quinta-feira, 9 de julho de 2020

Empresários cobram de Mourão fim do desmatamento e agenda ambiental

Um grupo de representantes do setor empresarial brasileiro vai se reunir nesta sexta-feira (10), às 15 horas, com o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal e vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O objetivo do encontro é discutir medidas efetivas de combate ao desmatamento ilegal no país, entre outros pontos. Os empresários vão levar ao governo soluções e políticas públicas que podem induzir o desenvolvimento de uma agenda de negócios de baixo carbono.

A reunião será fechada e por vídeo conferência. Além de Hamilton Mourão, participam do encontro Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira da Árvore (Ibá); João Paulo, CEO América Latina da Natura; Water Schalka, CEO da Suzano; André Araujo, CEO da Shell; Paulo Sousa, CEO da Cargill; Marcos Antonio Molina dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Marfrig; Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú; e Luiz Eduardo Osorio, diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Vale.

A reunião desta sexta-feira foi confirmada depois que o Comunicadodo Setor Empresarial Brasileiro veio a público, na última terça-feira (7). O documento foi protocolado no Conselho Nacional da Amazônia Legal e Vice-Presidência da República, Supremo Tribunal Federal, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Procuradoria Geral da República.

Novas adesões

Sete empresas e uma instituição aderiram ao Comunicado do Setor Empresarial esta semana: BRF, CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), Equinor, Grupo Boticário, MOSS, Palladium e WayCarbon, além da Rede Brasil do Pacto Global. Com isso, o posicionamento – que é aberto e busca o maior engajamento possível – conta com a adesão de 47 grandes companhias e grupos empresariais e cinco instituições.

O horror: 75 dias em um grupo bolsonarista no Whats App

No dia 24 de abril, data em que o ex-juiz Sergio Moro, até então herói da nação bolsonarista, pediu demissão do cargo de ministro da Justiça e revelou o que muitos já sabiam – a tentativa de Jair Bolsonaro em interferir nas investigações da Polícia Federal que envolvem seus filhos e políticos aliados –, consegui entrar, a partir de um link postado em uma mídia social, em um grupo de apoiadores de Bolsonaro no Whats App.

Encontrei o que obviamente já esperava: defesa incondicional de presidente, teses fantasiosas sobre os mais genéricos assuntos, agressões a adversários políticos e ideológicos, muita, mas muita fake news, soluções milagrosas para o coronavírus, negação veemente da própria existência da epidemia, ataques à Rede Globo, inúmeras mensagens de adoração a Deus e ameaças físicas a adversários, bem como à liberdade de expressão, entre outros temas já conhecidos.

Ainda que isso tudo fosse esperado, não há como qualquer pessoa com o mínimo discernimento da realidade, seja ela de qual matiz político for, não se assombrar com o teor do que circula nesses grupos. É, no mínimo, assustador. 

Vamos lá:

Apesar de o grupo ter sido criado no auge da crise Moro x Bolsonaro, o primeiro vídeo que chegou dizia respeito à pandemia. Um cidadão dirigindo diz estar falando "ao vivo" com uma informação de última hora, urgentíssima. Afirmando ter amigos que trabalham em todos os portos do país (!!!), o cidadão, aparentemente um pastor evangélico – ele fala que seus vídeos geralmente são de oração e que está em uma obra missionária em uma cidade de Santa Catarina -, “alerta” a população para não aceitarem máscaras distribuídas pelo SUS, pois “elas estão contaminadas com o covid-19”. Segundo ele, são máscaras vindas da China, que já contaminaram norte-americanos. O "especialista" ainda diz que vai postar outro vídeo – o que não acontece – mostrando o FBI recolhendo as máscaras nos EUA.

Logo depois, um perfil com a descrição “Deus acima de tudo” confirma e faz um adendo à informação: “Mascaras ‘N95’ de padrão mundial vindas da hina, testaram positivo para a peste chinesa” (SIC).

A partir daí, o assunto Sergio Moro predomina. Foi muito interessante, ao longo de um ou dois dias, ver a transformação do ex-ministro de aliado e combatente da corrupção ao mais novo inimigo do País.

Algumas explicações foram bastante inusitadas: tudo não passara de uma grande jogada de Bolsonaro para levar o já ex-ministro ao STF no final do ano. “Não tem como ser ministro da Justiça e ministro do STF. Bolsonaro articula demais e a esquerdalha pira”, afirma um integrante, garantindo ser tudo um teatro armado entre o presidente e seu pupilo. Os indecisos ficam excitados com a possibilidade. “Moro vai descansar!!! Agora em novembro o Celso de Mello é obrigado a deixar o STF, pq completa 75 anos...abrirá uma vaga no STF...quem ocupará??”, exultam.

Conforme a imprensa explorava a denúncia de tentativa intervenção de Bolsonaro na PF em favor dos filhos e aliados políticos, o humor com Moro começava a mudar. Primeiro, surgiram acusações contra o pivô da demissão, o ex-diretor da PF Maurício Valeixo.

A acusação contra Valeixo era pelo fato de a PF, após exaustiva investigação, ter chegado ao óbvio: Adélio Bispo, um doente mental diagnosticado cientificamente, agiu sozinho, e não a mando de alguém, ao esfaquear Bolsonaro durante a campanha presidencial. Fica claro que, assim como o próprio Bolsonaro, a turba não queria uma investigação séria, mas, sim, encontrar um suposto e inexistente mandante – esquerdista, óbvio – do crime. “Lembrando, que o Ex-Diretor da PF Mauricio Valeixo é aquele que disse que Adélio agiu como louco, um lobo solitário no ataque ao presidente, e que não havia ninguém financiando o ‘maluco’", diz uma postagem, deixando claro: “Respeito Moro, e tenho gratidão pelo que fez ao país, porém, não votei em Ministro”, conclui.

A partir daí, o humor e as “análises” mudam radicalmente. Moro deixa de ser herói e passa a integrar a ala dos “esquerdistas” da Nação. Poucos contestam, mas alguns deixam o grupo. “Pessoal! Entrei num grupo da Direita, porém, NÃO RADICAL. Tenham bom senso e não protejam tanto o Presidente”, comentou um participante que, em seguida, deixou o grupo. Claro que o infeliz passa, também, a integrar o fantasma comunista e é atacado em seguida. “Mentiroso ou mentirosa infiltrado ou infiltrada”, sentenciam.

Aparecem listas de supostas manifestações e atos “esquerdistas” de Moro. Entre elas, apoio à soltura de Lula; defesa de líderes do PCC; nomeações, para o ministério, de globais e colunistas da “Foice de S.Paulo”.

A mensagem que acusa Valeixo de ser um inimigo da Pátria passa a ser constantemente repostada. Inclui-se a “falha” da PF ao investigar o jornalista Glenn Greenwald no episódio da Vaza Jato, que curiosamente, revelou a própria parcialidade de Moro e dos promotores da Lava Jato, coordenados por Deltan Dalagnol, na ânsia de condenar Lula. À época, relembre-se, Moro foi maciçamente defendido pelos mesmos que agora o acusam. “Então tire suas conclusões, Bolsonaro agiu certo em pedir sua cabeça a Moro, ou agiu errado?”, questionam.

Roberto Jefferson, um dos beneficiados com o tal mensalão, passa a ser herói bolsonarista. Sua crítica a Moro é comemorada e aplaudida pelos patriotas anticorrupção. “Aposto que por trás do Moro, estão o DEM e o PSDB, juntos com FHC, Rodrigo Maia, Alcolumbre, Dória, Witzel e outros mais”, diz o novo herói da Nação brasileira.

Não é só Moro, obviamente, que passa a ser inimigo da Nação anticorrupção. Aliada de primeira hora e campeã de votos, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) é carinhosamente chamada de “gorda”, “bruxa” e “Peppa”. A descrição do perfil do autor das agressões? “Deus está no comando”.


(Continua...)


Bolsonaro promove 245 ataques contra o jornalismo no primeiro semestre

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgou na semana passada dados atualizados sobre o monitoramento de ataques contra o jornalismo por parte do Presidente da República, Jair Bolsonaro, referentes ao primeiro semestre de 2020. Foram registradas 245 ocorrências de janeiro a junho de 2020, sendo 211 categorizadas como descredibilização da imprensa, 32 ataques pessoais a jornalistas e 2 ataques contra a FENAJ. São quase dez ataques ao trabalho jornalístico por semana, neste ano.

O monitoramento da FENAJ contempla declarações públicas do presidente em suas lives publicadas no YouTube, conta pessoal no Twitter, vídeos de entrevistas coletivas em frente ao Palácio do Alvorada e transcrições de discursos e entrevistas disponibilizadas no portal do Planalto.

Para além dos números, os dados mostram que as notícias sobre as ações do governo ou a postura do presidente sobre diversos assuntos transformam a imprensa em sua “inimiga”, com a construção de uma narrativa de ataques com o objetivo de promover a descredibilização do trabalho jornalístico e da credibilidade da produção de notícias. Algumas vezes o presidente coloca a imprensa e os jornalistas como “inimigos do País”, por conta de coberturas que o desagradam.

Leia a reportagem completa aqui.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

"Oh raça vagabunda do caralho", diz engenheira "formada, melhor do que você", a jornalista

Casal de "engenheiros formados" sumiu das redes 
A engenheira química Nívea Dell Maestro, que aparece, ao lado do marido, o engenheiro civil Leonardo Barros, tentando humilhar o superintendente de Fiscalização e Projetos da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, não limitou sua ira a ele ao ser flagrada desrespeitando as legislações nacional, estadual e municipal em um bar da cidade no fim de semana. Além de avisar ao fiscal que o marido era "engenheiro civil, formado, melhor do que você", Nívea aparece em outro vídeo agredindo um jornalista, segundo o perfil do Sleeping Giants Brasil no Facebook, do Grupo Globo, que abordou o casal questionando se o mesmo gostaria de conceder entrevista. "Oh raça vagabunda do caralho", disparou a cidadã de bem.

O vídeo você pode assistir abaixo:


Segundo o jornal Extra, a engenheira não tem registro no Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro, onde mora e trabalhava até ser demitida pela empresa Taesa (segundo a empresa, ele atuava na área financeira). A informação foi confirmada pelo Conselho.

De acordo com a entidade, se Nívea vinha atuando como engenheira química sem registro estava agindo ilegalmente e pode até perder a licença. A bolsonarista também é proprietária da empresa AC Engenharia e Consultoria Eirelli, localizada na Barra da Tijuca. Fundada em abril de 2017, a empresa tem capital social de R$ 94 mil.

Apesar da imprensa não ter divulgado o nome do casal, também em entrevista ao Extra Leonardo disse que, desde o episódio, eles não dormem nem comem e vêm recebendo inúmeras ameaças. Pudera, no vídeo em que tenta intimidar o jornalista, Leonardo esclarece: "Meu nome é Leonardo XX de Barros. CPF: xxx.xxx.xxx-xx. Qual o seu nome e CPF?", questiona. Ao ouvir o nome do repórter, questiona novamente: "Jornalista formado ou jornalista por tempo?", revelando mais uma vez sua preocupação com o nível de estudo das pessoas.

Curioso aqui é que o comportamento agressivo de quem se ofendeu com a arrogância dos dois - Leonardo se disse "patrão" do fiscal - é o mesmo utilizado pelos bolsonaristas para agredir adversários ou qualquer um que não concorde com qualquer coisa defendida pela trupe. O próprio Leonardo aparece no famoso vídeo filmando enquanto interpelava o fiscal, num movimento muito comum entre grupos bolsonaristas, provavelmente para ser distribuído nos grupos afins, incentivando o desrespeito à lei, às autoridades e ao bom senso. Além de taxar o fiscal como "comunista", claro, porque isso não pode faltar.

Sei que as reações virtuais são muito viscerais, raivosas, muitas vezes precipitadas e que merecem reflexão. Por outro lado, atitudes como a do casal "formado" são extremamente comuns em redes bolsonaristas radicais. Eu mesmo participo anonimamente de uma delas, desde a saída de Sergio Moro do governo. Os incentivos a ataques a pessoas e instituições são diários. Ataques verbais e ameaças físicas também. Posar postando armas, ameaçando matar comunistas não é raro, além de outras, literalmente, barbaridades, que contarei em outras oportunidades.

Sabe a lei da ação e reação? Pois é, apesar de bolsonaristas não acreditarem na ciência...

Calote de Bolsonaro à Opas fará o Brasil pagar mais caro por medicamentos, alertam entidades

Vinte e oito entidades da sociedade civil ligadas a direitos e a saúde lançaram nesta quarta-feira (08) uma carta aberta à sociedade, aos gestores da saúde pública no País e ao legislativo em defesa da importância da participação brasileira na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para o Sistema Único de Saúde (SUS). As organizações alertam para os prejuízos para a saúde pública do País, principalmente em um momento de pandemia, se a ameaças de retirada e desfinanciamento anunciadas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos se concretizarem.

Na carta, as entidades destacam que é devido à Opas, escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que o Brasil tem acesso a diversos medicamentos e produtos de saúde a preços reduzidos, a pesquisas de excelência e cooperação de nossas universidades com importantes centros de estudos de outros países.

“A saída da Opas ou a simples redução de repasses enfraquece a Organização e tem um potencial de prejudicar especialmente o fornecimento de medicamentos pelo SUS por estados e municípios. Qualquer agressão à Organização é uma ameaça ao sistema público brasileiro, especialmente para usuários em tratamento de câncer, de doenças autoimunes, de doenças reumáticas, de certas hepatites virais, assim como para o fornecimento de vacina”, alerta o documento.

O principal braço da OMS no continente auxilia o Brasil na aquisição de vacinas, imunobiológicos, tratamentos para HIV/Aids e hepatites virais, anti reumáticos, fatores de coagulação para hemofilia e quimioterápicos. Ainda em junho, o ministro interino da saúde anunciou nova aquisição de medicamentos via Opas. As compras intermediadas pela entidade são inclusive instrumentos estudados para solucionar o recente problema relatado por diversos estados de desabastecimento de anestésicos para entubamento de pacientes de Covid-19.

A organização ainda conta com importantes vitórias para a saúde mundial, com destaque para a erradicação do sarampo, da varíola, da rubéola e da poliomielite. Além disso, a Opas também tem fundamental importância na promoção de uma alimentação adequada e saudável, contribuindo, ao longo das décadas, com relatórios técnicos e recomendações, liderando discussões regionais e realizando ações concretas para a promoção de ambientes mais saudáveis.

Além de dirigir-se à sociedade brasileira, a carta é endereçada ao Congresso Nacional, ao Conass e ao Conasems e pede que os poderes exerçam controle de modo a impedir a redução do repasse financeiro ou a saída do Brasil da Opas. Dentre as medidas que podem ser tomadas por parte dessas instituições, estão a publicação de posicionamentos formais e a investigação e acompanhamento da questão junto ao governo federal. Em requerimento de informações protocolado nesta segunda-feira (06), o deputado federal Paulo Teixeira (SP) solicitou esclarecimentos ao Ministério da Saúde e à Casa Civil sobre a previsão de pagamento dos recursos devidos pelo Brasil à organização internacional.

Veja a carta aberta e as entidades que assinam o movimento

terça-feira, 7 de julho de 2020

Pesquisa identifica relação entre bairros com mais casos de Covid-19 e o uso de transporte público

Uma análise do Instituto Pólis, realizada em parceria com o LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade), órgão ligado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, sugere que a Covid-19 está se espalhando de forma mais intensa onde os moradores utilizaram transporte público para trabalhar durante a pandemia.

Os pesquisadores correlacionaram bairros de São Paulo, que mais registraram hospitalizações pela Covid-19 ou Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SRAG), por causa não identificada, com o local de origem de trabalhadores que utilizam o transporte público como principal meio de locomoção.

A análise mostrou que os territórios com mais internações na cidade (DataSus), estão localizados em regiões que figuram como os principais pontos de origem das viagens diárias (Pesquisa Origem Destino e SPTrans). São exemplos os bairros de Capão Redondo, Jardim Ângela, Brasilândia, Cachoeirinha, Sapopemba, Iguatemi, Cidade Tiradentes, Itaquera e Cidade Ademar.

Para a análise, foram utilizados dados do Datasus de hospitalizações por Covid-19 e por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda e Grave) não identificada a partir do CEP, referentes a março deste ano até 18 de maio, última data em que os códigos postais dos pacientes foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Essas informações foram balizadas com as de circulação de ônibus municipais do dia 5 de junho, fornecida pela SPTrans, e dados da Pesquisa Origem Destino, feita em 2017 pelo Metrô de São Paulo, que trata sobre as rotas e motivações dos que usam o transporte público na capital.

Foram consideradas pessoas que utilizam o transporte público para trabalhar, que não possuem ensino superior e que ocupam cargos não executivos. Esse perfil foi selecionado porque, em geral, as pessoas com formação superior, em cargos executivos e profissionais liberais, são as que aderiram ao teletrabalho.

“Em síntese, é possível afirmar que quem está sendo mais atingido pela Covid-19 são as pessoas que tiveram que sair para trabalhar. Entretanto, apesar de termos mapeado os locais que concentram os maiores números de origens ou destinos dos fluxos de circulação por transporte coletivo, não é possível ainda afirmar se o contágio ocorreu no percurso do transporte, no local de trabalho ou no local de moradia”, afirmam os pesquisadores.

“Se o maior número de óbitos está nos territórios que tiveram mais pessoas saindo para trabalhar durante o período de isolamento, temos que pensar tanto em políticas que as protejam em seus percursos como  ampliar o direito ao isolamento paras as pessoas que não estão envolvidas com serviços essenciais, mas precisam trabalhar para garantir seu sustento”, completam.

Os gamers do Centro-Oeste na Campus Party GO

Investimentos na casa dos seis dígitos, milhares de espectadores e possibilidades de negócios transmídias. É nesse contexto que nasceu há menos de um ano a Go Gaming, holding goiana que gerencia a organização de esportes eletrônicos Rensga Esports e o primeiro complexo do segmento na região centro-oeste, a Orbi Gaming. E é este o assunto do Diretor Executivo da companhia, Djary Veiga, que fala nesta sexta-feira (10), às 22h05, no placo Joy of Life sobre a "Regionalização dos Esportes Eletrônicos".

A Rensga Esports surgiu em 2019 e atualmente disputa os principais torneios nacionais nas modalidades de League of Legends (LoL) e Counter Strike: Global Offensive (CS:GO). No início deste ano, inaugurou a Orbi Gaming, um complexo de esportes eletrônicos com mais de 800 metros quadrados que abriga o Centro de Treinamento da Rensga, Arena Tectoy, Academy e Game Center.

"A Rensga e a Orbi são parte de um projeto que nasceu com um objetivo muito claro: regionalizar o esporte eletrônico. Acreditamos muito no potencial do estado de Goiás e da nossa capital Goiânia. Apesar da alta concentração das ações e iniciativas desse mercado estarem em São Paulo, grande parte do público está em outras regiões, como a nossa", explica Djary Veiga.

40 gigantes do setor empresarial cobram agenda sustentável do governo brasileiro contra "impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior"

Brasil de Ernesto Araújo assusta empreendedores (F: Greenpeace)
O setor empresarial brasileiro protocolou na segunda-feira (6) à Vice-Presidência da República e ao Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido por Hamilton Mourão, comunicado em defesa da agenda do desenvolvimento sustentável e combate ao desmatamento na Amazônia. O documento conta com a assinatura dos CEOs de cerca de 40 companhias e grupos empresariais dos setores industrial, agrícola e de serviços, além de quatro organizações: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Indústria Brasileira da Árvore (Ibá), e Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (ABIOVE). O documento também será protocolado no Supremo Tribunal Federal, Senado Federal, Câmara dos Deputados e na Procuradoria Geral da República (PGR). 

A carta tem como principal objetivo destacar “a atenção e preocupação com o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia”, além de apontar ações imediatas a serem adotadas para aplacar as reações negativas de investidores e consumidores estrangeiros ao País. 

Os executivos apontam que a imagem negativa tem enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país. “É preciso que o governo federal dê garantias ao setor empresarial brasileiro de que algumas das ações e compromissos que estamos apresentando sairão do papel”, defende Marina Grossi, presidente do CEBDS. 

Em relação à Amazônia e demais biomas brasileiros, o grupo defende o combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal. “Para o setor empresarial que atua dentro da lei e de forma correta, social e ambientalmente responsável, não há controvérsia entre produzir e preservar. Inclusive o próprio Código Florestal, construído após um amplo diálogo entre academia, ambientalistas, setor privado e poder público estabelece conservação e produção como uma de suas premissas. O desmatamento ilegal é crime”, resumiu Paulo Hartung, presidente do Ibá.

No comunicado, o setor empresarial lembra que algumas das empresas signatárias já desenvolvem soluções de negócios que partem da bioeconomia, com valor agregado e rastreabilidade dos produtos, inclusive, na Amazônia. “É possível dar escala às boas práticas a partir de políticas consistentes de fomento à agenda ambiental, social e de governança”, afirmou Marcello Brito, presidente da Abag.

Além do efetivo combate ao desmatamento ilegal, são apontados pelo documento como focos prioritários de ação: (i) inclusão social e econômica de comunidades locais para garantir a preservação das florestas; (ii) minimização do impacto ambiental no uso dos recursos naturais, buscando eficiência e produtividade nas atividades econômicas daí derivadas; (iii) valorização e preservação da biodiversidade como parte integral das estratégias empresariais; (iv) adoção de mecanismos de negociação de créditos de carbono; (v) direcionamento de financiamentos e investimentos para uma economia circular e de baixo carbono; e (vi) pacotes de incentivos para a recuperação econômica dos efeitos da pandemia da COVID-19, condicionada a uma economia circular e descarbonizada.

O documento encerra com uma mensagem de otimismo, lembrando que o Brasil tem a oportunidade única, os recursos, e o conhecimento para dar escala às boas práticas e, mais do que isso, planejar estrategicamente o futuro sustentável do país. E que é preciso redirecionar os investimentos para enfrentamento e recuperação da economia brasileira em um modelo de economia circular, de baixo carbono, e inclusiva.

Clique aqui para acessar o comunicado na íntegra.

EMPRESAS SIGNATÁRIAS

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Covid-19: Pesquisas comprovam eficácia do uso da máscara facial

Estudo realizado por uma equipe de pesquisadores norte-americanos descobriu que não usar máscara facial aumenta drasticamente as chances de uma pessoa ser infectada pelo coronavírus. A equipe examinou as chances de infecção pela COVID-19 e como o vírus é facilmente transmitido de pessoa para pessoa. A partir de tendências e procedimentos de mitigação na China, Itália e Nova York, os pesquisadores descobriram que o uso de uma máscara facial reduziu o número de infecções em mais de 78.000 na Itália, e em mais de 66.000 na cidade de Nova York, entre abril e maio.

De acordo com Bárbara Gionco Cano, especialista em microbiologia e professora do Colégio Marista de Londrina, o uso da máscara respiratória funciona como uma barreira física de proteção para que fluídos do usuário não contaminem quem está ao redor. O equipamento é eficaz tanto para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus, como para outras doenças respiratórias. “A máscara respiratória é uma medida válida de proteção coletiva, já que nem todos os contaminados apresentam sintomas, sendo assim seu uso é importante para evitar a contaminação de outras pessoas e contribuir com a contenção da doença. Seu uso é fundamental para pessoas com sintomas e para os profissionais de saúde”, explica.

Caseira ou não?

Ao contrário do álcool gel, a versão caseira das máscaras é tão eficiente quanto a industrializada. Bárbara esclarece que o equipamento de proteção pode ser feito de algodão ou TNT, por exemplo, desde que tenha no mínimo três camadas e seja fixada bem rente ao rosto. “Três camadas são suficientes para que os fluidos corporais não respinguem do usuário para o ambiente. Seria ideal que as pessoas fizessem uso das máscaras caseiras para que não faltem equipamentos de proteção para os profissionais de saúde e para os casos confirmados”, pondera.

Preferência é por máscaras caseiras (Foto: Divulgação)

Recomendações e limpeza

Segundo a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é importante que a máscara não seja usada por mais que duas horas ou depois que o tecido fique úmido. O ideal nesses casos é a substituição do produto.

Outro cuidado necessário é lembrar que a máscara é individual e não deve ser compartilhada. Vale ressaltar que deve ser colocada com cuidado, cobrindo boca e nariz e que durante o uso é importante evitar tocá-la e ficar ajustando. Para tirar a máscara, é preciso removê-la pelo laço ou nó da parte traseira, evitando tocar na parte da frente e lavar as mãos logo após. Além disso, a máscara deve ser descartada a qualquer sinal de desgaste.

Depois do uso, a máscara deve ser lavada com uma mistura de 50 partes de água para uma parte de hipoclorito de sódio (água sanitária). O equipamento de proteção deve ficar imerso nessa mistura por 30 minutos e depois deve ser lavado em água corrente e sabão. Quando o tecido estiver seco, é importante passar o material com ferro quente (caso seja de algodão) e acondicionar em saco plástico. “O usuário deve lembrar-se de higienizar bem as mãos após lavar a máscara”, afirma a especialista.

Novas chamadas do #Provoca homenageiam embalagens clássicas da publicidade

Larry, o velho da Quaker, é um dos personagens (F: Divulgação)
A temporada 2020 do #Provoca, da TV Cultura, continua a se reinventar. Agora, o programa de entrevistas ganhou uma série de chamadas de divulgação inspiradas em embalagens clássicas da publicidade. Em vinhetas divertidas, que trazem em seu DNA a essência "impremeditável" do #Provoca, o apresentador Marcelo Tas estampa caixas de produtos famosos e, até mesmo, icônicos, como a dos Palitos Gina, e aparece caracterizado como o personagem Larry, conhecido popularmente no Brasil como o "velho da Quaker".

Para Marcelo Tas, "as chamadas de TV são tão importantes quanto o programa. Na TV Cultura, hoje, tenho a alegria de trabalhar com um dos caras mais criativos da TV, o Bacana [diretor de Arte da emissora]. Me diverti muito fazendo os personagens que parodiam as embalagens clássicas da publicidade".

Assista:

Recuse imitações

Segundo Henrique Bacana, a nova campanha dá continuidade às chamadas inusitadas do programa: "Um de nossos principais produtos da TV tem sido provocado de várias maneiras em nossas chamadas, seja com o turbante da Carmen Miranda ou as pernas do Garibaldo, por exemplo. Chegou a hora dele reverter a situação e mostrar seu valor. Afinal, ele é incomparável. Como diria Flávio Cavalcanti, 'Nossos comerciais, por favor!'"

O #Provoca, apresentado por Marcelo Tas, vai ao ar toda terça-feira, às 22h15 na TV, com transmissão simultânea pelo canal do programa no YouTube, site oficial da TV Cultura e redes sociais. A temporada 2020 do programa já recebeu nomes como Washington Olivetto, Jô Soares, Bárbara Paz, Antonio Prata e muitos outros.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Colunista e psicóloga falam sobre depressão em tempos de Covid-19

Com o aumento de casos de pessoas depressivas no país devido a pandemia, Guilherme Beraldo, colunista do Portal Aqui Tem Fofoca, resolveu abrir seu coração e contar como enfrenta este problema. Ele pretende ajudar as pessoas, com conteúdo informativo sobre o tema, em suas redes.

Foi aos 18 anos que Beraldo teve o primeiro grande baque em sua vida. A morte de seus avós. Eles eram seus pais, sua base, e foram os responsáveis por sua criação, desde quando nasceu. Ele conta que teve pouco contato com seus pais biológicos e esta perda o afetou grandemente.

Quando completou 22 anos decidiu procurar um psicólogo, pois ele mesmo observava que passou a viver uma vida isolado. Tendo como única companhia, o seu trabalho. Assistir TV era o seu hobby e melhor companhia, como um alicerce. Para não enlouquecer começou a escrever sobre o que sentia num blog. E, foi desenvolvendo esta paixão por informação que ele iniciou na escrita, até que nasceu seu portal Aqui Tem Fofoca, projeto que é sua alegria.

Por morar sozinho desde os 18, se isolou por muito tempo, tendo pouquíssimos amigos. E, quando passa por crises, deseja apenas dormir, não sendo produtivo, evitando contato com outras pessoas, se isolando do mundo. Segundo a psicóloga Camila Carmona quando estes momentos se tornam constantes, é sinal que a depressão está instalada “não ter vontade de fazer coisas rotineiras como se alimentar, tomar banho e sair uma vez ou outra podem ser considerados momentos depressivos, mas quando a perda de interesse se repete durante a semana por algumas semanas, a depressão se instalou” – garante a especialista.

E neste momento as pessoas ao redor precisam e devem continuar agindo naturalmente, não é preciso fingir que está tudo bem o tempo todo, para poupar o outro. O depressivo precisa saber o que está acontecendo sim, porque ela continua com a capacidade de vivenciar a realidade. A dica da especialista é saber falar.

Guilherme Beraldo conta que é uma luta constante e quem conseguiu identificar sofrer depressão, precisa buscar forças em si mesmo e também junto a um profissional. Ele toma medicamentos e não dispensa o acompanhamento médico. “Em alguns casos, o nosso trabalho é ajudar a pessoa a conviver com a sua condição, consciente que existirão momentos bons e outros nem tanto e que dá para ser feliz dessa maneira” – pontua Camila.

Através do acompanhamento médico e da psicoterapia é possível resgatar hobbies e manter a mente ocupada. Um conselho que ele dá para quem assim como ele, passa por este problema é não ter vergonha de se expor, e também, é preciso buscar algo que dê paixão para viver. Ele está com vários projetos, com os quais tem se empenhado. “Precisamos reagir. Para quem tem depressão é um passo por dia, um de cada vez. Busque tratamento psicológico, converse com pessoas próximas a você. Não tenha vergonha de expor que você tem uma doença e que isso vai passar”, comenta.

Camila Carmona reforça ainda a importância dos amigos e familiares nesse processo e orienta que aquele que estiver mais próximo da pessoa com esse transtorno também deve fazer um acompanhamento terapêutico para saber lidar com a situação e principalmente para não se deixar levar pela onda de negativismo. “Dê responsabilidade para a pessoa, ela precisa ser responsável por algumas atividades e jamais confirme através de palavras ou de atitudes que ela é uma pessoa doente. Ela por si só, já se sente um fardo, então seja otimista, faça com que ele se sinta colhido” – pontua.

Camila finaliza e dá uma dica importantíssima “troque o eu te entendo, por eu não imagino o que você está sentindo, mas eu estou aqui com você e apenas ouça, não critique, não dê conselhos e respeite as suas crenças!”

Mulher terá que pagar R$ 10 mil por ofensa racial

Uso de banheiro em restaurante motivou racismo (F: Divulgação)
Uma mulher que cometeu o crime de injúria racial contra o segurança de um restaurante em Belo Horizonte terá que lhe pagar R$ 10 mil, por danos morais. A decisão é da 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O acórdão confirma o entendimento proferido pela 25ª Vara Cível, que determinou o pagamento da indenização, além de multa por dia de atraso no pagamento.

Injúria racial

No recurso enviado ao TJMG, a acusada disse que os argumentos apresentados pelo segurança eram frágeis e que a testemunha indicada por ele não sabia ao certo quais teriam sido os termos usados na ofensa. Ela alegou que, ao ser instada pelo segurança, disse apenas que ele parecia um "chato de galocha" e que "somente porque veste roupa preta acha que é o tal".

No entanto, a testemunha do ofendido confirmou que a frequentadora o chamou de "urubu, negro, safado e macaco".

De acordo com o relato do profissional, ele fazia a vigilância de um restaurante no Bairro Funcionários, próximo a uma tradicional feira que ocorria aos sábados. E que era comum frequentadores da exposição irem ao banheiro. Diante disso, a administração do restaurante decidiu cobrar uma taxa de R$ 0,50.

Conta o segurança que a frequentadora entrou na casa, foi ao banheiro, não consumiu nada e, ao sair, foi informada por ele da taxa. Revoltada, jogou o dinheiro no balcão, proferindo impropérios que, segundo a ação de danos morais inicial, configuram injúria racial. Várias pessoas, de acordo com o trabalhador, presenciaram o fato.

Palavras racistas

Conforme o relator, desembargador Otavio Portes, não restaram dúvidas de que a mulher ofendeu o homem com palavras racistas, e as testemunhas disseram ter certeza dos termos usados pela mulher. "Portanto, diferentemente do alegado pela parte autora, inexistem elementos capazes de retirar a credibilidade do depoimento utilizado como lastro para a condenação."

O magistrado acrescentou que o segurança "foi ofendido por questões afetas às suas características físicas, somente por desempenhar a função para a qual foi contratado".

Os desembargadores José Marcos Rodrigues Vieira e Pedro Aleixo seguiram o voto do relator.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Graças a Feder, alunos de 165 municípios do PR estão desde abril sem aulas

Reportagem de hoje, do Intercept, revela que graças a Renato Feder, o novo ministro da Educação de Bolsonaro, alunos de 165 municípios paranaenses estão desde abril sem aulas. Como  secretário de Esporte e Educação do Paraná, Feder contratou, com dispensa de licitação, uma rede afiliada da TV Record no estado para transmitir vídeo-aulas para alunos da rede estadual durante a pandemia de covid-19. No entanto, a empresa escolhida não possui sinal de transmissão em quase a metade do estado. Mais de 2 milhões de pessoas vivem nas cidades que ficaram no escuro educacional – o que é quase um quinto da população do Paraná.

Leia a reportagem completa aqui.