porangatu, São Miguel do Araguaia, Crixás, Silvânia e Itaberai. Já para Mato Grosso serão destinados 3 profissionais; Distrito Federal, 2; e Mato Grosso do Sul, 1.
 

Do total de médicos selecionados, 67% vão reforçar o atendimento no interior do Brasil em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia. Assim, ampliarão a assistência à saúde da população, reduzindo o deslocamento para os grandes centros urbanos. Considerando as regiões remotas do país, 25,7% atuarão em áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade; 20% na região da Amazônia Legal; e 9% em áreas de fronteira.
 

Esses profissionais integram a primeira chamada de edital inédito do Agora Tem Especialistas que, pela primeira vez, selecionou médicos que já são especialistas para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS). Com 12 anos de experiência em média, eles vão reforçar o atendimento em 258 hospitais, policlínicas, centros de apoio diagnóstico e outras unidades da rede pública nas cinco regiões do país.
 

“Precisamos de iniciativas ousadas como o Mais Médicos Especialistas, que vai garantir, pela primeira vez, a atuação de profissionais especialistas no SUS e reduzir o tempo de espera da população por atendimento. Com esse reforço, estados e municípios, que já tinham um grande investimento no serviço, terão suprida a necessidade de especialistas, ampliando o acesso e fortalecendo a rede pública de saúde”, comentou o ministro Alexandre Padilha, em coletiva que anunciou o resultado da seleção.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Quebrando paradigmas: mulheres participam do primeiro curso de mecânica automotiva promovido pela Expo Peças

F: Divulgação
A Expo Peças deu um passo importante para a inclusão feminina no setor automotivo ao promover, pela primeira vez, um curso de mecânica para veículos leves destinado exclusivamente a mulheres. A capacitação foi realizada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), por meio da diretora da unidade Vila Canaã, Aliana Dias Calaça, e foi oferecida de forma gratuita, abrindo caminho para novas oportunidades de formação e atuação profissional.

O evento foi organizado pelo Expo Peças Mulher, núcleo coordenado por Aline Miranda, que tem atuado de forma expressiva na valorização da presença feminina dentro do setor. Tradicionalmente marcado pela predominância masculina, o mercado da mecânica automotiva vem passando por transformações que refletem mudanças sociais mais amplas. A iniciativa buscou não apenas preparar mulheres para ingressarem nesse segmento, mas também estimular a quebra de barreiras e preconceitos ainda existentes.

Durante o curso, as participantes tiveram acesso a conteúdos teóricos e práticos sobre manutenção e reparos de veículos, adquirindo conhecimentos técnicos que podem se tornar diferenciais tanto para atuação profissional quanto para aplicação no dia a dia.

Com a realização do projeto, a Expo Peças, o Expo Peças Mulher e o SENAI reforçam a importância da educação como ferramenta de inclusão, além do incentivo para que mais mulheres ocupem espaços em setores tradicionalmente masculinos, ampliando horizontes e promovendo igualdade de oportunidades.

Preços de ovos, arroz e feijão recuam em julho e trazem alívio ao bolso do brasileiro

Imagem: Freepik
Em julho, o consumidor brasileiro conseguiu dar um respiro no orçamento e levar para casa um carrinho de compras mais completo. De acordo com o novo estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, realizado pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo, as categorias de itens básicos, como ovos, arroz e feijão, tiveram recuo nos preços médios no último mês.

Entre os destaques, os legumes apresentaram a maior redução no período, com queda de 11,2% – passando de R$ 6,06 em junho para R$ 5,38 em julho. Os ovos, que vinham registrando aumentos expressivos nos últimos meses, baixaram 8,2% no mesmo intervalo. A tradicional dupla do prato brasileiro também ficou mais barata: o arroz teve reajuste de 4,9%, com o preço médio caindo de R$ 5,40 para R$ 5,14, enquanto o feijão retraiu 3%, indo de R$ 6,61 para R$ 6,41.

“Embora o recuo dos itens básicos tenha oferecido um alívio no bolso do consumidor, esse cenário deve ser visto com cautela no longo prazo. As pressões externas, como o aumento dos custos logísticos e a desvalorização cambial, continuam a operar como forças restritivas para uma recuperação duradoura dos preços”, analisa Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid. 

“Alguns produtos ainda sofrem por conta das condições climáticas adversas, que reduziram a oferta global, ao mesmo tempo em que o impacto do ‘tarifaço’ dos Estados Unidos será um fator determinante do ritmo do mercado interno em agosto. O resultado é uma volatilidade contínua que se manifesta, inclusive, em categorias menos relacionadas diretamente a commodities, como produtos de higiene e limpeza”, acrescenta Fercher.

Em contrapartida, alguns itens apresentaram leves variações em julho. O creme dental, por exemplo, teve aumento 2,1% em relação ao mês anterior. O leite UHT e o refrigerante tiveram elevação de 0,4% cada, ao passo que tanto o desinfetante como o óleo de soja apresentaram incremento de 0,3%.

Maiores altas acumuladas em 2025

Considerando o acumulado de dezembro de 2024 até julho de 2025, o café em pó e em grãos permanece como líder absoluto das altas, saltando de R$ 53,90 para R$ 74,14 no intervalo – uma variação de alta de 38,4%. Logo em seguida, aparecem itens como a margarina (4,4%), o creme dental (3,7%), o leite em pó (2%) e o pão (1,2%).

Variações de preços em julho no Centro-oeste

No Centro-Oeste, o creme dental liderou as altas com variação de 5,4%, acompanhado pelo frango (4,8%), desinfetante (4,4%), açúcar (3,1%) e café em pó e em grãos (2,5%). As maiores quedas no mês foram registradas nos legumes (-15,1%), ovos (-8,6%), farinha de trigo (-4,4%), feijão (-4%) e arroz (-3,9%).

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Sobre Hitler, Stálin e pretensos ditadores brasileiros

(Autor não identificado)
Diante das atuais notícias, acho muito procedente que o Coiso será preso preventivamente nas próximas horas. Não sei se é bom ou ruim. Talvez uma prisão transitada em julgado pela explícita e inquestionável tentativa de golpe fosse mais efetiva. Mas o Marreco também conduziu Lula coercitivamente sem nunca tê-lo convocado. Então, excesso gera excesso.

É assim em tempos de exceção - e, sim, vivemos um desde que um delinquente megalomaníaco decidiu não reconhecer a vitória do adversário (alguém viu isso na história democrática mundial recente?) e inflar seus 30% de apoiadores a instigar um golpe, inclusive com explosões na Praça dos Três Poderes, contra os 70% que apenas aguardavam o transcorrer normalizado da Democracia. 

Teremos que discutir isso nas próximas décadas, coisa que talvez fique para meu filho. Mas, apesar de uma ou outra atitude questionável do Estado brasileiro, com suas instituições absolutamente independentes, nenhum revisionismo (como tentaram Hitler, Stálin e Mussolini, e tenta Donald Trump) mudará os registros históricos. 

Stálin apagava ex-aliados em fotografias. Hoje, coloca-se uma pessoa onde ela nunca esteve. E essa artimanha também não resistirá à verdade.

Genial/Quaest: Lula lidera todos os cenários de 1º turno e abre distância sobre adversários em eventual 2º turno

Foto: Ricardo Stuckert/PR
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira confirma a curva de recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cenário eleitoral de 2026. Na pesquisa anterior, de  julho, Lula aparecia empatado com Tarcísio de Freitas no limite da margem de erro, em eventual segundo turno. Na pesquisa atual, venceria o governador de São Paulo por 43% a 35% e todos os demais potenciais candidatos por diferenças entre 10 pontos (Ratinho Júnior, governador do Paraná) e 16 pontos percentuais (o senador Flávio Bolsonaro, testado pela primeira vez, e os governadores Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Ronaldo Caiado, de Goiás). Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, se revertida a inelegibilidade, Lula teria 12 pontos de vantagem; contra Michelle, 13 pontos; e venceria Eduardo Bolsonaro com 15 pontos percentuais de frente.

Confira a pesquisa completa aqui.

Outro sinal positivo para Lula é que 47% dos entrevistados têm mais medo da volta de Bolsonaro do que de sua reeleição. Entre os eleitores que dizem não ter posicionamento político, esse percentual avançou de 36% para 46% em relação à pesquisa anterior, enquanto o índice dos que dizem temer a reeleição Lula recuou de 31% para 25%.


Pesquisa espontânea

Na pesquisa espontânea, o nome de Lula aparece com 16%, o de Bolsonaro com 9% e todos os demais potenciais candidatos, com 1%. São 4% os que informaram que votarão em branco ou nulo, ou não irão votar. Os indecisos são 66%.


Pesquisa estimulada

A pesquisa traçou cinco cenários na pesquisa estimulada. Só o primeiro contempla a hipótese de candidatura do ex-presidente Bolsonaro. Em todos eles, Lula aparece com intenções de voto de 34% a 35%, e o melhor desempenho é o de Bolsonaro, com 28%. O pior é o do senador Flavio Bolsonaro.


Segundo turno

Para o segundo turno, foram traçados nove cenários, e o presidente tem entre 43% e 48% das intenções de voto em âmbito nacional. Para todos esses cenários foram ouvidos eleitores da amostra especial de oito estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Bahia. Nesses dois últimos estados, Lula tem seus melhores desempenhos, com votações acima de 60%.

Lançada em Goiânia a campanha SEM ANISTIA para golpistas de 8 de janeiro

Os integrantes do grupo Amigos da Viração Goiás, corrente política que surgiu no movimento estudantil da década de 1980, lançaram nesta semana, em Goiânia, a campanha “SEM ANISTIA para golpistas e traidores da Pátria.” 

A campanha desenvolvida pelos egressos do movimento estudantil Viração consiste na divulgação de mensagens em outdoors e mídias sociais de apoio à independência do Supremo Tribunal Federal (STF). Em apenas 24 horas, foi registrado nas redes sociais 79 mil visualizações, 1.544 likes e 850 comentários. 

Através do grupo de antigos militantes estudantis, amigos e simpatizantes, foi realizada uma vaquinha popular, na qual mais de uma centena de contribuições foram arrecadadas, de acordo com as possibilidades de cada pessoa. O resultado já pode ser visto nas ruas da capital goiana desde segunda-feira (18), com outdoors em vários pontos nessa primeira fase. 


movimento também está sendo divulgado nas redes sociais e visa conscientizar a população e estimular que os movimentos sociais, sindicais, partidos, frentes políticas, parlamentares e figuras públicas promovam iniciativas semelhantes.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Genial/Quaest: Queda na inflação dos alimentos e reação ao tarifaço de Trump ajudam governo Lula a ter a melhor aprovação desde janeiro

A quinta rodada da pesquisa Genial/Quaest de 2025 mostra que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é desaprovado por 51% dos eleitores e aprovado por 46%, ao fim de dois anos e oito meses. Apesar da desaprovação pela maioria, o resultado confirma a tendência de recuperação da avaliação do governo iniciada na pesquisa anterior, de julho, depois de registrar recuos sucessivos de dezembro até maio, quando foi registrado o resultado mais negativo: 57% de desaprovação contra 40% de aprovação.

Confira a pesquisa completa neste link.

 A melhora na aprovação do governo aconteceu na maior parte dos recortes da pesquisa, principalmente na base de apoio do presidente e entre os eleitores que declaram não ter posição política. Entre as mulheres, a aprovação oscilou positivamente dois pontos percentuais e encostou na desaprovação, de 49%.

A comparação entre os governos Lula e Bolsonaro voltou a registrar vantagem para o presidente: 43% o consideram melhor, contra 40% em julho; o percentual dos que pensam o recuou de 44% para 38%. Entre os eleitores que informam não ter posicionamento político, a avaliação também se inverteu. Na pesquisa atual, 37% dizem que o governo Lula é melhor, 32% que é igual e 27% que é pior.

Alimentos em destaque


O grande destaque da pesquisa é a queda na inflação dos alimentos. A percepção de que houve alta no preço da comida recuou de 76% em julho para 60% em agosto. Para 20% os preços ficaram iguais e para 18%, caíram (eram 8% em julho). Essa percepção se repete em todas as regiões. Como consequência, a opinião de que o poder de compra é menor do que há um ano recuou de 80% para 70%, e a expectativa para os próximos meses, que vinha se deteriorando continuamente, agora está dividida ao meio: 40% acham que o panorama vai piorar, 40% que vai melhorar.


Para o CEO da Quaest, Felipe Nunes, a melhora na aprovação do governo Lula em agosto resulta da combinação de fatores econômicos e políticos.


“A percepção do comportamento do preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Ao mesmo tempo, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais. Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação neste momento”, diz Nunes. 


Tarifaço: O embate entre Trump e o governo brasileiro é de amplo conhecimento do eleitor, constatou a pesquisa. 84% disseram que souberam da carta do presidente americano para Lula, contra 60% em julho, enquanto o percentual de desconhecimento caiu de 33% para 16%. Para 71%, Trump está errado ao impor taxas por acreditar que existe perseguição ao ex-presidente Bolsonaro.


Nesse embate, Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo para 48% dos entrevistados, enquanto para 28% Bolsonaro e seus aliados é que têm razão. Para 15% ninguém está certo. Ao mesmo tempo, 41% consideram que o presidente está se aproveitando da situação para se promover, contra 49% que avaliam que Lula está agindo em defesa do Brasil. Sobre Eduardo Bolsonaro, a maioria (69%) dizem que o deputado está defendendo os interesses dele e de sua família, enquanto 23% acreditam que está defendendo os interesses do Brasil.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Organização gera polêmica ao proibir açaí, tucupi e maniçoba na COP30

F: Freepik
A Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) emitiu uma nota de repúdio contra a proibição da comercialização de alimentos regionais amazônicos em áreas específicas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro. Segundo a entidade, o edital de credenciamento de restaurantes elaborado pela Organização de Estados Iberoamericanos (OEI) proíbe produtos tradicionais da culinária amazonense, como açaí, tucupi e maniçoba.

"É totalmente compreensível a preocupação com a segurança alimentar dos visitantes. Entretanto, vale ressaltar que esses produtos têm origem natural, exatamente da diversidade dos ingredientes fornecidos pela Floresta Amazônica, um dos temas importantes e proeminentes da COP30", diz trecho da nota. 

Confira abaixo o texto na íntegra:

Nota de Repúdio

Recebemos com surpresa e incredulidade alguns itens constantes do edital da organização de estados iberoamericanos - OEI, sobre a seleção dos operadores de restaurantes e quiosques para fornecimento de produtos alimentícios nas zonas azul e verde da COP30.

Nossa indignação decorre da proibição de alguns produtos típicos e expressivos da culinária e cultura gastronômica paraense, conhecidos mundialmente, como o açaí, o tucupi e a maniçoba, caracterizando completo desconhecimento e preconceito cultural com a região amazônica.


É totalmente compreensível a preocupação com a segurança alimentar dos visitantes. Entretanto, vale ressaltar que esses produtos têm origem natural, exatamente da diversidade dos ingredientes fornecidos pela Floresta Amazônica, um dos temas importantes e proeminentes da COP30. É importante pontuar que no Pará existem dezenas de fornecedores locais que seguem normas alimentares nacionais e internacionais, sendo exportadores para inúmeros países, incluindo Estados Unidos, Japão e União Europeia.


A “proibição” é ainda mais surpreendente porque atenta contra princípios contidos na própria Carta das Nações Unidas, que se propõe a “promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla”. Pela decisão ora preconizada, milhares de pequenos produtores amazônicos serão excluídos do evento.


Repudiamos toda e qualquer tentativa de desqualificar a utilização de ingredientes regionais como açaí, tucupi e maniçoba nos espaços da COP30. Ressalte-se que os órgãos reguladores dos governos estadual e municipal já fiscalizam e certificam os produtores desses ingredientes, inclusive com instruções normativas específicas e visitas periódicas, garantindo a qualidade e a segurança alimentar.


Nossa gastronomia tem origem ancestral e indígena e os alimentos são consumidos, diariamente, por milhares de pessoas na Amazônia, no Brasil e no mundo. O mercado regional dispõe de produtos certificados e de procedência comprovada, que são símbolos da nossa cultura alimentar e contam com mecanismos oficiais de controle sanitário. É inadmissível que se propague desinformação sobre ingredientes que representam a identidade amazônica.


Deste modo, fica claro que a justificativa de segurança de alimentos não se sustenta. Por tudo isso, as entidades signatárias desta nota, enquanto instituições que valorizam e estimulam a cadeia produtiva do alimento amazônico, repudiam essa postura culturalmente preconceituosa e esperam que o bom senso prevaleça e a medida seja revertida.


(*) Atualização: Após a polêmica, a OEI decidiu rever o edital. A decisão final sobre quais produtos serão liberados ainda não foi tomada.