terça-feira, 14 de setembro de 2021

Confiança na economia entre empresários despenca após desatinos de Bolsonaro

O ambiente permanentemente belicoso do governo Bolsonaro continua produzindo estragos. Inflação em alta, dólar nas alturas, juros subindo e fuga de capitais fazem parte do dia a dia da economia brasileira desde que Jair assumiu o poder. Agora, mais um exemplo. Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou 5,2 pontos em setembro, para a marca de 58 pontos. O levantamento é realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

O índice varia de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha divisória entre falta de confiança e confiança. Foram entrevistados 1.611 empresários, sendo 635 de empresas de pequeno porte, 608 de médio porte e 368 de grande porte, entre 1º e 9 de setembro. 

O indicador é composto pela percepção do momento atual e pela expectativa para os próximos seis meses, a partir das condições percebidas da própria empresa e da economia brasileira. Neste último aspecto, conforme a pesquisa, houve uma queda de 56,2 pontos para 47,3 pontos no Índice de Condições Atuais da economia, de agosto para setembro, mostrando que o empresário industrial percebe piora nas condições correntes no cenário econômico. Ou seja, o alarme disparou entre o empresariado.

“A conjunção de fatores como a aceleração da inflação e incertezas decorrentes da crise hídrica e do cenário político influenciaram negativamente a percepção das condições correntes da economia brasileira e, assim, afetaram a confiança do empresário industrial”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Um ano e meio atrás, empresário bolsonarista minimizava pandemia: "Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortes"

Era 23 de março de 2020 e pouco ainda se sabia sobre a evolução da pandemia do coronavírus. Não havia expectativa próxima de vacina, tratamento adequado para a covid-19, informações claras sobre o uso de máscara etc. Mas o distanciamento social era unanimidade entre os especialistas para conter o avanço da doença. Naquele dia, o empresário bolsonarista Junior Durski, que ficou milionário durante os governos Lula e Dilma, estarreceu o país em um vídeo em seu perfil do Instagram.

"Não podemos, por conta de cinco mil pessoas, sete mil pessoas que vão morrer, eu sei que é muito grave, eu sei que isso é um problema, mas muito mais grave é o que já acontece no Brasil", disse o dono das redes de hamburguerias Madero e Jerônimo, ao comprar as mortes por covid com as provocadas por outros problemas. "Não pode parar o Brasil, o Brasil tem que continuar trabalhando", comentou, ao endossar o discurso de Bolsonaro contra o fechamento do comércio por estados e municípios. "Infectologistas não podem querer fechar tudo", afirmou.


O vídeo, ainda no ar, continua recebendo críticas. "Não é que o Sr. acertou?!?!?! SETE MIL MORTOS HOJE!!!! Só errou a área geográfica. Em vez de Brasil, Curitiba", escreveu uma pessoa há duas semanas. "550 mil mortes", lembrou outro leitor há alguns dias.

Hoje, o Brasil superou as 585 mil mortes. Mas, felizmente, a curva está caindo rapidamente. Graças, vejam só, às restrições de circulação impostas por autoridades e à  ação dos cientistas que desenvolveram vacinas.

Entre revolta e decepção, bolsonaristas descobrem o óbvio: são massa de manobra e motivo de chacota

A carta escrita por Michel Temer e assinada por Bolsonaro pedindo desculpas ao STF pelos discursos antidemocráticos de 07 de setembro começou a abrir os olhos de parte da manada bolsonarista. Em grupos de Whats App circulam áudios, vídeos e textos de defensores do governo golpista revoltados ou decepcionados com o recuo do líder.

"280 km até SP, aquele mar de gente esmagando e sofrendo embaixo de um sol forte, pra isso. Sorria! Somos palhaços!!" escreveu um desiludido Giuseppe no Twitter.

Um "patriota" irado, também de São Paulo, sentenciou: "Aqui em São Paulo temos um calça apertada. Em Brasília, temos um calça frouxa". O "defensor da democracia" disse que pode ser chamado de traidor, mas não acredita mais em Bolsonaro. "Todos foram enganados por esse traidor. Vou queimar minha camisa do Bolsonaro", garantiu. Assista abaixo.


"Minha vontade é de chorar, estou muito decepcionada", admitiu uma admiradora da ditadura. "Me sentindo uma palhaça, levei toda a minha família", afirmou em um grupo.

Também existem algumas tentativas tímidas de defender Bolsonaro. Alguns afirmam que a postura foi de "estadista" e a hashtag #euconfionopresidente chegou a figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter por alguns minutos hoje pela manhã. Alguns grupos afirmam que se trata de uma estratégia de Bolsonaro - não explicam exatamente qual. Mas, no geral, a decepção e a revolta se espalharam.

Um outro "patriota" reconheceu: "Estamos passando vergonha. Não tivemos apoio do presidente depois do 07 de setembro, está pedindo desculpa, escrevendo cartinha. Isso não é estratégia, é estratégia de covarde", reclamou. 

Assista abaixo:



quarta-feira, 8 de setembro de 2021

PSDB anuncia oposição ao governo e é lembrado nas redes de que Bolsonaro está há 2,9 anos no poder

Após reunião que durou a tarde toda de hoje, o PSDB anunciou que será, oficialmente, opositor de Jair Bolsonaro. De acordo com o partido, "com a participação da Executiva e das bancadas na Câmara e Senado, registramos que após o pronunciamento inaceitável do chefe do Poder Executivo, na data de ontem, iniciamos hoje o processo interno de discussão sobre a prática de crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República e o caminho mais eficiente para evitar o agravamento dessa crise na vida das pessoas."

Após a publicação da posição tucana no Twitter, internautas lembraram que a decisão demorou. "O PSDB ficou 2 anos e 9 meses votando com o Governo, viu o desmatamento aumentar, 580 mil vidas perdidas na pandemia, a inflação voltar, dólar disparar, intervenção na PF p/ salvar filhote de corrupto e diversas outras barbaridades, para só então ser oposição?", questionou um deles.

"DEMOROU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas ficar apenas nas palavras não é o bastante. Articulem pelo impeachment, caso contrário em 2022 nós lembraremos de vocês como covardes que foram coniventes com o pior governo da história da República. Abraços.", escreveu outra leitora.

"Levaram só cerca de 3 anos pra perceber o acúmulo de crimes promovidos pelo genocida desde a posse!!! Chamaram a tartaruga para a direção desse partideco??? Sério?? A cara nem cora!!! Vão assinar os pedidos de impeachment e travar as pautas no congresso? Só acredito vendo.", disse outra.

Também houve questionamentos sobre a permanência do deputado federal Aécio Neves (MG) no partido. Ao ser derrotado por Dilma Roussef (PT) em 2014, Aécio inflamou a população a questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas, segundo ele mesmo disse, em áudio vazado tempos depois, apenas para atormentar. Ou seja, ele iniciou a narrativa da falta de confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, que todos sabemos onde nos levou.

Alheio à gravidade dos fatos, Podemos descarta apoiar impeachment

Partido que flerta abertamente com o bolsonarismo, apesar de se dizer independente, o Podemos deu hoje mais um exemplo de sua conivência com a bizarrice do governo federal. Em nota oficial, o partido se disse vigilante na defesa da Democracia, mas que descarta apoiar um pedido de impeachment de Bolsonaro. 

Confira:

NOTA OFICIAL DO PODEMOS

As bancadas do Podemos na Câmara e Senado, em reunião na manhã desta quarta-feira (8), avaliaram os últimos acontecimentos, e decidiram:

O Podemos seguirá reforçando sua posição de partido independente e de defesa do Brasil, votando no Congresso a favor e contra o Governo, sempre que entender necessário, mantendo-se fiel às suas bandeiras, como o combate à corrupção e o fim do foro privilegiado, e vigilante pela preservação das instituições democráticas, rejeitando toda e qualquer bravata autoritária em todos os poderes;

Essa posição de independência do Podemos inclui um projeto de terceira via para o País, em que o partido tem seus próprios nomes para a disputa presidencial de 2022. Mas também participa do movimento de convergência do centro político, que poderá resultar em um nome de consenso para representar a maioria da sociedade brasileira, ainda indecisa;

Por fim, o Podemos descarta aderir ao movimento de impeachment do Presidente Jair Bolsonaro, por entender que a abertura de uma nova crise política, em meio à pandemia do coronavírus, desemprego e crise econômica, só agravaria o sofrimento das camadas mais vulneráveis, que já vivem em situação de extrema dificuldade.

Portanto, o Podemos trabalha para solucionar os problemas da vida real do brasileiro e pacificar o País, e entende que disputas políticas devem ser resolvidas por meio das urnas, nas eleições de 2022.

Deputada Federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos
Senador Alvaro Dias, líder do Podemos no Senado
Deputado Federal Igor Timo, líder do Podemos na Câmara dos Deputados

Associação emite nota de repúdio contra bloqueio de rodovias

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) emitiu uma nota oficial contra o bloqueio de rodovias por caminhoneiros autônomos. O documento ressalta que a natureza estritamente política do ato contrasta até mesmo com as reivindicações da própria categoria, "tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos".

A greve dos caminhoneiros, que hoje pagam o diesel nas alturas devido à política econômica e o destempero de Jair Bolsonaro, foi convocada por líderes da categoria que apoiam o governo e os atos antidemocráticos. E com a disparada do dolar hoje, devido às falas golpistas de Bolsonaro no 07 de setembro, indicam que novos aumentos dos combustíveis vêm por aí.

Confira a nota:

NOTA OFICIAL

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística - NTC&Logística, vem manifestar total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do País, por influência de supostos líderes da categoria. Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos.

Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc.

Esperamos que as autoridades do Governo Federal e dos Governos Estaduais adotem as providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional, como pressuposto indeclinável para o cumprimento da atividade essencial de transporte.

As empresas de transporte rodoviário de cargas, desde que garantido o livre trânsito dos seus veículos, terão condições de assegurar a continuidade do normal abastecimento em toda a cadeia de produção e consumo para a tranquilidade de todos.

A NTC deixa claro que não apoia esse movimento, repudiando-o, orientando as empresas de transporte a seguirem em sua atividade e orientando os seus motoristas para em caso de bloqueio ao trânsito dos seus veículos acionarem imediatamente a autoridade policial solicitando sua liberação.

São Paulo, 8 de setembro de 2021.


FRANCISCO PELUCIO
Presidente da NTC&Logística

Bolsonaro se recusa a incluir tratamento de covid-19 por ECMO no SUS

O desprezo de Jair Bolsonaro - e seguidores - pela vida humana é notório. A apologia à morte, também. Talvez não por acaso, seu governo se recusa a incluir no SUS o tratamento por ECMO, conhecido como pulmão artificial. Em alguns casos, é a única chance de sobrevivência à covid-19. 

A portaria nº 1.327/2021, publicada no último dia 23 de junho, pelo Ministério da Saúde, definiu que a terapia não terá cobertura do Sistema Único de Saúde. Para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec), que avaliou a proposta, a terapia tem custos muito altos e o sistema de saúde público brasileiro ainda não dispõe de unidades suficientes e com infraestrutura para a instalação da ECMO. 

A fundadora e diretora da ECMO Minas, a cardiologista pediátrica Marina Fantini, discorda que o limitador financeiro seja a grande questão sobre a implementação. Ela foi a responsável por uma mobilização que envolveu vários atores para utilizar a terapia via SUS e conseguiu salvar a estudante Eloisy Cristina dos Santos, de 14 anos. “Provamos que é possível organizar um time, buscar apoio da indústria e mobilizar doações. Eloisy ficou uma semana em ECMO e teve o melhor tratamento que poderia receber”. 

Criada nos EUA, há mais de 40 anos, a ECMO é indicada para pacientes, adultos ou pediátricos, com grave disfunção pulmonar ou cardiopulmonar. É uma forma de substituir o pulmão ou o coração quando eles não estão funcionando de forma adequada.

Mas, quem nesse governo se preocupa em salvar vidas?

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Marcos Rogério vira piada nas redes após assessor ser preso por tráfico de drogas: "Narcos"

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) virou alvo de piadas nas redes sociais após um assessor de seu gabinete ser preso pela Polícia Federal (PF), ontem, por tráfico de drogas. A Operação Alcance investiga uma organização criminosa que envia drogas da região Norte para Fortaleza. Marcos Rogério


é um dos mais fortes aliados de Jair Bolsonaro e defensor incondicional de suspeitos ouvidos pela CPI da Covid. Marcelo Guimarães Cortez Leite, agora exonerado, segundo o senador, recebia salário de R$ 4.553,53.

No Twitter, a hashtag "Narcos Rogério" ficou entre os assuntos mais comentados desta sexta-feira. O perfil do Instagram @memecrata também produziu um cartaz parodiando a série Narcos, da Netflix, em que o senador aparece como o personagem principal.

Elias Vaz quer convocar Milton Ribeiro para explicar interferência em Institutos Federais

Milton Ribeiro, o intervencionista (F: Sérgio Lima/Poder360)
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) quer convocar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para dar explicações à Câmara obre a suposta criação de 10 Institutos Federais e de nova política de indicação de reitores que o governo pretende implantar. O pedido foi apresentado à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. 

“O ministro anunciou em reunião com atuais reitores que pretende dividir IFs. Veja só que absurdo. A proposta dá a entender que serão criadas novas reitorias, mas, na prática, não seriam criados campi, nem ampliado o número de vagas e cursos. Vão apenas dividir o que já existe, sem oferecer estrutura para isso. É uma mudança puramente para atender interesses do governo”, explica Elias Vaz. 

O deputado aponta outro problema grave: esses novos reitores seriam indicados pelo governo federal e não eleitos num processo democrático. “Essa medida representa o desmonte da autonomia dos institutos federais. O presidente Bolsonaro já vem ameaçando essa autonomia desde que assumiu, nomeando reitores que não foram os mais votados em eleições internas das instituições e rompendo uma tradição em vigor desde a década de 1990”. 

Reitores e sindicatos estimam que o custo da criação de cada nova reitoria pode chegar a R$ 8 milhões ao ano. Uma contradição, já que os IFs vêm sofrendo com cortes no orçamento que passam de 20%, resultando na falta de recursos para implementação de laboratórios, refeitórios e até mesmo bolsas para os estudantes. “O orçamento hoje é proporcionalmente o mesmo de 2013, quando os Institutos não atendiam nem a metade dos alunos matriculados atualmente. E aí o MEC decide gerar mais gastos apenas com objetivos eleitoreiros, sem nenhuma preocupação com a realidade dos IFs”, conclui o deputado.

Bolsonaro desfigura lei que liberava patentes de vacinas

Bolsonaro: tudo ao mercado (F: Carolina Antunes/PR)
Em mais um ataque à saúde pública e aos mais pobres, Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou com vetos a lei que permitiria liberar as patentes de vacinas e medicamentos para a Covid-19, ampliando e barateando o acesso dos brasileiros a esses fármacos. O Projeto de Lei 12/2021, aprovado por ampla maioria na Câmara e no Senado, foi desfigurado pelos vetos. O Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual (GTPI), que reúne especialistas e entidades da sociedade civil, vai atuar junto ao Congresso Nacional para derrubar esses vetos.

Na prática, o presidente vetou os parágrafos 8, 9, 10, 11 do artigo 2 e livrou as empresas detentoras de patentes da obrigação de fornecer informações e mesmo material biológico para que sejam produzidos os fármacos que teriam suas patentes liberadas pela lei. O grupo de entidades vai recorrer aos parlamentares ainda nesta sexta-feira para que os vetos sejam revertidos no Congresso Nacional. Além disso, foi vetado o artigo 3, que estabelecia a aplicação da nova lei já na pandemia de Covid-19. Em nota, o governo afirmou que não utilizará licenças compulsórias para a pandemia de Covid-19.

A nova lei amplia um mecanismo já existente no Brasil, de tornar compulsórias as licenças de fabricação ou importação de fármacos essenciais à saúde pública. Em 2007, o instrumento foi usado para baratear e oferecer a mais pessoas um dos medicamentos de tratamento da Aids, cujo monopólio estava sob as mãos de uma empresa norte-americana. Pela nova lei, a licença compulsória, conhecida como quebra de patente, poderá ser usada de forma mais ágil pelo governo em casos de pandemia. No entanto, os vetos prejudicam a efetividade do mecanismo.

A obrigatoriedade do compartilhamento de todas as informações necessárias para a reprodução da tecnologia licenciada é parte fundamental desse projeto. O sistema de propriedade intelectual é dinâmico e é importante que as legislações para lidar com os problemas gerados estejam atualizadas e tragam instrumentos efetivos para o poder público”, afirma o doutor em Ciências Humanas e Saúde Pedro Villardi, coordenador do Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual.

Se restabelecida sem vetos, a lei criará um novo mecanismo para o licenciamento compulsório de patentes, garantindo ao país mais oportunidades de importação ou produção local de medicamentos, vacinas, diagnósticos e outros produtos de saúde. O objetivo é assegurar que regras de propriedade intelectual não criem situações de desabastecimento ou abuso de preço e inviabilizem o acesso da população.

O veto presidencial desmonta essa iniciativa do Congresso brasileiro, que é hoje uma das mais promissoras no mundo quando se trata de corrigir os desequilíbrios que as patentes estão causando na distribuição equitativa de vacinas e medicamentos”, afirma Felipe de Carvalho, Coordenador da Campanha de Acesso de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e integrante do GTPI.

O GTPI aponta que o projeto sofreu oposição de empresas farmacêuticas, que hoje controlam a produção e distribuição de vacinas e tratamentos. “A atuação das grandes multinacionais do setor tem sido marcada por faturamentos bilionários, aumentos regulares de preço, priorização da demanda de países ricos e relutância em compartilhar conhecimentos que permitam ampliar a produção e distribuição de vacinas”, aponta Villardi.

Ao contrário da Fiesp, Febraban reafirma manifesto em defesa da democracia

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu uma nota oficial em que reafirma o apoio ao manifesto em defesa da democracia intitulado "A Praça é dos Três Poderes". Organizado pela Fiesp, o documento provocou chiliques da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, controlados por indicados de Jair Bolsonaro, além do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Diante da reação, o presidente da Fiesp, o político Paulo Skaf, recuou da medida e adiou a divulgação do manifesto. A Febraban, por sua vez, considera que o objetivo do documento foi cumprido, dada sua ampla discussão pela imprensa nos últimos dias. Ou seja, para o sistema financeiro, o recado ao golpista Bolsonaro foi dado: um golpe jamais será tolerado. 

Confira a nota:

COMUNICADO PÚBLICO DA FEBRABAN

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reafirma o apoio emprestado ao manifesto "A Praça é dos Três Poderes", cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.

A FEBRABAN considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.

Diante disso, a FEBRABAN avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto.

A FEBRABAN confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa.

FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Rejeição a Bolsonaro dispara entre os mais ricos

Cenário que já era percebido entre pessoas com renda até 5 salários mínimos, o aumento da rejeição ao governo Bolsonaro agora também disparou entre as pessoas com renda acima desta faixa. É o que revela a pesquisa Quaest divulgada hoje. Os números são alarmantes para o governo devido ao rápido crescimento em relação à pesquisa anterior. 

No início de agosto, a rejeição entre os eleitores que ganhavam mais de cinco salários era de 36%. Agora, quase metade do eleitorado, 49%, consideram o governo Bolsonaro ruim. Por outro lado, a aprovação nesta faixa da população caiu de 41% para 29%. A avaliação regular também caiu de 27% para 22%.


A rejeição também aumentou no grupo de quem ganha entre 2 e 5 salários mínimos, de 41% para 46%. Apenas entre os trabalhadores que recebem menos de dois salários a rejeição caiu de 49% para 48%, mas dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.

Os dados refletem, ainda que indiretamente, o descontentamento dos grandes empresários e investidores com a condução do governo. Não por acaso, o chamado "PIB", ou seja, os grandes do país, preparam manifestos em defesa da harmonia entre os poderes. 

Bolsonaro perde apoio entre eleitorado masculino, aponta pesquisa

Maioria do eleitorado bolsonarista, os homens também parecem estar despertando para o caos em que o líder mergulhou o Brasil. É o que revela a mais recente pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje. A rejeição de Bolsonaro neste segmento foi de 40% na pesquisa anterior, divulgada há um mês, para 44%. Já a avaliação positiva caiu de 30% para 27%, superior à margem de erro, que é de 2 pontos percentuais.

Entre as mulheres, a avaliação negativa foi de 48% para 51% e a positiva caiu de 22% para 21%.