segunda-feira, 21 de junho de 2021

Internautas fazem vídeo para trollar negacionistas que renegaram, mas tomaram vacina

Paulo Guedes recebe Coronavac (Reprodução)
O bom, o excelente da internet é que tudo fica registrado. As barbaridades, contradições e insanidades de bolsonaristas são desmascaradas diariamente com o auxílio da tecnologia. E eles não se cansam de passar vergonha. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra três exemplos de negacionistas que, apesar de renegarem a vacina e minimizarem a gravidade da Covid-19, como faz diariamente o insano Jair Bolsonaro, correram para uma unidade de saúde assim que a vacinação para seu grupo foi liberada.

"Eu não quero tomar essa vacina. Sabe, eu não sei de onde vem", diz um fanfarrão Sikêra Jr para, logo após, dizer que "vem da China". "Quem quiser tomar pode tomar na jaca, porque eu não vou tomar, não", garantiu em seu programa da Rede TV. Em 17 de abril, Sikêra recebeu, em Manaus, a primeira dose da, vejam só, Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.

Assista ao vídeo:

O bispo Edir Macedo, que havia desencorajado seus fiéis a se preocupar com a doença, também aparece no vídeo. Ele e a mulher se vacinaram em Miami, nos Estados Unidos, com o imunizante Jansen, único com a aplicação de apenas uma dose.

O Posto Ipiranga de Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes, é outro ironizado na produção. Ele, que apareceu em vídeo atribuindo à China a criação do coronavírus e afirmando que a vacina chinesa não é eficiente, também aparece se vacinando. A profissional de saúde deixa claro: "Seringa preenchida, 0,5 de Coronavac, tá bom". "Ok", responde um constrangido Paulo Guedes.

"Só a vacina protege todo mundo. Todo mundo mesmo", alerta a publicação. Parece que, para bolsonaristas negacionistas, cloroquina e ivermectina é só para os outros, não?


sexta-feira, 18 de junho de 2021

Fenafisco emite nota contra "doação de sobras de comida" proposta por Paulo Guedes

Nota de posicionamento - Fenafisco

Para Fenafisco, fala de Paulo Guedes demonstra total despreparo para redução das desigualdades no Brasil

F: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Em mais uma declaração absurda, desta vez em evento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstra seu total despreparo, preconceito e desconhecimento do funcionamento de seu próprio país. O povo brasileiro necessita de políticas sérias e efetivas para combater a desigualdade - e não de medidas paliativas que infringem normas sanitárias e preceitos humanitários básicos.

Além de afundar a economia, beneficiar os mais ricos e tentar privatizar o Estado brasileiro, principalmente por meio da fragilização dos serviços públicos com a reforma administrativa, Guedes novamente se posiciona de forma elitista ao falar que os brasileiros de classe média comem demais e as sobras de alimentos deveriam ser utilizadas para mitigar o problema da fome. Mais de 125 milhões de brasileiros vivem atualmente sem a certeza do prato de comida na mesa e com uma política econômica que ignora os mais pobres e reduz o atendimento público.

Há mais de 4 anos, a Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital), em conjunto com outras entidades, atua de forma ímpar na construção de projetos para tornar o país mais justo. Entre as propostas, está o documento ‘Tributar os Super-ricos para Reconstruir o País’, que demonstra a capacidade do governo de arrecadar R﹩ 292 bilhões ao ano com oito medidas tributárias. O montante pode ser utilizado para financiar programas sociais, além de ajudar na redução da desigualdade, aumentando a justiça fiscal no Brasil com um sistema tributário progressivo.

Falas como a de Paulo Guedes só reforçam o despreparo das cabeças que comandam atualmente a nação. Para sair da crise, aprofundada nos últimos anos por ações ineficientes, é necessário o fortalecimento dos serviços públicos e amparo à população mais vulnerável.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Abraji inaugura curso aberto de checagem de fatos com apoio da Google News Initiative

A checagem de fatos será tema de curso on-line da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destinado a profissionais da imprensa e estudantes de comunicação. O programa de treinamento Monitoramento e Investigação de Conteúdos Digitais conta com apoio da Google News Initiative (GNI) , projeto do Google focado em fortalecer a imprensa nacional e desenvolver os veículos no ambiente digital. Inscrições podem ser feitas neste formulário .

As aulas serão disponibilizadas na plataforma de cursos da Abraji e ministradas por nomes importantes do jornalismo nacional, com experiência na verificação de dados e informações, a exemplo dos jornalistas Patrícia Campos Mello (Folha de S. Paulo), Daniel Bramatti (Estadão), Ana Carolina Moreno (TV Globo) e Sérgio Ludtke, editor do Comprova e coordenador do curso.

Ao todo, serão 22,5 horas de conteúdo, com interações assíncronas diárias de 1h30 por três semanas, no período de 5 a 23 de julho. Estão marcadas, ainda, cinco sessões virtuais ao vivo para o esclarecimento de dúvidas diretamente com os instrutores. A Abraji espera formar 5.000 alunos certificados.

Programação

O conteúdo programático está dividido em quatro blocos, Desinformação, Monitoramento,, Verificação e Narrativas. Entre os componentes curriculares estão O Cenário da desinformação no Brasil, a Desinformação e teorias conspiratórias, as Ferramentas de Monitoramento, a Verificação de Imagens e a Verificação de Vídeos.

Serão explorados também relatos de investigações sobre redes de disseminação de desinformação e violência digital contra jornalistas, o planejamento e o monitoramento de conteúdos nas plataformas digitais, a configuração da área de trabalho para investigações online, as técnicas para verificação com mapas, as mecânicas de georreferenciamento e outros assuntos.

A coordenação do curso fará três apresentações abertas de divulgação do programa para redações, profissionais e escolas de jornalismo, apresentando a estrutura do curso e a importância de se incorporar as técnicas de verificação e monitoramento na rotina diária das redações. As agendas ocorrerão nos dias 16, às 11h 23, às 14h .

O curso Monitoramento e Investigação de conteúdos digitais conta com o apoio da Google News Initiative, programa que desde o início da pandemia lançou programas e fundos de apoio a organizações de fact-checking pequenos e médios veículos jornalísticos no Brasil , e realizou a primeira edição do GNI Startup Lab , um programa inédito de aceleração de startups jornalísticas no Brasil.

Mais informações

Abraji - cursos@abraji.org.br

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Goiânia é uma das 60 cidades que confirmaram atos neste sábado contra Bolsonaro

A UBES, UNE e ANPG convocaram estudantes de todo país para neste dia 19 de junho participarem de mais um ato contra o governo Bolsonaro, a negligência na pandemia e os cortes na educação. As entidades aproveitarão a oportunidade para recolher alimentos e distribuir máscaras. Em Goiânia, o ato está marcado para a Praça Cívica, a partir das 9 horas.

Não vamos sucumbir ao genocídio e ao retrocesso, vamos nos organizar para defender nosso futuro. Dia 19 de junho iremos às ruas denunciar e resistir a tantos ataques. Nós exigimos vida, pão, vacina e educação”. É com essa frase que a presidente da UBES, Rozana Barroso, convoca estudantes do Brasil inteiro para os atos contra o governo Bolsonaro que acontecem neste sábado.

Para o dia 19 as recomendações continuam:  uso de máscara, estratégias de distanciamento e álcool em gel. A UBES, UNE e ANPG também estarão recolhendo alimentos não perecíveis para distribuição em comunidades carentes e distribuirão máscaras no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Confira os locais de atos já confirmados: 

▪️ CENTRO-OESTE

1- GO: Goiânia (09h, Praça Cívica)

2- MT: Cuiabá (10h, Praça Alencastro)

3- MS: Três Lagoas ( 09h, Praça do Relógio) 

4- MS: Bonito (16 h, Praça da Liberdade)

5- MS: Corumbá (08:30, Na Frei Mariano com a Dom Aquino)

6- MS: Campo Grande (09h, Praça do Rádio)

▪️ SUDESTE

1- SP: Capital (16h, MASP)

2- SP: Piracicaba (10h, Praça José Bonifácio)

3- SP: Campinas (10h, Largo do Rosário)

4- MG: Belo Horizonte (13h30, Praça da Liberdade)

5- SP: Santo André (13h, Paço Municipal)

6- SP: Araçatuba (10h, Praça Rui Barbosa)

7- SP: Marília (10h, Praça da Prefeitura)

8- RJ: Resende (10h, Mercado Popular)

9- RJ: Rio de Janeiro (10h, Zumbi dos Palmares, Centro)

10- RJ: Rio das Ostras (9h, Posto de Saúde da Familia do Âncora.)

11- RJ: Macaé (9h30, Praça Veríssimo de Melo)

12- SP: Sorocaba (10h, Praça Coronel Fernando Prestes)

13- SP: Peruíbe (10h, Praça Flórida)

14- MG: Montes Claros (9h, Praça do Automóvel Clube)

15- ES: Vitória (15h, Teatro UFES Goiabeiras)

16- RJ: Campos dos Goytacazes (9h, Praça São Salvador)

17- MG: Viçosa: (09h30, 4 pilastras)

18- MG: Pouso Alegre (09h30, Catedral)

19- SP: Poá (10h, Praça Santo Antônio)

20- SP: Praia Grande (10h, Samambaia, altura do Krill)

21- RJ Nova Iguaçu | 9h Praça Direitos Humanos Via Light 

22- RJ Petrópolis | 11h Praça da Inconfidência

23- RJ Nova Friburgo | 14h Praça Demerval Barbosa

24- RJ Teresópolis | 9h Praça do Sakura

25- RJ Volta Redonda | 9h Vila UFF

26- RJ Angra dos Reis | 9h praça do papão

27- RJ Cabo Frio* | 18/06 17:30h Praça Porto Rocha

28- RJ Santo Antônio de Pádua | 11h Bar Cariocando

29- RJ  Bom Jesus de Itabapoana | Praça Governador Portela

30- RJ Itaperuna | 16h Concha Acústica

31- RJ Valença | 10h Jardim de Cima

32- RJ Barra do Piraí | 8:30h Carreata Rua Joana Angélica (Light)

33- RJ Barra Mansa | 11h Praça da Matriz

34- RJ Vassouras | a confirmar

▪️ SUL

1- RS: Porto Alegre (15h, Largo Glenio) 

2- RS: Santa Maria (10h, Praça Saldanha Marinho)

3- SC: Florianopolis (9h, Praça Tancredo neves, frente da ALESC)

4- SC: Chapecó (9h30, Praça Coronel Bertaso)

5- PR: Curitiba (15h, Praça Santos Andrade)

6- PR. Maringá (14h, Praça Raposo Tavares)

7- PR. Foz do Iguaçu (9h, Praça da Paz)

8- PR. Ponta Grossa (15h, Praça Barão de Guaraúna)

9- PR. Londrina (16h, em frente ao Teatro Ouro)

10- RS: Caxias do Sul (15h, Praça Dante Aligheri)

11- RS: Canoas (13h30, Praça do Avião)

▪️ NORDESTE

1- BA: Salvador (14h, Praça do Campo Grande)

2- RN: Natal (15h, Midway)

3- RN: Mossoró (16h, Teatro Municipal)

4- PE: Recife (9h, Praça do Derby

5- SE: Aracaju (9h, Praça da Bandeira)

6- MA: São Luís (9h, Praça Deodoro) 

7- Ma: Caxias (8h30, Concentração Matriz)

8 - PI: Teresina (08h, Praça Rio Branco)

9 - PI: Picos (07:30, Praça Felix Pacheco)

▪️ NORTE

1- PA: Belém (8h,  Mercado de São Brás) 

2- AM: Manaus (15h, Praça da Saudade). 

3-AP: Macapá (16h, Praça da Bandeira)

CPI da Covid e TCU recebem relatório sobre desvio de verba de publicidade exclusiva para o combate à pandemia

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) entregou neste domingo (13) ao presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, documentação sobre o desvio de R$ 52 milhões para publicidade de combate à Covid-19, mas que foram usados em propagandas de ações institucionais do Executivo. O parlamentar comprovou a irregularidade a partir de relatórios que solicitou à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) e também de materiais públicos da própria CPI.

“É vergonhoso. Bolsonaro usou dinheiro público de forma irregular para promover o governo em vez de aplicar no combate à pandemia. Esse dinheiro tinha destino já definido, não poderia ser alterado”, explica o deputado. Elias Vaz também vai encaminhar nesta segunda-feira (14) representação ao Tribunal de Contas da União pedindo fiscalização de desvio de finalidade.

A verba alocada pela medida provisória 942, de abril de 2020, que liberou créditos extraordinários para o combate à doença, faz parte do Orçamento de Guerra (usado para enfrentar a calamidade pública decorrente da pandemia) e tinha o objetivo de informar a população e minimizar os impactos decorrentes da proliferação da doença.

A Secom solicitou ainda verba dos Ministério da Saúde e da Cidadania. “Foram realizados quatro TED’s (termos de execução descentralizada) das pastas para a Secretaria transferindo dinheiro para alardear ações do governo”, conta Elias Vaz. “Os recursos deveriam ser aplicados, por exemplo, em campanhas de uso de máscara, álcool em gel e isolamento social. Do ponto de vista orçamentário, o governo cometeu um crime”, explica o deputado.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Pesquisa XP: avaliação negativa de Bolsonaro atinge maior índice desde maio de 2020


A rodada de junho da pesquisa XP/Ipespe registra continuidade na trajetória de alta da avaliação negativa do governo de Jair Bolsonaro. Hoje, são 50% os que consideram a administração federal ruim ou péssima, um ponto percentual a mais que no levantamento de maio. A pesquisa é a nona consecutiva em que a tendência de alta se apresenta. Desde outubro, quando o movimento começa, esse grupo saiu de 31% para os 50% atuais. O número é o pior da série desde o início do governo, junto com maio de 2020. Foram realizadas 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, nos dias 7, 8, 9 e 10 de junho. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Os entrevistados foram questionados também sobre a realização da Copa América no Brasil 64% são contrários e 29% são favoráveis. 

Eleições

A pesquisa XP/ Ipespe de junho mostra o ex-presidente Lula quatro pontos à frente de Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência. O petista saltou três pontos desde o último levantamento, indo a 32%, enquanto Bolsonaro perdeu um ponto, chegando a 28%.


Ciro Gomes foi quem mais perdeu, passando de 9% para 6%. Sergio Moro oscilou um ponto para menos, de 8% para 7%, assim como Luciano Huck, que passou de 5% para 4%.

Em simulações de segundo turno, Lula abriu nove pontos de vantagem sobre Bolsonaro a diferença era de dois na última pesquisa. Ele cresceu de 42% para 45% enquanto o presidente caiu de 40% para 36%.

Nas simulações, Bolsonaro agora aparece numericamente atrás também de Ciro Gomes, que tem 41% contra 37%.


Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, Lula e Bolsonaro aparecem empatados, com 24%. Há 8% de votos brancos e nulos e 36% que não responderam. Outros candidatos juntos totalizam 8%.

Bolsonaro é vaiado e chamado de "genocida" em avião. Assista

Talvez esquecido do alerta do Posto Ipiranga Paulo Guedes, de que "até empregada doméstica vai à Disney", Bolsonaro se arriscou a subir em um avião para testar sua popularidade e cumprimentar passageiros. Foi recebido aos gritos de "fora Bolsonaro" e "genocida". O voo era da Azul e ia de Vitória (ES) a Campinas (SP). Bolsonaro deu meia volta e deixou a aeronave seguir sua viagem. Assista.



Sensacionalista estreia coluna de humor no Globo

A partir do próximo domingo, 13, o jornal O Globo traz para suas páginas o Sensacionalista, referência em fazer piada com o noticiário. Onze anos após sua criação, o projeto que une jornalismo e humor vai ganhar um blog no site do GLOBO e passará a publicar conteúdo exclusivo todo domingo no Segundo Caderno.

O quarteto do "jornal isento de verdade", criado pelos jornalistas Nelito Fernandes, Martha Mendonça e Marcelo Zorzanelli, e o roteirista Leonardo Lanna, vai assinar a primeira coluna de humor do Globo desde 2013, quando o cultuado Agamenon Mendes Pedreira, personagem fictício criado pelo programa Casseta e Planeta, chegou ao fim. O time coleciona, com suas manchetes surreais, 3,2 milhões de seguidores no Facebook, 2,2 milhões no Twitter e 810 mil no Instagram.

A ideia do novo espaço é mostrar a incredulidade diante do absurdo nosso de cada dia, em um momento marcado pelo ódio nas redes sociais e a disseminação de fake news. Além disso, a turma das manchetes que sempre ficam um tom ou mais acima da realidade, por mais bizarra que a própria realidade seja, estará sempre a postos para uma edição extraordinária.

"Acho uma ótima frase de efeito dizer que o humor não pode mais concorrer com a realidade, mas, para mim, o sentimento é o oposto. Quanto mais louco é o noticiário, quanto mais besteiras as autoridades falam, maior é o potencial para a gente. Não vejo como concorrência e sim como matéria-prima", destaca a jornalista Martha Mendonça.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Rogério Cruz recebe vacina contra covid-19

Cruz é vacinado na UPA Jd. América (F: Jackson Rodrigues)
O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) tomou hoje a primeira dose da vacina Pfizer contra a covid-19. Acompanhado da primeira-dama, Telma Cruz, e do secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, Rogério recebeu o imunizante na UPA do Jardim América após agendamento pelo aplicativo Prefeitura 24 Horas. Ele tem 54 anos. A prefeitura de Goiânia começou a vacinar esta semana a população em geral com idade superior a 52 anos. 

Goiânia já vacinou 448.514 com a primeira dose e 213.154, totalizando 14,1% da população totalmente imunizada.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Brasil de Bolsonaro recusa US$ 100 milhões para melhorar o clima

Para Augusto Gomes, governo erra ao não ratificar acordo (F: Divulgação)
Dos 144 países em desenvolvimento, só dois ainda não manifestaram à Organização das Nações Unidas (ONU) interesse em receber verbas a fundo perdido para elaborar projetos de redução do uso de hidrofluorcarbonetos (HFCs), os piores para o aquecimento global. Um deles é o Iêmen, mergulhado em guerra civil. O outro é o Brasil. "Todos os demais 142 nessa condição ratificaram ou enviaram carta compromisso de que vão ratificar a Emenda de Kigali, que prevê a redução do uso desses gases", explica Suely Machado Carvalho, ex-diretora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Nova Iorque e atual consultora do Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Os HFCs, usados principalmente em ar-condicionado, têm poder de aquecimento global 2 mil vezes superior ao do dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa. No Brasil, o projeto da ratificação chegou à Câmara dos Deputados há exatamente três anos, em 5 de junho (Dia Mundial do Meio Ambiente) de 2018. Já passou pelas comissões, mas está há quase dois anos parada na Presidência da Casa esperando para entrar em pauta de votação.

O Grupo Tarefa sobre a Reposição dos Recursos Financeiros do Fundo Multilateral (Replenishment Task Force) do Painel de Tecnologia e Economia do Protocolo de Montreal (Teap) vai concluir, até setembro de 2021, os cálculos de quanto os países em desenvolvimento precisam receber até 2023, a fundo perdido, para que sua indústria possa iniciar os projetos. O objetivo dos projetos deve ser produzir aparelhos eficientes em energia e com gases menos prejudiciais ao efeito estufa. Para fazer parte dos cálculos, o Brasil precisa se unir à lista dos países comprometidos com a redução dos HFCs.
Na América Latina, 15 países já ratificaram a Emenda de Kigali: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. Quatro ainda não: Brasil, Venezuela, El Salvador e Guatemala. Mas o governo brasileiro é o único do grupo que, além de não ratificar, sequer mandou sua carta-compromisso ao Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal.

Essa ausência de manifestação pode prejudicar o acesso do Brasil aos recursos do fundo. Isso porque, para calcular o valor que será repassado a cada país em desenvolvimento para a atualização tecnológica de fábricas de geladeira e ar condicionado e treinamento de técnicos em refrigeração, o Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal precisa saber quais países estão dispostos a integrar esse esforço contra o aquecimento global. Estimativas indicam que a indústria brasileira teria acesso a mais de meio bilhão de reais (US$ 100 milhões) com a ratificação.

"Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, os HFCs importados pelo Brasil em 2019 podem impactar o clima cinco vezes mais do que o desmatamento do Pantanal no mesmo período. Ainda assim, um crescimento exponencial no consumo desses gases é esperado caso não haja a ratificação de Kigali", diz Rodolfo Gomes, diretor-executivo do International Energy Initiative (IEI-Brasil), autor do estudo comparativo. O levantamento considerou as emissões de gases de efeito estufa no Brasil e o volume dos principais gases refrigerantes à base de HFCs importados pelo país em 2019.

O envio de uma carta de manifestação de interesse à ONU, assumindo o compromisso do país com o tema, seria uma forma de o Brasil se antecipar à ratificação, garantindo recursos iniciais para capacitação. Mas sua participação nesse fundo bilionário só acontecerá quando for ratificada a Emenda de Kigali. Nessa fila para receber os recursos iniciais em 2021 da ONU só faltam Brasil e Iêmen.

Estar na companhia apenas do Iêmen em uma questão tão relevante para reduzir o ritmo do aquecimento global é inusitado para a diplomacia brasileira. O Brasil esteve entre os protagonistas mundiais na proteção ao clima desde a Conferência Mundial do Meio Ambiente no Rio de Janeiro, em 1992. Quando as nações decidiram extinguir o uso de gases CFCs, que danificam a camada de ozônio, o Brasil chegou a cumprir sua meta em 2007, três anos antes do previsto.

Empresa pode demitir funcionário que se recusar a usar máscara

Em meio a pandemia do Covid-19 é obrigação das empresas deixarem claras todas as regras de segurança. Hábitos como a utilização de máscara, lavar as mãos e adotar o uso de álcool em gel no dia a dia são de suma importância em momentos como esse. No entanto, e aqueles que se recusam a utilizar máscaras no ambiente de trabalho, podem ser demitidos?

De acordo com João Esposito, CEO da Express CTB, “Empregadores podem sim demitir, inclusive por justa causa, profissionais que não cumprem as exigências de segurança da empresa. Na CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, uma das hipóteses de justa causa previstas é a indisciplina, que se enquadra nesse caso em que o empregado deixa de cumprir uma regra organizacional”.

No entanto, vale destacar que essa indisciplina só condiz em casos de não uso reiterado. Ou seja, não é possível desligar um funcionário que deixou de utilizar a máscara apenas uma vez. Nesses casos, é necessária uma advertência, que pode ser seguida de uma suspensão, no caso de reincidência.

Para os ambientes de refeições e descansos, fica sob responsabilidade da empresa a adoção de medidas que evitem aglomerações nesses momentos, determinando uma escala de horários, disponibilizando maior número de máquinas e impedindo o que os colaboradores sentem próximos uns aos outros nos refeitórios.

É muito importante para as empresas seguirem as recomendações de prevenção e higiene. De acordo com o STF, Supremo Tribunal Federal, a contaminação por Covid-19 pode ser caracterizada como acidente de trabalho, ou doença ocupacional.  

Caso o empregado tenha sido acometido pela Covid-19 dentro do seu ambiente de trabalho, será necessário comprovar que a organização não cumpria com as regras de prevenção e higiene. “Se for possível reconhecer dados relacionando a doença ao trabalho, o colaborador poderá recorrer ao Judiciário para pedir as indenizações pertinentes”, explica o CEO.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Usuários do Twitter criticam falta de resposta do governo aos e-mails da Pfizer e marcam governadores

Com base em 646.229 publicações no Twitter, entre 30 de maio e 07 de junho de 2021, a ferramenta Knewin Social identificou os termos mais comentados na mídia social: "Vacina" (332 mil tuítes), vacinação (123 mil tuítes). As hashtags mais utilizadas foram: #vacinaparatodos (17 mil tuítes) e #covid19 (13 mil tuítes). O pico de 92.573 menções ocorreu no dia 07 de junho quando houve mudanças nos calendários de vacinação pelo país.

De acordo com o estudo da Knewin, empresa de tecnologia especializada em monitoramento de mídia, entre os comentários com mais repercussão estão aqueles que remetem à falta de resposta do governo para os e-mails da Pfizer, aos resultados dos estudos feitos em Serrana (SP) e às críticas ao governo pela falta das vacinas e pelos atrasos na campanha de vacinação. A corrida para vacinar toda a população adulta também se tornou pauta entre os usuários. Com a declaração feita pelo governador de São Paulo, João Doria, de vacinar todos os maiores de 18 anos até outubro, os usuários passaram a comentar e marcar os governadores de seus respectivos estados.

Já na imprensa, comparando os cinco primeiros meses de 2021, a pauta da vacinação se manteve constante nas redações jornalísticas pelo país. De abril a maio houve uma pequena queda de 2,02% no número de matérias publicadas. Mesmo assim, o interesse dos jornalistas e do público sobre a vacina e seus desdobramentos permanece alto.

"Vacinação é um tema extremamente importante para todos nesse atual cenário pandêmico, o que acaba movimentando o Twitter. É por isso que a Knewin vem realizando uma série de levantamentos com dados e informações úteis à sociedade e às empresas de diversos segmentos para que elas possam tomar decisões mais assertivas e embasadas", afirma o CEO da Knewin, Lucas Nazário.

Lançada esta semana, Associação de Jornalismo Digital realiza live para debater importância da comunicação online

Nesta semana foi lançada oficialmente a Ajor - Associação de Jornalismo Digital, que já reúne 30 organizações de todo o país.

Para comemorar o lançamento, o Conselho da Ajor convidou o professor Rosental Alves, diretor do Knight Center for Journalism in the Americas, para uma live no dia 10 de junho, às 19h. Rosental, que contribuiu para a articulação que levou à formação da Ajor, vai conduzir a conversa com os representantes da nova associação.

A fundação da Ajor acontece num momento de transformação da forma como o jornalismo é produzido e consumido no Brasil e no mundo. Novas organizações de mídia digital têm se consolidado como geradoras de mudanças na sociedade, firmando posições em defesa de direitos humanos e contra a desinformação e abusos de poder.

A primeira presidente da Ajor, Natalia Viana, é diretora executiva da Agência Pública de Jornalismo Investigativo, e priorizará em sua gestão a consolidação das mudanças pelas quais passou o jornalismo no Brasil. “Os veículos digitais estão há alguns anos liderando a inovação no jornalismo brasileiro. A associação vem para fortalecer esse cenário e portanto melhorar o nosso jornalismo como um todo em um momento em que ele enfrenta sérios desafios.”

A principal missão da organização é o fortalecimento do jornalismo brasileiro, e suas atividades organizam-se em três eixos de atuação: a profissionalização e fortalecimento das associadas (orientações sobre melhores práticas e construção de parcerias para formação), a defesa do jornalismo e da democracia (monitoramento de decisões do poder público, criação de ferramentas de defesa legal e organização de eventos) e a promoção de diversidade. Mais de 20 das 30 organizações fundadoras têm mulheres e pessoas negras em posição de liderança.

A partir de julho, a Ajor realizará Conversas Abertas transmitidas via Facebook Live, Linkedin e canal do YouTube com um/a convidado/a, que compartilhará o processo de construção de um conteúdo ou produto que seja um case de sucesso do jornalismo digital brasileiro.

Para o início do ano que vem, o conselho da Ajor planeja a realização da 3ª edição do Festival 3i, evento pioneiro no continente voltado para a inovação e empreendedorismo, questões essenciais para esta nova geração do jornalismo digital.

As 30 organizações que fundaram a Ajor são uma pequena amostra da diversidade dos novos veículos de mídia do país. Há associadas em todas as regiões do país, com diferentes modelos de negócio e tipos de produção de conteúdo. Entre elas estão organizações como Agência Pública, Congresso em Foco, Meio, Nexo, Repórter Brasil, Plural e Jota.

“Sabemos que o jornalismo digital brasileiro está em uma fase vibrante e por isso já lançamos a Ajor com o desafio de ampliar o número de associadas, buscando representatividade dos quatro cantos do país". diz a presidente Natalia Viana.