terça-feira, 5 de outubro de 2021

Genial/Quaest: Datena e Moro ultrapassam Ciro; Lula mantém liderança isolada

Pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje mostra o apresentador José Luiz Datena (PSL) e o ex-ministro de Bolsonaro Sergio Moro (sem partido) à frente de Ciro Gomes (PDT) na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem. No cenário em que disputa com o ex-juiz, Moro vence por 10% a 9%. Já o jornalista vence Ciro por 11% a 10%.

A pesquisa utilizou oito cenários, incluindo, pela primeira vez, a empresária Luiza Trajano (sem partido), cotada para a vice de Lula, que aparece com 4%, à frente do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que atingiu 3%, e do também senador Alessandro Vieira (Cidadania), que marcou 2%. 

Em todos os cenários, Lula mantém liderança isolada, variando entre 43% 3 46%. Bolsonaro aparece em segundo, com intenções entre 24% e 27%. As projeções mostram a possibilidade de Lula vencer ainda no primeiro turno, caso a terceira via não se consolide.

Os resultados são da pesquisa estimulada. Na espontânea, Lula tem 22% e Bolsonaro 17%, mas 55% dizem não saber em quem votar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

"Uma das maiores atrocidades cometidas contra a humanidade", diz associação de médicos sobre caso Prevent Senior

A confirmação dos depoimentos de médicos da Prevent Senior colhidos pela CPI da Covid no Senado "configura retrocesso à barbárie e coloca o Brasil como sujeito de uma das maiores atrocidades cometidas contra a humanidade." A afirmação é da Associação Paulista de Medicina (APM) em nota oficial divulgada hoje.

De acordo com os relatos, a empresa submeteu pacientes a tratamentos experimentais sem conhecimento dos mesmos ou da família, excluiu informações dos prontuários médicos e falsificou atestados de óbito, excluindo a causa da morte como sendo por Covid, apenas para tentar validar a administração de medicamentos sem eficácia defendidos por Jair Bolsonaro e aliados, muitos deles, também médicos.

"O objetivo seria a contraposição às medidas de isolamento social, de forma a privilegiar a atividade econômica.  A questão é gravíssima e exige apuração imediata, transparente e aprofundada.", diz a APM. Nos depoimentos, médicos se disseram coagidos pelos gestores da Prevent Senior a administrar os tratamentos comprovadamente ineficazes.

"A APM, em nome dos médicos, assim como toda a sociedade brasileira, clama pela apuração dos fatos e a responsabilização de quem tenha participado em eventuais ações criminosas.", finaliza o documento.

Confira a nota:

Nota oficial da APM sobre CPI da Covid-19, Prevent Sênior e Ética na Medicina

A Associação Paulista de Medicina (APM) registra perplexidade quanto aos recentes depoimentos colhidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito indicando suposto envolvimento de médicos em esquema que funcionaria para induzir a chamada "imunidade de rebanho".

De acordo com os depoimentos na CPI em curso, isso se daria por meio da administração de drogas comprovadamente ineficazes contra o vírus SARS-CoV-2 e, inclusive, envolveria experimentação em seres humanos realizada à margem dos padrões éticos vigentes.

O objetivo seria a contraposição às medidas de isolamento social, de forma a privilegiar a atividade econômica.  A questão é gravíssima e exige apuração imediata, transparente e aprofundada.

A Associação Paulista de Medicina é defensora intransigente da Ética e da qualidade da assistência médica.

A confirmação dos depoimentos que todos ouvimos configura retrocesso à barbárie e coloca o Brasil como sujeito de uma das maiores atrocidades cometidas contra a humanidade.

A Associação Paulista de Medicina já instou o Ministério Público com o intuito de trazer à luz a verdade e a aplicação das medidas judiciais.  Também foram notificadas a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Superintendência de Vigilância Sanitária em São Paulo e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.

A APM, em nome dos médicos, assim como toda a sociedade brasileira, clama pela apuração dos fatos e a responsabilização de quem tenha participado em eventuais ações criminosas.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Empresas começam a exigir comprovante de vacina para candidatos

Com o avanço da vacinação, algumas empresas já estão com a política de volta aos escritórios, mesmo que de forma híbrida e, por isso, para as contratações estipularam a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacina.

Na Luandre, uma das maiores consultorias de RH do país, essa passou a ser uma exigência no processo seletivo de alguns contratantes. “O movimento ainda não é dominante, mas alguns empregadores têm sim exigido o comprovante de vacinação como um dos requisitos para que os candidatos passem para as próximas etapas”, afirma Gabriela Mative, superintendente de seleção da Luandre.

Entre os principais motivos está o fato de a vacinação ser categorizada como um equipamento de proteção coletiva (EPC), ou seja, o profissional que não estiver vacinado pode colocar em risco a saúde de seus colegas e, caso o setor lide diretamente com o público, dos clientes.

“É tarefa do empregador promover um ambiente seguro de trabalho a todos, por isso, a empresa que define a obrigatoriedade da vacina entre os colaboradores, precisa aplicar a mesma medida no processo seletivo”, diz Gabriela.

A Portaria 597/04, do Ministério da Saúde, artigo 5º, § 5º, já autorizava a exigência da apresentação do comprovante de vacinação, “Para efeito de contratação trabalhista, as instituições públicas e privadas deverão exigir a apresentação do comprovante de vacinação, atualizado de acordo com o calendário e faixa etária estabelecidos nos Anexos I, II e III desta Portaria” Lei 13.979 de 06/02/2020.

Ainda não existe consenso entre os especialistas sobre até que ponto as empresas podem obrigar os funcionários a se imunizar contra a covid-19. A lei 13.979, no entanto, permite que autoridades adotem a realização compulsória da vacinação e outras medidas profiláticas para enfrentamento da emergência de saúde pública, desde que com base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas de saúde. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) já deu ganho de causa a favor da constitucionalidade da medida em dois casos.

Segundo a especialista da Luandre, a vacinação pode assim ser considerada interesse coletivo. “Acreditamos que mais empresas comecem a exigir o comprovante, na medida em que a vacina seja disponibilizada para toda população e conforme os colaboradores forem retornando ao trabalho presencial”, completa.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Médico desabafa e conta como o 'kit covid' afetou a administração do hospital de campanha

Dr. Malek Imad e equipe do hospital (F: Acervo pessoal)
Nos primeiros momentos de pandemia no país, assim como no resto do mundo, quando pouco se sabia sobre o coronavírus e seu comportamento em relação ao nosso organismo, diversas avenidas de teste com medicamentos e terapias foram exploradas. Quando se tem uma doença tão destrutiva agindo de maneira rápida e sem controle é normal que se considerem diferentes caminhos, como foi o caso da hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina no começo de 2020.

“Conforme o tempo foi passando, com novos dados e entidades sérias se posicionando contra a eficácia destes medicamentos, como médico, não podia responsavelmente indicá-los à pacientes já tão debilitados”, comenta o doutor Malek Imad, especialista em medicina de Urgência e Emergência, sobre a sua experiência administrando um dos hospitais de campanha do Estado de São Paulo.

Apesar de ter sido recomendado e até usado em alguns pacientes logo na chegada do coronavírus, o chamado ‘kit covid’, não tem efeitos efetivos contra a doença. A comunidade médica, incluindo a OMS, vem deixando bem claro através de diversos pronunciamentos durante o último ano, que a melhor maneira de evitar a contaminação é através do isolamento, o uso de máscara e depois da sua criação, a vacina.

Claro, existem estudos publicados a favor do uso destes medicamentos, porém, nenhum deles traz um embasamento de pesquisa concreto. “Em qualquer estudo científico, em especial no campo da medicina, existe uma ordem que deve ser respeitada para ter resultados imparciais e corretos,” explica Imad sobre a pesquisa feita pelo médico francês Didier Raoult, publicada em março de 2020, usada por muitos que defendem o uso do kit. “Mas, neste caso a metodologia foi desrespeitada e um resultado obtido desta maneira não pode ser levado a sério, principalmente quando falamos de vidas humanas.”

Desde então, Raoult foi denunciado pela Sociedade de Patologia Infecciosa de Língua Francesa (SPILF), por promoção indevida de medicamentos. Apesar disso, de certa maneira, o estrago já havia sido feito. O estudo do francês foi usado pela comunidade contra o isolamento e como arma política em diversas ocasiões, e não só no Brasil.

“Depois que a informação falsa se espalhou e caiu na boca do povo, tivemos de lidar com uma situação delicada, tanto eu quanto minha equipe, durante o atendimento no hospital de campanha,” conta o especialista. “Muitas pessoas queriam de qualquer maneira, pacientes e familiares, que eu prescrevesse o kit covid”, acrescenta.

Imad compartilha como teve que, além da dificuldade de cuidar de pacientes com uma doença incurável, impedir que os pacientes sob o seu cuidado não recebessem nenhum destes remédios como tratamento, e se manter firme na decisão mesmo com uma forte pressão pública.

“Coisas das mais diversas aconteceram nesse período,” relembra. “Tivemos brigas da equipe com pessoas que queriam o tratamento precoce, visitantes levando o kit covid escondido para os internados, e houve até um protesto fora do hospital para que implementássemos os medicamentos no tratamento.”

Mesmo com ações por vezes hostis, para o médico a população não deve ser culpada. “Estamos falando de um momento de extremo medo e apreensão num âmbito mundial, lidando com uma doença devastadora. No final, a responsabilidade de acalmar as pessoas e fazer com que a informação correta chegue a elas é da política pública”, pontua o especialista.

Devido a falta de informação, e ainda a própria desinformação, o mito do tratamento precoce permanece até hoje, mesmo com a chegada da vacina. Imad destaca que esses remédios não são ineficazes sempre, como a hidroxicloroquina que é essencial no tratamento da lúpus. “Eles só são realmente vazios contra o coronavírus. Além de serem medicamentos de ação forte, que podem afetar o fígado e o coração, deixando sequelas desnecessárias.”

Mesmo com reações adversas, doutor Malek Imad conseguiu seguir com seu plano de tratamento baseado em dados científicos, assim como uma medicina humanizada. “Apesar das dificuldades, tenho muito orgulho de meu trabalho no hospital de campanha. Acredito que minha decisão ajudou muito a comunidade de que fiz parte durante aquele período, e reforço que no momento, a única via que temos contra a doença é a vacina,” finaliza.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

87 baleias foram mortas no litoral brasileiro. O que faz o governo Bolsonaro? Nada

Os estragos da desastrosa atuação do ex-ministro Ricardo Salles na pasta do Meio Ambiente assombrarão o Brasil durante anos, talvez, décadas. E, a cada dia, revela-se um novo horror. Durante parte de sua gestão, 87 baleias morreram na costa brasileira. A denúncia é dos deputados Célio Studart (PV-CE) e Israel Batista (PV-DF), que protocolaram requerimento questionando o ministro Joaquim Leite sobre as ações e projetos, no âmbito da pasta e dos órgãos vinculados, que estão sendo adotados para evitar a morte dos cetáceos.

Segundo dados levantados pela assessoria técnica do Partido Verde, o encalhe e as redes de pesca clandestinas são, a princípio, os motivos principais da tragédia. Também tem se levantado outras hipóteses para a morte das baleias, tais como: a diminuição da disponibilidade, em função do aquecimento global, de pequenos peixes e de Krill (pequeno crustáceo, similar ao camarão, habitante do oceano austral, cuja biomassa alcança 380 milhões de toneladas, tendo papel chave na cadeia de vida marinha, se alimenta de um tipo de plâncton e, por sua vez, passa a ser o alimento preferido de pinguins, focas e baleias).

Foram registrados o encalhe e morte de 87 baleias jubartes no Brasil, oito no Rio Grande do Sul; 30 em Santa Catarina; cinco no Paraná; 21 em São Paulo; 11 no Rio de Janeiro; cinco no Espírito Santo; seis na Bahia; e uma em Sergipe.

O deputado Célio Studart reforça ainda a preocupação com a manutenção dos ecossistemas marinhos, relembrando o vazamento de óleo que afetou diversas praias em vários estados, em 2019. “Não tivemos uma elucidação deste lamentável episódio e, agora, estamos tendo mortes de animais extremamente importantes para a manutenção da vida nos mares. É urgente que a gente tenha políticas claras de preservação dos oceanos, bem como punição para quem pratica pesca ilegal”, cobrou o deputado.

Com o requerimento, o PV quer saber sobre os projetos, planos, ações e providências que foram efetivadas pelo Ministério para monitorar, prevenir e fiscalizar o presente tema, evitando-se a ocorrência de episódios semelhantes. Ainda dentre os questionamentos apresentados pelos deputados, estão: o montante orçamentário da pasta destinado às ações e projetos para preservação destas espécies, a quantidade de multas que foram aplicadas por pesca ilegal de baleias, entre os anos de 2018 e 2021, os quadros comparativos de valores arbitrados e arrecadados, bem como a utilização destes recursos em ações de prevenção e educação ambiental.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Luciano Hang diz que "será um prazer" depor na CPI

O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da estátua da liberdade, digo, da Havan, que ficou milionário durante os governos Lula e Dilma, diz que será um prazer falar aos senadores na CPI da Pandemia. Em nota divulgada à imprensa, o negacionista, que ocultou o real motivo da morte de sua mãe por covid-19 para defender o kit Covid de Bolsonaro, aplicado a ela, Hang diz que vai falar "de todo o trabalho que nós fizemos, visando ajudar no enfrentamento da pandemia, buscando auxiliar na saúde do povo brasileiro e também na economia".

Segundo o empresário, que passou a vender gêneros alimentícios em suas lojas de utilidades domésticas apenas para burlar os decretos de fechamento do comércio não essencial, ele sempre defendeu os cuidados com a saúde da população.

Hang e a Havan não responderam os questionamentos do blog à assessoria de imprensa sobre as denúncias apresentadas à CPI dando conta de fraudes nos prontuários da Prevent Sênior para burlar as notificações de morte sobre Covid nem sobre a informação, repassada por médicos à Comissão, de que sua mãe foi submetida a tratamento experimental contra a Covid. O espaço permanece aberto.

Confira a íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Recebo com tranquilidade a informação que serei convocado para depoimento, como testemunha, na CPI da Covid-19, na próxima quarta-feira, 29, de setembro de 2021. 

Será um prazer estar presente e falar de todo o trabalho que nós fizemos, visando ajudar no enfrentamento da pandemia, buscando auxiliar na saúde do povo brasileiro e também na economia.

Desde o princípio falamos que era preciso cuidar da saúde, sem descuidar da economia. 

Estou totalmente à disposição para esclarecer qualquer questionamento.

Luciano Hang

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

E os blogueiros bolsonaristas dançando e rindo das mortes pela Covid?

O desprezo de Jair Bolsonaro e seus fanáticos seguidores pela vida é notório. O escárnio com o sofrimento alheio, uma rotina. Mas é sempre bom relembrar.

Em março de 2020, quando o Brasil tinha cerca de 200 mortes provocada pela Covid-19, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, antes de fugir para os Estados Unidos, debochava da incipiente pandemia.

Ele e os comparsas extremistas Italo Lorenzon e Fernando Melo, do site de fake news Terça Livre, zombavam das famílias enlutadas com uma dancinha provocativa. "Corona é o caralho", dizia Allan dos Santos. 

Fariam o mesmo agora, quando o país atinge quase 600 mil óbitos?

Veja o vídeo:

A bolha de Bolsonaro nos salvará

Muito se comenta sobre o discurso lunático proferido na Assembleia da ONU por Jair Bolsonaro. Vivendo em um mundo paralelo, quase esquizofrênico, ele mentiu, inventou, atacou e, acima de tudo, mostrou, mais uma vez, seu completo deslocamento da realidade.

Bolsonaro vive um uma bolha e nunca saiu dela. Catapultado ao poder em um momento de profunda insatisfação do país com seus governantes, como salvador da pátria, passou a agir sistematicamente como tal. E essa, felizmente, será sua perdição.

Além de nunca abandonar o palanque, Bolsonaro se revelou um refém e retroalimentador de fanáticos. Terraplanistas, negacionistas, conspiradores, adeptos da invasão da Terra por alienígenas para clonar o "Mito" etc estão entre seus principais apoiadores. E é para este e com este público que Bolsonaro dialoga.

Longe de parecer ruim, isso é um benefício de médio prazo para o país. Ao ignorar a realidade, a inflação, a destruição do meio ambiente, a fuga de capitais, meio milhão de mortos pela Covid-19 e apostar na invasão comunista e no plano chinês para dominar o mundo, Bolsonaro fica cada vez mais isolado sem ter plena noção disso. 

Vivendo eternamente em seu cercadinho, ele parece o rei nu. Aplaudido por todos sem ninguém com coragem para dizer que é motivo de chacota, ele acredita ser o próprio rei, talvez um deus. E seus apoiadores, que vivem igualmente em uma bolha contra a "grande mídia esquerdista e os esquerdopatas" também acreditam que representam alguma maioria.

Quando acordarem, felizmente, será tarde. Teremos um país quase destruído, mas recuperável.  

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Homem aciona o MP afirmando que Bolsonaro foi clonado por ETs. Assista

A sessão virtual do Conselho Institucional do Ministério Público Federal (MPF) da última quinta-feira (16) foi, no mínimo, inusitada. Um homem identificado como Sérgio Soares da Silva Paim pediu para fazer a sustentação oral de uma denúncia que havia sido arquivada anteriormente pelo órgão. Segundo o denunciante, que falou sem acionar a câmera alegando problemas técnicos, mesmo contrariando a regra de publicidade das sessões, a Terra (não se sabe plana ou redonda) está sob ataque de alienígenas.

Ele garantiu que, desde o ano passado, reptilianos estão fazendo cópias de várias pessoas pelo mundo. E o mais copiado é justamente Jair Bolsonaro. Paim ainda afirmou que a Covid-19 é uma criação alienígena em parceria com os chineses e que "os efeitos mortais são desencadeados eletronicamente". 

Durante os dez minutos de sua sustentação oral, acompanhada por 15 conselheiros, Paim iniciou diferenciando cópia de clone. Segundo ele, no primeiro caso, a pessoa é exatamente a mesma, inclusive com as mesmas memórias. Já o clone seria como "um irmão gêmeo".

Assista a partir de 1h40':

O denunciante disse ainda que, desde 2010, quando foi submetido a um processo de robotização, os extraterrestres têm controle completo sobre ele, o que fez com que tivesse a capacidade de receber as informações que resultaram na denúncia por telepatia. Paim afirmou ainda que o procurador Carlos Frederico Francisco só recusou sua denúncia porque fez um acordo com a CIA e com a "ala sabotadora" em troca de uma cópia sua.

"O jornalista Glenn Greenwald (fundador do The Intercept Brasil), por exemplo, tem várias cópias", alega Paim. "Ele aparece (em imagens) conversando com as pessoas com idades diferentes", garante.

Já para provar que Bolsonaro tem várias cópias de si mesmo, Sérgio Paim afirma ter apresentado na denúncia várias fotos do abdome com e sem as cicatrizes da facada que levou durante a campanha de 2018. "Como é que ele pode ter um abdome sem as cicatrizes da bolsa de colostomia?, questiona. "Esses dois casos, qualquer criança consegue perceber a diferença".

Em resumo, o objetivo da denúncia, segundo Paim, é justamente provar que pessoas têm cópias. "Arquivar a notícia de fato dizendo que eu não apresentei provas? Eu apresentei", garante. "(Bolsonaro) queria comprar antrax e, como punição, a subespécie o obrigou a publicar fotos do abdome sem a facada", explica.

Ao encerrar a defesa da denúncia, Paim disse que quatro procuradores da República de São Paulo foram presos por associação com a CIA para assassiná-lo. Ele acusou ainda o presidente da Comissão, Francisco Rodrigues, de ter sido cooptado para não acolher as denúncias em troca de uma cópia de si mesmo.

Rodrigues encerrou o assunto ressaltando que nenhum procurador - ou cópia - citado foi preso. E que  afirmações desconexas e fatos inverossímeis impedem o prosseguimento da denúncia. E ainda deve sobrar um processo de calúnia e difamação contra Paim.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Bancos declaram guerra a Bolsonaro

Um dos setores que mais lucraram durante os governos petistas, especialmente os oito anos de Lula, o sistema financeiro declarou guerra ao ex-queridinho Jair Bolsonaro, apoiado maciçamente pelo mercado em 2018. Após o manifesto A Praça é dos Três Poderes, em que defendeu a harmonia e a autonomia entre os poderes, no momento em que um enfurecido e descontrolado Bolsonaro pregava a desobediência de ordens judiciais, a Febraban, agora, critica duramente o aumento eleitoreiro do IOF pelo governo.

Em nota oficial, a entidade, que é integrada, entre outros, pelos bancos públicos Caixa e Banco do Brasil, afirma que  o resultado do aumento do imposto para bancar o Auxílio Brasil, o Bolsa Família de Bolsonaro, "é o desestímulo aos investimentos e mais custos para empresas e famílias que precisam de crédito". 

Não é preciso lembrar que Bolsonaro e sua trupe classificavam o Bolsa Família de ação eleitoreira dos governos petistas, uma forma de manter os miseráveis na miséria. "Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia", ressalta a Febraban.

Após perder apoio entre evangélicos e ricos, seu eleitorado tradicional, Bolsonaro segue colecionando desafetos. Que siga assim.

Confira a nota:

POSIÇÃO DA FEBRABAN SOBRE AUMENTO DO IOF

Aumento de impostos sobre o crédito, mesmo que temporário, agrava o custo dos empréstimos, particularmente em um momento em que o Banco Central precisará subir ainda mais a taxa básica de juros para conter a alta da inflação.

O resultado é o desestímulo aos investimentos e mais custos para empresas e famílias que precisam de crédito. Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia.

Para enfrentar as dificuldades fiscais, evitar impactos negativos no custo do crédito e propiciar a retomada consistente da economia, só há um caminho: perseverarmos na aprovação da agenda de reformas estruturais em tramitação no Congresso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Apenas 21% dos moradores do Centro-Oeste acreditam em melhoria das finanças familiares

Tradicional reduto do agronegócio, onde Bolsonaro mantém seus maiores níveis de aprovação (ao lado da região Sul), em torno de 30%, a região Centro-Oeste parece, também, desacreditada na capacidade do governo de recuperar o país. Na região, o número de pessoas que aguardam a recuperação financeira da família apenas em 2022 passou de 41% (junho) para 55% (setembro). A parcela dos que achavam que essa situação iria melhorar ainda este ano caiu de 29% (junho) para os atuais 21%. É o que revela  o Radar Febraban para a região.

Mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a análise de especialistas que mostram otimismo com o crescimento da economia em 5%, mesmo faltando 4 meses para o final do ano, a opinião pública do Centro-Oeste segue incrédula.

Os dados revelam que 70% dos que vivem na região acreditam que a economia só vai se recuperar a partir de 2022. Em junho, esse percentual era de 64%. Para 52%, o poder de compra vai encolher nos próximos seis meses. Em junho, essa avaliação era compartilhada por 51% das pessoas. Um indicador que registrou elevação considerável foi a expectativa sobre o aumento do desemprego (56% hoje, era de 45% em junho).

Essas são algumas das principais conclusões da nova pesquisa para a região Centro-Oeste, realizada entre os dias 2 e 7 de setembro pelo Ipespe, que ouviu 3 mil pessoas, maiores de 18 anos, em todo o país. 

Um indicador que registrou queda foi o número de entrevistados que acreditam num aumento da taxa de juros no próximo semestre: 68%, contra 70% verificados em junho.

A pesquisa mostra que 41% acreditam no aumento do acesso ao crédito para pessoas físicas e empresas, o maior índice do pais nesse quesito.

Ou seja, as bravatas, idas e voltas de Bolsonaro têm deixado mesmo os maiores entusiastas do estilo truculento e irresponsável do "mito" um pouco mais conscientes do desastre que foi - e está sendo - sua eleição.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Senador apresenta PEC para 2º turno com três candidatos. Novo golpe à vista?

Um golpe pode ser dado de várias maneiras. A derrubada de Dilma, em 2016, é prova disso. E a criatividade dos interesseiros de plantão parece não ter fim.

A possibilidade de vitória de Lula nas eleições do ano que vem, em um provável segundo turno com Bolsonaro, provocou uma situação inusitada. O senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR) apresentou uma PEC (nº 29/2021) incluindo um terceiro candidato na disputa pelo segundo. “Considero uma ideia interessante, para que o eleitor possa escolher com quem ele realmente se identifica no segundo turno”, defendeu o paranaense.

Oriovisto só se esqueceu de que o segundo turno foi criado justamente para que um dos candidatos, o vencedor, receba mais da metade dos votos (50% mais 1), o que consolidaria realmente a vontade da maioria do eleitorado. Com três elementos na disputa, corre-se o risco de o presidente eleito receber pouco mais de 30% dos votos, uma completa desvirtuação do objetivo do segundo turno. E com números bem próximos do eleitorado que aparentemente ainda detém Jair Bolsonaro.

Mais de 6 milhões de brasileiros defendem pautas comparáveis às do Taleban

No Brasil, 6,4 milhões de adultos se identificam com o ideário defendido pelo Taleban, a milícia radical islâmica que voltou ao poder no Afeganistão. Para chegar a esse resultado, o Instituto Locomotiva apresentou três afirmações aos entrevistados. Os que concordaram com todas as três posições formam o nicho ultraconservador nacional e podem ser considerados irmãos de fé dos Talebans. As afirmações foram as seguintes:

- O Estado brasileiro deve ser cristão (24% do total de entrevistados concorda);

- Mais pessoas deveriam ter acesso ao porte de armas (28% do total de entrevistados concorda)

- Mulheres são melhores para realizar tarefas domésticas” (17% do total de entrevistados concorda).

O recorte representado pelas três afirmações está na essência do Taleban, grupo fundamentalista armado que defende um Estado religioso e a total submissão das mulheres. “O resultado não chega a surpreender. A onda conservadora cresceu no mundo nos últimos anos e mostrou a sua cara”, explica Renato Meirelles, presidente do Locomotiva. “Mas, não deixa de ser chocante constatar que, mesmo pequeno, temos uma espécie de Taleban à brasileira”.

Dentre os 6,4 milhões de radicais verde-amarelos, 60% são homens, 8 em cada 10 possuem até o ensino superior e 56% têm mais de 45 anos. Em uma escala de autoclassificação ideológica, 50% se consideram de direita, 17% se dizem de esquerda e 5% de centro, enquanto 28% não sabem se classificar. Para 70% desse público, “casais do mesmo sexo não devem ter o direito de se casar”, 67% acham que “a bíblia tem a receita completa do que é certo e do que é errado”, 63% acreditam que “cotas para negros nas universidades prejudicam a sociedade”, 54% consideram que “a polícia precisa ser violenta para combater bandidos” e 43% acham que “em 1964 os militares fizeram uma revolução que foi boa para o Brasil”.

“As ideias defendidas pelos Talebans brasileiros estão em linha com a pauta conservadora nos costumes e de desmonte de conquistas sociais do atual governo, mas longe de serem hegemônicas na sociedade. Esse é mais um ponto de fricção dos muitos que o País vem enfrentando nos últimos tempos”, diz Meirelles.

A pesquisa foi feita entre os dias 15 e 22 de julho. A amostra é composta de 2.420 entrevistas em 71 cidades do país, com homens e mulheres a partir dos 16 anos. A margem de erro é de 1,9 pontos percentuais.