quarta-feira, 18 de novembro de 2020

ABI irá debater leis de punição a agressores de jornalistas

Diante de mais uma agressão a um profissional da imprensa, dessa vez o jornalista Arthur Stabile, em Diadema, no último dia 15/11, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) decidiu debater, com os seus autores, os projetos de lei que aumentam a punição aos agressores. Neste momento, tramitam cinco projetos na Câmara de Deputados, e um, no Senado.

Para o presidente da ABI, Paulo Jeronimo, "a essência de uma lei com esta característica deve ser, ao proteger jornalistas, garantir o livre exercício da profissão, as liberdades de expressão e de imprensa, bem como o direito fundamental da sociedade à informação."

Clique e conheça os projetos:

PL-2896/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2253705)


PL-2914/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2253766)


PL-2982/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2254044)


PL-2378/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2251472)


PL-2393/2020 (https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2251514)


PL 4.522/2020 (https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=8889317&ts=1602095266311&disposition=inline)

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Movimento pede instalação de centro de atendimento a autistas em Goiás; Caiado nega

Uma petição na plataforma Change.org cobra do governador Ronaldo Caiado (DEM) a implantação de um centro de referência para tratamento do autismo em Goiás. De acordo com o documento, Caiado vetou projeto aprovado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), autorizando a criação da unidade, alegando que o estado já contempla o atendimento a autistas na estrutura de saúde existente, o que os parentes de pessoas com o transtorno discordam.

Projeto autorizativo dos legislativos não tem nenhuma validade jurídica. Na prática, autoriza o governador ou prefeito a fazer o que eles já podem fazer. Mas são utilizados como forma de pressionar o mandatário e chamar a atenção da sociedade para o assunto.

Você pode assinar a petição clicando aqui.

Segue o texto publicado na plataforma:

"A Assembleia Legislativa de Goiás aprovou o projeto de nº 3923/19, que autorizou a criação e implementação do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA).

Entretanto, o Governador Ronaldo Caiado vetou a criação desse importante Centro de Referência sob a alegação de que já existe estrutura no Estado de Goiás para o atendimento das pessoas com Autismo.

Precisamos da sua assinatura para ajudar a derrubar o veto do Governador e viabilizar a criação do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA).

Para as crianças e pais com complicações causadas pelo Transtorno do Espectro do Autismo(TEA) no Estado de Goiás, as filas são enormes e as terapias, demoradas. Muitas vezes estas são negadas sem nem ao menos dar a chance de nos preparar para esse baque.

Existem crianças que estão na fila de atendimento para um Neuropediatra há mais de 4 anos pelo SUS. Sem o atendimento adequado e sem os relatórios médicos é muito difícil assegurar a qualidade de vida para nossos anjos.

Mas com a aprovação do projeto que autorizou a criação do Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CRE-TEA) criou-se uma esperança na possibilidade de ter um atendimento especializado e adequado para as crianças portadoras de autismo. No entanto, nossa esperança foi por água abaixo quando o Governador vetou a criação do CRE-TEA.

Precisamos mostrar para o Sr. Governador Ronaldo Caiado quem somos e o que precisamos. Somos pais e mães que abdicam de tudo por um minuto de atenção dos nossos filhos, muitos na esperança de ouvir uma palavra, sentir um toque, ou simplesmente dormir uma noite tendo a certeza que tudo vale a pena, cada lágrima, cada passo e, principalmente, cada sorriso.

Só quem já passou por uma crise causada pelo TEA sabe o que é se sentir impotente e de mãos atadas, mas superar e seguir em frente é nosso foco e meta de vida pelos nossos filhos, irmãos e parentes.

Nos ajude a mostrar que estamos aqui e precisamos ser notados e principalmente respeitados!!!"

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Anunciantes ignoram vitimização da Gazeta do Povo e mantêm exclusão de anúncios

Veículo que reclama de perseguição demitiu colunista líder de audiência por ser considerado de esquerda, após pressão de leitores extremistas

Apesar da matéria apócrifa publicada pela Gazeta do Povo acusando os que pedem a interrupção da publicação da coluna de Rodrigo Constantino no site paranaense de “milicianos digitais”, os anunciantes não se convenceram. Dia a dia um novo patrocinador atende aos apelos, capitaneados pelo Sleeping Giantes Brasil, e decidem não associar sua marca a conteúdos que disseminam o ódio e fake news. A própria Gazeta diz que pelo menos 13 patrocinadores deixaram de exibir suas propagandas no site.

Ao contrário do que tenta fazer parecer o site, ninguém está desejando o fechamento da Gazeta. O pedido é para que eles sigam o exemplo de outros quatro veículos que dispensaram Constantino após ele culpabilizar algumas vítimas por seu próprio estupro, ao comentar a repercussão do caso Mariana Ferrer.

Para a Gazeta, as explicações do Constantino, que também disse que não denunciaria estupradores caso a situação da mulher – como estar bêbada ou participando de festas com homens – induzisse ao crime e que chamou feministas de “vadias” são suficientes para “esclarecer o mal entendido”.

Interessante relembrar que, ao demitir um de seus principais colunistas, no ano passado, a pedido de leitores de direita extremistas, Rogério Galindo, por ser considerado uma voz de esquerda dentro da publicação, a Gazeta não se referiu a essa pressão como perseguição à liberdade de expressão ou mesmo resultado de uma milícia digital, o que revela o caráter dual com que o site analisa as manifestações que recebe.

O fato é que os patrocinadores não se deixaram levar pela vitimização da diretoria da Gazeta. A empresa de cosméticos sustentáveis The Body Shop, por exemplo, respondeu assim ao aviso do Sleeping Giants: “(…) o anúncio no site Gazeta do Povo foi bloqueado no momento em que vocês nos notificaram. (…) Apoiamos o movimento e bloqueamos sempre que encontramos sites que propagam fake news e discursos de ódio”.

A marca de camisetas Reserva também se posicionou: “Estamos passando para avisar que nos reunimos com o time e fizemos uma varredura para saber se tínhamos algum anúncio no jornal Gazeta do Povo ou em qualquer meio de comunicação que apoiasse, mesmo que indiretamente, a Cultura do Estupro e retiramos imediatamente. (…) Vocês poderiam divulgar o nosso posicionamento? Queremos que todos saibam que o nosso posicionamento está alinhado com nossa missão de cuidar das pessoas!”.

A gigante Alegra Foods seguiu no mesmo caminho: “Repudiamos qualquer discurso de ódio. Já estamos suspendendo os anúncios no site apontado. Muito obrigada por nos alertar.”

Ao insistir em ir contra o bom senso e a favor da disseminação de informações falsas e opiniões que colocam em risco a saúde de milhões de pessoas, como as críticas ao distanciamento social, ao uso de máscaras e à minimização da pandemia de Covid-19, explicitamente defendidas por Constantino, a Gazeta decidiu se aliar a seus sectários leitores. Resta saber se conseguirão sobreviver e, um dia, recuperar a credibilidade.


Em tempo

Deixo explícita, aqui, minha solidariedade aos 120 funcionários da Gazeta, alguns ex-colegas de trabalho, que, arriscando seus empregos, assinaram uma carta de repúdio à permanência de Constantino no site.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

13 anunciantes deixam a Gazeta do Povo após o site decidir manter e defender Constantino

Veículo publicou ontem matéria anônima para criticar anonimato do grupo Sleeping Giants Brasil

Pelo menos 13 anunciantes deixaram de veicular seus anúncios na Gazeta do Povo após o site paranaense decidir manter e defender explicitamente o colunista Rodrigo Constantino, que disse, entre outras aberrações, em uma live, que, se sua filha fosse estuprada em uma festa com bebidas e homens, não só deixaria a filha de "castigo feio" como não denunciaria o agressor. A informação da decisão dos anunciantes é da própria Gazeta.

Em matéria não assinada, o site critica o coletivo Sleeping Giants Brasil, iniciativa que, seguindo exemplo norte-americano, surgiu para combater a disseminação de fake news e discurso de ódio, comuns a apoiadores do bolsonarismo. A Gazeta critica e utiliza entrevistas de especialistas para ameaçar o grupo, que chama de "milícia virtual". 

Página de Rodrigo Constantino na Gazeta exibe apenas anúncios do próprio site (Reprodução)

Após as declarações de Constantino, que incluíram trechos como "feministas são mocreias e vadias", e culpavam a vítima em casos de estupro, as rádios Jovem Pan e Guaíba, o jornal Correio do Povo, a Record News e o site R7 deixaram de veicular as atrocidades de Constantino.

A Gazeta, em carta aos leitores assinada pela dona do site, Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, defendeu que o colunista foi mal compreendido e que tudo havia sido explicado - lembrem-se, ele disse que feministas são "vadias" -, por isso, a decisão de mantê-lo. Não é, ao que parece, o que pensam os anunciantes.

Apesar das ameaças, Gazeta, e da defesa incondicional de um governo errático e autoritário, nós vamos continuar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Após comemoração de Bolsonaro pela suspensão, Anvisa autoriza retomada do estudo da CoronaVac

Testes liberados (F: Instituto Butantan)
Buscando atender ao princípio da transparência, a ANVISA informa que acaba de autorizar a retomada do estudo clínico relacionado à vacina Coronavac, que tem como patrocinador o Instituto Butantan, informa, em nota, a Agência.

A entidade voltou a defender a interrupção dos estudos, comemorada por Bolsonaro como uma vitória contra o governador de São Paulo, João Doria.

"A medida, de caráter exclusivamente técnico, levou em consideração os dados que eram de conhecimento da Agência até aquele momento e os preceitos científicos e legais que devem nortear as nossas ações, especialmente o princípio da precaução que prevê a prudência, a cautela decisória quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano", dia a nota.

"Importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia. A suspensão e retomada de estudos clínicos são eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela ANVISA com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo.

A ANVISA assegura mais uma vez o compromisso com a população brasileira de atestar a qualidade dos dados dos estudos clínicos e a segurança dos voluntários, conferindo também o máximo de celeridade ao processo", esclarece, ainda, o documento.

Leia a nota na íntegra aqui.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Declaração de Bolsonaro deixa o Exército entre a r*la e a xe#*ca

Dizer que Bolsonaro é insano é repetir o óbvio. Isso sem comentar sua falta de preparo, incompetência e maldade. Mas até quem sabe de tudo isso, eventualmente, se surpreende.

Além de chamar os brasileiros de "maricas" por causa da Covid-19, que já matou 160 mil pessoas - pessoas de verdade, não robôs -, o presidente da maior economia da América Latina resolveu ameaçar declarar guerra aos Estados Unidos. Isso se Biden resolver engrossar com a questão ambiental no Brasil.

O disparate de Bolsonaro não passou imune. Tags como #renuncia, #renunciaBolsonaro e o termo Exército Brasileiro passaram a ocupar a lista de assuntos mais comentados do Twitter.

Para coroar o surrealismo da situação, Exército ficou entre outros dois termos do momento, r*ola e xer#*a. 

E, não por isso, o Exército virou piada. Uma das melhores foi: "quero ver quando o Exército Brasileiro invadir os EUA e pintar todos os meio fios e caules de árvore de branco."

E não parou por aí. Bolsonaro, mais uma vez, deixou o meme pronto.

Bolsonarista para diarista: "Vai fazer mocotó, que é comida de pobre. Vou cuspir na sua cara"

Valeriano, de "extremo bom gosto" (Reprodução Facebook)
O cerimonialista Valeriano Pinto Coelho Filho, de Anápolis, a 50 km de Goiânia, protagonizou mais um episódio que revela o desprezo que eleitores bolsonaristas têm por pessoas humildes. Em áudio enviado a uma diarista, após ela avisar que não poderia realizar o trabalho naquele dia, Valeriano desferiu inúmeras agressões à funcionária. 

“Com certeza vou arrumar outra pessoa. Pessoa digna de frequentar minha casa e limpar as minhas sujeiras. Você não é digna de limpar nada. Para mim, você não passa de um lixo. No dia que eu te ajudei com aqueles tijolos, foi por causa do [Nome de homem]. Dá vontade de ir aí e quebrar tijolo por tijolo na sua cabeça", disse. 

"Vai fazer mocotó que é comida de pobre. Isso que você sabe fazer. Tenho ódio de me misturar com gentalha como você. No dia que eu te ver na rua, gentalha, vou cuspir na sua cara. Não cruza meu caminho. Se você não tem hombridade de honrar seus compromissos, eu tenho”, concluiu, quando Maria José de Souza Marques, de 54 anos, que trabalha em uma lanchonete avisou que teria que ir ao estabelecimento preparar o item, que havia acabado.

Ouça:


Em seu perfil no Facebook, Valeriano, muito conhecido na cidade, se descreve como "de extremo bom gosto", "básico", e "apaixonado pela vida". Em entrevista a veículos de comunicação após a repercussão do caso, Valeriano alegou que a diarista "é de casa" e por isso teria liberdade de falar assim com a funcionária, que teria ajudado em diversas ocasiões, como na doação de tijolos. Maria José nega a proximidade e registrou boletim de ocorrência.


Eleições: PT e PSOL são partidos favoritos de 39% da geração Z que irá votar

Pesquisa da Yubo mapeou as preferências de jovens no Brasil sobre política e as eleições deste ano

Imagem: freepick
A poucos dias das eleições municipais, as redes sociais estão sendo agitadas por memes, debates acalorados, filtros e transmissões ao vivo. Os jovens da Geração Z, é claro, não poderiam ficar de fora e estão tratando do tema em todas as suas redes, entre elas o Yubo - uma plataforma social focada em fornecer um ambiente online seguro onde os jovens têm a liberdade de socializar com pessoas de sua própria faixa etária. Para mapear as preferências dos usuários brasileiros sobre política, o aplicativo conduziu este mês uma pesquisa com mais de três mil respondentes.

De acordo com os dados da pesquisa, dos jovens ouvidos por Yubo que irão votar neste ano, 39% afirma que pretende votar em candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) ou do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

Por serem nativos digitais, quase 70% dos respondentes afirmou que usa somente as redes sociais para se atualizar sobre o tema. Muitos desses jovens também utilizam as redes para se posicionar sobre política e discutir assuntos relevantes para a escolha de um novo prefeito ou vereador em sua cidade. Entre os usuários do Yubo, 52% se consideram politicamente ativos nas redes sociais e somente 38% preferem evitar estes temas e apenas acompanhar os posts sobre o assunto.

Prioridades na política

Os jovens da Geração Z estão atentos às propostas dos candidatos e têm algumas prioridades na hora de escolher quem levará os seus votos.

Em primeiro lugar, com votos de 70% dos usuários, está a preocupação do político com os cuidados essenciais à população, com a construção e manutenção de escolas, hospitais e auxílios do governo para quem mais precisa

Para 45% dos respondentes, é prioritário que o candidato faça parte ou apoie grupos LGBTQ+, negros ou deficientes.

Em terceiro lugar, 40% dos jovens afirmam que sua prioridade para escolher um candidato é a realização de melhorias em obras de infraestrutura, como saneamento básico, transporte público e trânsito. 

Outro assunto que reflete nas preferências políticas dos jovens é a visão da própria família sobre o assunto. 55% deles disseram que têm, em partes, o mesmo direcionamento e opiniões de seus pais. Por outro lado, 21% têm ideias totalmente diferentes, o que pode significar bastante dor de cabeça ou ainda debates enriquecedores com a própria família.

“Como acontece frequentemente, os jovens veem nas redes sociais uma plataforma para trocar ideias e entender sobre política e isso ressalta a importância de transformar esses ambientes em um espaço seguro. Yubo se posiciona como esse espaço social em que a geração Z consegue conversar sem medo de retaliação ou métricas de engajamento”, diz Sacha Lazimi, cofundador e CEO do Yubo. 

O Yubo possui um modelo que evita a divulgação de notícias falsas, já que o App é focado em conversas em tempo real entre pequenos grupos de pessoas e não promove conteúdo para grandes públicos.

A derrota de Trump e o bolsonarismo

Por Rodrigo Augusto Prando

Ao fim e ao cabo das eleições americanas, com a vitória de Joe Biden, um sentimento tomou conta do Presidente Bolsonaro e dos bolsonaristas: medo. Apostaram, indevidamente, todas suas fichas em Trump. Deveriam - o presidente, seus filhos e ministros - manter a salutar distância diplomática e protocolar em relação às eleições de outra nação.

Trump foi, para a democracia norte-americana, um elemento nocivo. Assentou sua conduta, como candidato e como presidente, numa santa trindade das redes sociais: fake news - teorias da conspiração - pós-verdades. Pesquisadores apontaram que a comunicação de Trump, pelas redes sociais, era, preponderantemente, de mentiras e distorções. Soma-se a isso posturas anticientíficas e negacionistas. Democratas - os que valorizam e defendem a democracia como valor inegociável - do mundo todo, comemoraram a vitória de Biden e, agora, fazem chiste com a postura de Trump em não reconhecer a derrota e, ainda, de continuar com fake news, colocando em dúvida a legitimidade eleitoral e da própria democracia estadunidense. Ademais, sua postura de tratar a pandemia com menoscabo também pesou na avaliação dos americanos em relação à Gestão Trump, dado o enorme número de contaminados e mortos.

Bolsonaro e os bolsonaristas tornaram Trump seu totem, objeto sagrado, de culto e adoração. Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, usou boné da campanha de Trump. Ernesto Araújo, Chanceler, publicou artigo - antes de se tornar ministro - afirmando que Trump seria capaz de salvar a civilização ocidental. Bolsonaristas, famosos e anônimos, fazem ecoar nas redes a teoria da conspiração de que Trump foi vitorioso e as eleições fraudadas. Aliás, Bolsonaro afirmou ter provas de que a eleição de 2018 foi fraudada, mas nunca as apresentou.

A situação das relações econômicas e diplomáticas, com Biden na Casa Branca, devem, ao menos na questão ambiental, mudar de direção. Diferente de Trump, negacionista climático, Biden trará à tona uma agenda ambiental e já deixou claro, em pronunciamento, estar atento à situação da Amazônia. Certamente, estarão na berlinda Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, ambos fortes membros da ala ideológica do governo. Haverá, por parte do governo brasileiro, uma ação mais proativa e pragmática na diplomacia e relações comerciais ou a cartilha do olavismo continuará na cabeceira dos ministros? Até o final de domingo, não haviam cumprimentado Biden pela vitória Kim Jong-Um (Coreia do Norte), Mohammad bin Salman (Arábia Saudita) e Bolsonaro - não parece ser boa companhia para a diplomacia nacional.

Pairou no ar, aqui, no Brasil, a pergunta: teremos um Biden para disputar com Bolsonaro em 2022? Não é tão simples, pois não temos, apenas, Democratas e Republicanos como lá. Os partidos políticos, seus líderes e atores até o momento não encontraram em nosso país um denominador comum capaz de superar as divergências que os separam em prol de uma visão conjunta que os una. O bolsonarismo sentiu o golpe. Está com medo. Bolsonaro medrou. Começou a ponderar que, em 2022, o desfecho não seja a reeleição e sim uma derrota. A política está aberta. Candidatos à reeleição são, sempre, favoritos, no Brasil e nos EUA. Se o poderoso Trump, com seus milhões de seguidores nas redes sociais e seus milhares de dólares na conta bancária perdeu a eleição, no voto popular e no colégio eleitoral, tudo é possível.

Rodrigo Augusto Prando é Professor e Pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduado em Ciências Sociais, Mestre e Doutor em Sociologia, pela Unesp.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Municípios goianos terão checklist para avaliar se escolas estão preparadas para volta às aulas

Planilhas elaboradas pelo Gaepe-GO vão ajudar os gestores municipais a elaborar protocolos para o retorno presencial

Com o anúncio do governo do Estado e de várias prefeituras municipais da iminência da volta das aulas presenciais, o Gabinete Articulado de Enfrentamento aos Efeitos da Pandemia na Educação Pública de Goiás (Gaepe-GO) elaborou uma ferramenta para facilitar a elaboração e implementação dos protocolos de biossegurança para o retorno das atividades presenciais nas instituições da rede pública de ensino. Trata-se de um checklist para que os municípios goianos possam fazer uma autoavaliação sobre as condições exigidas para o retorno, que pode ser acessada por intermédio de arquivo (link para download).

O documento é composto por três planilhas que resumem as recomendações dos planos de ação dos protocolos de biossegurança do Estado, geral e específico para ensino infantil, e do guia de implementação proposto pelo Ministério da Educação (MEC). Com o preenchimento, outras três planilhas exibirão automaticamente o nível de adesão de cada plano aos padrões sugeridos.

As medidas recomendadas vão desde a organização de entrada e saída da escola até a redução dos alunos em sala de aula, distanciamento entre as carteiras, horários diferenciados de intervalos, funcionamento dos refeitórios com lanche servido em porções individuais, uso de máscara, higienização, uso de transporte para ir às aulas, orientações de casos suspeitos ou confirmados, dentre outras.

O preenchimento da planilha Biossegurança Goiás contempla 179 ações ou orientações, com medidas que a escola deve adotar para a retomada das atividades escolares presenciais. A segunda planilha, dedicada especificamente ao ensino infantil, conta com 55 ações. E, finalmente, a do MEC, traz 48 importantes recomendações às escolas que vão retomar as aulas.



“Tinder do voto” permite “match” de eleitor e candidato a vereadores em todo o país

Plataforma independente e suprapartidária ajuda população a escolher vereador “perfeito”, que combine com suas expectativas


A plataforma Tem meu Voto, conhecida como “Tinder do voto”, chega à reta final da campanha eleitoral no Brasil com a expectativa de milhões de acessos nas duas últimas semanas antes do dia 15 de novembro. O site permite ao eleitor de cada cidade do país escolher o candidato “perfeito” a vereador que mais se aproxime de suas ideias. Até o momento, centenas de milhares de eleitores e candidatos a vereadores já acessaram a plataforma.

Lançado nas eleições de 2018, quando teve mais de 34 milhões de acessos nas eleições para deputados e senadores, o site retorna no pleito deste ano com o objetivo de aproximar votantes e candidatos a vereador. São Paulo e Minas Gerais são os estados com o maior número de adesões de vereadores à plataforma até o momento, cerca de 20% do total, mas a previsão é que até o dia da votação haja adesão muito maior em todos os Estados.

Em sua versão 2020, a ferramenta permitirá ao eleitor, além de ter informações de seu candidato de preferência, acompanhar as decisões do mandatário, mantendo um relacionamento direto com ele, por meio de um canal de comunicação interativo e participativo. Todos os candidatos interessados em fazer parte da plataforma respondem a um questionário padrão – cinco perguntas – e incluem uma breve biografia, sem qualquer custo. É a partir dessas respostas que o programa do Tem meu Voto lista para os eleitores os candidatos mais alinhados com o perfil de cada um. 

A plataforma é simples. O eleitor responde a algumas perguntas — entre elas o município e Estado de votação, prioridades para a sua cidade e posicionamento ideológico. Ao concluir, recebe uma lista com os vereadores do seu município que se aproximam de suas ideias. Um clique em cada perfil apresentado mostrará mais informações sobre o candidato ou candidata: partido, minibiografia, sites oficiais, prioridades, posição ideológica. O eleitor poderá refinar a escolha e definir o sexo e a raça do candidato, de acordo com os critérios e registros oficiais do TSE. Ao final, poderá marcar seus favoritos e gerar uma espécie de "colinha eletrônica" com os seus candidatos escolhidos.

"Nosso movimento tem por objetivo colaborar para o exercício pleno da cidadania, oferecendo aos eleitores brasileiros uma tecnologia para auxiliar na busca de seu candidato ideal, por afinidade de ideias. Além disso, proporciona o acompanhamento e interação com o seu político eleito, ou aquele que o representará pelos próximos quatro anos. Para os políticos, é uma grande oportunidade de se aproximarem de seus eleitores, e demonstrarem que mereceram o seu voto. Essa atitude ativa de ambos os lados é fundamental para o fortalecimento da democracia brasileira", afirma o empresário André Szajman.

Morre músico curitibano Gerson Bientinez

Uma triste notícia. Morreu o músico curitibano Gerson Bientinez, o Gersinho, cantor, compositor e violonista de primeiríssima linha. Segundo o Blog do Tupan, mais uma vítima da Covid-19,  pandemia que alguns lunáticos irresponsáveis continuam insanamente em negar.

Gersinho, ao lado de outro talento que também já se foi, Saul Trumpet, inaugurou e tornou mais alegres inúmeras noites musicais no Dona Doida, bar que tivemos em Curitiba entre 2012 e 2015.

Curiosamente, há uma semana, assistíamos em casa algumas apresentações de Gersinho no You Tube, relembrando o talento e, especialmente, a alegria e o grande coração do amigo.

Gersinho tinha a música e a poesia no sangue. Era um talento como poucos. Muitas vezes, no Dona Doida, decidia acompanhar alguma cantora. Ela podia escolher qualquer música, qualquer mesmo. Ainda que ele não soubesse, aprendia na mesma hora e acompanhava perfeitamente, com seus acordes complicados, apenas pegando o tom da cantora.

Meus sentimentos à Tereza, familiares e amigos.

Triste dia.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Professora de colégio adventista de Goiás diz que culpa por estupro "muitas vezes é da mulher"

O circo de horrores em relação à culpabilização da vítima em casos de estupro no Brasil parece não ter fim. Mesmo com toda a polêmica envolvendo os recentes casos de Mariana Ferrer e Rodrigo Constantino, uma professora de um colégio cristão voltou a atribuir, durante aula nesta quarta-feira (4), a culpa por agressões sexuais à mulher.

O comentário se deu durante discussão online entre alunos da 8ª série do Colégio Adventista IABC de Abadiânia, no entorno do Distrito Federal. "Querem que eu dê minha opinião? Muito sério. Acho que os meninos vão concordar. Muitas vezes, a mulher é realmente culpada pelo estupro, de alguma coisa nesse sentido. Por que é que a mulher tem que ficar provocando o coitadinho do homem?", argumentou.

Para embasar sua opinião, a professora questionou mulheres que usam roupas como "shortinho" na rua, "chamando a atenção dos homens".

Assista ao vídeo:

O fato repercutiu nas redes sociais e muitas pessoas, inclusive ex-alunos, cobraram uma posição do colégio, que emitiu uma nota criticando a declaração da funcionária.

Leia abaixo:

"Comunicado Oficial Instituto Adventista Brasil Central

O Instituto Adventista Brasil Central (IABC) não compactua com qualquer opinião de cunho pessoal de seus funcionários que atribua à vítima culpa por ação criminosa. A instituição reforça, ainda, que todo ato de violência física, verbal e/ou sexual deve ser punido nos termos da legislação brasileira, e lamenta profundamente o ocorrido na manhã desta quarta-feira, 04, em uma das salas de aula do colégio. As medidas necessárias já foram tomadas e a funcionária em questão foi afastada de suas funções."

Ainda assim, alguns internautas questionaram a posição do colégio. "Lamentável o ocorrido. Felizmente carrego boas lembranças do IABC, foi uma das melhores experiências da minha vida. Fico triste em saber o que aconteceu, decepcionada com a professora que aliás me deu aula também. Espero que fique claro que até vestida dos pés a cabeça a mulher tem que passar por situações assim, aliás até às crianças né! Torço para que haja uma movimentação, aliás mais uma pois vi que o colégio acabou de fazer uma, mas nunca é exagero enfatizar que nós mulheres merecemos respeito. No que se diz respeito a minha experiência no colégio, foi incrível e sempre fui tratada com respeito. Gostaria que as alunas atuais também fossem, assim como todas as mulheres no mundo todo", disse Kamila Macedo, na página do Facebook do Adventista.

"Afastada? Não! Demitida é o mínimo que ela merece!", escreveu Maria Paz Correia. "Quando vi a notícia achei que a fala da professora poderia ter sido ruim, mas não imaginei que teria sido tão ruim!", comentou Júlia Alice Furgeri.