sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Goiás emite primeiro documento do país com biometria em alta definição

Cada impressão digital identifica uma única pessoa. Por isso, a biometria é usada nos principais documentos de identificação e é uma importante aliada na solução de crimes. Infelizmente, falhas na identificação biométrica em todo o mundo contribuem para a vulnerabilidade do sistema, expondo a risco especialmente as crianças, que são as principais vítimas de sequestro, tráfico internacional para exploração sexual e adoção ilegal. O Brasil é o primeiro país do mundo a contar com uma tecnologia que permite a identificação biométrica ainda na sala de parto, além de estabelecer o vínculo inquestionável do bebê com a mãe.  


O sistema foi desenvolvido pela startup brasileira Natosafe e acaba de ser adotado pelo governo de Goiás, que será o primeiro estado brasileiro a emitir ainda em agosto a carteira de identidade com dados biométricos de um bebê em alta definição, obtidos logo após seu nascimento.

“Esse é um grande passo para a humanidade, resultado de anos de pesquisas e investimentos com o propósito de contribuir para a segurança das crianças de todo o mundo. Goiás foi o estado pioneiro na implantação da tecnologia e agora estamos em fase final de homologação do primeiro documento com digitais em alta definição, que irá garantir a identificação biométrica com uma qualidade inquestionável desde o primeiro momento de vida da criança”, explica o CEO da Natosafe, Ismael Akyiama.

Por meio do projeto Bebê IPASGO, que prevê a inclusão automática de recém-nascidos ao sistema do plano de assistência em saúde do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás, o estado implantou a identificação biométrica ainda na sala de parto. A plataforma utilizada chama-se INFANT.ID e faz captura, análise e exportação de digitais em alta definição, além de envio e disponibilidade das imagens coletadas para o instituto de identificação, desde o minuto zero de vida de uma criança.

A solução é capaz de gerar um vínculo único entre recém-nascidos e mães e as informações coletadas são enviadas para as autoridades públicas. O scanner utilizado pela plataforma foi certificado pelo norte-americano FBI (Federal Bureau of Investigation), a maior agência policial do mundo. A ação integra o projeto de Identificação Neonatal da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), que pretende implantar a biometria neonatal em todos os municípios goianos.  

No Ipasgo, a primeira etapa do projeto teve início em junho desse ano. A inciativa permite a emissão da certidão de nascimento com CPF e a verificação de reconhecimento biométrico junto da mãe, antes de receberem alta da maternidade. Todos os dados coletados são enviados à base de identificação biométrica da Polícia Civil e posteriormente usados para a emissão da carteira de identidade. “Essa solução tem o propósito de contribuir para um mundo mais seguro. Oito milhões de crianças desaparecem no mundo todos os anos. No Brasil, são cerca de 50 mil por ano. Além disso, um terço das crianças não existem no mundo, ou seja, não têm evidências de seu nascimento, o que amplia ainda mais a vulnerabilidade delas”, ressalta Ismael Akyiama.

A solução atende os requisitos de compatibilidade, rastreabilidade, unicidade e segurança da informação, capturando os dados automaticamente por meio de algoritmos inteligentes. A tecnologia foi desenvolvida para ser usada por maternidades, hospitais, postos de vacinação, clínicas médicas, centros e institutos de identificação, cartórios de registro civil e até no controle de fronteiras. 

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Delegado que investiga Sleeping Giants é cunhado de blogueiro bolsonarista

(Reprodução da internet/The Intercept)
O estado policialesco implantado por Bolsonaro para investigar, constranger e ameaçar opositores parece não ter limites. Após dossiê antifascista produzido pelo Ministério da Justiça, outra denúncia escandalosa surge. 

"O delegado da Polícia Federal que investigou o Sleeping Giants Brasil é cunhado de Flavio Azambuja Martins, mais conhecido pelo pseudônimo Flavio Morgenstern, influenciador bolsonarista em redes sociais e dono de uma página de extrema direita chamada Senso Incomum", diz reportagem do The Intercept Brasil. "Azambuja é crítico feroz do grupo anônimo que atua para retirar anúncios de sites que propagam conteúdo de ódio, fake news e desinformação – caso do próprio Senso Incomum. Azambuja, vale lembrar, foi condenado a indenizar Caetano Veloso em R$ 120 mil por mover uma campanha digital acusando o artista de pedofilia", lembra a reportagem.

Revela, ainda, o Intercept - "Vamos à genealogia: Ricardo Filippi Pecoraro, o delegado, é irmão de Camila Filippi Pecoraro, uma advogada que se casou com Azambuja em 2014 em São Paulo. Tivemos acesso à certidão de casamento que comprova a união. Azambuja, após a assinatura do documento, adotou o sobrenome da mulher – Flavio Azambuja Martins Filippi Pecoraro.

Tivemos acesso também a documentos que atestam o grau de parentesco entre Camila e o policial federal Ricardo Pecoraro, seu irmão e cunhado de Azambuja, o delegado responsável pela insólita investigação que prometia ir arás de sites que publicam fake news mas, na verdade, investigou os denunciantes, como revelamos."

A matéria revela, ainda, as estranhas coincidências entre textos postados no site Senso Incomum e os argumentos utilizados pelo delegado ao justificar a investigação.

A reportagem completa você pode ler aqui.

Questionada, a PF informou apenas que tomou conhecimento do assunto. Nenhum dos outros citados respondeu aos pedidos de explicação.

A chefe da corregedoria Regional da Polícia Federal no Paraná é a doutora Rosicleya Baron de Albuquerque Barradas. Este é o telefone dela: (41) 3251-7671 e esse é seu e-mail: cor.srpr@dpf.gov.br. As informações são públicas, disponibilizadas no próprio site da PF.

Dia do Miojo: com 2,4 bilhões de porções, Brasil é o 10º do mundo em consumo

Brasil consumiu 2,4 bilhões de porções em 2019 (Foto: jcomp - br.freepik.com)
Neste dia 25, comemora-se uma das principais invenções japonesas, o macarrão instantâneo. Conhecido como Dia do Miojo, a data celebra os 62 anos de um dos alimentos que conquistou o paladar de muitos ao redor do mundo e que é hoje uma das refeições mais consumidas em todo o planeta, tanto pelo sabor, quanto pela praticidade.

Segundo a Associação Mundial de Macarrão Instantâneo (WINA, na sigla em inglês), em todo o mundo foram servidas 106,4 bilhões de porções no ano passado. O Brasil é o décimo na lista dos países que mais comem o produto, sendo o principal consumidor na América Latina. Só em 2019, foram servidas 2,4 bilhões de porções no País.

Mas como surgiu o macarrão instantâneo? Essa história começou lá em 1910, quando nasceu o Sr. Momofuko Ando, o criador do produto e também o fundador da NISSIN FOODS GROUP. Foi em 1958, no período pós-Segunda Guerra Mundial, que o Sr. Ando viu grandes filas de japoneses em busca de comida. Era um momento de reconstrução do país asiático, que sofreu muito por conta dos combates da Segunda Guerra.

Surpreso com o esforço das pessoas, o Sr. Momofuko Ando, em um cômodo no quintal de casa, buscou desenvolver um produto prático, saboroso, seguro, com armazenabilidade e preço acessível. E, após vários desafios, conseguiu finalizar sua invenção: o primeiro macarrão instantâneo do mundo, o Chicken Lámen.

O produto se popularizou, ganhou novos sabores e em 1965 chegou ao Brasil. Mas as inovações não pararam por aí. Em 1970, em uma viagem aos Estados Unidos, o Sr. Momofuku Ando observou um norte-americano consumindo o produto em um copo de papel, com os fios do macarrão cortados em tamanho menor. Foi assim que, com o desafio de desenvolver a embalagem ideal para comer o macarrão instantâneo em qualquer lugar, o inventor vislumbrou o Cup Noodles. Ademais, em 2018, a WINA incluiu mais dois princípios ao famoso produto: ser nutritivo e ecologicamente sustentável.

Hoje o alimento possui, inclusive, um museu dedicado à sua história, o Cup Noodles Museum Osaka Ikeda, localizado em Osaka, no Japão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Petição pede processo contra Sara Winter e Porta Fidei. Assine

Uma petição online iniciada no Change.org cobra abertura de processo "contra Porta Fidei e Sara Winter por divulgarem dados de criança grávida aos 10". A instituição e a agitadora Sara Geromini contrariaram o Estatuto da Criança e do Adolescente ao divulgar os dados pessoais da menina de dez anos, abusada desde os seis pelo tio, que seria submetida a um aborto autorizado pela justiça.

Aos gritos de "prostituta", a criança e profissionais do hospital do Recife, onde o procedimento foi realizado, foram ameaçados por fundamentalistas religiosos. "Entre os que cometeram esse crime", ressalta o documento, "e divulgaram as informações está a comunidade católica Porta Fidei, que se reuniu em frente ao hospital em que a menina estava internada e realizou um story onde uma moça falava sobre o caso, quebrando o sigilo que foi conferido por lei e divulgando sua localidade, causando aglomeração. A Porta Fidei colocou em risco a vida da criança e de sua família. Assim como Sara Giromini, mais conhecida como Sara Winter, que divulgou no Twitter a identidade da menina e o hospital em que ela estava, informações que deveriam ser sigilosas, fazendo com que a multidão de religiosos se dirigisse à porta do Hospital para protestar com hostilidade contra o procedimento e na tentativa de constranger a menina, que teve que entrar no hospital junto com a avó no porta-malas de um carro para manter a segurança e integridade física."

A ação dos terroristas digitais obrigou o governo de Pernambuco a providenciar nova identidade para a criança.

"Exigimos, portanto, que tanto a comunidade católica Porta Fidei quanto Sara Winter sejam PROCESSADOS e paguem perante a lei pelo crime que cometeram de expor informações que corriam em sigilo judicial absoluto e tornar pública, através de redes sociais, a identidade da criança assim como sua localização, atentando, assim, contra a segurança de um vulnerável.", cobra a petição.

O documento, no início da tarde desta segunda-feira, tinha mais de 166 mil assinaturas. Você pode assinar clicando aqui.

#Micheque: Ação na internet coloca cheques de Queiroz a Michelle no topo das redes sociais

Após Jair Bolsonaro agredir verbalmente jornalista, ontem, ao ser questionado sobre os R$ 89 mil que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu do comparsa Fabrício Queiroz, uma ação na internet colocou, desde o domingo, o questionamento no topo dos trending topics do Twitter, além de ter movimentado outras redes.

No início da manhã desta segunda, três termos relacionados ao tema figuram entre os mais comentados: #Queiroz, #Michelle e #Presidente. A hashtag #RespondeBolsonaro também aparece bastante tuitada.

A ação começou após Bolsonaro, ao ser questionado sobre os repasses, ter respondido: "Vontade é encher tua boca com porrada".

O humor não foi deixado de lado. #Micheque também está entre os termos mais comentados. Sites e charges completam a ação. 

Nesta manhã, outro assunto apareceu entre os críticos à truculência de Bolsonaro: o indiciamento da deputada Flordelis pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo. A internet não perdoou e fotos de Bolsonaro e Michelle ao lado da pastora Flordelis ganharam as redes.


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Proibido no mundo, agrotóxico que causa câncer e depressão pode ter banimento revisto no Brasil

(Reprodução contraosagrotoxicos.org)
Altamente tóxico e com sérios riscos para a saúde, em especial de produtores rurais, o agrotóxico conhecido como “paraquate”, com data prevista para o banimento em todo o território nacional, pode ter autorização revista pela Anvisa. Parlamentares se mobilizam para evitar que substância continue a ser usada na produção agrícola, que resulta em recusa de mercados internacionais.

No próximo dia 22 de setembro começa a valer a norma que proíbe a produção, importação, comercialização e uso deste herbicida no país. No entanto, há relatos de manobras em curso visando neutralizar esta determinação legal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) datada de setembro de 2017.

Fabricada pela gigante mundial suíça Syngenta desde a década de 60, e proibido em território europeu desde julho de 2007, em função de ser, comprovadamente, depressivo, cancerígeno e mutagênico o paraquate ocupa o oitavo lugar no ranking dos agrotóxicos mais vendidos no Brasil.

O risco da ocorrência de câncer no sistema linfático, como casos registrados em Puglia, no sul da Itália, aumenta se há a interação entre o paraquate e outros agrotóxicos, como o captafol e o radone. Pesquisadores acreditam ainda que haja associação entre o uso desta substância, de alta letalidade, e o mal de Parkinson.

No total, mais de cinquenta países já baniram o paraquate, além de toda a união européia. Recentemente, China, Vietnã e Tailândia também anunciaram a proibição.

Ações

Na contramão do mundo, o Brasil autorizou desde o ano passado 479 novos agrotóxicos. O índice é o maior dos últimos 14 anos. Em reunião do conselho diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, houve um pedido de vista ao processo que visa adiar o banimento. Em abril, a agência já havia tentado rediscutir a postergação do prazo, em meio a pandemia. A tentativa não prosperou por ação do Ministério Público do Mato Grosso do Sul.

Em 2019, o deputado federal Célio Studart (PV-CE) ingressou com ação popular na Justiça Federal visando suspender ato do Ministério da Agricultura que havia liberado, em setembro, 63 novos agrotóxicos, tendo, inclusive, obtido decisão liminar favorável à época. Muitos desses produtos apresentam alto grau de toxicidade e periculosidade, além de serem proibidos em diversos países.

No último mês, Studart protocolou ofícios à Anvisa e à Advocacia-geral da União, alertando para a possibilidade de manobras para o adiamento do cumprimento da Resolução 177, que determinou o efetivo banimento do Paraquate no Brasil. A bancada do Partido Verde informa que está alerta e aguarda definições da Anvisa para adoção de todas as medidas pertinentes.

Diga "não" à tributação de livros proposta por Bolsonaro

Que o governo Bolsonaro e seus cegos seguidores desprezam qualquer forma de estudo, ciência e cultura não é segredo para ninguém. Mas poucos acreditavam que os ataques ao conhecimento fossem tão violentos.

A proposta de Reforma Tributária enviada pelo ministro Paulo Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso estabelece uma taxação de 12% em cima dos livros, conforme alerta petição on line aberta no Change.org. "Atualmente, os livros não possuem essa taxa, pois o objetivo disso (quando proposto por Jorge Amado) era tornar o acesso à cultura mais fácil. Infelizmente, sabemos que esse acesso já não é tão fácil assim", alerta o autor da campanha.


Se aprovado da forma como está o projeto de lei 3887/2020, os livros, cujo consumo já é extremamente elitizado, irão se tornar ainda mais caros e inacessíveis. "Qual o real intuito de aumentar um imposto de um mercado já defasado? Seria o intuito de 'acabar com privilégios' ou perpetuar um sistema que os permite existir?"

O texto que acompanha a petição ressalta: "ao invés de estar correndo atrás de políticas para que os livros possam ser acessados pela maior parte, ou até por toda a população, o governo está fazendo exatamente o contrário. Um autor recebe, em média, 10% do preço de capa do livro por direitos autorais. Caso a reforma seja aprovada, o governo passará a receber 12%, ou seja, mais que o autor do livro".

Se você também não concorda com a mudança, assine e compartilhe a petição clicando aqui.

#DefendaOLivro

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A diferença entre racismo e injúria racial

Pantaleão: racismo leva a violência policial (F: Divulgação)
Nas últimas semanas, vídeos circularam pela internet com cenas de racismo que foram praticadas contra três jovens. O primeiro mostra a agressão feita a Matheus, que foi acolhido por seu amigo, em um shopping no Rio de Janeiro. Ele havia comprado um relógio para seu pai e retornou à loja para trocar o produto. Foi acusado por policiais à paisana, que afirmaram também trabalharem como seguranças do local, sendo imobilizado e agredido na escada de emergência.

Outra situação ocorreu em São Paulo, na região de Valinhos. O entregador Matheus Pires Barbosa, que estava prestando serviço para uma empresa de aplicativos, atrasou uma encomenda e foi hostilizado pelo cliente que estava aguardando o pedido, chamando-o de "lixo" e "semianalfabeto", além de apontar para a própria pele, dizendo que Matheus tinha inveja daquilo.

Na capital paulista, dois policiais se envolveram em uma perseguição a Rogério Junior, de 19 anos, que pegou a moto emprestada de um amigo para comemorar o aniversário. O garoto acabou baleado pelos policiais, que afirmaram em depoimento que dispararam os tiros por acreditarem que Rogério estaria armado.

Emblemáticas, as três histórias revelam algo em comum, na opinião do especialista em Direito Penal e mestre em Direito das Relações Sociais, Leonardo Pantaleão: "A existência de um racismo estrutural agravado pela desigualdade social do país, que leva a situações de violência policial, preconceito e discriminação".

O professor explica a diferença entre os crimes de racismo e injúria racial. "Racismo é quando o infrator pratica uma ofensa coletiva, atingindo um número indeterminado de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça, sendo inafiançável e imprescritível", afirma. Já a Injúria racial, que possui pena de reclusão de um a três anos e multa, é relacionada ao indivíduo. "É um crime contra a honra subjetiva da vítima. Somente se processa mediante representação do ofendido".

O ato de impedir ou dificultar o acesso de um número indeterminado de pessoas a serviços, empregos ou estabelecimentos comerciais, por exemplo, é enquadrado no crime de racismo. Há, ainda, a previsão de crime de fabricação, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo, aponta o especialista.

INJÚRIA RACIAL

Especificado no artigo 140 do Código Penal, terceiro parágrafo. É quando se ofende uma ou mais vítimas, por meio de "elementos referentes à raça, cor, etnia, religião e origem". É um crime inafiançável e prescreve em oito anos, a partir do momento da injúria. A pena de reclusão é de um a três anos, mais multa.

RACISMO

Previsto em lei específica, a 7.716/1989. É um crime contra a coletividade e não contra uma pessoa ou grupo específico. Pode ser tanto dizer "todos os negros são macacos", como recusar acesso a estabelecimento comercial ou elevador social de um prédio. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível. A pena também vai de um a três anos e multa.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Entidades estudantis criam plataforma para pressionar pela aprovação do Fundeb no Senado

Se aprovado pelos Senadores nesta semana, o PL 15/2015, o Fundeb Permanente, será uma grande conquista para toda a educação brasileira e seguirá o objetivo com o qual foi criado:, reduzir desigualdades, distribuindo recursos para estados e municípios para o funcionamento das escolas e garantindo salário de professores.Serão cerca de R$ 3 bilhões destinados para a educação.

De acordo com Rozana Barrozo, presidente da UBES, a construção do movimento pela aprovação é feita com muita pressão nos parlamentares. “Esperamos que os senadores escutem a voz dos estudantes e professores que lutam em defesa da educação. Com muito diálogo estamos nos posicionando e os contatando para reivindicar o voto favorável em defesa das nossas escolas. E claro, esperamos a aprovação do FUNDEB com CAQ ( Custo Aluno- Qualidade), como foi o texto aprovado na Câmara dos Deputados”,  conta Rozana.

Pressão pela aprovação

A UBES, UNE e ANPG criaram no começo do mês de julho o site https://defendaofundeb.com.br/, no qual, o estudante se inscrevia e  um e-mail era disparado a todos os deputados reivindicando a aprovação do FUNDEB . Foram mais de 30.000 inscritos e a pressão surtiu efeito nos parlamentares.

Agora, para votação no senado, as entidades lançaram novamente o site para o disparo direcionado e-mails dos senadores.E em menos de 24 horas foram 32.000 assinaturas. “É importante a participação de todos para conquistarmos a vitória e é essencial que os senadores escutem os estudantes”, comenta Rozana Barroso.

Preocupação com a proposta do orçamento de 2021 que pode impactar no FUNDEB

Prestes à aprovação do Fundeb, as entidades voltam a se posicionar contra o orçamento proposto em 2021 para e Educação. O Ministério da Economia propõe para o Orçamento de 2021 um corte de R$ 4,2 bilhões no Ministério da Educação, e que será repassado para todas as áreas da pasta.

O corte arquitetado pelo governo não prevê impacto nos salários, mas impacta os recursos da educação básica de forma que as escolas serão sucateadas, sem aprimoramento tecnológico, investimentos em inclusão digital, estruturas e também a adaptação aos protocolos sanitários para volta às aulas. Sendo assim, caso essa proposta seja aprovada, o investimento adquirido pelo Fundeb é anulado, com a perda de mais de R$ 3 bilhões para o ensino básico.

“Não há como pensar em superar a pandemia e os seus impactos negativos, sem falar na educação. O governo Bolsonaro, em vez de priorizar, opta pela precarização, e os ganhos com o Fundeb serão praticamente anulados. É um absurdo  diminuir o orçamento anual diante de uma crise sanitária, social e econômica como a atual.”, alerta a presidente da UBES.

"Bolsonaro não vale um pequi roído", diz outdoor que empresário quer retirar das ruas de Palmas

O empresário e produtor rural tocantinense Celso Montoia Nogueira acionou a Justiça e a Polícia Federal para retirar das ruas de Palmas outdoors com críticas a Jair Bolsonaro. Com frases como "Cabra à toa. Não vale um pequi(*) roído. Palmas quer impeachment já” e “Aí meeente! Vaza, Bolsonaro. O Tocantins quer paz” as peças irritaram bolsonaristas na cidade. As informações são do site do jornalista Cleber Toledo.

Na ação que pede a censura na 4ª Vara Cível de Palmas, Montoia afirma que o material difama Bolsonaro, portanto, seria crime de lesa-pátria. O mesmo argumento foi usado na notícia-crime apresentada à PF.

(*) Fruta típica do cerrado, o pequi é consumido roendo-se a polpa, que envolve milhares de microespinhos.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Na UTI em estado grave, cantor Cauan ironizou distanciamento e "desafiou" coronavírus no início da pandemia

 O cantor sertanejo goiano Cauan, que forma dupla com Cleber, está internado em uma UTI em Goiânia com 70% dos pulmões comprometidos pela Covid-19. Seria apenas mais um triste caso da doença, que já matou mais de 108 mil pessoas no país, se internautas não tivessem recuperado um vídeo em que o artista ironiza o distanciamento social determinado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) e "desafia" o coronavívus.

No vídeo, gravado em março, Cauan aparece ao lado de amigos em um apartamento.

"Nós tá (sic) escondido do Caiado aqui, e olha quem chegou aqui. Peita aqui Caiado", diz um dos amigos. O sertanejo responde: “"Peita ni nós, coronavírus. Peita, coronavírus, vem ni nós (sic)". O amigo completa: "Peita. Aqui não, aqui nós não pega o bicho não (sic). "A viola vai comer agorinha".

Assista:

De acordo com a coluna Notícias da TV do UOL, Cauan passou mal no dia 07, foi internado no dia 12 e transferido para a UTI três dias depois. Segundo a família, o cantor apresentou uma leve melhora no quadro.

Este é pelo menos o segundo caso de figuras proeminentes goianas que menosprezam a pandemia e desconsideram as orientações da OMS. Em julho, o médico Joaquim Inácio de Melo Júnior defendeu em entrevista na TV o uso de invermectina contra a Covid, também usandoa ironia.

"Tô de quarentena, já tem oito dias; desse jeito aqui, ó, na UTI", disse, dando tapinhas no rosto, ao afirmar que tinha Covid-19, mas graças ao vermífugo, estava bem. O apresentador pergunta: "O senhor chegou a ir para a UTI, doutor?". "Claro que não", respondeu o médico.

Dias depois da entrevista, o cirurgião foi encaminhado às pressas para a UTI e a família iniciou uma campanha na internet para arrecadar plasma para o tratamento. Joaquim recebeu alta no final de julho. Já os pacientes que foram "tratados" com o mesmo vermífugo por um grupo de médicos do qual Joaquim fazia parte, não se sabe.

Pesquisa XP/Ipespe: 78% discordam da nova CPMF de Guedes e Bolsonaro

A nova CPMF desejada pelo ministro Paulo Guedes e referendada por Jair Bolsonaro na reforma tributária desagrada a ampla maioria da população. Vale ressaltar que Bolsonaro foi eleito prometendo reduzir - e não aumentar - impostos.

A pesquisa XP/Ipespe de agosto revelou bem essa rejeição: 78% se dizem contra um novo imposto sobre transações financeiras. 

Fonte: XP/Ipespe

As perguntas relacionadas à reforma tributária na rodada de agosto da pesquisa XP/Ipespe mostram que apenas 10% dos brasileiros se dizem bem informados sobre o tema em discussão no Congresso Nacional, enquanto 61% se dizem mais ou menos ou pouco informados e 26% dizem que não estão informados sobre o assunto.

O levamento mostra que a rejeição à criação de um imposto sobre transações cai consideravelmente se ela for atrelada à criação de um programa para substituir o Bolsa Família e beneficiar mais pessoas (43% discordam e 43% concordam) ou à substituição de impostos pagos por empresas para facilitar novas contratações (37% discordam e 46% concordam). Bolsonaro também chamava o Bolsa Família de cabresto eleitoral e acusava o governo anterior de usá-lo como moeda de troca nas eleições.

A pesquisa registra ainda que a maior fatia dos entrevistados (41%) vê a elevada carga de impostos como o principal problemas do sistema tributário brasileiro. Ela é seguida pela falta de transparência (28%), pela injustiça do sistema (14%) e pela complexidade (6%).

A pesquisa completa você pode ver aqui.

Internautas derrubam perfil de Sara Winter no Instagram

 Ação de grupos antifascistas nas mídias sociais conseguiu derrubar o perfil da terrorista virtual Sara Winter no Instagram. Desde que a líder do grupo armado 300 do Brasil expôs criminosamente os dados de uma criança de dez anos, estuprada desde os seis anos pelo tio, levando fundamentalistas religiosos a tentar impedir o aborto determinado pela Justiça, começaram as ações de denunciar seu perfil no Instagram. A atividade deu certo e a conta foi inativada.

Ainda em reação à irresponsabilidade da ativista, que segundo seu próprio irmão já surfou na esquerda e agora flana na direita conservadora, o grupo Anonymous também expôs dados pessoais, como endereço, CPF e até número do cartão de crédito de Sara Fernanda Giromini nas redes.

Atualização: 14:28

De acordo com o UOL, a própria Sara Winter excluiu suas contas no Instagram e no YouTube. A se confirmar, a notícia também é boa. Sabe que cometeu um crime e que não é tão corajosona como posa.