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quinta-feira, 9 de julho de 2020

O horror: 75 dias em um grupo bolsonarista no Whats App

No dia 24 de abril, data em que o ex-juiz Sergio Moro, até então herói da nação bolsonarista, pediu demissão do cargo de ministro da Justiça e revelou o que muitos já sabiam – a tentativa de Jair Bolsonaro em interferir nas investigações da Polícia Federal que envolvem seus filhos e políticos aliados –, consegui entrar, a partir de um link postado em uma mídia social, em um grupo de apoiadores de Bolsonaro no Whats App.

Encontrei o que obviamente já esperava: defesa incondicional de presidente, teses fantasiosas sobre os mais genéricos assuntos, agressões a adversários políticos e ideológicos, muita, mas muita fake news, soluções milagrosas para o coronavírus, negação veemente da própria existência da epidemia, ataques à Rede Globo, inúmeras mensagens de adoração a Deus e ameaças físicas a adversários, bem como à liberdade de expressão, entre outros temas já conhecidos.

Ainda que isso tudo fosse esperado, não há como qualquer pessoa com o mínimo discernimento da realidade, seja ela de qual matiz político for, não se assombrar com o teor do que circula nesses grupos. É, no mínimo, assustador. 

Vamos lá:

Apesar de o grupo ter sido criado no auge da crise Moro x Bolsonaro, o primeiro vídeo que chegou dizia respeito à pandemia. Um cidadão dirigindo diz estar falando "ao vivo" com uma informação de última hora, urgentíssima. Afirmando ter amigos que trabalham em todos os portos do país (!!!), o cidadão, aparentemente um pastor evangélico – ele fala que seus vídeos geralmente são de oração e que está em uma obra missionária em uma cidade de Santa Catarina -, “alerta” a população para não aceitarem máscaras distribuídas pelo SUS, pois “elas estão contaminadas com o covid-19”. Segundo ele, são máscaras vindas da China, que já contaminaram norte-americanos. O "especialista" ainda diz que vai postar outro vídeo – o que não acontece – mostrando o FBI recolhendo as máscaras nos EUA.

Logo depois, um perfil com a descrição “Deus acima de tudo” confirma e faz um adendo à informação: “Mascaras ‘N95’ de padrão mundial vindas da hina, testaram positivo para a peste chinesa” (SIC).

A partir daí, o assunto Sergio Moro predomina. Foi muito interessante, ao longo de um ou dois dias, ver a transformação do ex-ministro de aliado e combatente da corrupção ao mais novo inimigo do País.

Algumas explicações foram bastante inusitadas: tudo não passara de uma grande jogada de Bolsonaro para levar o já ex-ministro ao STF no final do ano. “Não tem como ser ministro da Justiça e ministro do STF. Bolsonaro articula demais e a esquerdalha pira”, afirma um integrante, garantindo ser tudo um teatro armado entre o presidente e seu pupilo. Os indecisos ficam excitados com a possibilidade. “Moro vai descansar!!! Agora em novembro o Celso de Mello é obrigado a deixar o STF, pq completa 75 anos...abrirá uma vaga no STF...quem ocupará??”, exultam.

Conforme a imprensa explorava a denúncia de tentativa intervenção de Bolsonaro na PF em favor dos filhos e aliados políticos, o humor com Moro começava a mudar. Primeiro, surgiram acusações contra o pivô da demissão, o ex-diretor da PF Maurício Valeixo.

A acusação contra Valeixo era pelo fato de a PF, após exaustiva investigação, ter chegado ao óbvio: Adélio Bispo, um doente mental diagnosticado cientificamente, agiu sozinho, e não a mando de alguém, ao esfaquear Bolsonaro durante a campanha presidencial. Fica claro que, assim como o próprio Bolsonaro, a turba não queria uma investigação séria, mas, sim, encontrar um suposto e inexistente mandante – esquerdista, óbvio – do crime. “Lembrando, que o Ex-Diretor da PF Mauricio Valeixo é aquele que disse que Adélio agiu como louco, um lobo solitário no ataque ao presidente, e que não havia ninguém financiando o ‘maluco’", diz uma postagem, deixando claro: “Respeito Moro, e tenho gratidão pelo que fez ao país, porém, não votei em Ministro”, conclui.

A partir daí, o humor e as “análises” mudam radicalmente. Moro deixa de ser herói e passa a integrar a ala dos “esquerdistas” da Nação. Poucos contestam, mas alguns deixam o grupo. “Pessoal! Entrei num grupo da Direita, porém, NÃO RADICAL. Tenham bom senso e não protejam tanto o Presidente”, comentou um participante que, em seguida, deixou o grupo. Claro que o infeliz passa, também, a integrar o fantasma comunista e é atacado em seguida. “Mentiroso ou mentirosa infiltrado ou infiltrada”, sentenciam.

Aparecem listas de supostas manifestações e atos “esquerdistas” de Moro. Entre elas, apoio à soltura de Lula; defesa de líderes do PCC; nomeações, para o ministério, de globais e colunistas da “Foice de S.Paulo”.

A mensagem que acusa Valeixo de ser um inimigo da Pátria passa a ser constantemente repostada. Inclui-se a “falha” da PF ao investigar o jornalista Glenn Greenwald no episódio da Vaza Jato, que curiosamente, revelou a própria parcialidade de Moro e dos promotores da Lava Jato, coordenados por Deltan Dalagnol, na ânsia de condenar Lula. À época, relembre-se, Moro foi maciçamente defendido pelos mesmos que agora o acusam. “Então tire suas conclusões, Bolsonaro agiu certo em pedir sua cabeça a Moro, ou agiu errado?”, questionam.

Roberto Jefferson, um dos beneficiados com o tal mensalão, passa a ser herói bolsonarista. Sua crítica a Moro é comemorada e aplaudida pelos patriotas anticorrupção. “Aposto que por trás do Moro, estão o DEM e o PSDB, juntos com FHC, Rodrigo Maia, Alcolumbre, Dória, Witzel e outros mais”, diz o novo herói da Nação brasileira.

Não é só Moro, obviamente, que passa a ser inimigo da Nação anticorrupção. Aliada de primeira hora e campeã de votos, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) é carinhosamente chamada de “gorda”, “bruxa” e “Peppa”. A descrição do perfil do autor das agressões? “Deus está no comando”.


(Continua...)


terça-feira, 7 de julho de 2020

40 gigantes do setor empresarial cobram agenda sustentável do governo brasileiro contra "impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior"

Brasil de Ernesto Araújo assusta empreendedores (F: Greenpeace)
O setor empresarial brasileiro protocolou na segunda-feira (6) à Vice-Presidência da República e ao Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido por Hamilton Mourão, comunicado em defesa da agenda do desenvolvimento sustentável e combate ao desmatamento na Amazônia. O documento conta com a assinatura dos CEOs de cerca de 40 companhias e grupos empresariais dos setores industrial, agrícola e de serviços, além de quatro organizações: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Indústria Brasileira da Árvore (Ibá), e Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (ABIOVE). O documento também será protocolado no Supremo Tribunal Federal, Senado Federal, Câmara dos Deputados e na Procuradoria Geral da República (PGR). 

A carta tem como principal objetivo destacar “a atenção e preocupação com o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia”, além de apontar ações imediatas a serem adotadas para aplacar as reações negativas de investidores e consumidores estrangeiros ao País. 

Os executivos apontam que a imagem negativa tem enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país. “É preciso que o governo federal dê garantias ao setor empresarial brasileiro de que algumas das ações e compromissos que estamos apresentando sairão do papel”, defende Marina Grossi, presidente do CEBDS. 

Em relação à Amazônia e demais biomas brasileiros, o grupo defende o combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal. “Para o setor empresarial que atua dentro da lei e de forma correta, social e ambientalmente responsável, não há controvérsia entre produzir e preservar. Inclusive o próprio Código Florestal, construído após um amplo diálogo entre academia, ambientalistas, setor privado e poder público estabelece conservação e produção como uma de suas premissas. O desmatamento ilegal é crime”, resumiu Paulo Hartung, presidente do Ibá.

No comunicado, o setor empresarial lembra que algumas das empresas signatárias já desenvolvem soluções de negócios que partem da bioeconomia, com valor agregado e rastreabilidade dos produtos, inclusive, na Amazônia. “É possível dar escala às boas práticas a partir de políticas consistentes de fomento à agenda ambiental, social e de governança”, afirmou Marcello Brito, presidente da Abag.

Além do efetivo combate ao desmatamento ilegal, são apontados pelo documento como focos prioritários de ação: (i) inclusão social e econômica de comunidades locais para garantir a preservação das florestas; (ii) minimização do impacto ambiental no uso dos recursos naturais, buscando eficiência e produtividade nas atividades econômicas daí derivadas; (iii) valorização e preservação da biodiversidade como parte integral das estratégias empresariais; (iv) adoção de mecanismos de negociação de créditos de carbono; (v) direcionamento de financiamentos e investimentos para uma economia circular e de baixo carbono; e (vi) pacotes de incentivos para a recuperação econômica dos efeitos da pandemia da COVID-19, condicionada a uma economia circular e descarbonizada.

O documento encerra com uma mensagem de otimismo, lembrando que o Brasil tem a oportunidade única, os recursos, e o conhecimento para dar escala às boas práticas e, mais do que isso, planejar estrategicamente o futuro sustentável do país. E que é preciso redirecionar os investimentos para enfrentamento e recuperação da economia brasileira em um modelo de economia circular, de baixo carbono, e inclusiva.

Clique aqui para acessar o comunicado na íntegra.

EMPRESAS SIGNATÁRIAS

  • Ambev

  • Agropalma

  • Alcoa

  • Amaggi

  • Bayer

  • Bradesco

  • BrasilAgro

  • Cargill

  • Cosan

  • DSM

  • Ecolab

  • Eletrobras

  • ERM

  • Grupo Vamos

  • Iguá

  • Itaú

  • Jacto

  • JSL

  • Klabin

  • LVMH 

  • Marfrig

  • Mauá Capital

  • Michelin

  • Microsoft

  • Movida

  • Natura

  • Rabobank

  • Santander

  • Schneider Eletric

  • Shell

  • Siemens

  • Sitawi

  • Stefanini

  • Sunew

  • Suzano

  • Ticket Log

  • TozziniFreire

  • Vale

  • Vedacit

  • WeWork

sexta-feira, 26 de junho de 2020

"Nada contra quem usa seu orifício rugoso infra-lombar para fazer sexo", diz, em live, presidente da Embratur

O cristão Gilson Machado (F: Embratur)
A Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil emitiu nota em que repudia a fala "preconceituosa e errônea" do presidente da Embratur, Gilson Machado, em Live transmitida pelo Facebook ao lado da Ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

"Como presidente da agência que promove o turismo brasileiro, qualquer declaração de Gilson Machado terá impacto direto no setor. Além de mostrar desconhecimento sobre a comunidade LGBTI+, suas palavras atacam de forma direta a promoção do turismo LGBTI+ no Brasil e causa regressão em todo o trabalho desenvolvido por entidades como a Câmara LGBT em desenvolver nosso país como um destino acolhedor. Nossa entidade repudia qualquer fala preconceituosa e irresponsável, ainda mais quando parte de uma figura pública ligada ao turismo", declara Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil.

Usando suas convicções religiosas o presidente do órgão de promoção do turismo brasileiro ataca o que chama de uma tentativa de "impor a sua sexualidade perante a maioria de cristãos brasileiros" chamando-a de "abominável". A fala de Gilson Machado ocorreu ao citar a peça "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu", encenada em um festival com financiamento público, que ele chama de "canalhice com dinheiro público".

No que o próprio chama de desabafo, Gilson Machado, após mostrar todo seu desconhecimento sobre o tema e preconceito com a comunidade LGBTI+, diz não ter "nada contra quem usa seu orifício rugoso infra-lombar para fazer sexo"; novamente revelando seu preconceito ao simplesmente não citar a população LGBTI+ com a denominação correta.

Apesar de não citar de forma direta o turismo, como presidente da Embratur, Gilson Machado esquece que suas opiniões pessoais impactam de forma direta um dos setores que mais sofreu com a pandemia do COVID-19. O Turismo LGBT movimentou USD 218,7 bilhões em 2018, segundo dados da pesquisa LGBT Travel Market, promovido anualmente pela Consultoria Out Now/WTM. Ao se posicionar de forma direta contra a comunidade LGBTI+, o presidente da Embratur faz grave ataque aos direitos universais, ao lado da Ministra dos Direitos Humanos que não se posicionou a respeito, e dificulta a entrada de USD 26,8 bilhões na economia brasileira (pesquisa OUT/WTM 2018), colaborando com o desemprego, em um período que o turismo pode contribuir para a saída da crise causada pela pandemia, e minando as relações internacionais brasileiras com países que valorizam a democracia e o fim do preconceito.

"Em um momento em que o turismo começa a pensar na retomada do setor, responsável pela geração de milhões de empregos, e que o turista LGBTI+ se destaca como um dos que será mais importante nesse momento, é desastrosa a fala do presidente da Embratur. Apesar de não refletir o sentimento de toda a população brasileira, atinge a promoção do destino Brasil de forma direta por seu papel institucional", completa Ricardo.

O Ministério do Turismo e a Embratur abandonaram o turismo LGBTI+ retirando-o do plano nacional do turismo e não reeditando a cartilha "Dicas para atender bem o turista LGBT". Além disso, não cumpre o acordo de cooperação assinado entre a Câmara LGBT, Mtur e Embratur, com validade até junho de 2023, que visa a promoção do turismo LGBT dentro e fora do país.

Dados comprovam que o turista LGBTI+ será um dos primeiros a retomar as viagens tão logo sejam estabelecidos protocolos de segurança global. Segundo pesquisa da IGLTA (Associação Internacional de Turismo LGBTI+) 66% dos viajantes LGBTI+ pretendem viajar tão logo seja possível.

"Nossa pesquisa comprovou que o turista LGBTI+ sairá na frente na retomada. Essa fala do presidente da Embratur sinaliza que nosso país irá perder espaço frente a outros destinos que já entenderam a importância do segmento LGBTI+, especialmente nesse momento em que vivemos", analisou Clovis Casemiro, representante da IGLTA no Brasil.

Apesar das declarações desastrosas e posicionamentos questionáveis e condenáveis do governo federal, a Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil vai continuar com seu trabalho de promoção do País como um destino diverso, o que já está no DNA da nação brasileira. Continuaremos defendendo e promovendo o empreendedorismo e empregabilidade da e para a comunidade LGBTI+. Prova disso é que no dia 15 de julho faremos o primeiro evento de turismo LGBT online do Brasil, firmando nosso compromisso com o fomento da economia e da geração de empregos.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Vídeo de Moro na Crusoé tem 316 mil deslikes, dez vezes mais que likes

Não tá fácil a vida do ex-ministro, ex-juiz e eterno político Sergio Moro. O vídeo que ele gravou para anunciar sua estreia como colunista da revista Crusoé no You Tube foi motivo de ira dos ex-aliados bolsonaristas. A publicação, no canal do site Antagonista, recebeu quase dez vezes mais deslikes do que apoios. São, até o momento, 316 mil dedinhos pra baixo contra 39 mil apoios.

"Aceitei o convite por acreditar no jornalismo independente, em opiniões fortes e por compartilhar os valores de repúdio à corrupção e repúdio ao arbítrio", diz Moro. O ex-aliado, que começa o vídeo usando máscara, também mandou um recado aos anseios autoritários de Bolsonaro. "Minha primeira coluna tem o título Honra e Fuzis, e em síntese diz que hoje nós precisamos, no Brasil, muito mais de honra do que, propriamente, de fuzis".

Moro vai escrever a cada 15 dias na Crusoé. O conteúdo é exclusivo para assinantes.

Assista ao vídeo.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Mico na rede: Tag #FechadoComBolsonaroAte2016 prova que bolsonaristas utilizam robôs; e nem eles são inteligentes

Um erro do Gabinete do Ódio revelou, se é que faltava alguma prova, que a turma pró-Bolsonaro se utiliza maciçamente de robôs para “subir” as hashtags em apoio ao ídolo ou de ataques a inimigos, ou seja, todos que não pensam como eles e não apoiam a corrupção e os desmandos da familícia.

Um dos assuntos mais comentados no Twitter durante toda a manhã de hoje usa a hashtag #FechadoComBolsonaroAte2016. A tag tem quase 20 mil tweets. Então, ou 20 mil analfabetos fizeram postagens com ela ou os robozinhos se enganaram.

De qualquer forma, a estupidez continua a mesma.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Ação digital pró-governo mantém base com menos de 20% dos perfis no Twitter, mas amplia presença no debate com 51% das interações

Os recentes desdobramentos do cenário político em Brasília voltaram a impulsionar a participação do grupo de apoio ao governo federal na discussão política do Twitter esta semana, conforme o índice digital atualizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (FGV DAPP) e que contempla o debate político e sobre a pandemia de coronavírus no país desde o começo de março.

Nesta terça-feira (16), este núcleo de apoio ao governo persistiu abaixo de 20% dos perfis que interagiram no debate, mas responderam por 51% de todas as interações (e 49% na segunda, 15) - a primeira vez desde o fim de maio que este grupo reúne a maioria dos retuítes na plataforma.

De outro lado, no grupo central que organiza boa parte dos perfis de oposição ao governo, de políticos, influenciadores digitais, celebridades e da imprensa, nesta terça manteve-se em 30% dos perfis da rede, longe de agregar outras bases digitais como ocorrido em outros momentos da política recente no país. O impacto direto de influenciadores digitais de viralização específica nas redes sociais também decaiu esta semana, com o núcleo político retomando o controle da pauta digital.

O cansaço da quarentena: grupo não alinhado discute o longo isolamento social

Esta semana, a base de perfis não alinhados a eixos políticos e que regularmente debate outras questões associadas à pandemia (novamente o maior grupo, com 35% dos perfis) afastou-se do cenário nacional e sobre o governo federal para reiterar outras agendas de importância, como o cansaço com a quarentena de 3 meses, a difícil retomada de um cotidiano pré-Covid e a redução nas opções de entretenimento e do conforto com a situação de se ficar em casa regularmente. Também o grupo, porém, questiona iniciativas de reabertura julgadas como precipitadas e lamenta que a curva epidemiológica do país demore a cair, em comparação com outras nações.

No WhatsApp, protestos nos Estados Unidos e discussão racial começam a impactar os grupos políticos

Normalmente, o acompanhamento de grupos brasileiros de debate político no WhatsApp é organizado a partir da conjuntura estritamente nacional, afora links e conteúdos de âmbito internacional vinculados à Amazônia ou ao governo dos Estados Unidos. No entanto, esta semana, os protestos de larga escala em cidades norte-americanas engajaram-se na pauta local de mais compartilhamento nos grupos, assim como o debate sobre racismo. Links sobre George Floyd, o homem negro morto pela polícia de Minneapolis, no estado de Minnesota, entre os de maior relevância no período.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Janelas pela Democracia, nesta quinta (18), terá adesão de UNE, #Somos70%, #EstamosJuntos e Frente Povo Sem Medo

A live do movimento Janelas pela democracia - Impeachment Já chega à sua segunda edição nesta quinta-feira (18) com adesões de peso. Está confirmada a participação da UNE, do #EstamosJuntos, do #Somos70% e da Frente Povo Sem Medo, além de artistas e jornalistas. O ato virtual começa às 18h30 pelas redes sociais do PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania, partidos à frente do movimento.

Participam Ciro Gomes e Marina Silva, o líder da bancada do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (PSB), o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), o ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania), a cantora Tereza Cristina, o cantor Xangai e o ator Stepan Nercessian, o cineasta Zelito Viana, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Eliziane Gama (Cidadania), os jornalistas Juca Kfouri e Fernando Gabeira, os ex-ministros Sérgio Rezende e Manoel Dias, o sociólogo César Callegari, além de ativistas sociais e políticos.

Estão confirmadas também as presenças do presidente da UNE, Iago Montalvão, do engenheiro Eduardo Moreira, do #Somos70%, e de Edson "Índio", da Frente Povo Sem Medo. Os presidentes nacionais dos cinco partidos estarão presentes no ato.

"Frente amplíssima"

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defende a necessidade da formação de uma "amplíssima frente" em defesa da democracia, diante do "fundamentalismo de extrema-direita" do governo de Jair Bolsonaro.

Segundo ele, o Janelas pela Democracia é uma plataforma que está fazendo avançar a mobilização das mais amplas forças políticas democráticas que só juntas poderão salvar o Brasil "da situação inaceitável" que vive.

"O presidente da República prega diariamente ideias antidemocráticas, apoia atos que pedem a intervenção militar no país, ataca o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, a imprensa e cria um clima de instabilidade no país. A quem interessa esse ambiente", afirma.

"É preciso reunir as forças democráticas. Essa tarefa é urgentíssima", afirma.

O Janelas pela Democracia - Impeachment Já é um movimento plural que reúne instituições e personalidades da sociedade civil para ampliar e consolidar o apoio aos mais de 35 requerimentos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro que tramitam no Congresso Nacional, entre eles, o apresentado pelo PSB.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

IBDA critica atos de Bolsonaro que "amesquinham e ameaçam os valores democráticos"

O Instituto Brasileiro de Direito Administrativo divulgou nota em que critica a escalada arbitrária e antidemocrática de Jair Bolsonaro. Confira:

Nota de Repúdio - Instituto Brasileiro de Direito Administrativo

O Instituto Brasileiro de Direito Administrativo – IBDA e os Institutos Estaduais de Direito Administrativo abaixo subscritos, que se dedicam ao estudo, à promoção e à defesa do estado democrático de direito, especialmente na defesa da Constituição e da institucionalidade, vêm a público repudiar a escalada de atos oriundos do Poder Executivo federal, em sua mais alta esfera, que amesquinham e ameaçam os valores democráticos, a harmonia entre os Poderes constituídos e a dignidade do exercício da função pública. 

A intimidação ao livre exercício da jurisdição pelo Poder Judiciário, especialmente tendo em conta as recentes agressões aos Ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, merecem nossa severa reprimenda. Em nosso sistema constitucional, cabe ao STF o papel de guardião maior da Constituição, e atacar seus integrantes é uma afronta à democracia e à ordem jurídica vigente. Igualmente merece nossa repulsa a defesa do fechamento do Congresso Nacional por pessoas e grupos descomprometidos com a democracia brasileira. 

Continuaremos na firme defesa dos valores constitucionais republicanos e do estado de direito e da ordem institucional e prontos a atuar em prol dos poderes instituídos e dos órgãos constitucionais que integram nosso sistema de controle, bem como denunciar qualquer tentativa de apequenar seu legítimo exercício. 

Maurício Zockun - Presidente do IBDA
Celso Antônio Bandeira de Mello - Instituto de Direito Administrativo Paulista
Edgar Guimarães - Instituto Paranaense de Direito Administrativo
Maria Fernanda Pires de Carvalho Pereira - Instituto Mineiro de Direito Administrativo
Ligia Melo - Instituto Cearense de Direito Administrativo
Juscimar Pinto Ribeiro - Instituto de Direito Administrativo de Goiás
Jader Guimarães - Instituto de Direito Administrativo do Espírito Santo
Bruno Vieira da Rocha Barbirato - Instituto Amazonense de Direito Administrativo
Flávio Unes - Instituto de Direito Administrativo do Distrito Federal
João Paulo Lacerda - Instituto de Direito Administrativo do Mato Grosso do Sul
Renata Fabris - Instituto Rondoniense de Direito Administrativo
Paulo Modesto - Instituto de Direito Administrativo da Bahia
Marcelo Harger - Instituto de Direito Administrativo de Santa Catarina

terça-feira, 2 de junho de 2020

Vazamento de dados de Bolsonaro vira meme “Sugar Daddy de todo mundo”. Veja os mehores

O grupo de hackers conhecido como Anonymous Brasil divulgou na noite desta segunda-feira, 1º, supostos dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro. Internautas não perderam tempo e postaram vários memes nas redes sociais com piadas com cartão do presidente que virou “Sugar Daddy”.

O Universo Sugar elaborou um compilado com alguns dos memes sobre o tema:

Bolsonaro tira o posto de Ciro Gomes e se torna o "maior Sugar Daddy do Brasil"

Durante a campanha presidencial de 2018, candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) prometeu tirar o nome dos brasileiros endividados do SPC e foi chamado de “Sugar Daddy” do Brasil.



Sugar Daddy - o termo em inglês, formado pela junção das palavras "açúcar" e "papai", é usado para denominar homens mais velhos que bancam despesas de mulheres mais jovens como retribuição do que se define em linhas gerais pelo Universo Sugar como “relacionamento”.

Além do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos Carlos, Eduardo e Flávio, além de integrantes do governo e aliados do presidente, como a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub aparecem nos memes.


Mais de 150 organizações e movimentos lamçam manifesto em defesa da democracia e contra ameaças de Bolsonaro

O Pacto pela Democracia, uma coalizão de 150 entidades da sociedade civil brasileira em prol da defesa e qualificação do regime democrático, lança nesta terça-feira (2), um manifesto contra a incessante escalada de intentos autoritários protagonizados pelo governo federal.

O manifesto reafirma o compromisso do Pacto pela Democracia em mobilizar a sociedade brasileira contra qualquer medida que acarrete na corrosão democrática e em desrespeito à Constituição Federal e ao Estado de Direito e se soma às muitas vozes que já se multiplicam na sociedade brasileira em defesa da democracia.

De acordo com o documento, "é preciso reconhecer que a ameaça fundamental à ordem democrática e ao bem-estar do país é o próprio presidente da república" e ele deve ser responsabilizado por suas ações.

O manifesto completo pode ser visto aqui: http://manifesto.pactopelademocracia.org.br/


sexta-feira, 29 de maio de 2020

XP/Ipespe: Entre Moro e Bolsonaro, o presidente mente mais

Nova rodada da pesquisa XP/ Ipespe realizada na terça e na quarta feira mostra interrupção na tendência de alta na reprovação e queda na aprovação do presidente Jair Bolsonaro.

A pesquisa é a primeira desde a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 abril, no âmbito do inquérito que investiga se houve tentativa de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Depois de um aumento de 8 pontos percentuais desde o fim de abril, o grupo que considera o governo ruim ou péssimo oscilou um ponto para baixo e totaliza 49%. Da mesma maneira, o grupo dos que consideram o governo ótimo ou bom, que caiu 6 pontos percentuais em um mês, agora oscilou um ponto para cima, atingindo 26%.


Também há relativa estabilidade na percepção sobre o caminho da economia: oscilou de 57% para 54% os que acham que ela está no caminho errado, enquanto os que a veem no caminho certo passaram de 28% para 27%.

Outro dado que interrompeu trajetória de deterioração foi a avaliação sobre a atuação de Bolsonaro no enfrentamento à crise. A avaliação ruim e péssima, que crescia desde março, oscilou três pontos para menos, e agora atinge 55%.

Foram realizadas 1.000 entrevistas de abrangência nacional nos dias 26 e 27 de maio. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Os entrevistados foram questionados também sobre o conteúdo do vídeo da reunião ministerial divulgado na última sexta feira: 71% tomaram conhecimento da gravação e, entre eles, 59% acreditam que a divulgação foi negativa para o governo, enquanto 30% acreditam que ela foi positiva.

Sobre o mesmo tema, na troca de acusações entre Bolsonaro e Sergio Moro, 46% acreditam que é o ex-ministro quem fala mais a verdade, enquanto 21% apontam o presidente.

Confira o levantamento completo no link abaixo.

Pesquisa XP_ 2020_05_27.pdf

quarta-feira, 27 de maio de 2020

"Bandido disfarçado de político, aberração moral", diz Congresso em Foco sobre Bolsonaro em editorial

Em duro editorial publicado na segunda-feira, o Congresso em Foco, site especializado na cobertura política nacional, chamou Jair Bolsonaro de "um bandido disfarçado de político". O documento comenta a decisão do Grupo Globo e da Folha de não enviarem mais jornalistas - constantemente agredidos verbalmente e com ameaças físicas por apoiadores de Bolsonaro - ao cercadinho da imprensa em frente ao Palácio do Planalto.

"Claro que um político medianamente preparado, uma vez na condição de líder eleito da nação, teria uma atitude de certa ponderação no trato com a imprensa. Evidente, também, que a regra não poderia ser aplicada a uma aberração moral, intelectual, política e administrativa como Jair Messias Bolsonaro. Aconteceu o contrário. Mais poderoso, Bolsonaro se sentiu no direito de desrespeitar ainda mais o trabalho jornalístico", diz o texto, ressaltando o incentivo do presidente às agressões.

O Congresso em Foco admite que a própria imprensa tem culpa pela ascensão de Bolsonaro, ao dar tanta publicidade às aberrações que ele produziu nos anos de Parlamento. E lembra que,  "ao menosprezar, mandar calar a boca, se recusar a responder perguntas, ameaçar e retaliar, Bolsonaro deixa de tratar dos muitos temas espinhosos de um governo que conquistou fama mundial pela prepotência e pela inépcia."

"Incrível foi assistir nas últimas semanas à reverberação do ódio presidencial em escala nacional. Recompensa financeira para quem agredir repórter da TV Globo em Brasília. Empresário de comunicação defendendo apedrejamento de jornalistas na Paraíba. Jornalistas ameaçados de morte em Belo Horizonte. Que pesadelo! Que vergonha! Que absurdo! E farsantes invocando Deus e a Bíblia para declarar apoio a isso!!!", ressalta, ainda, o editorial.

E convoca toda a sociedade brasileira a não se sentir encurralada por 25% de eleitores, talvez menos, que ainda apoiam o lunático que chegou ao posto mais alto do país:

"Temos de reagir. Todos. Jornalistas, veículos, anunciantes, entidades da sociedade civil, artistas, trabalhadores, empresários, o porteiro do prédio, você que nos lê agora e até aquela sua tia que votou em Bolsonaro mas está arrependida, porque é uma pessoa de bem e não aprova o banditismo que se apoderou da república. Um banditismo que demonstra sua desumanidade extrema ao desdenhar a pandemia de covid-19, ignorar todas as recomendações sanitárias ditadas pela ciência e lançar a população a um genocídio que vai superar em muito as 23.473 mortes neste momento registradas pelo Ministério da Saúde."

O editorial completo você pode ler aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Isolamento diplomático do Brasil se aprofunda após Covid-19, diz especialista da ESPM

A evolução da covid-19 no Brasil tem apresentado tendências preocupantes na comparação com outros países. O Brasil já tem o mais alto número de casos confirmados e mortes na América Latina e registrou a mais alta taxa de contágio entre 48 países, em pesquisa realizada pelo Imperial College London. Os dados, em conjunto com a polarização política e seus efeitos na gestão da saúde pública desde o início da pandemia, já trazem consequências objetivas nas relações internacionais do Brasil. Países fronteiriços, como Argentina e Paraguai, estão dificultando a entrada e a circulação de caminhões e caminhoneiros brasileiros em seus territórios.

Para Carolina Pavese, professora de Relações Internacionais da ESPM SP, o Brasil está colhendo os frutos de uma opção pelo isolamento na política externa iniciado já antes da pandemia. "A postura dos países vizinhos em relação ao Brasil durante o coronavírus não se dá somente por conta dos desencontros na gestão de saúde pública, mas também pela opção brasileira de focar a política externa exclusivamente nos Estados Unidos. A falta de gestos diplomáticos a parceiros históricos está demonstrando a opção do Brasil pelo isolamento externo, e isso vai custar caro", diz.

De acordo com Carolina Pavese, as críticas transcenderam o ambiente diplomático após o início da pandemia. "Elas não vêm mais somente dos círculos de diplomacia, mas também estão difundidas entre a comunidade científica internacional, que desaprova a não observância das recomendações epidemiológicas por parte do Executivo. A falta de coesão de políticas públicas nas esferas municipais, estaduais e federal também contribui para uma visão negativa da gestão da pandemia no Brasil no exterior."

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Depois de aumento de 198%, deputado vai ao STF para ter acesso a gastos do cartão corporativo de Bolsonaro


O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) identificou aumento de 198% na conta do cartão corporativo de Jair Bolsonaro de março de 2019 para março de 2020 e apresentou mandado de segurança ao Supremo Tribunal Federal para obrigar o presidente a divulgar detalhadamente como gastou esse dinheiro. No Portal da Transparência, é informado apenas o valor total, o restante está sob sigilo. “Apenas os gastos relativos à segurança nacional podem ser sigilosos. Será que foram essas que aumentaram”, questiona o deputado.

Em março do ano passado, o valor informado do cartão corporativo foi de R$ 1.641.524,15. Já em março de 2020, em plena pandemia do coronavírus, subiu para R$ 4.904.655,02. Nos três primeiros meses de 2019, a soma foi de R$ 2.414.816,71. Já no mesmo período deste ano, chegou a R$ 7.553.570,99, aumento de 212%.  “Por que o presidente faz tanto mistério com os seus gastos? É preciso ter transparência, a sociedade tem o direito de saber como o presidente está gastando o dinheiro público”, afirma Elias Vaz.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Use máscara como um verdadeiro patriota

Assim como Bolsonaro, você acha que a covid-19 é "só uma gripezinha"? Acha que a mídia exagera? Quer o fim do isolamento? Posta fake news de hospitais e caixões vazios? Diz que quem é de Deus não é contaminado pelo coronavírus? E acredita que tudo o que acontece no mundo é um plano comunista pra dominar o planeta? Seus problemas se acabaram. Chegou a máscara de proteção facial Bolsovid-19.

Com ela, você pode participar de protestos pedindo a volta da Ditadura sem medo de pegar qualquer gripezinha. E atender ao mesmo tempo seu político de estimação e o Ministério da Saúde desse mesmo desgoverno.

Faça como a dona Margarete. Compre logo sua Bolsovid-19 e respire aliviado.

Já se você quer mesmo é mandar o corona pra longe, pode apelar para o modelo Jason.


terça-feira, 5 de maio de 2020

Eduardo e Mônica em versão Bolsonaro e Moro; ou vice-versa

O músico carioca Eduardo Krieger fez uma providencial versão do sucesso Eduardo e Mônica, da Legião Urbana, alterando os personagens para Bolsonaro e Moro. Ficou rock 'n Roll.


Deputado e idealizador da Lei da Ficha Limpa cobram na Justiça provas de Bolsonaro sobre fraudes nas eleições

O deputado federal Célio Studart (PV-CE) ingressou nesta quinta-feira (30) na Justiça Federal do Ceará com ação popular para que o presidente Jair Bolsonaro apresente provas que diz ter sobre supostas fraudes nas eleições de 2018. A peça é assinada pelos advogados Márlon Reis, um dos idealizadores e redatores da Lei da Ficha Limpa e fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, e Rafael Estorilio.

Apenas neste ano, por mais de uma ocasião, Bolsonaro fez referências a supostas provas de que teria vencido no primeiro turno, mas nada apresentou até agora e nem apontou perspectivas de quando ira fazê-lo. Em março de 2020, durante palestra em Miami (EUA), disse tê-las “nas mãos”. “E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado. Brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, passível de manipulação e de fraudes”, afirmou na ocasião.

No último dia 28 de abril, após ser cobrado pela imprensa em frente ao Palácio da Alvorada sobre a apresentação das provas , limitou-se apenas a dizer que o faria juntamente com um projeto de lei sobre o tema, sem mencionar qualquer data, além de ter alegado não ter obrigação de apresentá-las à imprensa. “Se eu não tivesse [as provas] eu não falaria, meu Deus. Eu sei do peso do que eu falo”, declarou quase 50 dias após a fala nos Estados Unidos.

Ao continuar sem mostrar nada concreto que comprove suas acusações, avaliam os autores da ação, o mais alto mandatário da República influencia parcela do eleitorado que votará nas eleições municipais de 2020, ao colocar a confiança da Justiça Eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas em xeque. Por isso, avaliam ser necessária uma “pronta solução” ao que consideram um impasse antes das eleições se aproximarem.
 
Além disso, consideram que, se o presidente entende haver fraude nas urnas, caberia a ele então apresentar o que sustenta suas acusações, até para permitir ao Ministério Público Federal promover as devidas investigações.

JUSTIÇA ELEITORAL

Na ação, os autores lembram ainda que Bolsonaro vem fazendo, não é de agora, severas críticas ao sistema de votação por meio da urna eletrônica, adotado no Brasil. “O presidente é um detrator contumaz da transparência deste sistema”, diz trecho do documento.

Em março, o Tribunal Superior Eleitoral rebateu as acusações e reiterou que “o sistema brasileiro de votação e apuração é reconhecido internacionalmente por sua eficiência e confiabilidade”. “Eleições sem fraudes foram uma conquista da democracia no Brasil, e o TSE garantirá que continue a ser assim”, diz trecho de nota oficial.

Ação Judicial na íntegra.

Atualizando:

Em despacho nesta segunda-feira (4), o juiz José Vidal Silva Neto deu cinco dias para a defesa do presidente Jair Bolsonaro se manifestar sobre o pedido de liminar apresentado pelo deputado federal Célio Studart (PV-CE) em ação protocolada na Justiça Federal do Ceará no último dia 30/4. Com isso, Bolsonaro terá que apresentar as supostas provas que diz ter sobre eventual fraude nas eleições de 2018.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Avaliação de Bolsonaro chega ao pior nível, mostra pesquisa XP; governadores são bem avaliados


A nova rodada da pesquisa XP Ipespe, concluída na última quinta-feira, revela que, desde o pedido de demissão de Sergio Moro, em 24 de abril, a avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro caiu 4 pontos percentuais, de 31% para 27%, enquanto a avaliação negativa saltou 7 pontos percentuais, de 42% para 49%. Os valores são, respectivamente, o menor e o maior da série iniciada em janeiro de 2019.

O movimento na expectativa para o restante do mandato sofreu variação semelhante. A expectativa negativa passou de 38% para 46%, enquanto a positiva foi de 35% para 30%.

No período, caiu também a nota média atribuída ao presidente. Ela era de 5,1 na pesquisa divulgada em 24 de abril e atingiu 4,7 no levantamento atual. Já a nota média atribuída a Sergio Moro teve movimento inverso: passou de 6,2 para 6,5 desde sua saída do governo.

Sobre os efeitos da demissão de Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, continua em 67% a fatia dos entrevistados que acreditam que ela trará impactos negativos para o restante do governo. Em relação ao novo ministro, André Mendonça, 69% dizem acreditar que ele terá uma atuação com interferências do presidente, enquanto 19% esperam uma atuação independente.

Foram realizadas 1.000 entrevistas de abrangência nacional, nos dias 28, 29 e 20 de abril. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Economia e coronavírus

A percepção negativa também se ampliou em relação à economia. Hoje, são 52% os que acham que a economia está no caminho errado, contra 47% na semana passada. Os que veem a economia no caminho certo caíram de 35% para 32%.

Sobre a melhor maneira de recuperar a economia depois da crise provocada pelo coronavírus , 62% acreditam que Bolsonaro deve mudar a política econômica, com mais investimentos do governo, enquanto 29% acreditam que o presidente deve manter as reformas e o enxugamento dos gastos públicos, com mais participação de empresa privadas.

O levantamento registrou ainda um aumento no percentual dos que dizem estar com "muito medo" do surto de coronavírus: são 48% nesta rodada contra 41% na semana anterior.

Ainda sobre o combate à Covid-19, a atuação de Bolsonaro foi considerada ruim ou péssima por 54% dos entrevistados. Já os governadores, constantemente criticado por Bolsonaro, tiveram a avaliação ótima ou boa por 53% dos entrevistados. Os números revelam que, apesar dos ataques diários do governo federal aos estados, a população reconhece a gravidade da doença e apoia as medidas restritivas.

Confira a pesquisa completa aqui.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Suspensão de posse de diretor da PF baseia-se em princípios republicanos e normas constitucionais, diz especialista do Mackenzie


A decisão liminar proferida pelo Ministro Alexandre de Moraes, suspendendo a nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, foi divulgada há pouco. O ministro do STF cita as acusações de Sergio Moro e o inquérito sobre o tema aberto na Corte como explicação para impedir a posse de Ramagem, prevista para hoje.

Para o especialista em Direito Constitucional da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Flavio de Leão Bastos Pereira, a decisão baseia-se em princípios republicanos e normas constitucionais vigentes, visto que a República, a Forma de Governo adotada pelo Brasil e suas instituições de Estado, devem ser preservadas de interferências políticas e ideológicas. "É o caso da Polícia Federal, instituição de Estado que não se presta a assessorar ou atuar segundo interesses do Chefe do Poder Executivo, sob pena de violação de princípios constitucionais que regem a Administração Pública, como a impessoalidade, a legalidade e a moralidade administrativa, todos previstos pelo artigo 37 da Constituição Federal, além do próprio princípio republicano".

Flavio de Leão ainda lembra que a Polícia Federal não deve assessorar o Presidente. " O órgão de inteligência que assessora o Presidente da Republica não é a Polícia Federal, mas a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)", afirma.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Na surdina, Bolsonaro estuda decreto para reduzir a Mata Atlântica



No manifesto "Continuam Tirando o Verde da Nossa Terra", a SOS Mata Atlântica alerta para o que considera ser o maior atentado contra o bioma e os patrimônios ambientais do Brasil. Conforme notícia do portal Direto da Ciência , (24/04), está na Casa Civil da Presidência da República uma minuta de decreto que altera os limites do domínio da Mata Atlântica, reduzindo seu tamanho e abrangência em mais de 10% do seu território. Isso representa a perda de 110 mil km2 do bioma. Assim como noticiado no site da Fundação, esse não é o primeiro ataque do Governo Brasileiro à Mata Atlântica que, em meio à pandemia do novo Coronavírus e a atual crise política, soma mais um grave atentado à já extensa lista de agressões ao meio ambiente.

"É inacreditável, não há outra palavra. Este desgoverno precisa ser freado em suas intenções e agressões contra o meio ambiente e à Constituição Federal que declara a Mata Atlântica como Patrimônio Nacional. Voltamos à década de 1960, quando os governantes estavam a serviço de um modelo insustentável de crescimento", afirma Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas, da Fundação SOS Mata Atlântica.

A Lei da Mata Atlântica é uma conquista da sociedade, fruto de 14 anos de construção conjunta no Congresso Nacional, envolvendo a comunidade científica, ONGs, setores produtivos e os entes federados - União, Estados e Municípios. "O mapa da aplicação da Lei, regulamentado no Decreto 6.660/2008, em vigor até este momento, é resultado de bases científicas e não da pressão setorial e política", reforça Mantovani. Além disso, Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e atos de todos os 17 estados do bioma também regulamentam a implementação da Lei da Mata Atlântica.

Historicamente, o bioma passou por um processo de degradação que acompanhava o mito da abundância e do crescimento a qualquer preço, modelo ultrapassado que este governo retoma agora com suas ações. Diversas atividades representam pressões sobre a Mata Atlântica e a mais recente delas é a especulação imobiliária e a urbanização sem planejamento das cidades brasileiras.
"Em certo momento, a poluição era símbolo de desenvolvimento, depois o desmatamento. Agora, é tudo isso junto. É só olharmos para os ataques à Lei da Mata Atlântica, a possibilidade de votação da ‘MP da Grilagem‘, o sucateamento e fragilização do Ibama e do ICMBio, ao decreto de revisão de multas por danos ambientais, entre outros temas", reforça Mantovani.

Neste novo decreto, que regulamenta a Lei da Mata Atlântica, o governo pretende excluir alguns tipos de vegetação do bioma, como áreas de estepe, savana e savana-estépica, vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânica e áreas de transição entre essas formações, além de outras (campos salinos, áreas aluviais, refúgios vegetacionais).

Por trás destas supressões no bioma está o interesse do setor imobiliário em utilizar essas áreas para a construção de novos empreendimentos. Essas mudanças facilitam o setor, uma vez que, na atual versão, a Lei da Mata Atlântica autoriza o desmatamento apenas em obras de interesse público - que em alguns casos conseguem se enquadrar. Se confirmado, o decreto dispensaria a autorização prévia do Ibama para desmatamentos de áreas maiores do que o limite atual, passando a autorização apenas para órgãos ambientais locais. O limite de 50 hectares por empreendimento poderia ser ampliado para 150 hectares. Em áreas urbanas, o limite de três hectares passaria a ser de 30 hectares.

Com isso, a Mata Atlântica pode ser reduzida em mais de 10% do seu território, em áreas estratégicas para a regulação do clima, abastecimento de água e biodiversidade, conforme dados do Atlas da Mata Atlântica, monitoramento do bioma feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

"Essa barbárie contra a floresta de maior biodiversidade do Planeta não pode imperar. É um SOS não apenas à Mata Atlântica, mas até mesmo para os próprios setores que têm a falsa ideia que degradar o meio ambiente pode trazer benefícios a eles. Pelo contrário, o mundo tem mostrado que a sustentabilidade baseada no investimento na economia verde é o que salvará as atividades humanas", finaliza Mantovani.

Do SOS Mata Atlântica