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Pandemia fez aumentar o comércio informal (freepik) |
A
pandemia da Covid-19 mudou a dinâmica das famílias brasileiras,
inclusive em sua forma de conseguir renda. A Acordo
Certo, empresa de renegociação de dívidas, realizou uma
pesquisa com mais de 1.100 respondentes e identificou que quase
metade (49%) dos entrevistados tiveram algum familiar vendendo itens
pessoais para conseguir uma renda extra, desses, 91% por causa da
pandemia.
Diante do cenário econômico, 77%
gostariam de ter uma atividade extra para conseguir mais dinheiro,
porém, não sabem o que fazer. Além disso, atualmente, quase metade
(47%) têm o trabalho fixo como principal fonte de renda e 27%
afirmam possuir renda proveniente de uma atividade extra.
“As pessoas passaram a vender os
itens de casa como uma alternativa para quitar as contas em atraso ou
para comprar itens básicos. Além de desapegar de produtos que não
estão mais sendo usados dentro de casa como móveis, roupas, etc.,
como maneira de compor a renda. Esse movimento passou a ficar mais
frequente devido ao aumento do desemprego, bem como às reduções
nos salários, devido a diminuição das jornadas de trabalho”,
avalia Thales Becker, CMO da Acordo Certo.
Dentre as pessoas que realizam algum
tipo de atividade extra, as atuações relacionadas à própria
profissão ou trabalho fixo lideram o ranking com 22%. Em seguida,
foram identificadas atividades domésticas (19%), venda de comida
(17%), venda de produtos de catálogo (13%), venda de vestuário
(10%) e direção como motorista de aplicativo (9%). Quase metade
(48%) desses trabalhadores assumiram essas funções por causa da
pandemia.
“As pessoas estão mais em casa e
com isso, é inevitável que despesas como água, luz, alimentação
e gás aumentem. Para complementar a renda familiar e conseguir
cobrir esses custos adicionais, percebemos que as famílias têm
buscado soluções para driblar a crise. Diante desse cenário, é
importante hierarquizar as prioridades financeiras e fazer o melhor
uso possível do dinheiro”, reitera Becker.
Ainda segundo a pesquisa, pagamento de
dívidas ou contas em atraso (40%), perda do emprego fixo (37%) e
aumento das contas dos domicílios (31%) foram os principais
motivadores para início da atividade extra.
Auxílio Emergencial
Outra fonte de renda extra usada pelos
entrevistados da pesquisa foi o Auxílio Emergencial. Segundo o
levantamento, mais da metade (53%) dos respondentes afirmaram que
receberam o benefício em seus domicílios. Desses, 85% alegam que
tiveram a renda prejudicada com o fim do benefício e que faltou
dinheiro para prover o básico durante esse período (30%).
Mais da metade dos consumidores estão
contando receber a nova rodada do auxílio emergencial. Desses,
grande parte declara que irá usar o dinheiro para comprar alimentos
ou itens básicos (68%), pagar contas do dia a dia (42%) ou dívidas
atrasadas (35%).