terça-feira, 20 de abril de 2021

Tem índio no hospital? Tem erva medicinal

Horta utiliza material sustentável, como pneus, para o plantio (F: Divulgação)
Um pouco de empatia nesse país, que andamos precisando. Fico feliz de ver iniciativas como esta. Localizado no meio da floresta amazônica, o Hospital Bom Pastor, município de Guajará-Mirim (RO) faz uso farmacêutico de ervas e hortaliças no combate a diversas doenças e sintomas. A intenção é deixar o ambiente hospitalar mais acolhedor e próximo do que os pacientes, em sua maioria indígenas, encontram nas aldeias.

Com o projeto “Semear com Amor”, em atividade há cerca de dois anos, a unidade hospitalar cultiva em sua horta medicinal cerca de 35 plantas de 12 espécies diferentes. “A equipe de Farmácia Hospitalar faz a colheita e as transforma em chás com diferentes finalidades: calmantes, alívio de dores, gripes, problemas no fígado e no intestino, entre outras”, explica Leiliany Ortiz Farias, nutricionista do hospital.

Parte das hortaliças, cultivadas de forma orgânica, também é aproveitada diariamente na alimentação de pacientes e funcionários. “A horta traz elementos típicos da cultura indígena, de forma muito semelhante às cultivadas nas aldeias. Ao longo do tempo, ampliamos a variedade de ervas e hortaliças para que não houvesse nenhuma diferença. Nossos pacientes ficam muito satisfeitos por poderem continuar com a utilização desses produtos aqui, durante o atendimento hospitalar. Se deixar, vão até a horta e consomem direto do pé”, conta profissional.

O Hospital Bom Pastor está localizado em uma região onde 90% do acesso é feito por meio fluvial. A unidade própria da entidade filantrópica Pró-Saúde é referência no atendimento de saúde para mais de 30 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia. Atende uma população de mais de cinco mil indígenas, com realização de consultas, exames, cirurgias, partos e internações. 

“A unidade é totalmente adaptada à cultura indígena, com redes nas enfermarias, ambiente com oca, entre outras características que visam ressaltar o respeito e humanização a este paciente”, enfatiza Jucyleia Carvalho, assistente social.

Buscamos continuamente formas de incorporar o entendimento e o respeito à cultura indígena na assistência humanizada, fortalecendo o vínculo com nossos pacientes e a comunidade”, ressalta Geraldo Fonseca, diretor Hospitalar do Bom Pastor.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Elias Vaz cobra da Secretaria Estadual de Saúde multa a Bolsonaro por não usar máscara em Goiás

Bolsonaro sem máscara em Goianápolis (Reprodução)

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) encaminhou denúncia formal ao secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino Júnior, para que o presidente Jair Bolsonaro seja multado por não cumprir o uso obrigatório de máscara em território goiano. A medida é exigida pelo decreto estadual 9.848, de 13 de abril de 2021. “O artigo 10 é muito claro e estabelece a obrigatoriedade de uso de máscaras sempre que os cidadãos saírem de suas casas. Vale para todos, inclusive para o presidente, que insiste em circular por Goiás provocando aglomeração e sem máscara”, afirma o deputado.

No documento encaminhado ao secretário, o parlamentar defende que a multa deve ser de R$ 2 mil a R$ 5 mil, de acordo com a Lei Estadual n° 16.140, de 02 de outubro de 2007, visto que a prática de Bolsonaro é reincidente e com dolo. “É uma transgressão consciente, reiterada e perigosa, haja vista que as comitivas são compostas de dezenas de pessoas que trabalham no apoio e na segurança. Além disso, há outra dezena de políticos, autoridades e apoiadores que o acompanham nessas ocasiões. Esses eventos trazem graves riscos ao nosso povo”, destaca Elias Vaz na denúncia.

Desde o início da pandemia, o presidente visita Goiás sem utilizar a proteção facial. Foi assim em visitas ao Hospital de Campanha de Águas Lindas, a Abadiânia e outros municípios, como São Simão, onde participou de evento no dia 04 de março deste ano e proferiu o trágico discurso criticando as pessoas que cumprem medidas sanitárias. “Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram. Temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, disse Bolsonaro na ocasião.

No último sábado, dia 17 de abril, ele visitou a cidade de Goianápolis. Mesmo sem máscara, cumprimentou populares e até pegou um bebê no colo. “O descumprimento da lei goiana foi registrado por vídeos nas redes sociais e pela imprensa local e nacional. Não faltam provas contra Bolsonaro. Esperamos que o secretário estadual de Saúde cumpra o decreto e estabeleça a multa para o presidente. Caso contrário, ele pode responder pelo crime de prevaricação”, finaliza Elias Vaz.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Novo lote de vacinas chega a Goiás

Novo lote de 187.750 vacinas chegaram hoje a Goiânia para integrar a campanha de imunização do Estado contra a covid-19. As vacinas foram transportadas gratuitamente pelo avião solidário da Latam  do aeroporto de Guarulhos para Goiás e outros dez estados. Ao todo, a nova remessa somou 1.489.400 doses.

Do lote goiano, 111.750 são da CoronaVac e 76 mil da AstraZeneca. Os imunizantes serão utilizados para a vacinação de profissionais da saúde e segurança pública e idosos, em primeira e segunda doses.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Vacinômetro permite acompanhar distribuição e aplicação de vacinas em Goiás

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) disponibilizou hoje um painel próprio que permitirá que qualquer cidadão acompanhe informações atualizadas sobre a distribuição e aplicação das vacinas contra a Covid-19 em Goiás.

O Vacinômetro reúne informações produzidas pelo Ministério da Saúde quanto à aplicação das doses, e ainda dados detalhados sobre a distribuição e entrega promovidas pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A ferramenta permite filtrar e exportar as informações de cada município.


painel conta ainda com um mapa interativo que permite avaliar o percentual da população vacinada em cada município. A ferramenta revela que o avanço da vacinação nos municípios varia entre 4,22% e 33,06%.

O Observatório do Cidadão pode ser acessado pelo site do TCE/GO, ou pelo link: https://portal.tce.go.gov.br/vacinometro-goias

Treze outdoors com inscrição "Bolsonaro Genocida" em Goiânia

A União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO) espalhou 13 outdoors em Goiânia com a inscrição "Bolsonaro, seu governo é genocida". A ação, resultado de uma vaquinha online, é uma reação à destruição por vândalos, em 24 horas, de um outdoor semelhante instalado em março no setor Universitário.

O primeiro protesto foi realizado em apoio a manifestações semelhantes realizadas em Palmas (TO), que passaram a ser investigadas pela Polícia Federal a mando do governo Bolsonaro. Em entrevista ao Popular, a presidente da UEE-GO, Thaís Falone, disse que o objetivo é protestar contra a insensibilidade de Jair Bolsonaro diante da pandemia de covid-19 e cobrar vacinação para todos.

As novas placas foram instaladas em pontos estratégicos da capital, em que há grande circulação de pessoas e câmeras de vigilância.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Mais de 100 mil crianças e adolescentes morreram vítimas de agressões na última década

(Imagem: drobotdeam - freepik)

O País foi novamente surpreendido na última semana com a divulgação, em rede nacional, dos desdobramentos da investigação sobre a morte do menino Henry Borel, 4 anos, vítima de violência intrafamiliar gravíssima que o levou à morte. Infelizmente, o episódio revela uma triste realidade no Brasil, que nos últimos dez anos ceifou a vida de pelo menos 103.149 crianças e adolescentes entre o nascimento e 19 anos. Números analisados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revelam que, entre 2010 e agosto de 2020, cerca de duas mil vítimas fatais de agressão tinham menos de 4 anos de idade, média de 200 crianças semelhantes ao caso de Henry por ano.

"O caso do menino Henry não pode ser ignorado e deve ser apurado com todo o rigor que a lei exige. Tal barbárie deve alertar, ainda, para a existência de outras crianças e famílias que vivem dramas semelhantes, mas poucas chegam à mídia. O Brasil precisa estar preparado para, por meio da efetiva implementação das políticas de prevenção à violência na infância e na adolescência, garantir ações articuladas entre educação, saúde, segurança e assistência social", defendeu a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva.

CONFIRA AQUI OS NÚMERO POR IDADE

As agressões estão agrupadas no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) no Capítulo XX de Causas externas de morbidade e mortalidade e representam uma das causas mais comuns de ocorrência no Brasil. Junto aos acidentes, são a maior causa de morte a partir de um ano de idade até aos 19 anos.

De acordo com a presidente da SBP, estudos científicos e a prática dos profissionais que lidam com a infância e a adolescência indicam que o tratamento humilhante, os castigos físicos e qualquer conduta que ameace ou ridicularize a criança ou o adolescente, quando não letais, podem ser extremamente danosos à sua formação de personalidade e como indivíduos para a sociedade, bem como interferem negativamente na construção da sua potencialidade de lutar pela vida e no seu equilíbrio psicossocial. "Nascer e crescer em um ambiente sem violência é imprescindível para que uma criança tenha a garantia de uma vida saudável, tanto física quanto emocional", destacou.

PANDEMIA

Embora os dados de mortalidade de 2020 ainda sejam preliminares, os especialistas acreditam que o isolamento social, essencial para conter a pandemia do novo coronavírus, tenha exposto a população pediátrica a uma maior incidência de violência doméstica e, consequentemente, aumentado o número de casos letais.

As medidas de distanciamento social, incluindo o fechamento de escolas, foram adotadas por mais de 170 países e afetaram quase 80% de toda população estudantil mundial, fazendo com que a maior parte das crianças permanecesse praticamente todo o tempo em suas casas. Sabe-se, por exemplo, que só no mês de março de 2020, o Brasil apresentou aumento de 17% no número de ligações notificando a violência contra a mulher.

"De maneira similar, trabalhos nacionais e internacionais destacam que, diante de um cenário de risco e vulnerabilidade social, o isolamento domiciliar expõe crianças e adolescentes a maiores conflitos e tensões e à piora da violência intrafamiliar, sem que tenham condições de denunciar esta violência ou ser ela percebida pelos outros meios que estaria frequentando, como a escola", explicou Marco Gama, presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP.

Segundo ele, o estresse característico desse período, causou impacto em todos os cenários e tem aumentado a chance de violência e os resultados negativos para a saúde física e mental das crianças. No entanto, avalia, independentemente da pandemia, os casos de violência contra os mais frágeis, no caso criança e adolescente sempre existiram, sendo a maioria de natureza doméstica ou intrafamiliar.

"As situações de violência doméstica que levam à morte crianças e adolescentes costumam ser casos crônicos, repetitivos, de violência progressiva, onde a vítima não recebeu a assistência e as medidas de proteção que deveriam ter sido tomadas para mantê-la viva, tanto dos outros familiares, como da sociedade e do Estado", alertou.

Para a dra. Luci Yara Pfeiffer, também do DC de Segurança, é preciso que o mito de que criança e adolescente são propriedades de seus pais ou responsáveis, que podem fazer com eles o que quiserem, precisa ser abolido da sociedade. "As crianças e adolescentes precisam deixar de ser invisíveis, bem como seus sofrimentos. Todos que testemunham violências contra eles, ou que tenham suspeita de que estejam sendo agredidos, seja física, seja psíquica ou sexualmente precisam notificar, tentar orientar, acompanhar e proteger. As crianças e adolescentes dependem de todos nós para crescerem em uma vida digna e saudável", enfatiza.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Prefeitura de Goiânia anuncia novo Refis

Rogério Cruz anuncia novo Refis (F: Jackson Rodrigues)
A  Prefeitura de Goiânia vai abrir nova rodada de negociação com os devedores já em meados deste ano. A realização de um novo Programa de Recuperação Fiscal (Refis) foi anunciada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) nesta terça-feira (13), durante a prestação de contas quadrimestral aos vereadores da cidade. O objetivo, segundo o chefe do Executivo goianiense, é favorecer a adimplência de pessoas física e jurídica diante do impacto socioeconômico da pandemia do coronavírus (Covid-19). Os esforços são para que a ação ocorra entre os meses de junho e julho.

O Refis deve oportunizar a regularização de débitos relativos aos impostos Predial e Territorial Urbano (IPTU/ITU), Sobre Serviços (ISS) e Sobre Transmissão de Imóveis (ISTI), além de taxas; multas administrativas, a exemplo das aplicadas pelo Procon e pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma); contratos, aluguéis, indenizações, restituições, entre outros tipos de créditos não tributários. No entanto, as condições de pagamento, bem como as reduções das penalidades decorrentes da situação de inadimplência, ainda não foram definidas. A Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) foi incumbida pelo prefeito Rogério Cruz de desenhar a operacionalização do programa. 

“Em todos os Refis, o que se observa é que a maioria das pessoas que aproveitam a oportunidade de negociação tem menor poder aquisitivo. São pequenas empresas, são pessoas que perderam o crédito no mercado por indisponibilidade financeira, por imprevistos, mas que têm vontade de regularizar a dívida. Nossa dificuldade continua sendo os grandes devedores, gente com alto poder aquisitivo, mas que não têm interesse em honrar o compromisso que têm com a cidade”, explica a secretária interina de Finanças, Letícia Vila Verde. Hoje, a taxa de inadimplência tributária de Goiânia é de, em média, 30%.

Demanda

De acordo com o prefeito, a pandemia fez crescente o número de cidadãos que pedem ao Executivo uma oportunidade para regularização dos débitos inscritos em Dívida Ativa. Rogério Cruz explicou que tem postergado a realização do Refis porque neste momento parte substancial dos cidadãos não têm condições sequer de realizar o parcelamento. "Em amplas frentes, que envolvem a área de saúde, a área social e a área econômica, estamos trabalhando com agilidade, planejamento e tecnologia para superar este grave e difícil momento. Junto com a população, vamos sair desta situação", pondera. A realização de mais uma edição de um Programa de Recuperação Fiscal próprio, conforme anunciado pelo prefeito, demanda aprovação de projeto de lei na Câmara Municipal de Goiânia.

Governo tenta manobra para evitar convocação de Braga Netto

O líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), apresentou recurso ao presidente da Câmara Federal, Artur Lira, para anular o requerimento 7/2021, da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, e tentar barrar a convocação do ministro da Defesa, Braga Netto. “É uma manobra que pode desmoralizar a Câmara Federal e abrir um precedente gravíssimo! Se Artur Lira acatar o recurso, vai tirar a autonomia dessa Casa de convocar ministros, uma garantia constitucional dos deputados”, afirma o autor do requerimento de convocação, deputado Elias Vaz (PSB-GO).

A convocação foi aprovada no dia 31 de março na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e depois marcada para o dia 28 de abril. O requerimento inicial apresentava o nome do ex-ministro, Fernando Azevedo e Silva. No momento da apreciação, em virtude da troca de ministros promovida pelo governo, o deputado Elias Vaz solicitou verbalmente ao presidente da Comissão, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade/RJ), a supressão do nome de Azevedo e a manutenção apenas do cargo de ministro da Defesa, sem nominar o ocupante. A retificação foi acatada pelos deputados que participavam da reunião, colocada em votação e aprovada por unanimidade.

Na reunião seguinte, dia 7 de abril, o deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), da base do governo, tentou reverter a situação, apresentando pedido para que fosse anulada a votação. O pedido foi negado pelo presidente da CFFC. Como já era matéria vencida, Ricardo Barros agora tenta uma nova manobra, afirmando inclusive no recurso que o nome do antigo ministro foi riscado a caneta.

“O líder do governo usa inverdades para evitar as explicações de Braga Netto à Câmara, inclusive causando indignação ao dizer, levianamente, que o presidente da Comissão teria rabiscado a caneta o nome do ex-ministro. O que tanto o governo tem a esconder? Por que querem evitar a qualquer custo que Braga Netto explique à Câmara e à sociedade os gastos absurdos do governo federal com picanha, cerveja, bacalhau e salmão para as Forças Armadas”, questiona Elias Vaz.

Denúncias

A Comissão quer respostas sobre a denúncia feita em fevereiro por Elias Vaz e um grupo de parlamentares do PSB de processos de compra de 714 mil quilos de picanha e 80 mil unidades de cerveja, com indícios de superfaturamento de até 67%. Os deputados também denunciaram processos para aquisição de 438,8 mil quilos de salmão, mais de 1,2 milhão de quilos de filé mignon, 9.748 quilos de filé de bacalhau, 139.468 quilos de lombo de bacalhau, conhaque e uísque 12 anos. Todos os itens são destinados às Forças Armadas. As suspeitas de irregularidades foram informadas ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal, que repassou os casos a cada estado de origem dos processos de compra. Vinte investigações já foram abertas em todo o país.

Polícia nas ruas contra Bolsonaro

Outdoor em Goiânia critica Bolsonaro (F: Paulo Galvez)
O inferno astral de Jair Bolsonaro parece não ter fim - assim como sua capacidade de criar problemas diários para o país. O mandatário perdeu o apoio, inclusive, do setor de segurança pública, grupo que sempre se identificou com seu discurso populista para a categoria.

A União dos Policiais do Brasil (UPB), que é integrada por 24 entidades da área de segurança, além das críticas públicas recentes, também levou a insatisfação para as ruas. Em Goiânia, outdoors cobram valorização da categoria por parte de Bolsonaro. Os policiais se sentem abandonados pelo ex-aliado, que, no governo, abandonou grande parte de seu discurso eleitoral e se aliou ao Centrão para garantir seu ameaçado mandato.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Bolsonaro gastou mais de R$ 2 milhões com férias em plena pandemia

O deputado federal Elias Vaz descobriu que as férias do presidente Bolsonaro em Santa Catarina e no Guarujá entre 18 de dezembro de 2020 e 5 de janeiro deste ano custaram aos cofres públicos R$ 2.452.586,11. “É um tapa na cara do brasileiro. Em plena pandemia, quando o Brasil registrava quase 200 mil mortes, o presidente torrava o dinheiro do povo com passeios. Enquanto isso, falta comida no prato de milhares de cidadãos atingidos em cheio pela crise”, destaca o deputado.

Os dados foram encaminhados ao parlamentar quase três meses depois que ele apresentou requerimento a órgãos do governo solicitando as informações detalhadas. O ofício n° 57/2021/SE/GSI/GSI/PR, do Gabinete de Segurança Institucional, estima o custo de U$ 185 mil, ou seja, R$ 1.053.889,50 com locomoção terrestre, aquática e aérea do presidente, da família dele, de convidados e da equipe de profissionais que os acompanharam. Já com as passagens aéreas e diárias do GSI o gasto total informado pelo Gabinete foi de R$ 202.538,21.  

O ofício n° 152/2021/SG/PR/SG/PR, da Secretaria Especial de Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, informa que a despesa com cartão corporativo das férias de Bolsonaro foi de R$ 1.196.158,40. O valor seria destinado ao custeio de hospedagem, alimentação e bebidas, contratação de profissionais ou empresas terceirizadas para prestação de serviço e ainda gastos com entretenimento, como veículos aquáticos e guias turísticos, entre outros. Os serviços foram destinados ao presidente, familiares, convidados e à equipe de profissionais.

“Justamente em dezembro, quando o presidente cortou o auxílio emergencial alegando falta de recursos, teve um gasto milionário com férias. O valor total, mais de R$ 2,4 milhões, daria para pagar o benefício de R$ 300 para cerca de 8 mil pessoas. Mas a prioridade de Bolsonaro não é socorrer os mais atingidos pela crise”, conclui Elias Vaz.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Restaurante em Goiânia respeita lockdown e doa todo o estoque de comida para 150 famílias carentes

Chef Marco: respeito à lei e à vida (F: Divulgação)
O chef Marco Soares, em conjunto com a equipe do Magna Restaurante, autorizou a doação de todo o estoque de vegetais orgânicos, carne fresca e peixes para mais de 150 famílias carentes que foram cadastradas na cidade de Aparecida de Goiânia.

O Magna restaurante, juntamente com seu chef e equipe, já ajuda comunidades carentes desde o começo da pandemia. "Têm pessoas que estão passando fome, essa é a realidade de hoje. Se temos como ajudar, é o que faremos", ressalta Marco.

Indo na contramão da maioria dos restaurantes, o Magna Restaurante também só voltará a funcionar no começo de abril. "Nós entendemos as dificuldades que são manter um restaurante fechado durante o período de lockdown, mas contudo, em respeito ao decreto Estadual e Municipal, sobretudo a vida humana e todos que morreram devido essa doença, inclusive um de nossos sócios, fecharemos até o final de março, inclusive as modalidades de delivery de drive thru", declara o chef.

quinta-feira, 11 de março de 2021

Pesquisa 2022: Bolsonaro perderia para Lula, Ciro, Mandetta e Haddad

Pesquisa da consultoria Atlas encerrada ontem, dia do discurso de Lula (PT) após a anulação das condenações proferidas pelo então juiz Sergio Moro - que armou um conluio com procuradores do MP em Curitiba para condenar o ex-presidente sem provas -, revelam que não só o ex-presidente, mas também os ex-ministros Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e até Fernando Haddad (PT) venceriam Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno se as eleições presidenciais fossem hoje.

No levantamento, que ouviu 3.721 pessoas em todo o país por meio de questionários on line, apesar de liderar no primeiro turno em todos os cenários, Bolsonaro só venceria, no segundo turno, João Doria (PSDB), Marina Silva (Rede), Sergio Moro e Luciano Huck, os dois últimos, sem partido.

Contra Lula, o resultado seria 44,9% a 38,8%. Mandetta teria o melhor desempenho contra Bolsonaro: 46,6% a 36,9%. Ciro venceria por 44,7% a 37,5%. Contra Haddad, o resultado seria 43% X 39,4%.

A pesquisa foi divulgada pelo portal do jornal El País e também analisou outros dados, como a rejeição a políticos. A de Bolsonaro é a maior: 60% reprovam seu governo. Os dados completos você pode ver aqui.

quarta-feira, 3 de março de 2021

Conselheiros recusam permanecer na Petrobras e criticam ingerência de Bolsonaro

Quatro conselheiros integrantes do Conselho de Administração da Petrobras se negaram a permanecer no cargo após a decisão de Jair Bolsonaro de intervir na empresa ao demitir o presidente Eduardo Leal. Pelo menos dois deles teceram críticas explícitas à intervenção do suposto mandatário liberal - mas que se mostra mais estatizante do que muita gente da esquerda. "A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial", criticou o conselheiro Omar Carneiro da Cunha.

Já o conselheiro Paulo Cesar de Souza deixou clara sua insatisfação com as práticas antiliberais: "Em virtude que meu mandato de Conselheiro de Administração será, em breve, interrompido inesperadamente peço, por favor, para não ser reconduzido ao Conselho de Administração na próxima Assembleia", ressaltou. Os conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani, que também se recusaram a permanecer, foram mais diplomáticos e afirmaram deixar o posto por questões pessoais. 

Os demissionários fizeram questão de ressaltar as ações da atual diretoria: "Aproveito para registrar meu respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela Diretoria Executiva e funcionários da Petrobras bem como pelos meus colegas Conselheiros sob a liderança do Presidente Eduardo Leal”, afirmou Souza e Silva.

Carneiro da Cunha disse: "(...) participei em um Conselho de Administração de altíssimo nível, que se manteve aderente as estratégias devidamente aprovadas, e seguindo os mais altos níveis de governança e de conformidade com os estatutos da empresa, e aos mais altos padrões de gestão empresarial. Lidei com uma Diretoria do mais alto padrão e funcionários excepcionais. A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial. Sendo assim, acredito que minha contribuição ao Conselho de Administração e à empresa seria fortemente afetada, e minha efetividade reduzida".

Ele também deixou clara sua insatisfação: "Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados as alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como Conselheiro desta renomada empresa, na qual tive o privilégio de servir nos últimos sete meses".

A recondução desses Conselheiros havia sido proposta pelo próprio governo, em uma tentativa de acalmar os ânimos do mercado enquanto as ações da Petrobras derretem na Bolsa.